The Four Players escrita por Rayssa


Capítulo 9
Clever


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei, eu sei .-. Mas, antes de quererem me crucificar, leiam o capítulo e me amem sz KKKKKKKKKKKKK
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478826/chapter/9

TICTOC!

Havia uma garota. Ela tinha cabelos loiros e estava claramente machucada. Tentei me aproximar, mas eram como se meus pés estivessem colados ao chão. Tentei mover meus braços, entretanto, sentia como se eles estivessem amarrados a mim. Tentei gritar, contudo, nada foi produzido por minhas cordas vocais, nenhum som saiu.

Então, seus olhos ficaram desfocados, e seus lábios começaram a se mexer como se tivessem vontade própria. Eu podia ouvi-la, contudo, não conseguia compreender quais palavras ela usava, pois não estava perto o bastante para ouvir.

TICTOC!

Não era mais a garota que estava ali, eu podia ver... Harry, Harry Potter estava ali, ele falou algo sobre ser o novo mestre de alguma coisa, eu não conseguia realmente entende-lo, até que notei a outra pessoa que estava ali.

Lorde Voldemort.

Dois feitiços lançados. A luz verde voltou-se contra o seu dono. A varinha das varinhas voou pelos ares. Harry a pegou. Tom Riddle caiu, morto. E era o fim de uma longa história, era o fim de uma profecia.

TICTOC!

Agora, eu estava em um local escuro, um tipo de escritório muito bem arrumado e até seria aconchegante se não fosse pelo clima obscuro que aquele local guardava. Analisei o local com perfeccionismo. Todas as paredes eram cobertas por estantes repletas de livros. Havia uma mesa de madeira escura, totalmente vazia, porém, haviam algumas letras cravadas ali. Atrás dela, havia uma cadeira, também vazia. Seu chão era coberto por um carpete verde escuro e macio.

Por que eu estava descalça?

Como se eu não estivesse confusa o bastante, notei que eu estava de pijama, e ao tocar nele, percebi que eu podia me mover. Quando voltei a levantar a visão, eu não estava mais sozinha. Sentando sobre a cadeira, atrás da mesa, havia um homem, um homem que me era muito familiar.

– Quem é você? – dessa vez, minha voz saiu com clareza.

– Eu que deveria fazer essa pergunta, afinal, a sala é minha. – aquela voz era impossível de esquecer, meu cérebro imediatamente trouxe a lembrança à tona.

Aquele era o mesmo homem que estivera em meu sonho.

– Mas, não irei fazer isso, pois já sei muito bem quem você é. – apesar de eu não ver o seu rosto, sabia que, em seus lábios, residia um sorriso sarcástico. – E sei porque você está aqui. – franzi o cenho.

– Eu não sei porque estou aqui. – afirmei.

– Claro que não, afinal, foi eu que te trouxe aqui. – de repente, o homem se levantou e flutuou até mim, tão rapidamente que, por reflexo, dei um passo para trás. – Doce criança... – uma sensação quente atingiu a minha bochecha. Sua mão estava em minha bochecha, o que significava que aquela era a sensação que o toque daquela criatura provocava. – Tão jovem e tão arrogante. – bufei irritada.

– Quem você pensa que é para me chamar de arrogante? – rosnei.

– Alguém que já foi mais arrogante que você. – sussurrou, afastando-se. – Você é inteligente como sua mãe. – afirmou. – Trabalhe sua arrogância, ela só vai te trazer mal. – aconselhou, enquanto voltava a se sentar.

– Pode, ao menos, me dizer o que estou fazendo aqui? – o homem suspirou.

– Você já sabe. – cruzei os braços, irritada.

– Se eu soubesse, não estaria perguntando. – podia sentir minhas bochechas ficando vermelhas, eu estava começando a me irritar pra valer, quando tudo fez sentido. – Você está me ajudando... – arregalei os olhos.

– Na verdade, estava só mostrando o que você já sabe, todavia, sua arrogância não te deixa ver o óbvio. - os olhos do homem brilharam.

– Dá. Pra. Parar. De. Me. Chamar. De. Arrogante? – perguntei pausadamente, por que aquele homem tinha que insistir naquilo.

– Pararei quando a senhorita Weasley entender. – afirmou.

– Entender o que? – levantei as mãos.

– O porquê de eu continuar te chamando de arrogante. – minha vontade era de azarar aquele homem, entretanto, eu não era burra de tenta, afinal, se sua mão não me tocava, porque um feitiço iria acertá-lo? Dei de ombros.

– Você não pode simplesmente me dizer? – o homem negou com a cabeça.

– Se eu te contasse, acabaria com toda a diversão.

TICTOC!

– Que droga de barulho é esse? – perguntei.

– Isso é só para lembrar que você está correndo contra o tempo... – afirmou. – Melhor você acordar logo, tem algo importante a dizer para os seus amiguinhos. – sua voz soava como desprezo, e ele ficou de pé.

– Mas eu ainda não sei do que você está falando... – minha voz saiu em um suspiro.

– Claro que você sabe. – anunciou, aproximando-se lentamente de mim. – Somente você, Rose Weasley seria capaz de saber.

TICTOC!

A ruiva acordou de súbito, sentindo o ar voltar a sua garganta. Ela tocou o próprio pescoço, tentando entender o que era aquela sensação esquisita. Sua cabeça doía como nunca, e o sol que adentrava o quarto estava apenas piorando a dor.

– Weasley? – a ruiva virou seu rosto, enquanto piscava várias vezes para se acostumar com a luz, em direção a cama ao lado. – Você está bem? – logo se tocou que aquela era Ambrose Davies, uma de suas colegas quarto.

– Estou... – a garota precisou pensar um pouco sobre como se sentia. – bem. – disse após alguns segundos. – Por que a pergunta?

– Sei lá, você parece que viu um fantasma. – a ruiva quase sorriu, percebendo que fora quase isso que vira.

– Pesadelos. – deu de ombros. – Que horas são? – Davies franziu o cenho.

– Não faço a menor ideia, só sei que é hora de acordar. – Rose suspirou pesadamente, sua cabeça latejava, e não fazia ideia do que aquele maldito sonho queria dizer.

{...}

Lanna tentava, de toda a forma, acordar a ruiva que ressonava como um bebê ao seu lado. Entretanto, isso era inútil, afinal, para a ruiva, as cutucadas e balançadas, pareciam algum tipo de massagem especial que só a fazia ter um sono mais relaxante. A lufana estava quase desistindo de acordar a garota, entretanto, não queria que ela fosse pega dormindo e levasse uma bela detenção.

Então, algo totalmente inesperado aconteceu.

Rose Weasley acordou de súbito, ficando de pé no meio da sala de aula – atraindo diversos olhares – e, basicamente, gritou:

– JÁ SEI! – Lanna arregalou os olhos, e puxou a garota, para que ela se sentasse.

Ao notar o que fizera, sentou-se rapidamente, mantendo uma postura ereta, e ficando da cor de seus cabelos. Todos os olhares estavam sobre a mesa das duas, incluindo o do professor de DCAT, Miguel Corner, que caminhou até a mesa das garotas, ficando em frente à ruiva.

– O que a senhorita já sabe? – a garota ficou ainda mais vermelha, sentindo o seu coração acelerar como nunca havia feito.

– Desculpe-me, eu não estava entendendo bem... – a garota olhou de soslaio para o quadro, notando o nome que estava ali. Assim que o viu, teve vontade de inventar uma desculpa melhor, aquele era um feitiço simplíssimo. – Como funciona esse feitiço... – pigarreou. – Estava com dúvida sobre o quão longe o flipendo pode empurrar um objeto. – deu de ombros.

– Agora a senhorita já sabe? – assentiu rapidamente. – E como a senhorita descobriu, já que o seu livro estava fechado? – antes que a garota pudesse arregalar os olhos, e admiti que havia sido pega, a lufana interviu.

– Estávamos partilhando o livro. – a ruiva segurou a risada, enquanto a morena beliscava o seu braço, e o professor franzia o cenho.

– Posso saber o porquê? – a ravina deu uma cotovelada leve na colega de mesa, para que essa ficasse calada.

– Eu estava ajudando a Lanna com o feitiço Lumos, antes da aula começar, acabou que, como a página seguinte explica sobre o flipendo, começamos a ler juntas, para não perder tempo. – dessa vez era a morena que estava a ponto de gargalhar. Essa era a desculpa mais ridícula que já ouvira, quer dizer, era a desculpa mais ridícula que qualquer um já ouvira.

– Sério?! – o professor não parecia convencido disso. – E você entendeu, senhorita Longbottom? – a morena assentiu.

– Agora eu entendi a teoria, mas a Rose prometeu que me ajudaria na prática também... – a ruiva podia sentir que se isso não acabasse logo, uma das duas começaria a rir, e tudo iria por água abaixo. – Eu e a Rose somos melhores... – Lanna quase vacilou, contudo, a pisada que recebeu em seu pé, fez o favor de não deixa-la rir. – amigas, e ela sempre me ajuda. – mordeu o lábio logo após.

– Tudo bem, tudo bem... – virou-se novamente para Rose que estava mais vermelha que antes, dessa vez, por segurar o riso. – Que isso não se repita senhorita Weasley. – a ravina não ousou responder, apenas assentiu, pois falar poderia ser o seu fim.

{...}

– O que estamos fazendo aqui? – o grifano perguntou mais uma vez.

– Pela milésima vez Albus, a Rose disse que tem algo importante a falar. – o loiro falou, ele não entendia como o garoto conseguia ser tão desligado, e isso estava começando a irrita-lo.

– Isso não explica o que estamos fazendo na biblioteca enquanto poderíamos estar jantando... – o loiro não respondeu. Os dois ficaram calados por um tempo, o sonserino já começava a achar que se não falasse nada, o garoto ficaria calado, contudo, ele estava errado. – Eu quero abacaxis cristalizados. – afirmou o moreno.

– Não tem abacaxis cristalizados no jantar... – observou o loiro.

– Eu sei, mas deveria ter, eles são gostosos. – Scorpius sentiu uma grande vontade de gargalhar, ele realmente concordava com Albus.

– Você tem razão. – mal terminou de falar, e as garotas entraram na biblioteca. As duas estavam vermelhas de tanto rir. – Qual a das gargalhadas? – o sonserino falou um pouco mais alto do que deveria, recebendo um olhar fuzilante de Madame Clearwater.

– Essa mulher vai acabar pedindo para a diretor nos proibir de entrar aqui. – sussurrou Lanna, fazendo os outros rirem baixinho.

– Também, com a excelente escolha de mesa de vocês, não é pra menos. – bufou a ruiva. – Levantem suas bundas masculinas dai, e me sigam. – mandou, enquanto ia até uma mesa mais afastada.

– Sim mamãe. – brincou Albus, recebendo um olhar fuzilante.

Os quatro sentaram na mesa mais afastada de todas. Rose colocou dois livros sobre a mesa, sobre um deles, colocou seu pergaminho, e abriu um grande sorriso.

– Eu descobrir o significado do enigma. – afirmou, fazendo todos arregalarem os olhos, menos os de Albus, que estavam focados nos livros sobre a mesa.

– Como você conseguiu fazer isso lendo: "Introdução de DCAT para covardes" e "tudo o que você precisa saber sobre Betsy, a pata"? – perguntou o moreno intrigado.

Scorpius e Lanna abaixaram seus olhos para os livros, e franziram os cenhos simultaneamente.

– Eu realmente preciso mostrar esse livro a Betsy, acho que ela não sabe que tem o mesmo nome de uma pata. – a lufana falou como se aquilo fosse uma coisa realmente importante.

– Quem é Betsy? – perguntou o loiro.

– Ah, Betsy Whitby, ela é minha colega de dormitório. – deu de ombros. – Por que?

– Preciso conhece-la, quero saber o que levou os pais dela a colocar um nome desse na pobrezinha. – respondeu sério. Dessa vez foi o moreno que começou a falar:

– O mesmo que leva alguém a colocar o nome do filho de Albus Severus! – afirmou o moreno. – Nunca entendi o porquê de meus pais fazerem essa maldade comigo. – a lufana bufou.

– Cara, pelo menos eles não inventaram um segundo nome para você. E ainda pioraram a situação, não quiseram só uma filha chamada Alice, decidiram que seria Alice Lammona e Alice Antonina. – bateu na própria cabeça.

– Espera, o nome da Nina é Alice Antonina? – perguntou a ruiva, intrigada.

– Sim, dá pra acreditar? – até mesmo Albus estava indignado.

– Eu achava Scorpius esquisito, mas, depois de ouvir essa, ter nome de constelação é algo muito bom. – foi então a ruiva se ligou.

– Ei! – chamou a ravina, fazendo todos a olharem. – O enigma. – ele havia sido totalmente esquecido.

– Anda, conta o significado cenourinha. – a ruiva sentiu suas orelhas esquentarem, mas, ignorou a sensação.

– Eu já havia descoberto metade do significado, mas, havia algo que não fazia sentido, faltava uma ligação. – a menina pegou o livro de introdução a DCAT. – Eu li esse livro, a uns dois anos, e eu havia me esquecido completamente sobre uma coisa que tem escrita nas curiosidades. – ela o abriu em uma das últimas páginas. – Aqui fala sobre profecias, algumas curiosidades que, para maioria das pessoas, não faz o menor sentido, mas, para a gente, é importante. – ela apontou o quinto pontinho do livro, e virou, para que eles pudessem ler.

Lá estava escrito:

“Como poucos sabem, ninguém sabe realmente como ocorre uma profecia. Sabemos pouco sobre isso, mas, sabemos que existe um balanço, se uma profecia se cumpre, outra se forma. Sempre são proporcionais, quanto maior a profecia cumprida, maior a gerada.”

Ninguém havia realmente entendido o que aquilo queria dizer, eles apenas assentiram, como se aquilo fizesse sentido, quando, na verdade, não fazia.

– Vocês são idiotas ou o que? – perguntou a ruiva, percebendo que nenhum deles havia entendido. – A profecia do tio Harry! Quando a profecia foi cumprida, outra foi gerada! Temos até maio do próximo ano para terminar esse jogo, ou melhor, só estaremos aptos a chegar a fase final quando descobrimos os quatro nomes que estão ligados com as pessoas que amamos. Quando nós colocamos nossos nomes nos pergaminhos, um vínculo foi criado entre o jogo que alguém com o mesmo sobrenome que cada um de nós. A primeira ideia é que precisaríamos descobrir quem são os familiares que vão morrer caso a gente não consiga completar... – a menina puxou o outro livro. – Mas, Betsy me fez perceber que não é isso. Quando seu irmão foi morto, ele deveria ficar preso limbo, contudo, Betsy troca de corpo com uma pata, e mata a si mesma, para que a alma da pata vá para o limbo e ele pudesse descansar em paz. – ela respirou fundo, antes de continuar. – Em outras palavras, precisamos descobrir o nome das quatro pessoas que deverão ir para o limbo, no exato dia em que faz 19 anos que Voldemort foi derrotado! – antes que qualquer um deles pudesse processar o que havia sido dito, algo aconteceu.

Uma luz forte emanou de cada pergaminho, tanto o que estava sobre a mesa, como o que estava dentro das vestes de Scorpius. Dentro do livro de poções de Lanna. E no dormitório da grifinória de Albus. A luz era forte demais para que eles pudessem ver alguma coisa.

E então, ela parou.

Os quatro garotos se entreolharam, sem entender, e perceberam que foram os únicos a ver as luzes. Ninguém parecia notar nada de diferente.

Rose esticou a sua mão, e abriu o seu pergaminho.

“Check! Aguardem fase 2.”

Mas, isso não era tudo, logo abaixo havia a seguinte frase:

“Estou aqui para aconselhar e direcionar, não para te dar respostas. Em que posso ajudar?”

*


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam???? Curtiram? Comentem, por favor sz