No Coliseu do Santuário, Marin e Chara se preparavam para lutar, o irmão de Asterion estava cheio de fúria.

– Grande Mestre – disse Shô – o Santuário acabou de ser atacado, devíamos mesmo perder tempo com isso?

– Isso vai ser rápido – respondeu Kanon.

Chara tentou dar vários ataques corporais, mas Marin desviou e defendeu todos. No ultimo deles, Marin desviou e em um giro rápido acertou em cheio na nuca de Chara que caiu no chão.

– Sua desgraçada – disse Chara se levantando e concentrado seu cosmo – Experimente meu poder! Ataque de Um Milhão de Fantasmas!

O ataque que pertencia ao irmão de Chara consiste em criar diversas projeções de sua imagem que lançam vários golpes para o adversário. Marin defendeu todos os golpes com facilidade.

– Mas como...? – disse Chara impressionado.

– Esse era o golpe de Asterion – explicou Marin – já vi esse golpe ser executado várias vezes. Um golpe não funciona duas vezes com o mesmo cavaleiro! Porém o meu golpe você não conhece!

Marin levantou a mão direita e um círculo de plumas de cosmo envolveu Chara que não conseguia se mexer.

– Chara, eu nem mesmo precisei usar esse golpe contra seu irmão – começou Marin – Aliás, eu só precisei usar meus golpes mais básicos para derrotá-lo.

– Maldita! Como ousa zombar assim de meu irmão! – respondeu Chara irritado – Ele carregava o legado de meu pai! Assim como eu também o carrego!

– Eu poderia te derrotar sem usar nenhum golpe especial – falou Marin – mas parece que você precisa saber do que é feito um verdadeiro Cavaleiro de Athena! Plumas Cortantes!

As plumas que rodeavam Chara atingiram seu corpo, todas de uma só vez, o irmão de Asterion caiu no chão ainda consciente, porem não conseguia se mexer.

– Eu não consigo me mexer - lamentou-se Chara – como eu pude perder?

– Teve sorte que eu não usei todas as plumas que posso – gabou-se Marin – Usei somente as que atingem certos pontos que te paralisaram momentaneamente.

– Você falou sobre o legado de seu pai não é mesmo? – perguntou Kanon – Ele era Van de Boiero, um dos Cavaleiros de Prata que ajudou Shion a preparar o Santuário para a volta de Atena, eu estou certo?

– Sim... – disse Chara com dificuldade.

– Eu conheci seu pai – disse Kanon – ele era um homem cujos interesses eram somente servir a esse Santuário e a Athena! Sabe por que você e seu irmão perderam para Marin? Porque a Marin é uma Amazona fiel a este Santuário! Enquanto você luta pela vingança de seu irmão ela luta por Athena! Você diz que carrega o legado de seu pai, mas não luta pelo legado dele! Por isso não merece a Armadura de Cães de Caça!

Chara ficou em silencio por um tempo, e logo depois desmaiou devido aos golpes que levou. Kanon então se virou para os outros Cavaleiros.

– Vamos arrumar nossas defesas! – começou o Grande Mestre – Marin, leve Seiya para descansar e retomar o treino na Casa de Touro, lá há mais espaço e é mais seguro. Shaina e Jabu voltem a seus postos e eu quero atenção redobrada, levem Chara para receber cuidados médicos antes, mas certifiquem-se de que ele não causara problemas. Shô, Ushiô e Daichi eu quero que vocês façam rondas periódicas pelo Santuário, alertem sobre qualquer coisa estranha verem. Em breve teremos reforços.

...

Saori Kido ficou sabendo por um recado escrito sobre a invasão no Santuário, mas junto com as informações recebeu também palavras de tranquilidade do Grande Mestre Kanon. A deusa resolveu não ir ao Santuário, somente reforçou o cosmo que havia deixado no seu báculo, preferindo terminar de uma vez por todas suas obrigações na empresa de seu avô. Só falta a visita para fechar o negócio com Anatole Cencini, na Itália.

Saori e Tatsumi chegaram até a mansão de Anatole com reforço de segurança, além de Shun Andrômeda, June de Camaleão também estava protegendo pessoalmente a deusa. Os Cavaleiros de Prata foram enviados diretamente para o Santuário.

Os Cavaleiros de Bronze ficaram de fora, enquanto Saori e Tatsumi entraram na mansão cheia de convidado. Anatole não demorou em abordá-los.

– Senhorita Kido! – disse Anatole – Que bom que veio, é um prazer recebê-la novamente em minha casa! Senhor Tokumaru, que bom vê-lo novamente também!

– O prazer é todo meu Sr. Cencini. – respondeu Saori.

– É bom revê-lo também senhor Sr. Cencini – acompanhou Tatsumi.

– Venham por aqui – disse Anatole – eu fiz questão de colocá-los em minha mesa.

O jantar seguiu normalmente, a maioria das conversas envolvia negócios, posses e riquezas. Então Anatole se levantou, pediu atenção e começou a falar:

– Senhoras e Senhores. Eu queria propor um brinde a Srta Saori Kido, presidente da Fundação Graad, e ao seu diretor e braço direito Sr. Tatsumi Tokumaru que estão fazendo grandes projetos beneficentes para ajudar crianças abandonadas, um trabalho maravilhoso. E é com muito orgulho que eu anuncio que as Indústrias Cencini estarão apoiando e financiando esses projetos. Inicia-se aqui um grande parceria que...

Anatole parou de falar, colocou a mão e sua testa, e começou a passar mal novamente. A situação já causava um murmúrio entre os convidados que queriam entender o que estava acontecendo. Saori foi até Anatole.

– Minha nossa como ficou quente aqui – observou Tatsumi assim como outros convidados.

– Senhor Cencini! – disse Saori chegado perto – O senhor está... ah!

Quando Atena tentou tocar o ombro de Anatole, mas sua mão foi repelida com uma espécie de choque.

Três sombras apareceram atrás de Anatole e repeliram todos que estavam em volta dele. As sombras mostraram seu rosto. Eram Eos, Selene e Hélio.

– Que bom que finalmente a encontramos Atena! – disse Hélio.

– Quem são vocês? – perguntou Saori

– Eu seu Eos, a deusa da Aurora, lembra de mim Atena? – e Eos apontou para os outros dois – Essa é Selene, a personificação da Lua, e Hélio, a personificação do Sol.

...

Pouco tempo antes, do lado de fora da mansão Cencini, Shun e June esperavam perto do carro de Saori, e conversavam.

– June – começou Shun – porque ficou todo esse tempo afastada?

– Me desculpe Shun – respondeu June – eu não podia suportar ser tão fraca, eu tinha que estar a sua altura.

– Mas porque isso tudo? Porque precisa tanto se igualar a mim?

– Shun, a verdade é que eu preciso ser forte para te merecer, porque eu t..

June parou de falar de repente, pois os dois sentiram um cosmo nefasto vindo de dentro da mansão, os dois vestiram suas Armaduras e entraram.

Chegando lá, a mansão começou a pegar fogo, Tatsumi ajudava as pessoas a saírem do local, mas ninguém conseguia chegar perto de Saori e Anatole. Exceto Shun e June que chegaram a tempo de ouvir a apresentação de Eos.

– Rápido Shun! – disse Saori – Tire o Anatole de lá!

– Vá Corrente de Andrômeda! – gritou Shun, mandando a sua corrente em direção a Anatole com a intenção agarrar Anatole e tirá-lo de lá, porém a Corrente foi repelida, não por uma das três divindades, mas pelo próprio Anatole.

– Mas como...? – perguntou Saori, mas engoliu a frase ao perceber a quem pertencia o cosmo que emanava de Anatole, e também percebeu porque parecia que eles já se conheciam há tempos.

– Hahaha! – Anatole soltou uma risada. Seus longos cabelos começaram a se levantar sozinho. – Finalmente nos reencontramos minha irmã!

– Esse é Anatole? – perguntou Shun – Mas o que aconteceu?

– Ele não é Anatole – disse Saori – é o meu irmão, Apolo.

– Percebeu rápido não foi? – disse Anatole – Finalmente eu acordei, estava cansado de ficar adormecido nesse corpo fraco e inútil!

– É uma honra revê-lo meu senhor! – disse Eos, se ajoelhando junto com Hélio e Selene.

– Atena está sem seu báculo Apolo, poderíamos matá-la aqui e agora! – sugeriu Hélio. Mas as correntes de Shun já envolviam Saori.

– Ótima ideia Hélio! – respondeu Apolo.

– Não sejam tolos! – disse Eos – Atena com certeza tem suas cartas nas mangas. Vamos embora, você precisa recuperar sua forma Apolo.

– Shun! – gritou Saori – Não os deixe fugir!

– Corrente de Andrômeda! – gritou Shun – Pegue Anatole!

Mas Selene conseguiu repelir novamente a corrente triangular de Shun e as três divindades desapareceram levando Anatole.

Atena decidiu então que era hora de voltar, imediatamente, ao Santuário.

...

Ainda sem saber do ocorrido na Itália, o Grande mestre Kanon estava sentado em seu torno quando foi abordado por um garoto, de aproximadamente 10 anos de idade, de cabelos pretos, lisos que desciam até o ombro e tampavam as laterais do rosto, vestia uma roupa branca parecida com as usadas pelos antigos gregos.

– Grande Mestre... – disse o garoto.

– Sim Iran, diga – respondeu Kanon.

– Os homens que o senhor estava esperando estão aqui.

– Mande-os entrar.

Então três Cavaleiros de Prata adentraram o Salão do Mestre, se ajoelharam diante do báculo de Atena, que estava atrás do trono, do qual Kanon se levantou para recebê-los.

– Apresentem-se jovens Cavaleiros!

– Meu nome é Anor – começou o que estava a direita do Mestre – sou daqui da Grécia, fui consagrado Cavaleiro de Prata de Auriga!

– Me chamo Edgar – disse o homem do meio – vim dos Estados Unidos para servir Atena, sou o Cavaleiro de Prata de Corvo.

– E eu sou Wezen – disse o terceiro homem – sou dos Emirados Árabes, eu sou o Cavaleiro de Prata de Cão Maior.

– Jovens Cavaleiros de Prata – começou Kanon – estamos entrando em tempos de guerra novamente, o poder de vocês será muito útil ao Santuário.