POV Christian

O castelo todo estava agitado. Todos correndo de um lado para o outro e me deixando cada vez mais nervoso. O movimento de entrada e saída do quarto somado aos gritos que, em intervalos regulares, minha mãe dava, estavam me fazendo entrar em pânico. Eu não sabia o que estava acontecendo e ainda não tinha permissão para entrar no quarto.

Eu estava sentado no banco que fica de frente para a porta do quarto dos meus pais, o quarto do rei e da rainha, com as mãos segurando os joelhos que tremiam.

Foi então que eu percebi que alguém tinha sentado do meu lado: era a vovó Amberlee. Ela estava, como sempre, calma e serena.

– O que foi meu amor? - perguntou.

– Hm?

– Por que está assim?

Apenas dei de ombros. Não sabia o que falar. E nessa hora minha mãe deu outro grito e eu estremeci. E logo em seguida um choro agudo. Sophie.

Minha avó levantou imediatamente e entrou no quarto. E eu continuei ali, imóvel. Meu pai tinha estado o tempo todo no quarto com a minha mãe.

Depois de uns 2 minutos, um monte de gente começou a sair do quarto e a tia Marlee se aproximou de mim e falou:

–Sabe, você já pode entrar. - ela me estendeu a mão para me dar suporte para levantar. E depois me empurrou gentilmente em direção à porta. - Anda, vai.

Respirei fundo e entrei no quarto. Estava com o coração um pouco acelerado, pois não sabia o que ia encontrar, e meus olhos focaram instantaneamente em minha mãe. Ela estava bem descabelada, suada e um pouco vermelha e bem amassada, com um cobertor até a cintura. Ela estava sentada na cama se apoiando na cabeceira. Ela tinha um embrulho rosa de bolinhas marrom nos braços. Meu pai estava todo descabelado também e ajoelhado no chão ao lado dela, e minha avó sentada do lado dela no outro lado.

–Venha cá Chistian. - chamou minha mãe e me chamando com a mão livre.

Corri para poder pular para a cama alta e fui de "gatinho" (engatinhando) para perto da minha mãe. Ela chegou um pouco para o lado para que meu pai pudesse sentar-se na beirada da cama.

Estava curioso para ver minha irmã. Fui me aproximando devagar até que pude ver um pequeno par de olhinhos fechados, e pequenos lábios perfeitamente rosados e bocejantes, e uma mãozinha apoiada em sua bochecha. Sorri instantaneamente e, com meu dedo, toquei-lhe sua mãozinha e ela se fechou envolvendo meu dedo. No mesmo instante ela deu um pequeno sorrisinho com os lábios e logo depois voltaram para sua posição serena de anteriormente.

Ela tinha cabelos lisos com uma cor loiro-acobreado, bochechas rosadas, longos cílios (iguais aos do meu pai), lábios finos como se fossem um pequeno risco e dormia lindamente. Era uma menina. Era linda. Era serena. Era minha irmã. Beijei-lhe a testa e, mentalmente, jurei que faria de tudo para protegê-la daquele momento em diante.

***