Bring Me Back To Life escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 12
Capítulo 12.


Notas iniciais do capítulo

Ei!Sabia que os comentários de vocês estão me insentivando á escrever?Isso é ótimo,não acham?Um capítulo por dia,quem diria...Enjoy and Enjoy.



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O pânico me consumiu. Minha respiração foi cortada. Meu coração fora acelerado á ponto de explodir e minha cabeça doía como se meu cérebro estivesse jorrando sangue. Senti o verdadeiro ataque de pânico me consumindo como chamas. Saí da escola correndo e fui direto ao estacionamento. Recostei-me na caminhonete de Oliver e fiquei lá chorando e me abraçando. Metade da minha sala tinha ido atrás de mim e Oliver passou entre as pessoas correndo quase mais do que suas pernas conseguiam. Ele caiu de joelhos e me abraçou. Senti meu coração se contorcendo, como se fosse explodir.
– Oliver, so-socorro. - sussurrei.
Alguém lhe deu sua mochila e sem ao menos se importar com o que o coordenador falava Oliver me colocou no banco de trás da caminhonete e dirigiu. Ele parecia aflito.
– Oliver. - disse num fio de voz. - ele me achou, ele está perto, Oliver. O assassino está perto.
– Sarah, se acalme, eu não vou deixar que nada te aconteça. Vou te levar para o campo junto com os meus avós e cuidaremos... - fui perdendo os sentidos, primeiro o olfato, depois a audição, depois o tato e por último, a visão.
Eu estava num lugar amplo e arejado. Usava um vestido champagne e longo. Alguém sussurrava para mim, mas eu não conseguia ouvir. Tudo estava bem ali. Tudo estava claro ali. Tudo estava incrivelmente perfeito. Era bom estar ali. Então senti um choque no meu peito e senti-me desintegrar em inúmeros pedaços. Outro choque. Mais um. Então eu explodi.
Acordei com um médico dando choques no meu peito e olhando-me aflito. Eu me engasguei com o ar e tive consciência da matéria, que no outro lugar não existia. Ouvi vários suspiros de alívio. Recobrei a consciência por último e vi Oliver parado perto de mim e chorando descontroladamente, depois vi Helena vermelha e inchada de tanto choro, vi Laila que derrubara algumas lágrimas e vi Derek com os olhos lacrimejantes.
– Você ficou fora por três minutos, nós pensamos que... - Oliver disse e engoliu em seco, beijando a minha mão.
– O que aconteceu? – Perguntei com dificuldade. Deus! Como as palavras pesavam!
– Você apagou no carro. Eu te trouxe para cá e liguei para eles. Você ficou com o coração parado por tempo demais e eu pensei que... - ele tornou a chorar. Reuni forças para me ajeitar na cama e abraçá-lo.
Ficamos abraçados por um longo tempo, até que, relutante, ele me soltou e Helena me abraçou em seguida. Eu não conseguia mexer mais nenhum músculo, então apenas tentei desajeitadamente retribuir o abraço. Depois de longos minutos e do médico ter insistido muito Helena me soltou e eles me deixaram descansando. Resolvi dormir para ver se renovava as forças. Tomara que eu não morra dormindo.
...
Acordei muitas horas depois, sentia como se um cemitério indígena fora construído embaixo da minha língua. Uma palavra e eu infectaria o espaço inteiro. Sentia um peso no peito, um buraco no estômago, minha mente não pensava em nada.
Apertei o botão para chamar o médico, ou a enfermeira, não sei.
Quando ele chegou descobri que eu havia dormido por doze horas, sempre sendo observada. Eu faria mais alguns exames antes de ir embora. Oliver, Helena, Laila e Derek me esperavam ansiosos na sala de espera.
Fiz os exames, muitos cardiológicos e o resto neurológicos. Depois coloquei as roupas que Helena trouxera para mim, dei um jeito de arrumar meus cabelos com os dedos e saí.
Oliver estava bebendo água e tremendo bastante. Uma enfermeira tentava acalmá-lo. Helena estava sentada com Derek tentando acalmá-la. Laila parecia concentrada nas pontas de seus cabelos vermelho sangue. Quando eu apareci, Oliver largou a enfermeira falando sozinha e me deu o abraço mais apertado que eu já recebera. Mas meu corpo parecia alheio á seu toque. Na verdade, eu queria que ele me soltasse logo. Depois do abraço que pareceu durar anos, foi a vez de Helena me abraçar. Meu corpo também era alheio á seu abraço e a minha vontade era de empurrá-la gentilmente para me soltar. Derek e Laila deram sorrisos fracos para mim, que eu tentei retribuir, mas foi mais como uma careta. Depois do momento de emoção, eles finalmente me levaram embora do hospital.
Eu fui no banco da frente com Oliver, embora o que eu mais quisesse era ficar sozinha e longe de todos eles. Oliver pegou a minha mão e eu soltei-a gentilmente, fingindo coçar a cabeça. Ele entendeu meu recado e manteve as mãos no volante o resto do caminho, que parecia uma estrada longa e solitária. O rádio não fora ligado, as janelas não foram abertas por conta da chuva e do leve frio. Fiquei olhando pela janela, tentando evitar contato visual com todos. Fiquei pensando no lugar amplo que eu fora quando eu quase morri. Aquele seria um lugar melhor do que permanecer aqui. Com certeza seria.
Chegamos em casa. Não falei nada. Apenas fui até o meu quarto e me tranquei lá dentro. Ninguém foi falar comigo. Eu teria uma semana de descanso e como era sábado, eu resolvi passar o dia inteiro compondo. Até que meus dedos sangrassem com as cordas de aço. Até que eu tivesse câimbra nas mãos. Até que uma música boa saísse da droga da minha mente que parecia estar em estado vegetativo.
...
Fiquei compondo até o final da tarde. Uma música chamada Something Bad Hapenned com um ritmo de blues saiu. Era boa. Uma das melhoras que eu já tinha composto. Passei-a de novo e quando terminei ouvi uma batida na porta. Deixei meu violão de lado e abri. Oliver estava lá.
– Bela música.
– Obrigada.
– Posso entrar?
Dei espaço para ele entrar. Ele se sentou na minha cama.
– O que você tem Sarah? Eu fui embora e voltei e Helena me disse que você não saiu do quarto o dia inteiro.
– Eu estava compondo. Preciso ficar um longo tempo sozinha para compor algo bom.
– E você conseguiu. Mas por que você diz que algo ruim aconteceu quando você morreu?
Suspirei.
– Eu não me sinto bem com nada. É tudo monótono e vazio. É a mesma coisa e o lugar onde eu estava e quando eu quase morri era infinitamente melhor do que esse labirinto de sofrimento.
–Mas o que eu posso fazer para você sair do labirinto?
– Sinceramente? Nada. Infelizmente você não pode fazer nada. Se eu morresse naquela hora ou eu fosse morta pelo assassino, não faria diferença. Eu estaria completamente morta finalmente. Eu poderia ir para baixo da terra finalmente e não ficaria aqui correndo risco de uma vida que eu nem sinto que tenho. Meu corpo está se decompondo e uma hora eu vou me esfarelar e me extinguir e eu só quero que essa hora chegue logo. Você poderia ter me ajudado se me deixasse morrer.
– Eu não posso Sarah. Você não entende?! Você não percebe?! Você é importante para mim! Eu não posso te deixar morrer! Não posso!
– Mas você não pode ficar com alguém morto, Oliver! Eu estou morta, você não pode ficar com alguém assim! Você merece alguém plenamente vivo! Você não entende que eu estou mor ... - ele me deu um tapa, senti minha face formigando e depois ardendo. Uma sensação. Aquilo era bom. Era ótimo. Eu precisava sentir algo. Precisava sentir de novo.
– Me bata de novo. - ofereci a outra face.
– O que?! - ele parecia incrédulo.
–Me bata de novo Oliver! Levante a merda da mão e me bata de novo! Eu preciso sentir alguma coisa! Nem que seja dor! Me bata! - Não Sarah! Não!
– Me. Bata! - gritei.
Ouvi passos apressados subindo a escada, Helena entrou no quarto.
– Me bata, Oliver! - gritei de novo.
– Não, Sarah! Eu não posso!
– Por quê?! Você não sabe levantar a merda da mão e me dar um tapa de novo?! Eu preciso que você me bata!
– Bata nela, Oliver. - Helena disse.
– O que?!
– Bata nela!
Então ele me bateu de novo e um fio de sangue escorreu pela minha boca.
– Sarah! Ah, o que eu fiz?!
– Não Oliver, isso é bom! Eu estou sentindo alguma coisa.
– Não, não!
– Sim, Oliver!
– Não!
Pensei que ele iria me bater de novo, mas ele fez algo que me surpreendeu. Ele me beijou.
O sangue escorreu e se misturou entre o nosso beijo, mas era uma sensação maior do que tudo. Maior do que o tapa. Maior do que tudo que eu já tivera sentido. Ele me puxou para mais perto ainda pela cintura, o que eu pensei que fosse impossível. Suas mãos se perderam nos meus cabelos e as minhas repousaram em sua nuca. Ouvi Helena sair do quarto, mas não importava. Naquela hora, só existia nós dois.
Ele tirou os lábios dos meus, que pareciam grudados como ímãs.
– Eu amo você. - sussurrou.
– Também amo você. - sussurrei de volta.
Então ele me abraçou e não era mais como o abraço demoradamente maçante para mim antes. Era um abraço necessário. Eu precisava abraçá-lo e sentir sua pele quente. A sensação de segurança se misturou com a de afeto e era uma das melhores sensações.
– Toca a sua música de novo? - ele pediu.
– Ok.
Peguei o violão.
Something bad happened
When I die and back
From the dead that I deserve
Oh yeah, something bad happened
When they whispers and whispers
When the only thing I have is the dead
Oh yeah,I’ll die for you,baby
I could die for you, baby
Die, but something bad happened.

Continuei a música, o ritmo de blues combinando com a noite que caía e o vento frio que entrava pela janela. Oliver tirou o maço de Black Devil do bolso e eu emendei:
Oh,Light your ciggarete,baby
Cause we gonna die tonight
You and I
We survive to die.
Ele deu um sorriso torto e acendeu o cigarro. Soltou um fio de fumaça em direção á janela que ficava ao lado da minha cama. Então ele achou uma gaita na escrivaninha, deixou o cigarro na tampa de um pote, que a partir daquele momento começou á servir de cinzeiro, deu um sorriso torto e começou a tocar.
Éramos uma ótima dupla, de verdade. Quando acabou a música, nos olhamos e eu lhe dei um selinho.
– Somos uma ótima dupla de blues. - eu disse.
– Com a sua voz e o seu talento fica fácil, não é?
– Mas continuamos sendo uma dupla perfeita.
Liguei o som, um cd do Robert Johnson. Coloquei meu violão no apoiador e guardei a letra dentro de uma caixa junto com as outras. Deixei a gaita em cima da escrivaninha e fui para cama com Oliver. Ficamos olhando pela janela, curtindo os solos e observando a noite. O céu não era o mesmo que o do campo, mas não deixava de ser belo. E entre solos e as oscilações do peito de Oliver conforme ele respirava, eu dormi.
...
Acordei deitada na cama e coberta. Havia um bilhete na escrivaninha. Congelei e peguei-o.
“Bom dia, bella raggaza. Tive de ir embora, mas de tarde eu volto,ok? Recolhi meu cigarro e lavei a tampa do seu pote para que não ficasse com cheiro de cinzas. O quarto continua com o seu perfume, então está perfeito. Seus pais não encontrarão nenhum vestígio de fumo,ok? Amo você.” - Oliver.
Suspirei aliviada e fui tomar banho ao som de Broken do Jake Bugg.
Quando sai vi outro bilhete em cima da cama. Peguei-o. Senti o medo invadir meu peito.
– Helena! Helena! - gritei.
Ela apareceu no mesmo instante.
– O que foi Sarah?!
– Ele, ele entrou aqui de novo. Ele está jogando comigo. Rodeando-me de corpos e bilhetes para apenas no final me matar. Helena, nós o conhecemos, mas não sabemos quem é!
– Calma Sarah, o que aconteceu?
Mostrei-a o bilhete.
– Filho da mãe.
Fui para a cozinha e abri uma garrafa de Jack Daniel’s. O whiskey me acalmaria. Pensei. Bebi o conteúdo e peguei uma faca e saí pela casa.
– Sarah, o que você está fazendo?!
– Se ele ou ela estiver aqui agora, eu mato!
– Não, não vai matar. Já não basta eu ter uma amiga serial killer, agora vou ter uma prima também?!
Minha mente clareou.
– Laila...
– Não, não! Ela é a minha amiga, ela parou com isso! Ela não é o Anjo da Morte!
Olhei para o bilhete e a foto anexada. Era uma foto de ontem à noite, eu e Oliver nos beijando e Helena saindo do quarto. Somente duas pessoas faltavam na foto. O bilhete dizia:
“Meu Deus! Onde eu estou? Eu poderia estar nessa cena ou não. Farei mais uma vítima hoje especialmente para você. Eu posso ser ele, ela, ruivo, moreno, loiro... Apenas saiba que eu vou salvar mais uma alma hoje à noite.” - Anjo da Morte.
– Helena, apenas o Derek e a Laila estão faltando nessa foto. Ele não mandou essa foto por brincadeira.
– E você acha que eu não sei?! Eu convivi com psicopatas por um ano! Mas não podem ser eles, tem alguma coisa que está faltando...
– Só pode ser um dos dois!
– Não Sarah! Ele está fazendo isso para nos colocar um contra o outro! Você não percebe?!
– Não sei, eu não sei de mais nada.
– Se acalme e vamos esperar até a noite.
– É o que nos resta...
...
Oliver chegou de tarde e eu lhe mostrei o bilhete. Ele disse que era para Helena não sair mais a noite e dormir comigo e quando lhe falei sobre a minha teoria, ele disse que era melhor nos acalmarmos e não tirarmos conclusões precipitadas e depois me beijou.
Passamos a tarde inteira aflitos e depois mais metade da noite, quando de madrugada, o plantão anunciou.
“Aparentemente o Anjo Da Morte fez mais uma vítima. O jovem de 25 anos teve a garganta cortada e foi enforcado em um chuveiro, como todas as outras vítimas. A esposa encontrou o corpo quando chegou em casa. Há algo escrito em sangue na parede. Aparentemente um recado para os policiais e para uma terceira pessoa. ’Eu estou tão perto e tão longe.Eu estou sobrevivendo e morrendo e tudo será cinzas daqui a pouco. Nós nascemos para morrermos. Vocês são idiotas que não sabem nem a cor do meu cabelo. Tolos. Sarah, essa vítima foi dedicada a você.’ - Anjo da Morte.”


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Notas finais do capítulo

E então,gostaram?Espero que sim.Tchau,beijão.