Bring Me Back To Life escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 4
Capítulo 4.


Notas iniciais do capítulo

Oh meu Deus,postando um capítulo por dia?!It's is a fuck miracle?! Porém,não fiquem tão animados,eu ainda estou escrevendo o capítulo 5,é provável que eu demore um pouquinho para postá-lo,mas,eu não vou aguentar ficar segurando esse por muito tempo,então,enjoy and...Enjoy!
P.s.:Obrigada á todos os que estão comentando!Sério,isso é maravilhoso!Obrigada de coração.



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Conversar com Oliver era muito legal porque ele simplesmente tinha assunto e gostava das mesmas coisas que eu.

–Sarah, como assim você queria ter a boneca Anabelle?! Aquilo é o mal em forma de boneca de pano!

–Do mesmo jeito que você gostaria de pegar a irmã Mary Eunice de American Horror Story! Ela estava possuída por Lúcifer, cara!

–E daí? Continuava gostosa.

–Meu Deus, porque os garotos só pensam nisso?! Mesmo se a mulher for uma assassina terrível, se for gostosa eles pegam!

–Não é bem assim!

–É claro que é!

–Nã... Por que a gente está discutindo isso?

–Por que a gente não tem mais nada sobre o que falar?

–Deve ser...

Ficamos em silêncio por alguns segundos, quando Oliver disse.

–Sarah, quem você acha que matou aquela menina que a gente achou pendurada no chuveiro?

Suspirei.

–Não sei loiro, mas, acho que a pessoa não tinha motivos, quer dizer... Eu conhecia aquela garota! Ela era normal, apenas uma garota normal.

–Eu sei, eu também a conhecia. Será que é um serial killer?

–Não sei, tomara que não.

–Tá tudo bem, eu te protejo.

–Fala sério! Você não protege nem um cachorro!

–Cara, assim você ofende pra caramba, sabia?! - ele não parecia ofendido, mas provocação é provocação.

–Perdão.

–É a segunda vez que você pisa em mim. Na próxima eu te deixo falando sozinha, entendeu?

–Exaltado!

–Sou mesmo.

Ficamos em silêncio de novo. Era a primeira vez que eu sentia alguma coisa: um frio na barriga, uma felicidade imensa, me fazendo dar vários sorrisos bobos.

Oliver estava quieto. Seus olhos estavam fitando o chão, seus dedos estavam entrelaçados, os ombros curvados, os braços musculosos marcados por baixo da camisa polo.

Então eu percebi que aquela sensação era um sentimento: eu estava apaixonada por Oliver.

–É, Oliver, eu vou ao banheiro, tá?

Eu precisava fugir. A sensação era nova demais e eu não podia perder um amigo para a paixão. De novo não.

–Vai lá.

Sai andando, deixando-o sozinho.

Foi quando eu cheguei ao banheiro.

Barulhos de pingos faziam eco no banheiro. ”Alguém deve ter aberto a ducha.” Pensei. Logo me ocorreu que poderia não ser isso...

–T-tem alguém ai?

Clap,clap,clap.

Acabei vendo o que eu temia: uma garota estava enforcada no chuveiro, os olhos arregalados e assustados, hematomas pelas pernas e braços e da boca escorria sangue.

Acho que eu dei um grito apavorado, ou sai correndo, só sei que uns 15 minutos depois eu acordei na enfermaria com Oliver me olhando preocupado.

–Você deu um grito apavorado e desmaiou. Tá tudo bem?

–A garota. A garota Oliver!

–Eles já a levaram. Deram-nos o resto da semana livre.

–Tem um assassino aqui!

–Shh, eu sei, eu sei. Mas não pensa nisso agora, ok?

Toquei-me de uma coisa.

–Oliver, posso te pedir um favor?

–Pode.

–Eu tenho uma prima chamada Helena. Ela está internada na clínica psiquiátrica daqui. Eu preciso falar com ela, Oliver! Preciso! Você me leva até lá?

–Tá, tá bom. Quando?

–Hoje.

–Hoje?!

–Por favor.

Ele suspirou.

–Tá, tá bom. Eu te levo lá.

–Obrigada. - dei um sorriso fraco.

–Quer que eu te leve no colo?

–Oliver, eu estou bem. Eu posso andar perfeitamente.

–Está bem, marrenta. Vamos.

Levantei-me e fomos até a caminhonete.

–Onde é? - Oliver perguntou afivelando o cinto.

–Um pouco pra fora da cidade, perto do desvio. Eu vou te guiando, posso ter ido lá duas vezes, mas lembro exatamente o caminho.

–Ok.

Ficamos quietos a metade do caminho. Fui pensando em como seria reencontrar a Helena. Não via ela desde os treze anos, quando ela foi internada e desde então sentia muita saudade dela.

–Sarah, é, sem querer ser indelicado ou intrometido, mas... Por que a sua prima está internada?

Suspirei.

–É uma longa história... Uma longa e triste história. A Helena tinha oito anos, vivia com os pais em Los Angeles quando em uma noite, um homem começou á forçar a porta de entrada. Acho que o pai dela era viciado em jogos e tinha dívidas com um agiota, e ele basicamente não pagou. A dívida era extensa, então o agiota havia ameaçado o pai dela. Mas ele não tinha como pagar. Ele mandou um assassino de aluguel para a casa deles e ele começou á forçar a porta, como eu te contei. A mãe dela só teve tempo para escondê-la e ela ouviu um barulho horrível da sala. O assassino havia matado o pai dela. A mãe da Helena saiu do lugar que tinha escondido a filha, porque só tinha espaço pra uma e ele matou a mãe. Ele não perdeu tempo procurando ela, tinha sido contratado para eliminar um, dois se fosse necessário, mas não mataria uma criança.

“Depois disso ela foi morar em casa, e os problemas começaram... Toda noite ela tinha pesadelos. Todo dia ela dizia que via sombras que tentavam atacar ela. Todo dia ela dizia que ouvia vozes dizendo que ela seria a próxima á ser morta, que os pais dela estavam num lugar horrível e coisa parecida. Todo dia ela chorava e depois de um tempo, todo mês ela tentava se matar.”

“Mas nós a salvamos. A salvamos sempre, pois a minha mãe não poderia deixar a sobrinha jogada num orfanato. Mas em um dia, ela simplesmente enlouqueceu de vez. Acho que ela não aguentava mais ver e ouvir aquelas coisas e tentou se matar de novo, com uma arma. Mas ela atirou na barriga e o tiro falhou e ela foi levada ao hospital e foi salva. E, depois daquilo,nós precisávamos interná-la. Se não o fizéssemos aquilo iria se repetir, e nós não teríamos tanta sorte quanto da última vez. Então, nós simplesmente a internamos.” - enxuguei algumas lágrimas, mesmo que aquilo não tivesse acontecido diretamente comigo eu ainda sofria por falar sobre a vida da Helena.

Oliver tirou uma das mãos do volante e segurou a minha que estava repousada sobre a minha coxa. Ele me olhou pelo retrovisor e seu olhar era aquele tipo de olhar triste com os lábios comprimidos quando você quer reconfortar alguém.

–Oliver, chegamos.

No acostamento da estrada havia um prédio branco, aparentando ser uma mansão antiga com uma placa na fachada dizendo: Clínica Psiquiátrica de San Diego.

Oliver estacionou. Eu estava ansiosa, minha mão suava demais, eu estava tremendo.

–Tem certeza disso, Sarah?

–Sim. Vamos logo.

Saímos, indo para dentro do prédio.

Se por fora a Clínica parecia uma mansão luxuosa do século XIX, por dentro ela parecia que não era restaurada por séculos. As paredes estavam descascando e tudo tinha um cheiro avinagrado de ferrugem. Chegava á me dar culpa por deixar minha prima naquele lugar caindo aos pedaços.

–Pintores mandaram lembranças... - Oliver comentou baixinho.

Freiras e mais freiras saiam de todas as partes conforme andávamos pelas instalações da clínica e com uma pontada no peito aquilo me lembrava aos manicômios da década de 60.

Uma das centenas de freiras nos parou.

–Precisam de ajuda? - ela deu um sorriso simpático.

–Sim. Nós viemos visitar um parente. Helena Adams.

–Ah sim... Nossa paciente favorita. - comentou em um tom um tanto... Sombrio. - Venham comigo.

A seguimos. Agarrei a mão de Oliver e sinceramente, não pretendia soltá-la tão cedo. Algo me dizia que Oliver também estava incomodado com o clima pesado no ar daquela clínica.

Seguimos a freira até uma sala gigante e espaçosa onde Helena estava sentada em uma mesa com uma garota de cabelos vermelhos sangue e um rapaz com aparentemente 21 anos bem bonito.

–Helena, sua prima Sarah veio te ver.

Ela me olhou com aqueles olhos tão azuis quanto o mar e abriu um largo sorriso. A garota e o rapaz se retiraram e a freira acariciou os cabelos castanhos da minha prima.

–Comporte-se, entendeu? - disse carinhosamente e saiu.

–Sarah, eu estava com tantas saudades! - Helena me abraçou. -Quem é esse?

–Oliver, um amigo meu. Ele me trouxe aqui. - torci para que Helena não me constrangesse na frente dele e me senti muito mal por pensar nela assim. Mas era isso. Era esse tipo de pensamento que sobrara sobre Helena e isso me corroia toda vez que pensava nela.

–Ah sim. Oi Oliver. Agora, senhorita Jackman, me diga o porquê de não ter mais me visitado. Eu me tornei um ser tão desprezível assim?

–Não! É claro que não! Os meus pais, você sabe como eles são.

–Sim, eu sei. Mas, e aí? Por que veio me visitar? Conseguiu convencer os velhos ou fugiu?

–Eles não sabem que eu estou aqui. E, eu tenho uma coisa pra te contar.

–Diga.

–É que... Tem um assassino na minha escola, ele mata as garotas enforcadas nos chuveiros do vestiário e...

–E você resolveu vir aqui pra ver como os loucos agem e tentar formar a personalidade desse serial killer. Entendi.

–Não! Claro que não! É que da última vez que nos vimos, você disse que... - reduzi o tom de voz para um sussurro. - Disse que tinha um assassino que estava matando as pessoas por aqui, do mesmo jeito que está matando as garotas na minha escola.

–Eu sei disso, criatura, só estou brincando com você. E é, tem um cara que mata as pessoas exatamente assim, mas varia entre chuveiros e ventiladores de teto para pendurar as pessoas. Na verdade eu estava falando sobre isso com a garota e o rapaz que você obviamente percebeu. A garota do cabelo cor de sangue se chama Laila, é uma serial killer amiga minha, e o rapaz se chama Derek, psicótico e meu namorado.

–Ah, sim... Então, o que você acha? - nesse momento Oliver estava com a maior cara de quem não está entendendo nada.

–Nós não sabemos. Mas esse cara matou a nossa amiga e agora se tornou algo meio pessoal. Não se preocupe, se eu souber de alguma coisa eu te mando uma carta, pombo correio, sinal de fumaça... Alguma coisa, tá?

–Tá, obrigada. Lamento pela sua amiga.

–Obrigada, priminha.

–Viu, não teria um jeito de você falar com aquela freira super carinhosa que nos trouxe até você?

–Eu... Eu não sei. Como eu disse, se eu souber de alguma coisa te aviso ok?

–Tá. Obrigada. Prometo que venho te visitar mais vezes, tá?

–Só se esse loiro com cara de simpático vier junto. - ela lançou um olhar malicioso para o Oliver, que ficou muito envergonhado.

–Com certeza ele vai vir, já que eu não tenho carro. Eu tenho que ir agora, tá? Promete que vai ficar bem?

–Prometo. Promete que vão vir me visitar mais vezes?

–Prometo. Tchau.

–Tchau.

Fomos indo embora com as centenas de freiras de diversas idades nos lançando sorrisos simpáticos e nos desejando “paz de Jesus”.

Já no carro, Oliver me perguntou.

–Vem cá, a genética de vocês é tão boa assim que só faz pessoas lindas? Quer dizer, você e a sua prima são incríveis!

Eu ri. Tanta coisa acontecendo e Oliver só conseguiu perguntar sobre a minha genética de olhos azuis vivos e cabelos castanhos.

–É. Nós tivemos muita sorte. Vamos?

–Vamos antes que o cheiro de ferrugem faça as minhas narinas sangrarem.

Seguimos em silêncio e eu fui observando-o. Como ele era sensível e divertido comigo e como com os amigos ele parecia terrivelmente deslocado e como ele me ajudou com a minha prima e não me achou estranha por ligar assassinatos numa escola no centro da cidade com os assassinatos em uma clínica psiquiátrica quase fora da cidade. Ele simplesmente me entedia e essa era a melhor parte.

Eu disse que nunca conseguiria amar ninguém, mas ele era uma exceção. A única exceção.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?Reviwes?Por favor,comentem para que a garotinha fofa e anônima aqui fique feliz e saia pulando pela rua.