Um mês e duas semanas depois...

– ACORDAAAAAA!!! Hoje tá um dia lindo, os pássaros cantando, o sol brilhando e tu dormindo até tarde.

Acordei de repente, com um peso em cima de mim. Coço os olhos e enxergo Megan em cima de mim.

– Que porra que tu ta fazendo aqui, criatura desnaturada?

– Como o que estou fazendo aqui? Hoje você tem aula e eu tenho um encontro.

– O quê? Deixa eu ver se eu entendi, você invade meu quarto, me acorda as seis da manhã - digo quando vejo as horas no meu celular em cima do criado mudo - quando minhas aulas só começam as oito, além do que, está parecendo que vai cuspir arco-íris?

– Isso mesmo. - confirma ela.

– GAROTA, VOCÊ TEM PROBLEMAS? - termino minha frase, esganando ela. Sabe no seriado dos Simpsons? Então, quando o Homer esgana o Bart? É isso que estou fazendo com minha prima.

Cara, como eu odeio gente que acorda de bem com a vida, juro que nelas há um demônio encarnado.

Logo minha mãe aparece pra ver o que estava acontecendo.

– Fiilha, porque está atacando a Megan? - fala enquanto me retira de cima dela.

– Você pergunta pra mim? Ela que me acordou do nada, e ainda por cima, cuspindo arco-íris. - respondo.

– O quê? Não to entendendo.

– Nada não, tia. Ela que é mau agradecida. Se não fosse eu, ela só levantaria uns vinte minutos antes da aula começar.

A olho, lançando meu melhor olhar de vai ter vingança. Ela só ri.

Minha mãe logo desiste de tentar entender e sai do quarto dizendo que vai preparar o café.

– Então Megan, o que te faz me acordar a essa hora?

– Bom, é que eu queria te contar que aquele cara da aula de física pediu pra sair comigo.

Lembrei do tal carinha. Acontece que minha prima tava afim de um sujeito da aula de física, só lembro que ele é bom na matéria e Meg também, mas ela se fingiu de burra e pediu a ajuda dele. Desde então ela o tenta convencer, usando os truques dela, a convidar ela pra sair. Parece que deu certo.

– Tá, e o que eu tenho haver? Ou melhor, PORQUE PRECISAVA ME CONTAR ISSO AS SEIS DA MANHÃ? NÃO DAVA PRA ESPERAR ATÉ O SÁBADO.

– Não. E calma aí estressadinha, agora você acabou com a alegria do momento. Pensei que iria ficar animada de ver que meu plano deu certo.

– Você acha o quê? Que eu iria sair por aí gritando feito uma louca?

– Aff, você não tem jeito mesmo.

Esqueço de tentar dormir novamente e vou ao banheiro fazer minha higiene matinal. Logo sinto ânsia, e vomito. Alguém segura meus cabelos. Assim que termino, escovo os dentes.

– Emy, o que houve? - pergunta minha prima.

– Não sei, deve ser algo que eu comi.

– Não sei não, acho melhor marcar um médico. Você não para de vomitar, além de que já ficou tonta umas três vezes só nesse mês.

– Aff, esquece. Deve ser só TPM.

– O mês inteiro? Além do que, você nunca vomitou nas outras vezes.

– Me escuta, estou bem. Agora esquece isso. Tenho que ir pra aula depois.

– Tem certeza que quer mesmo ir pra aula nesse estado? - indaga preocupada.

– Eu. To. Bem. - falo pausadamente - E desde quando, um vomito o qualquer outra coisa me impediu de ir a aula?

– Aff, você quem sabe.

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Depois de um tempo, vou pro colégio.

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Na aula de química...

Fórmulas e mais fórmulas. Não to nem ouvindo o que o professor diz. Tudo por causa do maldito sono que estou sentindo. O pior é que deveria estar prestando atenção, já que essa aula é do professor que meio que me odeia. Acontece que o Sr.Black, ou melhor o carro dele, foi atingido por uma experiência científica minha. Bom, resumindo, tínhamos que testar nossos trabalhos, e o meu era um foquete movido a açúcar e outras coisas mais, mas o negócio deu errado. Resultado: a BMW dele foi atingida. Desde esse dia, ele me pergunta as coisas mais difíceis, me deixa de dupla com os mais burros, etc.

Voltando... Comecei a me sentir meio tonta. Levando e vou até a mesa do Sr. Black.

– Professor, posso ir a enfermaria.

– O que você vai fazer lá?

Logo, me senti meio irritada, então respondo.

– O QUE VOCÊ ACHA QUE SE FAZ NA ENFERMARIA SEU IDIOTA? - nesse momento a trinta e nove pares de olhos em mim, incluindo o o Collins.

– Olha o respeito. - me avisa mortalmente.

– ACONTECE PROFESSOR, QUE MINHA PRIMA DESNATURADA ME ACORDA HOJE AS SEIS DA MANHÃ SÓ PRA ME DIZER QUE UM CARA PEDIU PRA SAIR COM ELA, DEPOIS FICO ENJOADA E POR ESSE MOTIVO, ACABO NÃO TOMANDO CAFÉ DIREITO E POR FIM, EU TO MEIO TONTA, MAS UM CERTO PROFESSOR QUE APARENTEMENTE ME ODEIA, NÃO ME DEIXA IR A ENFERMARIA PRA RESOLVER MEU PROBLEMA.

Só depois noto que me exaltei um pouco. Todos me olham surpresos, é raro ver alguém gritando com um professor, ainda mais eu.

– Ela é maluca. - fala alguém que logo vejo que é o Collins.

– O. que. você. falou?– digo mortalmente.

Me dirijo a frente de sua classe.

– Que você é maluca além de nerd horrorosa.

– Precisa jogar na cara? Sério, eu só queria ir a enfermaria, mas não, eu tenho que enfrentar um professor e ainda tenho que aguentar um idiota que me odeia, não sei porque, será que não dá pra ter pena de mim, só uma vez? - falo enquanto derrubo algumas lágrimas.

Sério, o que deu em mim? De uma hora pra outra estou mega brava e depois começo a chorar do nada?

Pra não ser ridicularizada, saio rapidamente da sala, me dirigindo a enfermaria.

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Pov Rick

Que. merda. aconteceu. aqui? Meu Deus. Aquela nerd desfigurada pirou. Digna de hospício. Sério, primeiro ela grita com o sor, depois comigo e por fim, começa a chorar pelo o que eu disse. Exatamente como falei antes, maluca.

Olho ao redor e vejo todos voltando ao normal pelo choque causado pela Parker.

Logo o sinal bateu.

Decidi ir aos jardins e vejo a Parker descansando em baixo de uma árvore. Vou até ela.

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Pov Emily

Assim que saio da aula, vou a enfermaria e acabo ouvindo a mesma coisa da outra vez: me alimentar bem e voltar sempre que me sentir mal, além de receber um olhar suspeito e enigmático vindo da Dona Amélia.

Depois vou aos jardins, não estou com vontade de ir a aula.

Colo meus fones de ouvido e começo a escutar Greenday.

Fecho os olhos e descanso, mas assim que abro, vejo Rick Collins na minha frente.

O que será que ele quer agora?