Give In To Me escrita por DanyellaRomanoff


Capítulo 21
Banquet


Notas iniciais do capítulo

Eu sou uma autora de palavra, né? Nem um pouco :/ Disse para muitos que postaria "logo" enquanto está aí para todos verem que a fic passou em torno de um ano sem ser atualizada. Muito embora eu considere 12 meses muito tempo, pra mim especificamente foi um período rápido e sem a mínima piedade comigo. Infelizmente, por conta disso, não pude fazer muito pela Give e assim demorei a fazer o capítulo que desde o início sabia que iria me dar mais trabalho. Eu planejava falar bastante aqui, me justificar, mas como eu bem conheço essa ferramenta de "notas do capítulo", eu não vou poder falar muito. Então my daisies, muito obrigada de coração a quem não desistiu de esperar a fic e a quem ficou esse tempo todo mandando mensagem! Esse capítulo GIGANTE DE MEU DEUS é o mínimo que posso fazer pra expressar o carinho que tenho por cada um! E ah, só um último aviso: sei que muitos suspeitaram disso, mas ainda sim, devo dizer que este capítulo é 18+ (contém descrições detalhadas de atos sexuais e tia Dany não quer causar constrangimento em ninguém, apesar dela mesma estar morrendo de vergonha agora rs).

MUSIC REC: Brutal Hearts by Bedouin Soundclash feat Couer de Pirate. Give In To Me by Garret Hedlund feat Leighton Meester. Undisclosed Desires by Muse.

Sem mais enrolar vocês... Let's Devour! (Nossa, como eu sentia falta de disso ♥)



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Esta foi a primeira vez em dias que Elsa mirou aquela porta sem sentir medo de quando ela se abrisse para ela.  Em suas visitas anteriores esteve encarando aquele pedaço de madeira sem de fato enxergar o quanto ele brilhava à meia luz, não havia sequer formas de enxergar com os olhos lacrimosos e embaçados pela frustração e desejo primal que se desintegraria em culpa logo mais. A mão trêmula em antecipação tocou a superfície de ébano e, após uma profunda tomada de fôlego, deixou-se enrolar para que os nós dos dedos anunciassem as batidas mais esperadas por quem estava do outro lado.  

Como se atraído por um canto de sereia, Hans não a deixou esperando por mais de alguns segundos antes de abrir a porta por completo e apoiar-se com o cotovelo na soleira, enterrando os dedos nos cabelos na tentativa de alinhá-los. O rapaz nunca parava muito para pensar no quanto seria penoso quando ela desistisse e fosse embora deixando apenas a sensação de insuficiência, mesmo tendo seu senso comum avisando-o que retornaria à sua dolorosa vigília quando os breves momentos de êxtase terminassem juntamente com o transe da rainha. Portanto, não diferente das vezes passadas, seu coração dançou com violência contra sua caixa torácica assim que caiu o olhar sobre ela, e sentiu necessidade imediata de flexionar os dedos das mãos que formigavam ansiosos para alcançá-la.   

Porém, ele não esperava encontrar o fulgor atrelado à beleza que ela naturalmente carregava em si. E, santa misericórdia, como pôde ele se atrever a perder o nascer daquele sorriso? Ela, que desde o estabelecimento de seu ultimato encontrava-se tão fosca e abatida. Oh, então o cúmulo do cansaço era divino. As esmeraldas dilatadas refletiram o brilho da moça, alimentando-se com tanta esperança desta vez que sentia pena de si mesmo caso ela o recusasse naquela noite. Mas, para todos os efeitos, aquele rapaz nunca parava muito para pensar.  

Em timidez súbita, além da notável diferença de altura entre ambos, a rainha quebrou o contato direto com o olhar apreciador do príncipe, sempre lhe parecia tão intenso que sugava as forças das quais precisava para refleti-lo de forma justa. No entanto, não havia como ignorar o busto retumbante e bem esculpido por baixo do traje fino e mal abotoado que ele trajava. Envolvida em seu breve momento de torpor ao analisar os atributos masculinos por trás das vestimentas, a moça inclinou um pouco a cabeça explorando seus ângulos, mal dando atenção ao fato de que Hans logo notaria, respiraria fundo maravilhado com o cintilar dos olhos azuis repletos de curiosidade virginal e por fim, se permitiria sorrir satisfeito.  

— Elsa? – Ele a chamou suavemente, talvez ainda temeroso que desta vez ela fosse fugir. À menção de seu nome, a moça sentiu o eriçar de toda a extensão de seu corpo em resposta e, por mais que isso já não fosse novidade para ela, não deixou de entreabrir os lábios, incrivelmente surpreendida. Em seguida, em um pequeno sobressalto ela engole em seco, pronta para enfim erguer o olhar lentamente até tê-lo encarado sob os cílios.  

Diante dos beiços vermelhos torcendo-se discretamente ao passo que ela tentava lançar um sorriso cúmplice sem sugerir tanto a ele ou expressar a velocidade de sua fuga do feitio tradicional de uma dama da realeza, Hans não mais se conteve em estender-lhe a mão.   

— Gostaria de entrar em meus aposentos, minha rainha? – Os dedos trêmulos pairando em sua direção estragavam o tom solene que o príncipe usou a fim de soar respeitoso em seu convite.  

Caindo sua atenção completamente sobre a mão estendida para ela, enquanto tornou-lhe mais vívida a voracidade daquele corpo, tal como o desespero em tê-la aceitando-o novamente e garantindo-o que não iria embora, Elsa ousou provocá-lo. O indicador percorreu a palma, traçando círculos aleatórios, fazendo cócegas leves quando distraidamente a rainha escreveu seu próprio nome a tinta invisível sobre a pele, ao passo que, em igual humor, respondeu. – Hoje não...   

O rapaz enrijeceu com a resposta, mas não era intenção daquela compadecida jovem castigá-lo mais do que já havia após tanto tempo. Com isso, quase que simultaneamente, sua pequena mão encontrou aconchego ao entornar o polegar do rapaz com firmeza, evidenciando o quão pequena era em comparação à dele. Antes que a pausa se tornasse por demasiado tortuosa, ela emendou ansiosamente. – Hoje eu vim buscá-lo para pernoitarmos em meus aposentos. – Desabraçando o polegar, os finos dedos arrastaram-se até o dorso da mão do rapaz, que se encontrava atordoado e digerindo o que acabara de ouvir, enquanto Elsa dava as costas, espiando-o sobre o ombro e aguardando uma reação enquanto começava a se afastar lentamente para refazer seu caminho, como forma de despertá-lo.  

Sentindo o toque fraco das digitais esvaindo-se à medida em que elas chegavam à ponta de seus dedos, Hans despertou para recuperar o toque, rapidamente fechando sua porta atrás de si e alcançando também a mão livre, mas mantendo a suavidade do contato.  

Elsa não olhou para trás durante o percurso, enquanto Hans tropeçava vez ou outra por mal prestar atenção em onde pisava, dando preferência ao espetáculo do renascer da coragem e da firmeza daquela à sua frente. E o ato final fora a risadinha discreta quando suas mãos iniciaram uma verdadeira dança sincronizada onde dedilhavam suas palmas dos picos dos dedos aos pulsos, e rodeando os dorsos enquanto os passos apressavam-se mais. Fascinado, o príncipe ousava expandir seu contato com a moça que parecia fazer questão de estar sempre à sua frente – mantendo a postura mais ereta que o normal, além de um andar notavelmente mais bamboleante –, acelerando seus passos com a tentativa de aproximação do rapaz. A partir do meio do trajeto, ambos resumiam-se apenas a vultos espirituosos, uma vez que, na ponta dos pés, corriam sob os reflexos lunares invasores, exigindo o máximo de suas pernas e sufocando exclamações involuntárias e ofegos sonoros que seu jogo lhes rendera. Até, por fim, praticamente chocarem-se contra a parede ao lado da entrada da câmara de repouso real, Hans finalmente encurralando a monarca no processo, retribuindo a diversão da mesma com um sorriso um tanto predatório, porém, quando o fluxo de ar em seus pulmões se reequilibrou, os lábios esticados pareciam estreitar-se em semblantes peculiares.  

Finalmente pareceu-lhes vir à tona o enorme arsenal de anseios acumulados, resultante da reprimenda de sempre. Refreando-se, raramente atendendo por completo o que pediam os corpos, mastigando e engolindo a libido na ingenuidade de que ela deixaria de dançar em seus interiores, e agora cientes da ocasião de liberdade e aceitação, estavam tão fracos diante disso, que o desejo fluía e emanava instigando-os ainda mais em um enlace cada vez maior.   

Elsa, sem conseguir ou fazer qualquer esforço para, não desviou seu olhar de Hans, enquanto tateava com uma mão até a maçaneta de sua porta e somente ao ouvirem o pequeno estalido desta sendo aberta, afastaram-se minimamente, assim a moça arrastou suas costas pela parede até sumir dentro do quarto. Hans, por sua vez, pairou no limiar entre a entrada e a saída de seu destino, esperando com um lábio preso entre dentes enquanto os braços se puseram erguidos à altura da cabeça e apoiados de tal forma no portal que exigiria força da parte da rainha caso desejasse puxá-lo para dentro em um ato de impaciência. Quando ela se virou para procurá-lo, imediatamente franziu o cenho estranhando a recusa daquele homem a adentrar o local.  

Indagando-o silenciosamente, reaproximou-se ao passo que suas íris pastavam curiosamente sobre a rigidez dos braços masculinos determinados a mantê-lo em sua posição.  

— Tradicionalmente, eu não poderia invadir o espaço privado de uma dama a esta hora da noite sem que ela seja clara em seu convite. – Elsa corou diante da declaração, certa da duplicidade proposital típica do rapaz, porém, compreensiva frente ao fato de que ela não fora nada específica buscando-o e fazendo pouco uso de palavras desde que batera em sua porta. E conhecendo-o bem, esta era uma condição primordial para que ele agisse. Muito embora, em termos de tradição, ambos seriam condenados por não fazerem jus às suas posições sociais 

O banquete olhou para seu apreciador com admiração  

Hans observou os beiços femininos crisparem-se enquanto sua dona baixava o olhar, pensativa, cruzando os braços lentamente. E após breves segundos, a rainha pareceu chegar a uma conclusão um tanto chocante a julgar pela sombra voluptuosa que ocupou gradativamente suas pupilas, ao tempo que o canto da boca tremeu contendo o ímpeto de levantar-se em um sorriso. No instante em que a jovem mulher finalmente ascendeu seu olhar, ele soube que ela havia chegado a uma forma de provar o quanto apreciaria a presença dele em seus aposentos, assim como se tornou convicto de que seu juízo estaria terrivelmente comprometido.  

— Bem... Eu ficaria mais do que feliz em tê-lo comigo esta noite. Porém, me foi pedido clareza... – Entoou a moça calmamente, no entanto, não chegando a esconder o semblante desafiador de que ela estaria preparada para quaisquer respostas.  

Hans estava demasiado ocupado tentando decifrar através daquela expressão que, de alguma forma, parecia zombar dele, o que o impediu de pegar o momento em que os finos braços descruzaram-se e a ponta dos dedos, viajando discretamente até o decote do roupão, começaram a abri-lo. Somente quando as mãos operárias da moça escorregaram pelo vale entre os lados do chambre afrouxado até as amarras da cintura, o par de esmeraldas ardeu. Não ousando falar, embora involuntariamente sua mandíbula tenha despencado em deslumbramento, o príncipe assistiu à sua rainha. E ele deveria confessar que a cada novo jogo particular que jogavam, ela se mostrava cada vez melhor. Pois em instantes o corpo celestial tornou-se mais exposto, agora desfeito da peça de cetim que outrora cobria os braços até os pulsos e as pernas até os tornozelos. - É o suficiente, príncipe Hans? - Ela sibilou brevemente intrometendo-se no silêncio. Aquelas duas pessoas jamais questionaram se o tempo curto de fato aparenta ser uma eternidade em ocasiões específicas, afinal, foram inúmeras as vezes em que provaram a veracidade de tal fato. Mas naquele momento, honestamente poderiam concordar que era a eternidade mais longa que tiveram de esperar.  

Embora houvesse um grande fundo de seriedade ao exigir dela uma garantia de que tinha certeza do que queria, era da natureza daquele homem aproveitar disso para instigá-la. Não era invisível para ele a forma como o esguio corpo à sua frente tremia diante da recém exposição, os pezinhos descalços roçando o chão tão agitados quando os dedos fechando-se para amassar inconscientemente a barra do curto e semitransparente traje que ela usava. Inocente, imaculada, divina.  

O apreciador admirou o banquete.  

Enquanto que, para Hans aquilo era uma visão do paraíso, embora estivesse tornando árduo manter-se em seu posto, para Elsa já não era tão confortável, pois ela já sabia de tudo o que fora supracitado sobre aquele homem, assim como era ciente de que a partir dali estaria desnorteada se considerasse sua experiência. Hans praticamente chorou queimando por contato quando os olhos úmidos e pedintes pediram-no por ajuda. Já bastava. Ele emitiu um suspiro languescido paralelo ao tombar de sua cabeça para frente, dando uma pequena visão do pico de sua nuca brilhando em suor antes de se reerguer e lançá-la um sorriso maroto emendado a um dizer rouco.  

— Elsa... Leve-me para dentro. – Havia súplica no tom daquela voz, apesar do semblante manter-se firme no vaivém travado entre ambos. A pressa os espancava, mas brincar entre si e com seus próprios anseios era um deguste. Elsa se aproximou estendendo os braços até que pudesse tocar as costeletas e massagear o couro cabeludo atrás da orelha do rapaz. Ambos trocaram um sorriso gentil e cúmplice, anunciando o empate. Com uma mão atrelada onde estava, a rainha percorreu a outra em uma carícia da fronte, passando pelos olhos para fechá-los, até pairar nos lábios masculinos, sentindo o calor do hálito quente em sua palma e suspirando com a sensação única que isso a proporcionava. O sorriso ampliou-se com a recordação de seu primeiro encontro com aquele homem, em outros tempos, atrás das cortinas, e como ele preocupou-se em oferecer o calor mesmo sem fazer ideia da intensidade com que ela o precisava, sempre devagar, abrasando-a aos poucos sem deixar espaço para o medo. Elsa sentiu-se grata.  

E gozando de tal gratidão, a loira permitiu-se estreitar os braços em torno da cabeça do rapaz, repousando a testa do mesmo em seu ombro para que a boca alcançasse o ouvido.  

— Tire os braços daí, ponha-os ao redor de mim. – Murmurou suavemente, no entanto soou intolerante à desobediência.   

Hans entornou a fina cintura vagarosamente, porém, ao ponderar sobre a forma como seus dedos fecharam-se em torno do cetim, permitindo que suas unhas roçassem a pele que havia por baixo, ela confirmou que o comando o satisfez e ele não fez esforço algum para disfarçá-lo. Arqueando-se sutilmente ao notar o traçado subir de forma tortuosa por sua coluna, a moça mordeu um lábio e reprimiu um suspiro agudo, não passando despercebido pelo rapaz quando sentiu a leve pressão da mandíbula femínea cerrando-se acomodada a seu rosto e em seguida relaxando quando um profundo fôlego foi tomado em resposta à sua investida de expirar calorosamente contra a pele, bastou-lhe apenas fungar contra o local mais uma vez para tê-la pondo-se na ponta dos pés em antecipação. Logo as mãos trêmulas tomaram seu rosto e o lábio superior dela estava encaixado entre os seus, assim como uma fina dor de sucção violenta ardia na carne do inferior. Ela o beijava adoravelmente desesperada.  

— Reaja. – Sibilou contra o beijo, divertida, ousando interpor sua coxa entre as pernas semiabertas do rapaz, impelindo-o a inclinar o quadril imediatamente contra a mesma enquanto ele grunhia lutando por autocontrole. – Reaj... Mmpfh— Roubando-lhe a respiração e a habilidade de falar ao passear sua língua sob toda a borda interna dos beiços enquanto a sentia revidar circundando-a com a sua própria, ele engoliu o restante do que ela jamais teria chance de finalizar.  

Tomando-a com cuidado aconchegada em seus braços, ele inclinou-se adiante para que ela pudesse guiá-los para dentro, esticando uma mão cegamente até a extremidade da porta para empurrá-la. Ao ouvir o baque surdo e o estalo da mesma sendo fechada, a rainha interrompeu-os, apoiando-se contra a testa masculina e finalmente descendo da ponta dos pés quando a rápida tontura por falta de oxigênio a lembrou de que esteve precisando de ar, arrancando uma risada preguiçosa de divertimento daquele à sua frente. Gradativamente, o ruído de humor se dissipou em um vibrar no fundo da garganta quando os olhos verdes focaram-se com admiração no feixe de magia glacial que escapava da palma dela em direção à porta, primeiro lacrando a fechadura e congelando a maçaneta, e, após um momento de ponderação,  captado de soslaio pelo rapaz através do breve vinco no cenho da moça, uma camada sólida integrou-se frente à conexão do interior do quarto com o restante do castelo.  

Pacientemente, Hans observou-a fraquejar por um momento, encarando fixamente o que acabara de fazer, os ombros encolhendo-se com discrição enquanto o único som emitido vinha dela limpando a garganta em um ato de nervosismo. Provavelmente aquele fora o momento em que ela realizou que estavam isolados. Houve medo em seu semblante, além do registro de cansaço, mas nada apagaria o brilho que ela emanava. E fora exibindo tal brilho que se dirigiu a ele com a pergunta final.  

— E então... Você vai me completar hoje? – Ambos encararam-se como se o mundo houvesse parado junto com suas respirações, naquele momento de profunda apreciação e íris inundadas em promessas de confiança. Hans apenas sorriu com afeto, antes de tomá-la de volta a mando da saudade.  

Aquela seria a noite em que a coroa da rainha cairia aos pés daquele que a conquistou. A expressão sugestiva de Elsa assim que ele a depositou em seu leito, no entanto, sugeria-lhe a satisfação incomum de quem mastiga e saboreia a derrota com deleite. Os finos e longos dedos esticando-se para agarrar os fios ruivos, enquanto ele dobrava-se para se colocar no acolhedor local entre as pernas femininas, pareciam moldar-se para coroá-lo e, cada respirar agudo e ritmado que escapava daqueles lábios cada vez que ele acomodava-se e estabelecia o peso de seu corpo contra o dela, conferiam-lhe a plena certeza de que entregar a coroa e a vitória era o que ela mais queria.  

Aquela noite seria, na verdade, o épico momento em que aquela moça que se desfazia ansiosamente da parte superior do traje que ele usava, o deixaria vencê-la pelo cansaço e assim tomar-lhe o peso dos delicados ombros e carregá-los por ela, tornando-a rainha duas vezes com o poço de adorações que ele planejava mergulhá-la até que o sol ameaçasse surgir.  Portanto, na verdade não se tratava de uma queda e sim, da ascensão daquela mulher, e caberia a ele fazê-la sentir-se segura o suficiente para alcançar tal plenitude durante a madrugada.  

Depositando um beijo na fronte, que automaticamente franziu em confusão assim que ele se afastou,  como uma única marca de pureza, Hans inaugurou a noite. Sua menta dilatada e analistas, vasculhou o local e não levou mais do que alguns segundos para projetar o santuário em que gentilmente devoraria sua adorada. A passos rápidos alcançou o criado-mudo, mal registrando o reflexo de Elsa tornando a sentar-se acompanhando-o com um semblante curioso, com o devido cuidado para não quebrar as inúmeras iguarias que serviam para diariamente realçar a beleza daquela que o esperava no leito, enquanto a ponta de seus dedos escolhiam o que precisava.   

Ansiosamente mordiscando os lábios e roçando os pés uns nos outros, a jovem rainha permaneceu apenas como espectadora, sendo sua única comunicação, breves arqueios de sobrancelha e pequenos sorrisos cada vez que o rapaz enigmático a lançava olhares para checar se estava paciente. Afinal, a partir do momento em que o viu voltar com aqueles adereços, ela apenas deixou sua cabeça inclinar-se em contemplação. Uma escova de cabelo com cerdas macias, um vidro de cascalhos de incenso e, oh, a visão deste custou-lhe a conter um ofego, um recipiente mais cilíndrico e de cor vermelha amadeirada cujo lacre permanecia inviolável desde que jamais houvera ocasião para o uso de seu conteúdo afrodisíaco.  

Hmm, tão esotérico... Deveria eu descontrair-me ao seu redor, senhor príncipe? Pelo que se conhece das Ilhas do Sul, eu poderia estar sendo cativada a servir de refeição neste exato momento. – Provocou a moça roucamente entre risadinhas abafadas enquanto um Hans absorto murmurava melodicamente uma concordância. – Você sabe que não precisa se preocupar com tanto, caçador... Eu quero ser a refeição. – Acrescentou em um tom suave, esticando-se para que pudesse espalmar sobre a curva do pescoço do rapaz .  

Hans habituou-se rápido à forma de flerte de Elsa, frouxa e perpassante de uma ingenuidade que enganaria qualquer um, a não ser que a conheça mais a fundo para perceber o conteúdo forte que suas palavras carregam. Muito fantasiaram sobre o momento em que externariam sem pudor todo o desejo imposto nas entrelinhas, e não havia dúvidas de que a luxúria transbordou de tal forma que se ambos estivessem se encarando diretamente naquela hora, já estariam pecando. Com a carne fraca e trêmula de vontade, o pobre homem apressou-se em terminar seus preparativos porque ainda assim, encontrava-se determinado a adorar a virtude da moça de forma digna e memorável, selar o voto de confiança que a mesma depositou em suas mãos.   

Sensível à rigidez súbita sob sua palma, Elsa arfou discretamente em sua ansiedade, jurando a si mesma ter sentido as narinas arderem juntamente com as pontas de seus dedos, na expectativa da consequência de tê-lo inflamado mais do que julgava ser possível. O príncipe terminou de depositar as pedras aromáticas de incenso na lamparina de cabeceira e seu forte braço sacolejou apagando o fósforo já não mais útil. O toque lunar sobre a brancura do cômodo era quase fluorescente, para não mencionar deslumbrante, mas o rapaz pensava em fazer a diferença pondo o leve véu da luz de velas sobre a pele nua e cor de gelo da rainha, a visão do reflexo bruxuleante e amarelado sobre a arte renovada da beleza natural daquela mulher, conferindo-a um aspecto de gelo derretido enquanto ele a incandescia, levou-o a lamber os lábios em deguste e a massagear a nuca afastando a repentina dormência decorrente do apetite súbito que o acometeu diante do pensamento. Atrás de si, Elsa estremeceu levemente dando-se conta de que ele havia terminado. E a julgar pela sensação, cuja denominação não poderia ser outra senão vontade, que ela sentia, motivos para ter transbordavam e, notava ela embaraçada, a molhavam, porque ele, com toda a certeza, estaria sentindo em dobro.  

Porém, se havia algo que Elsa ainda teria de tomar de tempo e convivência para enxergar em sua totalidade, era a mudança que aquele homem sofrera durante o intervalo de tempo após sua primeira visita a Arendelle. Como membro da realeza, fora sujeita às mais capciosas tentativas de cortejos, propostas de arranjo matrimonial e ao pé de sua audição, os usuais comentários de suas damas de companhia sobre o quão ansiosos e inexperientes são os cavalheiros (Gerda mesma sempre a alertou sobre o quão longe um jovem príncipe pode chegar apenas por uma rápida satisfação), tendo fortunas e antecessores igualmente mesquinhos enriquecendo a falta de noção e de respeito. Em pouco tempo exposta à sociedade, a jovem rainha rapidamente tornou-se a par inclusive do lema pseudo secreto que rondava entre as mesas de fumo dos lordes, não importa o quão cara fora a seda, se há gratuidade escondida embaixo, eles desdenhavam. A rainha honestamente tinha isso como o menor de seus problemas, desde que seu primeiro cortejador, que fora vergonhosamente o mesmo de sua irmã, tentou levar seu reino de brinde. E tal fato fomentava sua cautela, aumentando seu natural poder de análise e ajudando-a nas noites difíceis onde o nome do traidor estava em seus suspiros e seu bom senso lutava contra o familiar comichão em seus dedos. Mas, sensacional tenha sido a reviravolta daquela história, este mesmo homem estava ali, o completo oposto da representação perfeita de um príncipe egoísta que na época ele se permitiu ser. Agora, autêntico, experiente, cuidadoso e mais másculo, ela sorria em admitir, ele esfregava as palmas já sujas de óleo com um sorriso pomposo certo de que ela esteve aérea o suficiente para não percebê-lo.  

No momento em que um Hans ajoelhado arrastou suas patelas sobre o chão até estabelecer-se entre suas pernas, Elsa parou qualquer fluxo de pensamentos. Dedos bem afastados, firmes, sutis, sufocantes, sumindo embaixo do vestido para aquecer a coxa sob sua palma com o óleo e cochichando sobre o quão adorável ela era, propositalmente expirando sua risada silenciosa e morna contra a pele corada do rosto ao acrescentar que tamanho atributo o excitava à ponto de loucura... Ela poderia ter parado, mas a mente de Hans não, a mente dele estava a mil.   

Logo as mãos femininas tentaram erguer-se para laçá-lo pelo pescoço e trazê-lo o mais perto possível, mas foram impedidas por mãos maiores. Houve um suspiro agudo insatisfeito tranquilizado por um silvo e logo após um gemido abafado de desfrute pôde ser ouvido apenas pelo rapaz, em resposta a uma massagem nos ombros. Ela ansiava por aquelas mãos ondulando em sua pele desde que teve a oportunidade de testar o aperitivo da habilidade das mesmas no dia em que fecharam acordo. Em um sorriso genuíno, o príncipe admirou sua rainha inclinar a cabeça para melhor receber o poço de sensações, pousando apenas um beijo úmido no que ela recém expôs de seu pescoço, não querendo estragar o momento de sua amada. E satisfazendo a ansiedade de ambos, a jovem capturou os lábios do rapaz no momento em que seus rostos roçaram após o beijo anterior. Tão abrangente, com bocas tão famintas e abertas, que a dormência mal deu atenção à marcante decisão do ruivo de escorregar seus dedos para afastar as alças da peça de roupa, deixando sua nudez definida agora pela dimensão de movimentos que fariam o tecido escorregar cada vez mais. E ao final das contas, nenhum dos dois sequer lembraria quando e o quão rápido fora a exposição total. Quando a necessidade carnal é o guia, a consciência é inútil.   

Não lembrariam que Elsa se prostrou como uma verdadeira oferenda, juntando seus pulsos acima da cabeça, costas levemente arqueadas e braços livres das limitações das alças do traje, olhos fechados e um sorriso débil cujos lábios vibravam em uma melodia de puro aprazimento, cujo timbre tornava-se mais sujo à medida em que as mãos e boca do rapaz aqueciam a extensão de seu corpo. Seus seios agora brilhavam oleosos clamando pela atenção dele e, guiado pelas entonações de prazer de sua rainha, o servo trabalhou com o ápice da língua ao redor dos picos, suas mãos amassando e pressionando a pele nas laterais dos montes, inspirando sonoramente entre os mesmos enquanto Elsa remexia-se suavemente sob o peso corporal masculino, entreabrindo as pernas por instinto e roçando suas coxas afetuosamente nas laterais do abdômen do rapaz que lambia seu busto como um felino. Àquela altura a névoa do incenso já rodopiava e se atrelava aos corpos cujos óleos e suores já haviam se misturado, facilitando que Hans escorregasse sua boca sobre o tórax ondulante e oh lua, a única testemunha daquela epopeia, há tempos que a violência de sua fome só era apaziguada com o gosto daquela carne. Seus lábios poderiam gabar-se do quão conhecedores já se faziam daquela pele ali não mais imaculada e das inúmeras formas que poderiam fazer a rainha cantar atrás dela. Por tantas vezes aquele fora seu ponto limite que, por um breve instante seu coração retumbante teve seu ritmo mantido por outro motivo, a desesperação à mínima possibilidade daquilo ser mais um delírio não era maior do que o que o movia a continuar depositando beijos que sugavam e ardiam, e unhas que marcavam, mas  foi o suficiente para travar seu caminho para o desconhecido. Entretanto, seus corpos ali deitavam como companheiros, e coincidentemente fora aquela a hora em que o arfar rouco e atípico de Elsa o fez levantar o olhar para a face contorcendo-se em constrangimento e, antes que pudesse parar o que estava fazendo, os trêmulos dedos das duas mãos tomaram seus cabelos empurrando-o humildemente para baixo.   

— Oh, Hans... Eu quero tanto! – Ela enfim expressou em um choramingo tímido e virginal, despertando-o e revigorando-o na plena certeza de que não iriam parar naquela noite. E ah, como ele também o queria, ele perecia por isso. Sem mais adiamentos, o príncipe plantou sua face diretamente para onde ela, discreta, tentou direcioná-lo e, se não fosse pelo emaranhado em sua cabeça, poderia projetar perfeitamente a imagem de sua rainha com os olhos arregalados e a boca salivando em excesso incapaz de fechar-se no segundo inicial. Hans começou suave, apenas pincelando-a para que sua amada sentisse integralmente como era tal experiência e, em resposta, ela suspirou intrigada com a sensação de ter beijos tão pecaminosos . Era um alívio, cada dobra em sua cavidade agradada por Hans implorou por tanto tempo que, ao simples toque da carne ágil e úmida do rapaz, sentia uma dor leve. Ele trancou os quadris quietos na primeira tentativa de remexer-se por parte da moça, estava começando a se tornar algo agonizante e difícil de suportar quando aquele nariz anatomicamente projetado para levá-la ao delírio juntou-se à investida, roçando em volta do botão que inchava por ele e, quando a língua copiou o mesmo e os lábios se juntaram ao redor para sugá-lo, Elsa ganiu envergonhada com sua incapacidade de trancar seus sons de aprazimento dentro de si. Ela conseguia sentir cada movimento que a boca do rapaz fazia e cada lugar que o ápice lingual umedecia, algumas regiões fazendo-a corar com mais intensidade e auto amordaçar-se com as mãos, do que outras. Seus cotovelos tentaram fracamente posicionar-se firmes para que ela pudesse, curiosa, olhá-lo trabalhar nela e, à visão da cabeça ruiva movimentando-se vigorosamente entre suas pernas fez seus constantes gemidos agudizarem enquanto caía novamente, à mercê daquele homem. E em seguida, ela estava apertando os olhos fechados sob o dorso de uma mão que descansava em seu rosto para esconder sua feição de embaraço.  

— Oh... Isso, p-para a direita... Mmm faça aquilo novamente... Oh céus, sim querido, agora toque, agora toque! Ahh.... Deus! – A jovem rainha lamuriava de prazer, enquanto se rendia a instruí-lo em um estado de quase inconsciência.  

Hans já havia abocanhado o máximo que conseguira, sua língua ora se agitando implacavelmente no meio, ora desenhando mais piedosamente em volta enquanto sua digital trabalhava massageando a rosa e infiltrando-se parcialmente em seu interior para dobrar-se e deixar a ponta acariciar as paredes internas. Seus murmúrios de deguste combinavam perfeitamente com o sonoro erotismo de sua boca, respondendo aos gemidos e, em uma troca de olhares, agitou-se um pouco mais, sugou um tanto mais forte, e Elsa revirou os quadris contra ele, os nós dos dedos mais firmes do que nunca enquanto ela castigava os fios ruivos entre seus dedos, puxando-o para ela e, àquela altura desinibida, convidando-o a desfrutar de seu banquete. Plenitude a acometeu em violência maior que a de sua primeira experiência, Hans não desgrudou de sua intimidade mesmo quando seu corpo sacolejava aprazido e a única parte dela que não parecia flutuar eram os quadris, os quais ele segurava viciosamente, e a cabeça. Queria certificar-se de que embeber-se-ia do néctar de sua rainha por inteiro.   

Longe dali, um Marshmallow punha-se em defesa para o craquelado crescente das paredes do castelo de gelo, rugindo e gesticulando amedrontado quando o azul cintilante se tornou carmim, dando-lhe a impressão de que o lugar estava em chamas e de que não estava seguro. No entanto, jamais possuiu garantia maior do contrário.  

A textura da língua do príncipe era extremamente macia, Elsa finalmente, quando desceu de seu cume, pode constatar usando de seu recém encontrado ponto de tato, ao tempo que o rapaz permanecia coletando seu gozo e grunhindo satisfeito contra sua particularidade. Por um breve momento sonhou relaxada em passar a eternidade prostrada ali, alimentando-o. Durante aquele devaneio, cada movimento colaborativo de seus quadris seguia a dança lenta das investidas orais que recebia. Após o choque inicial e o distender dos músculos em uma fúria de luxúria acumulada, esticar-se daquela forma enquanto emitia sons manhosos para ele, era mais do que acolhedor. Era pacífico. Cada arrepio que o ápice úmido daquela língua fazia percorrer em seu corpo a incendiava em um ritmo diferente do que a abrasou da primeira vez. Era fleumático. Porém, igualmente saboroso. A boca feminina abriu-se lentamente para proclamar sua felicidade em um gemido cremoso e rouco, dissipando-se em um sorriso e um fechar de olhos quando seu servo alternou atenções entre as coxas e a virilha. Mesmo que já não tivesse sobrado o que oferecer para saciá-lo, ela deixou estar, seu interior rasgando vagarosamente em vontade, sua mente gritando absurdos aos quais desejava se submeter para saciar sua libido. Dispondo de tal comportamento, mal se reconhecia como rainha. Por hora não haveria aquele peso. Tudo o que lhe apetecia era o alívio e a necessidade do desfrute. Tudo o que lhe importava era primal, indelicado e, da forma mais urgente e densa, romântico. Queria vê-lo comendo-a. Almejava tocá-lo, explorá-lo, recompensá-lo. Ela o queria dentro de si. Oh céus, se pudesse, faria tudo ao mesmo tempo, fundir-se-ia com ele.   

Seu interior apertava pedindo-o com pressa. E dessa forma pôs-se sentada , forcejando para não cair novamente em sua submissão diante da vista privilegiada daquele homem abocanhando-a apaixonadamente. Ele tinha os olhos fechados e provava dela com serenidade, Elsa notou ao inclinar levemente a cabeça para contemplá-lo. E assim, em meio a uma tomada de fôlego e um liberar dos lábios que até então encontravam-se inconscientemente entre dentes, Elsa o interrompeu com carinho.   

— Hans... – O entonado fraco e temperado de deleite soprou nos ouvidos do rapaz como a melhor forma de despertá-lo, já que julgava-se em um verdadeiro transe no qual se perdeu deste que encontrou seu lugar entre as pernas daquela mulher. 

A princípio pôde apenas senti-la. Dedos passaram como brisa em seus cabelos, antes da moça flexionar mais os joelhos e encurvar-se no intuito de encopar seu rosto para se deparar com aquele olhar nebuloso assim que ele relaxou o cenho e abriu os olhos.   

Houve uma troca de sorrisos genuínos que logo se tornaram risos abafados quando Elsa corou violentamente diante do processar tardio de todos os seus sons obscenos enquanto Hans servia-se dela instantes atrás. Houve um silêncio quando o rapaz roçou seus polegares na cintura femínea e seus lábios nos pulsos e nas palmas. E, inesperadamente, houve um beijo.  

Para Elsa, ela era insípida ao provar a si mesma nos lábios de seu amante, talvez um pouco salgada. Mas para Hans certamente era o contrário, seu paladar a penetrava obcecado e extraía seu sabor com exímia. Para Hans, Elsa era moderadamente adocicada, incrivelmente morna e absurdamente viciante. Segundo ele, Elsa tinha gosto de primavera.   

Enfim elevando-se, o homem cobriu as mãos da jovem com suas próprias antes de gentilmente retirá-las de seu rosto. Deferindo-a um sorriso, ele desfez a trança com agilidade, a sensação espectral do toque de seus dedos operários sobre a espinha femínea levando-a a arquear tremente. Tinha precisão de Elsa em seu estado mais natural: despida para padecer em idolatria por seu corpo, e  de cabelos soltos para celebrar sua auto permissão. Em uma pausa enigmática, levantou para apanhar a escova e o recipiente de óleo que outrora havia separado para usar.  

Sempre com seu olhar curioso no encalço daquele que logo retornaria, Elsa pôs-se sentada sobre os calcanhares, ao seu redor o tecido grosso que revestia o leito já completamente vincado. Mal dispôs-se de tempo para que a moça ponderasse a respeito antes que ele se prostrasse à sua frente, copiando sua posição, no entanto com um latente esticar tranquilo dos lábios, como quem sabe com precisão o que ela está pensando.   

A inevitável busca por contato fora imediata, a começar pelos joelhos que se chocaram levemente, e, em seguida, uma mão feminina pousou na coxa rígida de um Hans que interpunha o queixo de sua amada entre o polegar e o indicador em um afago que logo escorreu com brandura até os ombros onde exerceu um pouco mais de pressão. Seus lábios buscaram-na próximo ao ouvido para contar secretamente que pretendia prepará-la se ela o permitisse.   

Decerto que aquilo a intrigou, afinal, julgava-se pronta e, no momento, confusa. Levemente cabisbaixa, deixou-se levar pelo repentino impasse sobre a intensidade com que ele a desejava e, enquanto sentia os dedos masculinos traçarem uma linha mediana dividindo seus cabelos meio a meio até a nuca e trazendo-os por sobre os ombros, ela quase concluiu que ele não compartilhava de igual... apetite. Afinal, ela estava vibrando em ansiedade enquanto ele, estava realizando uma verdadeira massagem em seu couro cabeludo com as cerdas macias de sua escova. Suas pupilas dilatadas tratavam-se de um real inquérito ao buscarem-no, enquanto ele foi de encontro apaziguando-as.  

— Você é uma harmonia da natureza, Elsa de Arendelle. – Proclamou ao passo que pausava seu tratamento às mechas platinadas, permitindo-se apenas cachear as pontas em seu indicador. Ela não conteve um bufar humorado e um revirar de olhos porque, céus, ela era o antônimo de harmonia. No entanto, aquele olhar esmeralda combusto e invasivo tão esclarecedor quanto suas seguintes palavras, fê-la acreditar que poderia ser qualquer coisa. – Não há nada que eu queira mais do que possuí-la. – Ela quase soluçou em resposta, aquele homem era injustamente avassalador quando queria. E, em seu imo, predominava a certeza de que ele estava certo em controlar sua afoiteza virginal embora tê-la imediatamente fosse tudo o que aqueles olhos deixaram-na saber como sua necessidade. – Mas... confie em mim, minha rainha, a noite é uma criança... Ainda podemos fazer tanto... E eu quero garantir que não haverá brilho no céu que se compare ao seu quando chegar à sua plenitude. – Ela mordiscou o lábio e mirou-o em expectativa quando o óleo surgiu à sua frente e Hans tomou suas mãos para oferecê-la um bocado.  

Não tardou a Elsa se render aos toques meticulosos do príncipe, aliás, fora completamente irresistível o modo como a mão do mesmo associou-se ao artifício de pentear no intuito de fazê-la relaxar e clarear a mente. Podia sentir o misto de arrepio que implodia deliciosamente em sua redoma de calmaria cada vez que os nós dos dedos de Hans encaracolavam sobre sua pele ao passo que seu corpo era puxado mais perto a ponto de seus bustos oleosos comprimirem-se. – Eu... Eu quero tocá-lo. – Suspirou agudamente em um ímpeto quando ele amassou sua pele um tanto mais fervoroso.  

— Sim, por favor! – Ele ofegou exaltado, inalando seus cabelos impregnados de incenso e acrescentando em um tom que sugeria um sorriso maroto que ela bem projetava em mente. – Você sabe como eu fico quando me toca... – Não havia exagero naquelas palavras. Elsa mirou suas mãos ainda repletas e transbordando o líquido viscoso, ainda não havia usado uma gota. E por mais que sentia-se egoísta por não tê-lo feito, seu receio tratava-se apenas de pura tomada de coragem para o feito que almejava. E agora, diante de cada atenção alentadora que recebera daquele homem impossível, Elsa sentia-se inclusive eufórica para surpreendê-lo. Pois na realidade, tocar, ela disse, no entanto... ele estava alheio ao local.  

— Fique de pé. – Sussurrou simplesmente e o príncipe logo se afastou para mirá-la em estranhamento e certificar-se de que era realmente essa a sua vontade. O olhar determinado que recebeu em troca dispensou uma repetição. E assim ele se pôs de pé à beira da cama e, sendo a única totalmente desnuda ali, Elsa divertiu-se com o fato de que o antigo mulherengo das Ilhas do Sul encontrava-se desnorteado diante de uma virgem, seu olhar enérgico submetendo-se ao bel-prazer de sua rainha.  

Pondo-se de joelhos, ela o alcançou e ungiu tudo o que o rapaz tinha exposto na frente e nas costas, o aroma da iguaria queimando em suas narinas em uma solicitação de que a boca também viajasse sobre ele. E assim ela o fez, liberando alternadamente feixes de magia glacial em pontos onde bem sabia que ativariam a sensibilidade dele. Sentindo-o enrijecer e murmurar aprazido, a moça esticou-se para beliscá-lo nos lábios com os dentes e instigar um beijo. Beijo duradouro o suficiente para que dedilhasse todo os trajetos das costas até a região ilíaca, e em seguida, a convidativa trilha de cachos ruivos, até que não fosse possível prosseguir por conta da limitação imposta pela parte sulista do traje de repouso firmemente amarrado na cintura, o que deveras não empatou a petulante inclinação a expandir seu campo de visão. E, desviando seus lábios daqueles que já expiravam de forma alterada por consciência de sua intenção, a moça baixou o olhar para suas mãos, seu rosto ainda colado ao dele –  afinal o queria roubando enlouquecido a atenção de sua boca novamente quando atingisse seu objetivo –, a respiração forte em seu ouvido alimentando sua urgência pelo desconhecido. E tão rápido quanto o castigar lânguido de seu coração sob seu peito, ela puxou o nó e a calça desfaleceu silenciosamente nos tornozelos do rapaz, tão fácil quanto o fino traje de baixo que já deixava pouco para a imaginação.  

Mãozinhas ansiosas vaguearam das laterais até o ápice da carne rígida traseira e ela o apalpou com viço, desenvolvendo-se em confiança e decidindo trazê-lo de volta para o leito. Atônito, Hans permitiu que ela os posicionasse de tal forma que estivesse montada em seu colo, sua intimidade roçando em sua coxa retesada e suas mãos finalmente tocando-o do modo que intencionava. A respiração do príncipe engatou e, ao primeiro toque, agarrou-se à região ilíaca da moça, usando de sua firmeza nessa parte do corpo para calibrar o fluxo voluptuoso dentro de si. Ele queria que Elsa se libertasse e se desinibisse, tal como o conhecesse nesse nível de intimidade, no entanto, ainda era preocupante que pudesse assustá-la. Ele havia corrompido tantas virgens em seus tempos de libertinagem e provocado feições amedrontadas estampadas em seus rostos juvenis, que os diversos e grandes olhos marejados em receio ainda encontravam-se fantasmagóricos em seu juízo. Desde que coube a ele a sorte de desvirtuar esta mulher angelical, era inevitável ressentir-se amargamente pela falta de zelo que teve por aquelas moças e brotava em seu âmago a urgência de não permitir que Elsa sequer passasse pelo susto inerente. Mas para sua total incredulidade, ela se saiu divinamente bem, imponente e disposta a agradá-lo.   

A principio, Elsa encontrou-se curiosa, não desviaria seu olhar da magnitude do rapaz nem se fosse esta sua vontade. Não tomou qualquer tempo para calcular o quanto custaria encaixá-lo dentro de si, já que, no instante em que envolveu a base, ele a trouxe de volta ao foco atual com um ganido seguido de sonoros suspiros. Experimentalmente, exerceu uma leve pressão, a qual ele refletiu em um suspiro agudo atípico. Buscando ouvi-lo mais, ela deslizou até a parte superior do falo, apreciando o pulsar de sua artéria dorsal sob sua palma. Fascinada, a moça obteve mais óleo, esfregando suas mãos propositalmente para atiçá-lo e, quando seus olhares trancaram-se fixos uns nos outros, embora ruborizada, ela não desviou e voltou a agradá-lo. Sempre tendo sua visão atrelada à dele, logo pôde assistir o contorcer da face máscula enquanto assaltava gemidos pastosos com suas rítmicas e escorregadias ministrações verticais.  

E embora tardiamente, Hans retrucou tocando-a com maior lascívia, afinal, ela deveria estar em sintonia com ele. Guiando a pelve da moça a cavalgar a carne de sua coxa, ele obteve um verdadeiro dueto de suspiros pesados enquanto suas bocas pairavam abertas e perigosamente próximas. Quando Elsa notou a avermelhada carne apical um tanto mais inchada e resolveu tocá-la, Hans sibilou em frenesi, seus dedos trêmulos deixando-o perceber que ela não precisava mais que ele a conduzisse no atrito contra sua perna. A umidade crescente em sua pele saudada pelo núcleo da moça, atestava-lhe que ela não pararia. Sua destreza nata ao envolver seu membro agudizava seus clamores e o estava levando ao caminho de sua mercê. E antes que obtivesse sucesso, o rapaz a freou.  

— M-minha rainha, se me permite... – Arfou ao encrustar seus dedos nos cabelos úmidos daquela à sua frente, o sufoco estampado em sua face como indício de nada além de sua total entrega à ela.   

Olhos caçaram cada centímetro da face femínea, captando o exato momento em que ela, respirando de boca entreaberta elevou seu olhar até poder encará-lo por baixo dos cílios, forcejo por controle expresso em sua comoção pelo abrupto cessar de suas sintonias. Havia claramente um quê de frustração em suas pupilas, assim como, em contrapartida, era visível a compreensão de uma aprendiz que confiava na decisão de seu guia. E ao final das contas, ela apenas... implorava expressivamente e da forma mais sedenta desde que adentraram aquele cômodo, para que retomassem. Ela estava pronta, aliás, olhando-a daquele jeito, qualquer desconhecedor de todo o caminho percorrido até aquela noite de dádivas diria que aquela mulher fora concebida em prontidão, que o erotismo era sua doutrina e, jamais negariam naquele momento... que ela era uma deusa. Hans molhou os lábios para prosseguir.  

— Eu precisava... Precisava me guardar para você... – Vagarosamente suas mãos dirigiram-se à nuca para trazê-la perto e suas frontes se tocarem e, dessa forma, prosseguiu para tirar as mãozinhas não mais imaculadas de sua rigidez. E arrebatando-a com beijos úmidos onde podia alcançar, ele a deslocou com esmero até tê-la deitada à sua frente.   

O príncipe engoliu em seco diante da visão do banquete, totalmente isento do fato de que era igualmente avaliado. Elsa lambeu os beiços minimamente para o homem de joelhos diante dela. Embora intimidada, sua tangência à insanidade proveniente da expectativa da invasão carnal de seu interior fazia com que parecesse imponente. Entretanto, a emoção que retumbava em seu peito ainda era completamente casta e aquele rapaz, ao inclinar-se sobre ela e notar os primeiros indícios de receio, soube como deveria tê-la.  

Como obstinava, o príncipe mergulhou-a em um verdadeiro ritual de adoração. Fazendo uso da flexibilidade da moça, elevou a perna leitosa sobre a curva de seu pescoço para que pudesse mimá-la desde o dorso do pé até o tornozelo, arrancando risos de cócegas e respirações entrecortadas ao passo que sua veneração sutilmente aproximava-se para alcançar os joelhos agora dobrados à sua frente. Hans seguiu devotamente com seu tratamento em relação aos mesmos e, inflamando-a com sua seriedade ao cravá-la, alisou-a das patelas às partes internas da coxa alva. Dessa forma, contrastante com a captura ávida do olhar da moça, ele a abriu  morosamente para si. 

Elsa suspirou gentilmente, mais fino que o normal, quando o rapaz finalmente se deitou sobre ela apoiando-se em um de seus cotovelos quase acima da cabeça da moça e deixando sua mão livre perder-se entre ambas as intimidades que meramente se tocavam agora. – E-Elsa... Minha rainha, eu prometo jamais deixar de adorá-la e servi-la... Aqui neste leito confirmo minha devoção-Ah...  – O rapaz quase engasgou-se em seu próprio murmúrio seco de prazer, tanto querendo brotar de sua boca para cerimoniar aquele momento antes de ambos serem reduzidos a sons incompreensíveis, enquanto ainda custava-lhe compreender que, uma vez que fiando-se nele, ela não precisava que verbalizasse o que já havia tomado parte de suas certezas. – Eu farei o que desejar, irei... a-aonde me mandar. – Após tocar-se brevemente, lubrificou a ambos acariciando o núcleo femíneo com sua extensão carnal.  

— Pois venha... – O sibilo discreto e quase inaudível fê-lo parar e, seu contato visual constante tremeu diante da declaração final. – Para dentro de mim. Agora. – A voz embargada em volúpia soou-lhe tão soberana que em meio fôlego, ele já estava começando a penetrá-la.  

Um gemido lânguido de boca fechada foi empurrado do interior da rainha no momento em que suas paredes internas foram saudadas pelo desconhecido. A dor do rompimento e estiramento expressa em sua voz, tornando inevitável para ela tentar se mexer à procura de uma posição que trouxesse-lhe conforto e alívio. E embora incomparavelmente mais alto, ignorado fora o brado que ecoou pelas redondezas do fiorde quando os primeiros trincados de destruição começaram a surgir em sua estrutura gélida. Mas delicadamente, Hans firmou o quadril da moça onde estava e afagou seu ventre níveo, tentando entretê-la do incômodo inicial com a adição de agrados na extensão de seus ombros trêmulos, os dedos de sua outra mão jamais deixando de passear ternamente sobre a testa femínea para desfazer o franzido.  

Ao sentir que havia se infiltrado parcialmente, o príncipe parou um instante para aguardá-la se adaptar, antes de retirar-se e empenhar-se adentro novamente, desta vez conhecendo-a mais a fundo e sentindo-a contrair-se ao redor de si enquanto arqueava e desta vez, entreabria os lábios em um miado; suas mãos sempre tão delicadas, agora envolvendo-o e unhando-o as omoplatas. Uma repentina covardia acometendo-a diante da suposição de que talvez não haveria modos de abarcá-lo adentro sem se machucar, guiando-a em pequenos movimentos irreflexos que acabaria por desuni-los quando Hans fez menção de repetir o ato anterior, o que não passou despercebido pelo mesmo.  

— Ei ei ei, shhhh... está tudo bem, anjo, tudo bem. – O pacífico ciciar do rapaz invadiu seus sentidos, dissipando seu início de ansiedade instantaneamente, e destruindo por inteiro ao deixar de ampará-la pela cintura para encopar seu rosto, beijando com carinho o bico que a pressão de suas mãos levaram aqueles lábios a formar. E ainda sem desencostar suas bocas ele prosseguiu, jamais abdicando de sua mansidão, retomando seu suporte desta vez abaixo das costas como uma forma de melhor transmitir segurança. – Escuta... Eu sei que para algumas mulheres pode ser difícil no começo, mas eu irei devagar até que me peça o contrário, certo? Não vou machucá-la, confie em mim.   

Após o aceno de Elsa para prosseguir, o príncipe dirigiu-se para dentro de sua intimidade novamente, desta vez sem tortuosas pausas porque não eram mais necessárias. Seu ritmo brando inalterado como prometido, acariciando a cavidade cujas paredes tornavam-se naturalmente mais lúbricas e deixando o esforço doloroso cada vez menos preciso. – Shhh... Vai passar, eu prometo que vai passar. — Ele repetia atencioso enquanto notava sua amante acomodando-se gradualmente – Logo, logo será muito bom. – E não tardou a conversão dos pequenos e finos grunhidos de desconforto para aqueles inicialmente sufocados de pura satisfação.  

— Oh céus... H-hans! – Ela o clamou a primeira vez, apertando-se em torno dele novamente mediante a sensação de insuficiência quando seu interior foi estimulado a formigar por mais atrito, menos cuidado, mais força. Oh oh, por favor, dê a ela, ela o quer ardentemente. Atencioso, o rapaz ofereceu o que era preciso. Acelerou um tanto e empurrou mais a fundo, seus dedos enterrando reflexivamente na zona ilíaca já dançante da moça, enquanto puxava-a mais de encontro. Logo Elsa ampliava a abertura das pernas para facilitar as investidas do rapaz, aquele olhar concupiscente começando a assumi-la. Tudo em seu corpo era pedinte àquela altura, e ele não a negaria uma vontade sequer.   

Ali entranhavam-se apaixonadamente dois corpos que se diziam funcionar estritamente à mecânica como os relógios de Arendelle. Ah... quem os dera se os relógios de Arendelle fossem tão mentirosos! Dessa forma prolongariam aquele instante em que Hans bombeava entre as pernas da rainha com tanto vigor que à ela apenas restava entreabrir os lábios em gritos silenciosos de júbilo. Se os relógios funcionassem à paixão, eles certamente o fariam apenas para prorrogar a confluência das imensidões verdes e azuis. No entanto em apenas algo poder-se-ia firmar como verídico: muito embora fosse pujante a mecânica gerada pela luxúria daqueles corpos, por um momento poderia ser comparada às incansáveis engrenagens. No ambiente santo da capela régia, o luxuoso e bem polido relógio tinha seu pêndulo de ouro balançando tranquila e continuamente. No profano leito real, o vaivém também era incessante, apesar de um bocado mais bestial a julgar pelo uivo abafado do rapaz ao abocanhar o ombro delicado o qual sua amada dispôs enquanto o guiava à sua própria pele com o intuito de disfarçar os sons provenientes de sua motilidade torpe. E ao final, as engrenagens seguiriam metodicamente o infinito temporal, deixando para trás os amantes desesperados pelo êxtase magno, perdidos nos encantos fugazes do mesmo.  
 

Desmancharam-se: Hans ondulando febrilmente para ouvir a rainha cantarolar aprazida e senti-la castigar os cabelos de sua nuca enquanto ele mordiscava a curva de seu pescoço como um fanático. Bastou apenas um agrado inesperado em sua pérola para tê-la expirando sonoramente, apanhando a carne traseira masculina com força descomedida e desfalecendo-se em gemidos tão trêmulos quanto seu corpo quando o cume a abateu. E para o homem que juntou-se à ela no caminho da bem-aventurança, não foi diferente. A magia glacial escorreu das unhas da moça como um formigamento por toda sua retaguarda, associando-se à contração que ela exerceu ao redor de sua magnitude pulsante, como uma verdadeira conspiração para levá-lo à ruína dentro dela.  

Solfejando fracamente, Elsa fechou os olhos um instante, captando o saudar morno vindo dele à sua carne intrínseca. E, aconchegando entre seus seios aquele que tanto se empenhou para agradá-la, a moça sorriu com carinho.  

Vê-se que todo banquete, por mais farto que seja, possui um curso de apreciações até um fim. Não obstante a interposição de um final seja julgada infeliz, os amantes em questão estavam igualmente satisfeitos. Sendo importante enfatizar o quão peculiar é a satisfação, dado que a respiração densa do rapaz no local estratégico em que se encontrava estava fomentando uma certa inquietude na rainha. E as carícias inocentes pós coito dispunham de demasiado entusiasmo ao passo que os joelhos e as coxas agiam igualmente ardilosos.  

Dominados pela gula no deserto, puseram Deus à prova nas regiões áridas. (Salmos  106:14)  

Oh, suas orações se transformariam em suor no dia seguinte, pensou a rainha. Desafiando mentalmente seu mentor catequético da infância a abominar algo tão saboroso e significativo por conta do pecado que isso trazia. Pois estava cravado em seu coração que sua fome era unicamente daquele homem em seus braços, era dele que ela queria 

 – ... mais.  

Hans apenas ergueu-se desacreditado para mirá-la e ao fazer isso, um sorriso impertinente brincou em seus lábios. Rolando para pôr-se ao lado da jovem mulher, ele apoiou sua cabeça no próprio punho e deixou os dígitos de sua mão livre perderem-se no vale úmido feminino. – Majestade. – Sussurrou reverente e ainda com uma entonação entrelinha tão libidinosa que seria um crime se usada em público para pronunciar a mesma palavra.   

Aos ouvidos da monarca, no entanto, isso soou como um bom dia, ao tempo que sua respiração tornava-se explicitamente mais pesada. Por um breve momento, apenas concentrou-se em analisar a face do rapaz, retribuindo os sorrisos afáveis, ora desenhando sua assinatura oficial por todo o local com a ponta dos dedos – sem ter dúvidas de que ele fazia o mesmo lá embaixo – ora cacheando os fios ruivos úmidos pendentes na testa. E sem aviso prévio ou qualquer pista por expressão facial, a moça ergueu-se e empurrou-o completamente deitado enquanto montava seus quadris.  

— J-jesus! - Ganiu o príncipe involuntariamente, alto demais e despreparado para uma Elsa tão soberana bamboleando sobre seu membro quanto quando o é sentada em seu trono no salão do castelo.  

Shhh, Hans!— Ela o repreendeu com um tapinha no braço antes de inclinar-se para depositar um beijo nos lábios entreabertos em perplexidade. – Eu... Hm, quero recompensá-lo... Por tudo. – Explicou um tanto tímida pela posição em que se habilitou a ficar desta vez, mas com uma expressão genuína de ternura. Hans apenas admirou-a, fascinado pela audácia de optar em ficar por cima em sua primeira noite de cópula, enquanto a grande maioria das donzelas se sentiriam inseguras demais para isso. E sem querer deixar sua rainha um segundo a mais sem regozijo, ele guiou as mãos da mesma a introduzi-lo em seu núcleo, acompanhando o soluço femíneo esvaindo-se em chiados libertinos à medida que deslizava até pontos que outrora não pôde explorar. 

Sobremesa. So · Bɾi ·ˈMe · Zɐ. Fruta, doce ou outra iguaria, mais ou menos delicada e leve, com que se termina uma refeição.  

Alicerçando-a pela região pélvica, deixou que os instintos a dirigissem rumo ao poço de delírios que abrangeu ambos em rapidez maior nesta rodada, instruindo-a vez ou outra a rolar em ritmos específicos ou deslocar-se em trajetos circulares. Em questão de poucos movimentos e alavancagens moderadas na velocidade, a jovem já reinava sozinha, suspirando radiante ao descobrir um ângulo que a permitiria engolfá-lo mais profundamente. Hans já estava destruído desde quando aquela voz angelical pediu por mais e agora, sucumbindo aos caprichos tortuosos, era crueldade a vista daquele anjo dançando de forma tão perversa sobre seu ponto mais sensível. Devastado, tentou avisá-la ofegante. – E-elsa... Eu creio que não posso mais durar... Deixe-me fazê-la chegar lá, mmm por favor... – Ela apenas emitiu o gemido mais erótico que ousara até então, lábios entre dentes, olhos fechados, cabeça tombando para o lado e uma expressão pacífica dos infernos, enquanto seus montes leitosos sacolejavam humildemente à sua frente. Aquilo o fez beirar a insanidade e dessa forma, restou-lhe firmar a região ilíaca e levantá-la o suficiente para que seu membro deslizasse parcialmente fora dela e em seguida, puxá-la para si ao passo que erguia seu quadril fervorosamente de encontro àqueles cor de gelo. Assim repetindo, suas lamúrias e súplicas tais como "mais forte, meu bem-Ahh... mais rápido" uniram-se aos urros ofegantes masculinos para abafar o som úmido de carne contra carne. Uma, duas, três, quatro estocadas, ... não muito mais do que isso, e ambos contraíram-se exaltando sua bem-aventurança novamente.  

Elsa adormeceu tendo o príncipe ainda dentro de si, aconchegada em seu peito da forma como tombou sobre ele assim que a exaustão após o êxtase a domou. Ao rapaz coube rolar com a mulher desacordada em seus braços para que encontrasse uma posição que facilitasse sua retirada sem despertá-la. E lentamente o fez, provocando apenas um pequeno grunhido inconsciente por parte dela.   

Mais um esforço para apagar a humilde chama que iluminava o cômodo e o jovem príncipe, igualmente cansado, cobriu-os em suas partes mais privadas com o lençol já amarrotado pelo fluxo de atividades no leito, e entrelaçou suas pernas às dela, puxando-a o mais perto possível antes de igualmente começar a sonhar.  

Contornando os domínios de Arendelle, a natureza agia obstinada e combustada misticamente a seguir seu curso, tão clandestina quanto o casal de amantes que repousava na câmara de repouso da monarca. Como jamais se julgou possível desde o Grande Descongelamento, neve pura se desintegrou e a fina camada gelada quebrantou. Sem empecilhos, tudo ocorreu naturalmente.    Como a chegada da primavera. 


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Notas finais do capítulo

Meu amores, sei que estou em dívida com vocês mas este é o momento em que mais preciso ver comentários. Tanto pra saber se ainda têm interesse na história, quanto por questão de motivação, eu sinceramente... sinceramente tô precisando mais do que nunca, além disso, como eu mencionei nas notas iniciais, foi um capítulo trabalhoso e que me deixou muito apreensiva, por isso preciso saber o que acharam. Sobre o próximo cap., eu vou tentar adiantar o que puder antes das minhas férias curtas acabarem, porque tô tendo um ano apertado na faculdade e não vai me sobrar tempo ou férias pra escrever até pelo menos setembro. Por isso deixou avisada uma demora, no entanto não tão longa quanto a anterior se tudo conspirar a meu favor! E até lá, venham falar comigo, sério, é a melhor coisa receber mensagem, se quiserem dou até meu whats (sou dessas). Cuidem-se, daises s2