Give In To Me escrita por DanyellaRomanoff


Capítulo 18
Anger


Notas iniciais do capítulo

POR FAVOR DAISIES, LEIAM AS NOTAS ANTES, YA? *-*
SOUNDTRACK: [tô fazendo ainda, ouçam quando eu postar, as músicas são escolhidas a dedo]
1. Ok, gente é o seguinte, eu demorei a vida inteira pra postar e ainda vou pequeno comparado aos mais recentes. Na verdade, este capítulo seria o recordista em questão de número de palavras, mas decidi quebrá-lo até o fim desta parte aqui, porque se encaixaria bem melhor ao título, além da dinâmica de títulos que aos poucos vocês vão saber do que se trata. Mil perdões por estar demorando desse jeito, minha vida tem estado uma bagunça e de forma alguma eu queria que interferisse no meu desenvolvimento da história (na verdade interferiu em não me deixar escrever). Então, agora eu tenho certeza que o próximo vai demorar bem menos porque eu já tenho boa parte dele pronta, apenas tenham paciência e não me abandonem, estamos em uma parte delicada da história e eu quero ser cautelosa.
2. POSTEI UMA ONESHOT HELSA NOVA! Aqui está o link para quem ainda não viu: http://fanfiction.com.br/historia/536639/Old_Money/ e sério, comentem, eu ficaria MUITO feliz com isso, e me sentiria bem mais motivada aprontar meus outros projetos. Significaria muito se comentassem!
3. Falando em comentários, eu tenho notado que o Nyah está meio desertinho ultimamente, e super entendo que quando a rotina volta fica difícil se entreter muito na internet. Mas ainda sim, eu fui no meu gerenciador de histórias e MAN, 101 ACOMPANHAMENTOS, MAAAAN, ISSO É UM SONHO MAN! Eu só queria agradecer de todo meu coração à essas pessoas, vocês conseguiram me destruir de tanta felicidade kkk Mas ainda sim, eu desejo tanto conhecê-los, deem um alô, falem comigo por MP, comentem aqui, eu adoro e fico enlouquecida com comentários grandes, mas não significa que todos devem fazê-los, eu fico doida com qualquer tamanho de comentário, sério. Apenas apareçam, comentem, eu os invoco. Significaria demais s2



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Os primeiros raios de sol perfuraram o céu nublado e timidamente banharam o interior do castelo de gelo. Hans fora o primeiro a enfadar-se quando um clarão banhou sua face, arrancando-lhe resmungos ininteligíveis quando percebeu que não havia modo de desviar-se do incômodo. Em um ritual matinal, o rapaz apertou os olhos e piscou aturdido pela sonolência que ainda o domava, enquanto as unhas passeavam distraidamente em sua cabeça. Inicialmente, o príncipe estranhou a temperatura mais baixa que o normal e, após salivar a secura da garganta, franziu o cenho encarando o teto de gelo reluzente acima de si. Mas é claro, seus lábios curvaram-se em mau humor ao primeiro pensamento sobre as desvantagens de dormir em um espécime de cristal gigante. As pálpebras permaneceram preguiçosas enquanto ele raspava o olhar pelas superfícies glaciais que cintilavam mesmo com as rajadas de vento gélido momentâneas. Até que uma destas lufadas espalhou um mar de fios platinados sobre seu rosto, friccionando e esboçando-o lembranças do que fizera no dia anterior, principalmente à noite, e com quem. O rapaz estremeceu quando a dor aguda na ponta de seus dedos e a desobediência de sua mão quando tentou gesticular, denunciara a dormência que por sua vez, não significava outra coisa senão o fato de que alguém ainda jazia adormecida em seus braços.

A rainha de Arendelle silvou em seu sono como a brisa da montanha enquanto o rapaz acomodava as mechas loiras fugitivas atrás da orelha, voltando a ressonar pacificamente como quem há muito não repousava, o braço fino caído sobre o próprio quadril e algum cabelo desordenado fora de uma trança em seu fim pinicavam no pescoço do príncipe enquanto ela permanecia do mesmo jeito desde que dormiu: virada de costas para ele.

Hans suspirou pesadamente, desperto não só do torpor matutino, mas de um tipo peculiar e absurdo no qual Elsa sempre o afogava quando ele arranjava de analisa-la. Ele era egoísta demais para abrir mão de tê-la, e de travar uma verdadeira batalha de resistência até conseguir isso. Ela estava tão linda em sua bagunça, e esteve magnífica quando se deixou ser bagunçada, quando ele sentiu a rainha atormentada em culpa extravasar em libertação junto dele, e por causa dele. Ele a queria, e finalmente confirmou que era correspondido em igual fervor. No entanto, a certeza de suas vontades não passava disso, visto que a partir dali, não havia meios do príncipe imaginar o que poderia acontecer futuramente. E acordá-la para assistir o provável meio sorriso débil que estaria naqueles lábios desvanecer-se em remorso, o enchia de pesar. Ela poderia estar sonhando, e não seria ele o infeliz a tirá-la isso.

Pacato, Hans inclinou-se sobre a figura esguia ao seu lado, e erguendo-a gentilmente pela nuca, emitiu um sussurro de dor ao retirar seu braço que serviu de travesseiro até então. Recolocando os botões de sua camisa, o príncipe observou-a embolar-se e esfregar as pernas durante o sono totalmente livre de sua rigidez, antes de virar-se bruscamente para cima suspirando inconsciente por dar folga ao ombro que passou toda a noite sob seu peso. Fascinado, o rapaz atentou-se mais quando os beiços femininos encolheram-se em um bico de insatisfação, e o pobre homem admirado não se viu em condições de ocultar um sorriso débil frente aos subsequentes movimentos felinos onde ela se esticou antes de acomodar-se cobrindo o rosto com um braço mole, claramente sentindo-se perturbada pela luminosidade crescente. Resistindo à oportunidade de roubar um beijo daquela que dormia, o ruivo desgrenhado apressou-se em descer para selar os cavalos antes que Marshmellow aparecesse.

Quando os raios solares tornaram-se mais teimosos, após certo tempo, Elsa não mais conseguiu manter seu repouso. Uma vez que o astro rei mostrava-se por completo, sua claridade irradiava através da varanda e infestava todo o cômodo logo após. De olhos semicerrados sensíveis à luz, a moça pôs-se de pé e caminhou lentamente até o mainel glacial revezando-se entre arqueios e bocejos, mal se incomodando com a barra do vestido que pendia apenas parcialmente ao chão enquanto algumas partes permaneciam engatadas em um emaranhado à altura das coxas. Ainda grogue, e usando de um olhar baixo, sorveu profundamente a brisa fria típica da região e deixou-a adentrar seu interior pelas narinas, despertando seu corpo ao cumprimentar a magia que lá havia. Um pouco mais disposta, a rainha umedeceu a boca entre estalos e soprou longe um fio platinado petulante que cutucava seus olhos. E neste instante, ligando rapidamente os pontos ao levantar as mãos para seu motim capilar, e em seguida realizar o que o levou a ficar em desordem, Elsa estremeceu violentamente com a torrente de lembranças dos últimos acontecimentos, e por fim despertou por completo.

De imediato a moça assumiu que nada fora estrangeiro para ela, e isso fora o mais intrigante, para não dizer assustador. Afinal, palavras delicadas foram trocadas por ela e o príncipe impertinente, palavras envolvendo sentimentos além de um simples negócio firmado com base em um objetivo, palavras que demonstravam que a mecânica não mais existia entre ambos, palavras que confirmavam embora negassem a toda hora que o que os corações brutais desejavam poderia acontecer, e que deveriam ser correspondidas por um afastamento imediato. Porém, após tanto, ela ainda sim se entregou em igual facilidade àqueles braços, assim como reclamou os lábios em um desespero maior que o habitual. E nada fora estranho, nada do que infestou seu interior na noite passada esteve lá pela primeira vez. Ela o queria tanto que isto a acuou. Não teria a audácia de tentar convencer a si mesma do contrário de algo tão vívido, não depois de sua aquarela glacial exibir o retrato perfeito de sua libido, tendo como apreciador o único que não poderia sê-lo. Encurralada, restou a ela uma gargalhada seca e discreta, quando não só caçoava da própria fraqueza e irresponsabilidade, como também do nervosismo que se apegara a ela diante da incerteza do que aconteceria dali em diante.

– Alguém acordou de bom humor. – A voz de Hans, embora consistente por conta da preocupação do rapaz em saber como ela reagiria ao acordar, soou lasciva aos ouvidos de Elsa, como se seu riso nada escondesse dele, fazendo-a sentir como se seus pensamentos não se ativessem sob sua segurança e que ele bem sabia o que se passava. Paranoia.

O rapaz permaneceu desconcertado, desviando o olhar bruscamente quando a rainha virou-se para ele. Cauteloso, varreu-a dos pés à face, e enfim encarou o par de oceanos que nada combinavam com o sorriso torno que ela o lançou brevemente, antes de dissolver a linha dos lábios em expressão de neutralidade. No entanto, ele se pôs atento ao misto de sentimentos que habitavam as íris femíneas, e suas sobrancelhas ergueram-se discreta e lentamente em surpresa ao detectar a dureza eminente que não lhe parecia outra coisa senão raiva. Ali, nasceu em seu âmago um fluxo de aborrecimento consigo mesmo, porque a conclusão de que sua majestade estava obviamente com raiva dele era tudo o que passou a cogitar, e a sensação do risco de perder a proximidade dela que conquistara arduamente o fez sentir um desespero absurdo por consertar as coisas, enquanto suas entranhas começaram a se agitar a ponto dele ter de reprimir um resmungo de consternação.

Entretanto, seu ultimato caiu por terra quando uma esperada resposta rude seguida de um olhar acusador simplesmente não lhe veio. Em seu lugar apenas um suspiro silencioso escapou, seguido de uma segunda risada breve, mas que deixou um semblante aparentemente bem humorado, mas que não o mitigou em tudo.

– Acordei achando muita coisa engraçada. – Elsa se pronunciou suave sobre o comentário após um tempo de reflexão, enquanto mirava um ponto qualquer ao lado e baixava a visão à medida que o reflexo de sorriso ameaçava esvair novamente. Ela mordeu o lábio, pensativa, reunindo determinação para encerrar tal tipo de conversa antes que imergissem em confusão maior. – Hmm, eu estava mesmo com fome. – Brincou, recobrando o meio sorriso tão fraco quanto sua voz, e à percepção disso, limpou a garganta sonoramente ao passo que acenava com a cabeça ao até então ignorado desjejum que jazia comportado em uma fina toalha nas mãos de Hans.

Naquela manhã, quando trilhavam o caminho de volta a Arendelle, entre assuntos randômicos claramente contornando o que pudesse depará-los a realidade nua, o rapaz notou que Elsa permanecia oscilando entre risos nada firmes e seriedade logo em seguida, e desconfiado cogitou que seria este o reflexo de sua relação nos próximos dias.

Mal sabendo ele o quanto estava enganado. Não em relação ao que ela sentia, e sim em relação a quem.

Foi um par de dias, e encontros onde a distância reinava, mesmo que fisicamente estivessem próximos. Até que o príncipe deteve a verdade por trás do sangue fervente da rainha, corrigindo-se sobre sua concepção acerca do alvo daquela frigidez, e o modo como o fez fora exatamente deparando-se com o ataque.

– Anna percebeu alguma coisa? – Perguntou enquanto observava-a recostada no portal de madeira de seus aposentos espiando os corredores por entre o pouco espaço da porta semiaberta, antes de trancá-los a sós. E desta vez, não era algo de praxe, e sim de puro interesse desde que o emocional da rainha se tornou notável a ponto do rapaz ouvir acidentalmente duas servas comentarem entre cochichos o quão, segundo as mesmas, “abatidinha” e mudada sua soberana parecia; o que certamente o senso protetor fraternal de Anna não deixaria passar.

– Nem tanto, porque agora ela tem uma irmã falsa o suficiente para driblá-la. – Respondeu com azedume, até dar-se conta do próprio tom e suavizá-lo novamente, até mais que o normal, em um ato de contrição. – Me desculpe, por favor... Eu não quero descontar em você, é que, às vezes eu pareço esquecer o quão longe eu estou indo, o quanto eu tenho mentido... E eu passei o dia inteiro lá fora tentando agir como se nada estivesse acontecendo. – Lamentou a moça, e Hans pôde perceber a gradiente de emoções exibidas à sua frente. A mulher outrora frágil, aos poucos, em seu silêncio, adquiriu uma bronzagem de ódio em suas íris, e a pele fina da palma daquelas mãos provavelmente estava sendo castigada pelas unhas quando seus punhos foram cerrados com força descomedida. Cada vez que ela caía, parecia estar sendo menos piedosa consigo mesma. E diante de tal conclusão, o rapaz conteve-se em uma imparcialidade enquanto internamente debatia sobre o porquê de não ter lhe ocorrido antes a ideia de que ela estaria com raiva de si mesma. Ora, era verdade que Elsa tinha uma forte inclinação a canalizar tudo para si, apenas para suportar sozinha e poupar seus próximos. – Eu não devia me render à carne dessa forma, essa fraqueza é inaceitável. – E em um ímpeto, uma risada vibrou na goela masculina enquanto ele a ouvia e concluía aliviado o quanto ela poderia ser puritana à vezes. Não era intenção do príncipe irritá-la, afinal ele a respeitava e tinha total compreensão pelos motivos sociais e pessoas que a levavam a ter tal pensamento. Mas naquele instante, quando prestes a pedir desculpas, notando que ela tentou ignorar sua reação, um lampejo de ideia o iluminou. Outro ruído bem humorado forçado fora bastou para que ela rapidamente saísse de seus devaneios e lançasse um olhar tão fulminante que ele seria o único homem na face da terra a não recuar diante disso. Ele a chatearia um pouco, apenas um pouco.

– Isso é divertido pra você?... – Perguntou entredentes.

– Isso a fez ficar com raiva de mim. – Emendou o rapaz rolando os olhos em seus orbes pedindo uma confirmação, e injetando um ar de surpresa naqueles que o miravam, semicerrados.

– O quê? – Ganiu Elsa em confusão, logo se convertendo em impaciência enquanto assimilava pela expressão do príncipe que seus constantes conflitos o estavam entediando e que ela não tinha o direito de se opor a isso. E antes que assumisse que isso era doído, optou por se deixar levar na onda de aborrecimento que a tomou, direcionando-a para o outro extremo do quarto a passos largos, decidida a rebater. – Enfim, não importa. Eu não vou reclamar se isso o diverte. É compreensível que sinta satisfação em nos ver assim, digo, eu e Anna fomos a destruição dos seus planos. E de qualquer forma você não tem obrigação nenhuma de aturar...

Desprevenida, a rainha foi pega pelos ombros e girada com facilidade em torno de si, e seu olhar atordoado mal obteve o tempo necessário para retomar seu foco quando seus lábios foram consumidos com tanta raiva quanto como foram literalmente largados de imediato. Zonza, com a sensação de desprezo, mas ainda sim surpreendente calma, tentou apegar-se ao orgulho e tentar inutilmente uma libertação do aperto que ainda a mantinha frente a ele. Ela abriu a boca para enfrenta-lo, no entanto ele tomou a palavra por rapidez.

– Perdoe-me majestade, mas eu peço o seu silêncio. – Rosnou pausadamente. A rainha não conteve uma vibração diante da incredulidade àquela atitude, e ao notar que ele avançava novamente, desta vez reagiu desviando-se o suficiente para ser beijada apenas no rosto.

– Você demonstrou o seu tédio, e eu lidei com ele como pude. Além disso, eu ainda não entendi aonde quer chegar agindo assim, e acho que prefiro não entender. Estamos terminados por hoje. – Rebateu Elsa estreitando o olhar, claramente nivelando seu temperamento para não soar aborrecida e deixá-lo saber que ela se importava com isso. Hans afrouxou seus dedos, deixando a moça aproveitar-se disso para se desvencilhar em um movimento brusco, tornando-se alheia ao visível recobramento de consciência do príncipe, enquanto virava-lhe as costas aguardando sua retirada.

Se ela almejou sair vitoriosa na jogada de ofensas, acertou em cheio. O homem balançou a cabeça, desacreditado do quanto ele se viu tomado pelo olhar dela semelhante ao de Anna, enquanto ele, em ambos os casos, fazia papel de canalha. E como se não bastasse, ela esclareceu o seu próprio. Perda de fé. Talvez tenha sido isso o que o fez sair do controle de sua verdadeira intenção, demudando-o em um odioso intencional que ele bem sabia que poderia ser.

– Você não vai mais me beijar... Minha rainha? – Perguntou tão cauteloso quanto seus passos mudos na direção da mesma.

– Não vejo por que fazer isso. Então... – Respondeu Elsa tentando ao máximo soar indiferente, em um dar de ombros, embora lhe pesasse o remorso de ter posto as feridas do príncipe em ardência.

– Eu posso me redimir. – Tentou alcançar o auge da mansidão, sentindo-a estremecer e encolher-se, ainda mal humorada, no entanto. Ambos sabiam que ele não se referia apenas a beijos, no entanto, por hora o mais necessário prevaleceria. Certo de que palavra alguma sairia daqueles lábios, ele prosseguiu sorrateiro ao entorna-la com um braço e alcançar a mandíbula com o outro.

– Está difícil de entender você. – Ela bufou camuflando um suspiro, ainda sim insatisfeita por deixa-lo se aproximar tão livremente depois de tudo. E após acenar com a cabeça para afastar o toque dos dedos ásperos de seu queixo, continuou advertindo-o. – Se não for embora eu não respondo pelos meus poderes.

Hans riu em deguste com a possível ameaça.

– Eu nunca tive medo de você, majestade. – Ronronou razoavelmente presunçoso, mas ainda sim ela se sentiu confortável com isso, talvez por conta das expirações que sopravam para ela, não havia meios de saber. – Por favor. – Insistiu, e antes que ela tentasse calá-lo ou expulsá-lo da pior forma imaginável, apressou-se em desfazer o mal entendido. – Escuta, você tem escondido coisas de sua irmã, como fez por muitos anos. Sim. Mas tem feito por uma boa causa, sempre fez por uma boa causa. Eu seria um homem tolo se não dissesse que é a pessoa mais bem intencionada que eu já conheci. Ver que você vem apontando para si mesma toda essa raiva, jamais me divertiria, não nas circunstâncias atuais. Eu sou um homem mudado, Elsa. E mesmo satisfeito por ter conseguido desviar esse aborrecimento e canalizá-lo pra mim, me enlouqueceu o fato de tê-la visto perder a fé em mim com tanta facilidade. Então, apenas pare com isso... Tenha fé em mim, tenha fé em si mesma. Tenha... – Ele tomou fôlego o suficiente para completar. Tenha fé em nós, tenha fé em nós. Mas as palavras morreram em sua garganta, e foram levadas mais afundo quando ele engoliu em seco, desenrolando-se dela desajeitadamente. Esteve ele mesmo prestes a dizer algo tão comprometedor? Elsa era imprevisível, mas nas circunstâncias atuais, pronunciar tais palavras equivalia a afastá-la, ele presumia.

Mas como ele havia assumido, Elsa era imprevisível. E acima de tudo, era uma mulher. E inacreditavelmente, tudo o que fizera fora relaxar a rigidez de outrora e um ruído de expiração agitada o sinalizou de uma risada silenciosa, antes dela cruzar os braços, um tanto mais descontraída.

– Eu devo dizer que você vem me fazendo admirar sua criatividade, príncipe Hans. – Ele quase sorriu junto dela, antes de franzir o cenho insatisfeito ao ouvi-la inspirar um “Mas”. –... Já está muito tarde, nós temos de terminar por aqui.

– Não sem me redimir. E devo lembrá-la da permissão que me foi concedida para ser hostil quando me conviesse. – Pensou rapidamente em uma resposta, não oferecendo instante algum para ela reagir além do moldar dos lábios em um perfeito oh. E em um ímpeto o rapaz puxou a boca da rainha para si novamente, da forma como costuma fazer, ao passo que sentia os finos braços descruzarem-se em surpresa, pendendo inúteis até o momento em que o orgulho se dissolveu em um gemido abafado e seu pescoço fora envolvido. – Nossa primeira briga, eu presumo? – Ele se atreveu a comentar enquanto desprendia-se dos beiços e puxava-a pelas duas mãos até o leito.

– Está cogitando isso como se fôssemos... – Balbuciou a rainha, exclamando involuntária quando o rapaz tropeçou na borda do móvel levando-a consigo na queda até encontrar a maciez do colchão. Elsa discorreu mentalmente se fora uma boa ideia tentar se afastar quando encarou o semblante pertinente do rapaz abaixo dela, segurando seus quadris enquanto ela acabou empoleirada nele. Assim como ela não se permitiria continuar a falar, ele não a deixaria sair.

– O que nós somos agora, Elsa? – Os olhos verdes estavam abrasados em expectativa ao cintilarem pedintes para ela, desviando-a do foco apenas para observar sua majestade apoiando as mãos juntas sobre o abdômen masculino enquanto corava diante da pergunta inesperada.

– E-eu não sei. O que acha que somos? – Ela o encarou timidamente, inclinando para trás paralelamente à proximidade do homem quando ele sentou, ainda firmando-a pela cintura e costas, impedindo que se afastasse quando ele finalmente alcançou o pescoço.

– Eu ainda não descobri, mas estou certo de que é bom, e eu gosto... Muito. – Finalizou, rolando-os até pairar sobre ela. – Vou fazer você ter uma boa noite de sono, minha rainha. – Entonou rouco em meio a um beijo contra a fronte femínea, e quando ele a agradou naquela noite, incrivelmente gentil em sua impetuosidade, oh Deus, ela apenas soube que era recíproca.


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Notas finais do capítulo

Me acabei de falar no comecinho, então não sobrou nada pra cá kkkk Apenas reforçando, comentem, vocês não imaginam o efeito que isso tem sobre mim! E aos apressadinhos que pularam as notas iniciais, agora que terminaram de ler, voltem lá tá okayzinho? Okayzinho! Amo cada um s2