Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Feliz Páscoa!
Todos gordinhos com o chocolate? Pois é, eu ganhei um bombom e... Só! Podem mandar meu ovos já ta? Agradecida! - mentira gente, to brincando.
Mais uma recomendação o/ OBRIGAAAAAAAAADA
Vocês são maravilhosos comigo, amo vocês!
Acho que hoje vocês não tão afim de saber da minha vida né? Então tá, não vou ficar contando nada não, bora pro capitulo!



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Okay, eu to em pânico! Eu admito, o que eu tinha na cabeça pra vir até aqui?

Não da simplesmente pra falar “parabéns, você é mais novo – literalmente – papai da cidade! Pega aqui seu certificado de paternidade” e sair divando.

Alguém me ajuda que eu vou ter um treco antes mesmo dele terminar de se vestir.

***

Encontrei minha calça! Mas a má noticia e que quando estava saindo do quarto, me lembrei da ultima coisa que eu tinha falado antes dela sair. E pior ainda, lembrei da sua resposta.

***

Tava rezando pra minha língua não travar e eu conseguir pelo menos tentar falar alguma coisa. Já que eu já tava ali, pior não podia ficar – era o que eu pensava.

Ele veio vestido e se sentou do outro lado do sofá, mas de frente pra mim.

–Então?

–Então... Hum... Eu não sei como contar isso, mas acho que temos um probleminha.

–Que tipo de problema?

–Um enorme, mas bem pequenininho.

–Como assim Manuela?

Só reparei agora que ainda não tinha lhe olhado diretamente. Deuses, o que houve com ele?

Estava muito mais gato – repare que eu não disse bonito – a barba tinha que ser feita, o cabelo precisava de corte e os olhos nunca me pareceram tão tentadores quanto eram agora. E é claro que o fato de não estarmos juntos o deixava 50% mais atrativo.

–Algo que pode complicar ou resolver tudo.

–To começando a ficar preocupado – oh deuses, por favor, não seja uma gracinha agora, haja como um filho da puta, por favor... – Aconteceu alguma coisa?

Ele sempre agia como um filho da puta, mas do tipo de filho da puta fofo, que sabe o que fazer e quando fazer. Exatamente o tipo que eu não conseguia escapar. Oooooh meleca...

–Aconteceu... Ta, vou ser direta ok? Existe uma grande, e quando eu digo grande, é tipo, enorme possibilidade de... Ain... Eu não sei como falar isso.

Levantei e comecei a andar de um lado pro outro.

–É pra eu me preocupar certo?

–Sim.

–Digamos que eu... Nós... – e foi nesse momento que eu me dei conta do que realmente estava acontecendo – Ai meus deuses, minha mãe vai me matar, ela vai nos matar...

Nem em dei conta que ele tinha levantado também, e já estava na minha frente, segurando meus braços.

–Por quê? O que aconteceu Manu?

–Eu... Eu to... Ai minha nossa senhora...

–Manu, você...?

Então ele entendeu tudo. E acho que foi um choque.

Acho não, é claro que foi um choque! Ele se afastou sem parar de me olhar. Ficou nisso por um tempo.

–Fala alguma coisa, por favor – eu estava pirando, e quase implorei.

Ele abria e fechava a boca, chocado. Eu não sabia ao certo de ele tentava falar alguma coisa ou simplesmente procurava por ar.

–Tem certeza?

–Quase.

–Mas como...?

–Banho.

Ele encostou na parede, procurando por algum apoio. Eu não sabia se isso era bom ou ruim, eu não sabia de nada na verdade.

–O dia do banho... E agora?

–Eu não sei, mas só queria te contar... Não se preocupe, eu vou me virar...

–Como é que é? Se virar? Pode não parecer Manu, mas eu to disposto a... – ele disse já se aproximando.

–Não – interrompi logo, cortando sua frase e seu contato – Não se oferece pra nada, como eu já disse, eu só queria te contar...

–Como "não se oferecesse pra nada"? Que tipo de cara acha que eu sou?

O tipo que trai a namorada.

–Não acho nada.

–Não pode chegar, me contar uma coisa dessas e querer que eu fique indiferente. Achou mesmo que eu não ia me importar?

–Já disse que não acho nada. Em momento algum disse que queria que você ficasse indiferente...

Voltei a cruzar os braços, mordendo o canto da boca para obrigar as lagrimas a não descerem.

A verdade é que eu estava tão surpresa e preparada quanto ele. E se isso tivesse que acontecer, eu não queria que fosse desse jeito, com a gente separado. Mas é claro que meus planos aos 16 não aconteceram. Nada disso aconteceu.

–Manuela – ele deu um passo para tentar se aproximar mas desistiu – só por favor, não me afasta desse jeito. Não se afasta...

Achei melhor não responder, pra não correr o risco da minha voz embargada me entregar.

–Como você ta?

–Gravida, essa resposta é o suficiente pra você?

–Não adianta né? Sempre doce feito limão...

–E você tão calmo quanto um furacão – retruquei me lembrando dos machucados nos nós dos dedos que ele sempre aparecia.

Ele não sabia como agir. Não sabia se devia debater, discutir, deixar isso quieto, tentar me consolar com um abraço ou me agarrar ali mesmo. Infelizmente o burro do meu consciente pedia pelas ultimas opções.

Foi então que ele fez algo que me surpreendeu ainda mais.

Cerrou os punhos e andou até o balcão, apoiando o rosto entre as mãos. Levei um susto quando ouvi um soluço.

–Você ta chorando...

Ai, odeio que chorem na minha frente, fico sem saber o que fazer.

Ele desviou a cabeça e ficou de frente para a varanda.

–Me desculpa.

–Ta falando do que?

–To falando de tudo.

–Ta maluco?

–Sei que não queria nada desse jeito...

–Também não é assim Edu... Eu só to meio deslocada ainda, mas to feliz. Não precisa ficar mal...

–Mal? Eu to tão feliz que não to cabendo em mim, mas vê o quanto isso é errado?

Ele abriu a porta da varanda e uma rajada de vento me acertou. Ele saiu e ficou apoiado na grade de apoio.

–Há quanto tempo você sabe?

–Pouco mais do que você... E quando eu digo pouco, é tipo, uns 40 minutos a mais do que você...

–Então veio direto me contar?

–Acha o que? Que sou aquelas mães que escondem os filhos do pai e daqui a uns trinta anos aparece em um programa de TV em um daqueles quadros de reencontro? Me poupe né...

Ele sorriu, daquele jeito que sempre fazia, e que eu sabia muito bem o significado.

“Você não existe garota!”.

Eu quase conseguia ouvir sua voz dizendo isso...

Foco Manuela! Ele ainda é um puto que te traiu! Foco!

–O que vamos fazer? – ele perguntou serio de novo.

–Não sei você, mas eu vou ter uma criança.

Ele bufou e sacudiu a cabeça, e de uma hora para a outra, eu estava encurralada entre seus braços e a grade da varanda, sem ter para onde ir, alem de ir para frente... Para ele.

Não, eu me jogava dali, mas não ia pra ele!

Eu não vou...

Não vou...

Não...

–Querendo ou não, – como sempre, aqueles olhos absorviam tudo ao meu redor, e tiravam todo o meu juízo, o juízo que eu tanto me orgulhava de ter. A voz era quase um sussurro, quase abafado pelo barulho que vinha da rua – aceitando ou não, eu to junto com você Manuela... Não adianta tentar me afastar, eu não vou te abandonar tão fácil. Me ter longe não muda o fato de que agora, mais do nunca, temos algo que nos liga. E não tente mudar esse fato, apenas aceite isso, porque assim que vai ser.

Ain, por favor me abraça tipo, AGORA! Diz que tudo vai se resolver...

Foco!

Mas independente do foco, isso não aconteceu. Ele não me abraçou, não reatamos e a conversa não passou disso.

Ele saiu da varanda e me deixou ali sozinha no frio.

Se ofereceu para me levar em casa e todo o caminho foi silencioso.


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Notas finais do capítulo

Não tenho muito o que dizer... Mas por favor me digam tudo ok?
Por hoje é isso amores, beeijos :*