As Borboletas Negras escrita por Messer


Capítulo 10
Última Chance


Notas iniciais do capítulo

Ok, ok. Demorei e o capítulo é pequeno. Perdoem-me, mas prometo (ou quase) que o próximo capítulo vai ser mais legal e maior :D



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Ela afivelou a última luva.

Kate suspirou, deixando os ombros curvarem-se e a cabeça cair. Não tinha a menor ideia do que estava fazendo. Por que havia tomado aquela decisão. Era verdade, Odin arrancou-a de seu lar, mas Asgard era muito mais receptiva do que Helheim.

A morena levantou-se, e se olhou no espelho. Estava com roupa de batalha: o peitoral justo, dando-lhe pouca liberdade de movimento, o saiote curto, feito de metal com alguma pele de animal, as ombreiras grandes e pontiagudas, braçadeiras compridas e com pontas, luvas que cobriam somente a palma de sua mão, caneleiras e juntas nos joelhos de metal, botas pesadas. Tudo era decorado para lembrar gelo, mesmo sendo de metal. Pontiagudo e gelado. Somente os braços de Kate estavam totalmente cobertos – suas coxas e sua clavícula, além do enorme decote era visíveis. Ela achou a vestimenta levemente machista. Não estava tão protegida como mostravam os heróis masculinos nos filmes.

Kate olhou para a cama. Uma espada longa repousava sobre os lençóis brancos. Ela tinha o punho simples, dourado. Sua lâmina era vermelha. Não parecia-se nada com qualquer coisa em Helheim.

Antes de voltar ao quarto, depois de uma longa conversa com Hel, a deusa passou pela sala de armas. O ambiente causou arrepios em Kate, com suas lâminas e lanças afiadas, além de instrumentos de defesa ocupando todas as paredes. Era um lugar grande, com bonecos para treinos. Estes estavam completamente cortados e quebrados, como se alguém passara horas e horas praticando golpes com aquelas armas.

Hel estava do outro lado da sala, na frente de um pequeno balcão que Kate não havia notado antes. Ela se virou e levou uma caixa negra rasa e longa para a outra. Kate olhou para o objeto estendido em sua frente. Hel estava em silêncio, observando-a examinar a caixa, como se estivesse esperando algo. A morena esticou a mão – agora feita de gelo, por causa do reino em que estavam – e tocou a caixa com a ponta dos dedos.

Na mesma hora, chamas se desdobraram do material, criando desenhos e percorrendo Kate, fazendo-a voltar à sua aparência normal. Ela deu um passo para trás, assustada por conta da pequena explosão repentina que testemunhou. O fogo percorreu-a rapidamente e se extinguiu, fazendo com que sua pele congelasse mais uma vez.

– O que foi isso? – Ela perguntou assustada para Hel.

– Abra – a deusa respondeu.

Kate o fez. Mais uma vez, a caixa encheu-se de vida, correndo pelo ambiente. Somente onde Hel tocava que as chamas não se estendiam. Repousado em um tecido macio e negro, havia uma espada vermelha. Kate segurou em seu punho e a levantou. Era perfeita. Peso ideal, equilíbrio perfeito, encaixava-se na mão de Kate como se fosse feita para ela.

– Musphel deixou-a aqui como um presente pouco depois de você nascer.

Kate levantou os olhos, agora castanhos para a deusa. Ela estava calma, e olhava para a morena com uma certa ternura.

– Foi feita para você – ela disse. – Faça bom uso. Você é a filha de Musphel. Kasis, você vai criar e destruir. Quero que esteja ciente disso nas decisões que tomar quando estiver empunhando essa espada.

Kate deitou no chão. Havia acostumado-se com a temperatura, o frio do lugar não incomodava-a mais. A armadura era desconfortável, mas ela sentia seu coração doendo, e isso havia tomado toda sua atenção. Iria para uma guerra de criaturas míticas, deuses e inocentes com famílias, longe de casa, lutando por algo que não tinha muita certeza do que ser. Ela fechou os olhos por um longo momento e abriu-os. Ainda enxergava o teto de gelo de seu quarto em Helheim.

A morena pensou em fugir. Era uma boa opção, mas sabia que encontrariam-na. Era uma simples questão de tempo. Se haviam feito isso quando estava com Loki, por que não o fariam novamente e com mais precisão quando estava sozinha?

Seus pulmões doeram. Loki. Será se ele estaria bem? Pelo o que Hel disse, ele estava vivo. Mas onde? Kate sentiu uma lágrima escorrer por seu rosto ao longo que lembrava-se dele. Os olhos verdes, cabelos negros, pele pálida. Não era bem o seu tipo, mas ele simplesmente tinha o seu coração. Quando ele havia buscado-a e guiado ela pelos caminhos secretos de Asgard Kate sentia que havia algo diferente nela em relação a ele. A noite em Las Vegas foi tudo o que precisava para ter certeza daquilo.

– Vou encontrar você – ela sussurrou para as paredes, e sua voz flutuou no ar por um momento antes de sumir.


Somente as botas de Kate ecoavam ao longo que ela andava. Mesmo estando vestida para batalha – com capa e medalha, além do resto da armadura, não muito diferente da de Kate, Hel não fazia barulho.

Olhando para seus pés, a morena percebeu que a deusa atraia uma espécie de névoa para si. Ela voltou a olhar para frente.

– Onde está seu exército? – Kate perguntou.

– Vamos chama-los agora – Hel respondeu.

– Você não organizou nada antes? – Ela arregalou os olhos.

Hel franziu a testa e a olhou.

– São mortos. Eu sou a senhora deles. Não há outra escolha além de me obedecerem.

Kate levantou as sobrancelhas ao longo que continuava a andar. Não demorou muito para pararem na frente de uma enorme porta, trancada com um cadeado negro.

– Essa é sua última chance de desistir. Tem certeza que quer fazer isso? – A voz de Hel era cuidadosa.

– Tenho – Kate respondeu.

Hel puxou uma chave do ar, formada de névoa. Logo esta tornou-se sólida, e a deus colocou-a no cadeado e girou. Um clique estalou e as portas foram empurradas, fazendo com que as madeixas de Kate esvoaçassem.

Do outro lado encontrava-se um abismo enorme e negro, com soldados fantasmas espalhados até onde os olhos não podiam mais alcançar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixem-me suas opiniões, é muito legal quando alguém comenta, sabe? ~le indireta ;D hahaha



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