Be mine. escrita por GehhS


Capítulo 3
O primeiro contato.


Notas iniciais do capítulo

O que estiver destacado em itálico ao longo do capítulo serão os pensamentos das personagens.



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Marina

Eu deveria ter parado antes de ter me dado conta do que estava por vir. Eu perdi completamente o jeito nisso. Agora quem está assustada nessa história sou eu. Clara me olha de um jeito que não consigo ler, eu preciso mais de uma resposta do que ela. A resposta vem de dentro de mim.
Era como se um balde de água fria tivesse me atingido em cheio.
Calafrios percorrem meu corpo e agora sou eu que não sei como agir, o que falar. O que responder. O que ela quer que eu responda?
Estou confusa. Mas sei o que isso significa. E não tenho tanta certeza se quero saber a resposta.

– Marina? – Clara estalou os dedos diante dos olhos da fotógrafa.
Marina riu um pouco sem graça se perguntando se Clara poderia ter ouvido seus pensamentos.
Clara também riu sem graça e o seu receio se transformara em medo.
– Esquece o que eu te perguntei, tá bom? É bobagem minha – pediu Clara insinuando sair da cama.

“O que você quer Marina? Aja! Não pense muito. Apenas aja.”

– Onde você vai? – perguntou Marina se empertigando diante de Clara – Nós ainda não terminamos nossa conversa, eu nem lembro o que você perguntou na verdade. Repete a pergunta, por favor.
– Não, Marina, olha...
– Por favor – insistiu a fotógrafa pousando sua mão quente sob o antebraço de Clara.
Clara piscou mais lentamente, mantendo os olhos fechados mais tempo do que o esperado.
– Olha o que você faz comigo – disse Marina tomando a mão de Clara e pousando sob seu peito.
Clara estremeceu ao sentir o desespero daquele coração. Se assustou mais ainda quando se deu conta de que aquele coração batia no mesmo ritmo que o seu.
Sem permissão sua mão subiu até o pescoço de Marina que fechou os olhos aproveitando aquela sensação de ser a novidade para alguém. Desacreditando que aquilo estava acontecendo.
Deslizando delicadamente a mão até o rosto de Marina, Clara passou o dedo na pinta próxima à boca. Marina sorriu.
– E-eu sempre gostei... Sempre gostei dessa marca que você tem – disse Clara olhando a pinta, depois entregando-se aos olhos penetrantes de Marina.
Marina chegou mais perto.
Clara tentou recuar, mas seu corpo não a obedecia mais. O pouco de sanidade que restava em seu pensamento a segurava para não se jogar naquele mar desconhecido.
– Por que eu? – perguntou Clara tentando buscar ar para seus pulmões, olhando para baixo. Ainda com a mão no rosto de Marina – Você pode ter todas as mulheres do mundo, a qualquer momento. Eu sou tão... comum.
Marina ergueu o rosto de Clara com o dedo indicador. Exigindo um contato visual ininterrupto.
– Você não tem nada de comum. Nunca que uma pessoa comum faria isso comigo, me deixaria assim... Nas nuvens.
Se fez silêncio.
Agora a mão de Clara repousava entre as mãos de Marina e suas testas estavam unidas.

“Você quer passar o limite? Quer atravessar a linha e ver o que tem do outro lado? Pode ser um caminho sem volta, Clara.”

Clara desencostou sua testa e admirou Marina por um momento. Um pequeno filme passando por sua cabeça. Quando Marina sorriu Clara sorriu de volta e ela sentiu o estômago se retorcer.
Marina passou o dorso de sua mão no rosto de Clara e Clara respondeu ao carinho beijando a palma da mão da fotógrafa.
Numa dança calma Marina deslizou a mão para a nuca de Clara a puxando para si.
Sem saber o que fazer e por onde começar Clara posou suas mãos temerosas nos ombros de Marina.
Percebendo a tensão, Marina colocou as mãos de Clara em sua cintura.
– Calma – pediu Marina sussurrando no ouvido de Clara. Beijou o lóbulo de sua orelha e sentiu a pele de Clara arrepiando-se sob suas mãos.
Vanessa estranhou que Marina não tivesse solicitado sua presença, estranhou mais ainda o silêncio que permanecia no cômodo preferido da chefe. Curiosa caminhou até lá.
Parou um instante.
Dois instantes.
Marina e Clara estavam tão intimamente próximas que a ruiva precisou olhar mais de uma vez para ter certeza que aquilo era real. Elas já haviam se... Ou iriam?
A raiva cresceu dentro dela e decidida a não querer ver o desfecho daquela cena, saiu.
Clara sentia o corpo esquentar como a muito não esquentava. A última vez que se lembrava de ter ficado naquele estado era no começo do casamento com Cadu.
Clara não queria pensar em Cadu, não queria pensar em nada que a fizesse desistir de experimentar aquela sensação que estava lhe tirando o sono e a sanidade.
Num impulso enterrou suas mãos nos cabelos de Marina e a puxou. Quando sentiu os lábios um contra os outros soltou um gemido curto, baixo.
Surpresa, Marina riu entre os lábios de Clara.
Clara abriu os lábios e sentiu a saliva de Marina misturar-se a sua.
Os lábios da fotógrafa eram macios. Marina tinha um ritmo calmo, delicado.
Marina deslizou uma de suas mãos pelas costas de Clara sentindo-a tremer em seus braços quando sua língua adentrou aquele território desconhecido.
Clara brincou com sua língua na boca de Marina e permitiu-se ousar. Ela queria provar todos os gostos e sensações que a fotógrafa tinha a oferecer.
Marina, por sua vez, degustava os lábios de Clara como se fosse um dos caros vinhos que provara ao longo de sua vida.
Seu coração batia contra sua caixa torácica a deixando sem ar. Nunca poderia pensar que aqueles lábios inexperientes se encaixariam tão perfeitamente nos seus.
Marina sentiu sua intimidade contrair quando Clara mordeu seu lábio inferior e o sugou delicadamente.
Clara também sentia coisas na região do seu baixo ventre, mas naquele momento ela só queria descobrir quantas sensações aqueles lábios macios poderiam lhe tirar.
Clara jogou a cabeça pra trás respirando sofregamente. Sentiu o ar sumir de súbito quando Marina desceu os lábios por sua garganta e subiu até o seu queixo trilhando o caminho com sua língua precisa.
Marina mordeu o queixo de Clara e ela gemeu mais alto que poderia supor.

“Não consigo parar. Não quero. Meu corpo todo está quente. É como se eu tivesse queimando em febre. Sinto o suor nascendo em meu corpo e uma necessidade gritante de sucumbir ao que ele implora. A Marina me tira do sério, muito mais do que achei que tirasse.”

Clara estava de olhos fechados mordendo o lábio inferior com força, quase o ferindo enquanto sentia Marina beijar sua orelha. Sua mão adentrou a blusa de Marina e ela sentiu, ao tocar as costas da fotógrafa que ela também estava em chamas.

“Nossos corpos assim como nossas bocas se encaixam. Ela está me levando à loucura. Sua timidez foi deixada um pouco de lado e eu adorei esse lado curioso de desejo ardente por descoberta. Quero arrancar nossas roupas, quero sentir seu corpo em mim, quero fugir com ela. Sim, eu estou perdida.”

Clara escorregou o corpo até alcançar novamente a boca de Marina que já estava vermelha.
Se olharam por alguns segundos e se beijaram loucamente.
Clara sentiu onde Marina queria chegar, por isso tirou a mão da fotógrafa que insistia em subir até seus seios. Clara tinha certeza de que agora teriam tempo de sobra para se conhecerem. Ela mal tinha sentido todos os arrepios que aquela boca lhe causava.
Entendendo o recado de Clara, Marina subiu suas mãos até o rosto de sua assistente. Movimentando os lábios mais calmamente, os afastou quando sentiu algo salgado misturar-se ao doce de seus lábios. Ao abrir os olhos percebeu que algumas lágrimas desciam pelo rosto de Clara.
– Clarinha... O-o que aconteceu? Você... Você não gostou? – perguntou Marina assustada abraçando Clara.
Clara correspondeu ao abraço e se embrenhou nos cabelos bagunçados de Marina, inalando o perfume que deles vinha.
Clara se afastou minutos depois limpando seu rosto. Beijou Marina mais uma vez e depois confessou:
– Eu... – Clara engoliu em seco – Eu estou completamente apaixonada por você.


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Notas finais do capítulo

A fic chegou ao fim. Sim. Chegou ao fim. Mas terá continuação.
A continuação já tem nome e dentro de 15 dias espero que ela esteja pronta para ser postada. Obrigada pelos comentários. Obrigada mesmo. Isso é uma motivação pra mim =)