Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

Perdão, tive um pequeno imprevisto e não consegui postar mais naquele dia :/
Mas to de aqui o/ por favor, nao me odeiem :/
Ta que eu tenho uns cinco deveres, dois trabalhos e um teste amanha, mas que se dane né!
Vou ficar na correria nos proximos dias, vou tirar os sisos no final de semana, então não sei quando volto, mas não me abandonem amores!
Vamos logo ao que interessa
Beijinhos e até as notas finais.



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Passamos pelo menos umas três horas na delegacia, mas tudo foi resolvido. Eu dei meu relato, acrescentando a historia da falecida Rachel – essa praga tinha que servir pelo menos uma vez na vida pra algo bom pra mim, alem de só me atormentar – e ela contou novamente tudo que aconteceu na noite anterior. Com as denuncias feitas, alguns dias depois ele começou a ser procurado. Não demorou para o café ficar tão vazio que nem as moscas passavam ali perto, e a noticia do meu show realmente se espalhou, gerando muita atenção. Acreditem, ate é procurada por repórteres eu fui, mas recusei todas as chamadas, não era isso que eu queria. E também, olha bem pra minha cara de quem quer ser aquelas famosas de cinco minutos.

Em uma semana e mais alguns dias o pesadelo acabou. Ele tentou fugir depois de alguns dias, mas um dia antes da viagem, a policia o pegou. Com o passar do tempo, as pessoas foram esquecendo do escândalo. Não me orgulho disso, mas um sorrisinho sempre aparece no meu rosto quando lembro que ele ta preso. Poxa, ele merece vai! E todo mundo sabe o que acontece com gente como ele nos presídios

***

–E ela subiu na mesa e fez um discurso! Denunciou o cara, fez ele ser preso e ainda fechou o lugar! Putz... – quase não acreditava no que tava ouvindo do Gus.

Pra variar, ele estava largado no sofá, e me contava pela terceira vez a historia da Manuela.

É, ela era louca. Mas as vezes essa loucura vinha muito bem a calhar.

***

Esse era o ultimo fim de semana antes de começar as aulas, e eu não tava nem um pouco a fim de sair.

A Laura já tinha combinado de sair com o Gus e eu fiquei sozinha em casa. Ainda estava claro quando eles saíram, e o sono e o tédio me dominaram, infelizmente.

Acordei com uma falta de ar horrível. Olhei para fora, já tinha escurecido, mas não pelo movimento da rua, ainda não estava muito tarde. Sentei na cama, ainda meio zonza. Tive um daqueles pesadelos que te deixa atormentada, mas que você não consegue se lembrar do que aconteceu. Um pânico horrível me dominava e eu precisava de alguem naquele momento. O problema que esse alguem tinha nome, endereço e eu tinha uma chave. E infelizmente, não era o Rodrigo.

Olhei no relógio, ainda estava mesmo cedo. Droooooooga, nem pra já estar tarde demais pra sair. Qualquer coisa que eu pudesse usar de desculpa pra me prender em casa.

Eu só precisava de meio segundo pra melhorar toda a minha semana. Qualquer coisa já me deixaria melhor.

***

Com o Gus namorando serio, eu tinha mais tempo sozinho. E esse fim de semana eu não tava no pique de fazer nada.

Passei a tarde enfiado no sofá jogando vídeo game, e quando anoiteceu, resolvi pedir alguma coisa pra comer.

Não demorou para ouvir a campainha tocar.

E infelizmente, não era meu jantar.

Ela nem precisou falar nada pra eu ver que ela estava zangada.

–Boa noite Anne.

­-Nem tão boa quanto poderia ser.

Ela entrou novamente sem pedir licença, deixou a bolsa no sofá e me encarou.

–O que foi dessa vez?

–Como assim “o que foi dessa vez?”, você lembra da nossa ultima conversa?

–Claro que lembro, voce ficou de me dar o resultado em pelo menos um mês...

–Já tenho o resultado.

–E ai?

O cabelo estava preso, com os cachos pesando sobre os seus ombros. Ele desviou o olhar impaciente, pegou a bolsa e me entregou um envelope.

–Veja você mesmo.

Eu não entendia muito disso, mas dava pra perceber pelos níveis de hormônio alterados.

Ai meu deus...

Larguei as folhas fora do envelope na mesinha e sentei, antes que minhas pernas amolecessem de vez. As mesmas perguntas rodavam pela minha cabeça, mas dessa vez, a sensação era estranha. A felicidade não era maior do que o choque, porque parecia que não era correto.

E o mesmo pedido.

–Fala alguma coisa, por favor.

Mas eu não conseguia sequer formular uma frase. Eu devia dizer que estava com ela certo? Que estávamos juntos nisso e bla bla bla.

–Eu não sei o que dizer.

–Eu não posso exigir nada de você... Você só precisava saber mesmo...

Eu quase podia ouvir a voz dela repetindo tudo de novo pra mim. Mas que droga! Não era ela ali, era a Anne, será que meu cérebro não pode simplesmente aceitar isso?

E na boa? O que essa gurias tem na cabeça pra acharem que eu ia abandonar elas desse jeito?

–Olha, nem começa. Não me venha com o papo de “eu sou independente”. A criança não é só sua – respirei fundo algumas vezes, eu não tinha muita escolha, era o certo a fazer – Eu to disposto a fazer o que você precisar.

–Não é como se estivéssemos no século passado, não precisa casar comigo Eduardo.

Casar? CASAR? COM A ANNE? Deuses... Engoli em seco, tentando disfarçar o pulo que meu estomago tinha dado.

–Não se ofereça pro que não pode cumprir.

–E o que quer de mim então? Que eu lhe dê os parabéns e pronto, te expulse agora mesmo? “Só vamos esquecer isso ta bom?”, lembra quando me disse isso? Agora me diz como eu vou esquecer que tenho um filho! Eu to tão perdido quanto voce Anne, e eu só quero mostrar que não sou esse cara que voce pensa, eu vou te ajudar.

Ela abriu a boca para falar alguma coisa, mas a campainha interrompeu.

Pelo menos a comida chegou.

***

Aquela mesma sensação de que era melhor não estar ali me invadia, só que eu sou burra demais pra levar ela em conta. Mas é claro que eu me arrependi assim que ele abriu a porta.

Eu reconheceria aqueles cachos vermelhos em qualquer lugar.

***

Naaaaaaaaaaaaaaao!

Por que não era a comida????????

Por que ela tinha que chegar logo agora? Ou jogaram macumba em mim ou a Manu realmente tem o dom de chegar na hora errada. O mais provável é que sejam as duas coisas.

–Manuela – sussurrei surpreso.

–Por que sempre fala meu nome desse jeito quando me vê? – ela se encolheu, puxando a manga do casaco. Seus olhos percorrem depressa o ambiente. Não precisava ser um gênio para saber em que ela parou - Isso não importa agora... Deixa, é melhor eu ir embora.

Não, ela tava ali na minha frente e eu queria muito ter ela mais perto. Queria ela ali comigo como nunca quis. Mas eu não podia. A Anne tava alguns passos atrás, observando a cena de forma impaciente.

–Não, espera – minha voz saiu mais fraca do que eu esperava.

–Esperar o que Edu? Voce terminar a conversa com ela? Desculpa se mais uma vez eu interrompi...

–Não é isso Manu, você ta entendendo errado... Nós não... – como eu ainda podia tentar explicar alguma coisa?

Ela abaixou a cabeça. A franja estava longa e tampou parte do seu rosto ao cair. Como sempre, ela passou, jogando todos os fios para trás. Eu podia ver seu rosto, mas seus olhos se mantiveram no chão. Pude ver ela umedecer os lábios.

–Não tenta explicar, não me deve satisfação nenhuma. Eu já to indo.

***

Já estava me virando quando parei pra prestar atenção naquele barulho que me incomodava. Ele estava ali desde que eu tinha chegado, mas até aquele momento, não tinha me incomodado tanto! Dei uma ultima olhada, parando os olhos nos pés inquietos dela, que insistiam em bater de forma impaciente.

–Posso pelo menos te encontrar depois? – ele perguntou segurando meu braço.

–Melhor não, não quero incomodar ainda mais.

Ele virou a cabeça, revirando os olhos para ela.

–Pensei que eu tinha ficado invisível aqui – ela disse sorrindo de forma cínica e acenando pra mim.

Respondi com o sorriso mais falso que eu podia dar, acenando de volta.

–Agora não Anne – ele resmungou, e voltou a falar comigo – Por favor.

–Deixa quieto Edu...

–Eu ainda to aqui Eduardo – ela cantarolou no fundo.

–Deuses, ela não sabe ficar quieta? – quer saber? Eu desisto! Fechei a cara e falei no tom mais serio que consegui - Me solta, preciso ir.

–Sei que não precisa – aquilo soou como um “e sei que quer fica”.

–Você que interrompe os momentos e eu que não sei ficar quieta? – ela falou impaciente.

–Como você consegue estar em todo canto que eu vou? – retruquei, já avançando, mas impedida pelo aperto dele no meu braço.

E com o Eduardo. Sempre!

–Não tenho culpa se você só chega na hora errada.

–E eu não tenho culpa de você ser uma vadia – soltei de uma vez.

Com essa o Edu até soltou meu braço, me olhando com uma cara de “putz, agora vai dar treta”.

Meu foda-se ativou no momento em que entrei no apartamento, encarando ela. A expressão chocada mostrava claramente que eu tinha “ofendido” ela.

–Vadia? – ela repetiu incrédula.

–Não fala assim Manu... – ele pediu.

–Que bonitinho, vocês já se defendem – respondi só pra ele ouvir, com o tom mais irônico que consegui - É, V-A-D-I-A! É esse é o nome que eu dou pra quem rouba namorado alheio.

–Eu por acaso obriguei ele a fazer alguma coisa? Se você não sabe segurar seu namorado, não venha culpar ninguém quando ele procurar alguem pra fazer o que você não faz.

Eu tava pronta pra dar minha resposta, quando meus olhos bateram nas folhas espalhadas na mesinha. Não não não não não não! Qualquer coisa menos isso...

Me inclinei para pegar as folhas. Era exatamente o que eu pensava. O nome dela no topo, e a confirmação.

O resultado era positivo.

Me virei, ainda com o exame na mão, olhando pra ele.


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Notas finais do capítulo

Anne ta preeeeeeeeeeenha!
Ai me deus, o forninho caiu meu povo - sim, eu ainda morro de rir vendo isso, pq sim!
O que acharam?
Me contem tuuuuudo
Beijos amores :*
Ps: ainda não consegui me atualizar nos comentarios respondidos, mas juro que to lendo e morrendo de amores - até pelas ameaças - com todos *-* obrigada :')