Bring Me Back To Life escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 11
Capítulo 11.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.Esse está médio.O suspense continua...Enjoy and Enjoy.



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Congelei e vi tudo escuro. Reuni forças para falar:
– Como é?
Oliver me abraçou e me explicou:
– Fizeram alguma coisa com os familiares e todos confirmaram que as vítimas tinham esquizofrenia. O chamam de Anjo da Morte porque ele parece como um anjo que vem acabar com o sofrimento das pessoas, mas de uma forma brutal. Eu estou preocupado com você, bella raggaza.
Suspirei, seu sotaque italiano me acalmava.
– Vai ficar tudo bem, Oliver. Eu tenho um estilete, lembra? - brinquei.
– Eu sei, mas acho que ele não se assustaria com um estilete. Eu conversei com a sua prima e os amigos dela. Nós cuidaremos de você. Por favor, entenda nosso desespero.
Beijei-lhe a bochecha numa tentativa de acalmá-lo.
– Está tudo bem, Oliver. Eu posso aguentar algumas babás.
Ele sorriu.
– Ótimo. Tenho um aviso e uma pergunta para te fazer. Primeiro: Helena vai ficar fora a noite toda com o Derek, o que me leva á: aceita jantar comigo hoje em casa, bella raggaza?
– Sim, eu aceito. Mas e os seus pais?
– Eles foram para Londres ver meu primo.
– Ah,sim... Sim, Sr. Fedrizzi, eu aceito jantar com você esta noite. Mas quem me fará companhia enquanto você prepara nosso jantar em sua casa?
– Laila.
Estremeci e a lembrança de algo vermelho passando e fechando a porta na noite anterior me consumiu a mente. Antes que eu pudesse expressar qualquer reação negativa e/ou ter um ataque de pânico, suavizei a voz e a expressão.
– É claro. Então, quando ela vem?
– Ela já deve estar vindo. Ela disse que viria aqui mais ou menos... -alguém buzinou lá fora. - agora.
Ouvi alguém entrando em casa e passos apressados subindo a escada. A baixinha parou ao batente da porta e me abriu um sorriso.
– E aí, olhos de safira! Tudo bem?
– Sim e você?
– Estou ótima! Anda, sai loiro e vá fazer o jantar de vocês dois em sua casa. A garota aqui - ela apontou para mim. - tem que se arrumar.
– Tchau. - deu-me um beijo na testa. – Tchau, baixinha. - ele disse para Laila e saiu.
– E então... -os olhos castanhos me olharam com curiosidade. - com que roupa você vai jantar com o bello raggazo?
– Eu... Eu não tive tempo de pensar.
– Vá tomar um banho. - disse. - Eu cuido disso para você.
Com relutância dirigi-me ao banheiro. O que Laila iria aprontar?
Quando saí as roupas estavam dispostas sobre a cama: um vestido branco com a saia um rodada como dos anos 60, saltos pretos 15 e uma jaqueta de couro preta. Simples e bonito.
Minha dama de companhia saiu do quarto e eu pus a roupa. Minha safira destacava-se em minha clavícula. Fiz algo claro nos olhos e passei um gloss na boca. Meus olhos e o colar eram o destaque.
Fui para sala, onde Laila estava. Ela me viu e abriu um sorriso orgulhoso.
– Sabia que você ficaria linda assim.
Corei um pouco e fui assistir TV com ela até que Oliver ligasse e dissesse que eu poderia ir. Assistimos a uma maratona de NY ink, um programa sobre um estúdio de tatuagem, o Wooster Street Social Club. Os caras do elenco eram gênios das tatuagens e eu me emocionava com cada história.
Por volta das 19:00 pm Oliver me ligou e disse que viria me buscar.
– Não discuta com o meu cavalheirismo. - ele disse quando protestei.
Quando ele chegou, me despedi de Laila, que ficaria em casa assistindo uma maratona de How I Met Your Mother e entrei na caminhonete dupla de Oliver.
– Você está linda. - ele disse.
Dei um sorriso envergonhado.
– Obrigada, você também.
Ele usava calça jeans e uma camisa de botão preta. Novamente, simples e bonito.
– Qual é o cardápio, cheff? - perguntei.
– Prepare-se para comer o melhor cappeleti da história, bella raggaza.
– Cappeleti?
– É uma massa italiana.
– Comida italiana, é? Diga-me, qual é sua história com a Itália?
– Minha história com Verona, para ser mais exato? - ele sorriu. - Te conto no jantar.
Chegamos a sua casa. Entramos e tudo estava iluminado com velas.
Olhei-o.
Ele deu de ombros.
– A energia acabou.
– Sei...
Fomos até a cozinha, travessas com cappeleti, arroz, saladas e algumas outras coisas italianas estavam dispostas sobre a mesa junto com uma garrafa de vinho tinto.
– Vinho? - perguntei.
– Só por hoje. Acredite em mim, você vai gostar. - ele puxou a cadeira para que eu me sentasse. Ocupei meu lugar e ele se sentou na outra cabeceira da pequena mesa quadrada.
Ele começou a se servir e eu fiz o mesmo e então ele me serviu o vinho, que pelo o que estava escrito no rótulo vinha da Itália e era de 1955.
– Beba e aprecie. - disse-me.
Então eu bebi e apreciei e percebi que aquele era o melhor vinho que eu já tomara e percebi o quanto era doce e ao mesmo tempo suave e percebi que 58 anos fazia uma diferença absurdamente agradável.
– É delicioso. - conclui.
Ele deu um sorriso bem grande.
– Quer que eu te conte minha história com Verona agora, bella raggaza?
– Estou ansiosa por isso.
Pigarreou.
– Meus pais são italianos, você pode perceber isso pelo meu sobrenome, e quando eu nasci ela não queria sair tão cedo da Itália e meu pai faria tudo por ela e ainda faz, então eu morei em Verona, em meio á todo o romance, as ruínas e à casa de Julieta.
– Casa de Julieta? - perguntei e beberiquei um pouco do delicioso vinho.
– Verona é a terra de Romeu e Julieta, lembra? Nessa casa há um arco de ferro onde os casais colocam cadeados como prova de amor eterno.
– Sério?! Que demais!
– Sim, lá é incrível.
– Já entendi esse seu jeito cavalheiro e preocupado. Você passou uma boa parte da sua vida na terra do amor!
– Sim, é verdade... Embora o amor não me rondasse.
– Como assim?
Ele suspirou, bebeu um pouco de vinho e bagunçou os cabelos.
– Meus pais me odeiam. Não queriam ter tido um filho tão cedo. Eu convivo com isso na boa, mas dói, sabe?
– Eu sei. Deus sabe como eu sei. - segurei sua mão.
– Vamos mudar de assunto.
– Ok, sobre o que você quer falar?
– Conte uma história real e estranha para mim.
– Ok... - revirei meu cérebro à procura de algo assim. - Ok, vou te contar a história sobre a Colônia Perdida.
Bebi o que restava do vinho em minha taça e comecei.
– No fim do século XVI Sir Walter Raleigh recebera uma carta da rainha Elizabeth I para estabelecer um assentamento inglês permanente na Colônia da Virgínia. Entre 1585 e 1587 grupos de pessoas foram deixados ali pra isso. Um mês depois da chegada do segundo grupo tornara-se claro que a colônia precisava de mais suprimentos para sobreviver. John White foi buscar os suprimentos na Inglaterra e deixou a colônia sozinha, mas antes de partir, ele combinou com os colonos que caso necessitassem abandonar o lugar por conta de um ataque, deveriam gravar em uma árvore uma cruz-de-malta, para orientar uma eventual tentativa de resgate. Ouve uma batalha na Inglaterra da Invencível Armada de Felipe II de Espanha. Então, quando a batalha terminou, três anos depois, White retornou à Colônia de Roanoke. Todos os homens, mulheres e crianças haviam desaparecido e ao invés de uma cruz-de-malta, ele achou apenas uma palavra talhada numa árvore. Croatoan.
– Uou! Que demais! Conte-me mais.
Ficamos mais de uma hora comendo e discutindo sobre a Colônia Perdida, quando fui ver o relógio, já eram 10h00min pm.
– Meu Deus, eu tenho que ir embora! - levantei-me rapidamente.
–Tudo bem, eu te levo. - Oliver pegou um casaco e eu o segui até a caminhonete.
Fui embora, Oliver me abraçou, deu o típico beijo na testa que se tornara mecânico, mas o sentimento era recíproco e eu entrei.
Laila estava assistindo O Iluminado com um balde de pipoca enorme.
– Oi! Quer assistir comigo?! - perguntou em seu típico tom alegre.
– Desculpa, mas amanhã eu tenho aula cedo. Vou ir dormir, ok?
– Ok. A Helena chega daqui a pouco, só pra você saber.
– Ok, obrigada. Boa noite.
– Boa noite.
Subi ao meu quarto, estava tudo no lugar, exceto por uma coisa a mais...
Peguei um bilhete em cima da minha escrivaninha.
“ ’But is all my fault! I’ll never gonna be good enough! ’ Tome cuidado, eu sou um anjo, lembra? Ninguém é páreo o bastante para mim e agora, ninguém irá salvá-la” - Anjo da Morte.
Dei um grito de pânico e caí no chão, enterrando a cabeça entre os joelhos. Laila chegou e tentou me amparar, mas eu estava em pânico total. Sussurros embaralhados invadiam a minha mente e a única coisa que eu queria naquela hora era sair dali. Então algo no fundo da minha mente sussurrou: ”Nunca estará á salvo...” e eu desmaiei.
...
Eu acordei subitamente, desesperada por ar. A letra da minha música no bilhete do assassino rodava a minha mente. Laila, Helena, Oliver e Derek estavam na minha frente e então Oliver me deu um abraço apertado e trêmulo. Todos estavam com lágrimas nos olhos.
– Por um minuto eu pensei que... - Oliver começou, mas interrompeu-se. Ele apenas me abraçou de novo e beijou o topo da minha cabeça. - Ah Sarah, como eu vou poder viver se você está em perigo constante?
Solucei e enterrei a cabeça em seu peito. Senti o cheiro do seu perfume, senti as gotas pesadas de suas lágrimas caindo em cima da minha cabeça, senti seus braços me envolvendo e me acalmei o suficiente para lhe dizer:
– Está tudo bem.
– Não, não está - ele disse. - Hoje eu vou dormir aqui com vocês duas. Eu não vou ficar longe de você Sarah, eu não posso.
– Tudo bem, você dorme aqui.
Derek e Laila se despediram, achei outro colchão e outro cobertor para Oliver dormir ali. Ele tirou a camisa para não amassá-la e no dia seguinte sairíamos mais cedo para ele poder pegar seu material, mas só se eu estivesse bem.
Dormir me fez bem, realmente bem. Quando acordei Oliver estava me observando dormir e Helena já se levantara. Faltavam cinco minutos para o meu relógio despertar, mas eu não voltaria a dormir agora.
Dei um sorriso fraco para Oliver, que se levantou e vestiu a camisa. Ele checou se eu estava bem e após o diagnóstico positivo ele deixou-me tomar meu banho matinal.
O banho fora revigorante, principalmente ouvindo Beethoven. Acalmou-me a alma e diminuiu os sussurros. Meus remédios estavam acabando, mas eu veria isso depois. Aquela era a hora de eu relaxar e deixar a água levar todas as impurezas embora.
Sai e encontrei um vestido antigo meu do Ramones que eu até esquecera que tinha e um blusão xadrez junto com meias 7/8, cinta-liga e coturnos. Havia um bilhete em cima da cama.
“Você consegue ficar incrivelmente sexy com meias 7/8, e eu pedi para que Helena cuidasse do resto. Coloque logo a droga da roupa e desça tomar café.” - Oliver.
Desci com a roupa que me fora mandada. Oliver, Helena e Laila assobiaram quando eu me sentei. Tomamos café juntos e Oliver me contara que ele já fora para a sua casa, era só nós irmos.
Despedi-me da minha prima e da baixinha e fui com Oliver até a escola.
Minhas pernas ficaram muito expostas, mesmo com as meias, o que trazia mais olhares do que eu já estava acostumada. Não dei importância e eu e Oliver continuamos com nosso fingimento de namorados. Ouvimos Pet Sematary do Ramones antes de o sinal bater e entramos.
Quando eu abri meu caderno para copiar os tópicos de religião, vi um bilhete escrito numa folha. Reconheci terrivelmente a caligrafia inclinada.
“Eu estou mais perto do que você imagina e sou mais familiar do que você pensa.” - Anjo da Morte.


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Notas finais do capítulo

E aí,gostaram?Comentários?Estou amando os comentários de vocÊs,estão me dando uma enorme força de vontade.Obrigada mesmo.