O Meu Muro Caiu, literalmente escrita por Carol Araujo


Capítulo 17
Capítulo 17 - Ser alérgica a amendoin é um saco.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora q



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Era horrível como estava tudo tenso dentro daquele hospital. Estava eu, minha mãe e  Sabrina que estava vermelha de chorar, eu tentei acalmá-la, mais ela não deixou que eu encostasse um dedo nela e ela explodia de vez de tão nervosa. O acidente foi o seguinte: O pai de Fernando e o próprio Fernando estavam no trânsito, e o sinal estava livre, eles avançaram e um caminhão em alta velocidade acabou atingindo o carro, bem do lado onde estava Fernando. A situação dele estava grave, do pai nem tanto. Eu mesma estava super nervosa, eu nunca tinha muito contato com a morte, e agora meu melhor amigo de sempre, estava entre a beira da morte. Um choque passou por mim após pensar nisso. Ou talvez fosse meu celular vibrando... E era. Atendi.

- Alô? – Falei

- Hey, Alexandra! – Mateus falou, eu sorri fraco, a voz dele me fez acalmar.

- Oi Mateus – Falei saindo do hospital para não incomodar com o barulho

- Onde você está?

Hesitei – Num hospital

- O que foi que aconteceu?

- É que meu amigo teve um acidente... Grave. E eu preciso ficar com a Sabrina.

- Quer que eu vá até aí? Eu posso inventar qualquer desculpa e

- Acho que não, Mateus. Poderia incomodar a Sabrina sabe? Ela anda meio... Tensa.

- Ah, ok. – Ele suspirou, eu ri

- Sabe que eu te adoro né? – Falei

- Eu acho que eu mais – Ele riu – Tchau,Alex

- Beijo, tchau – Eu desliguei e coloquei o celular no bolso, voltei ao lado de Sabrina que estava esperando por mim

- Quem era? – Ela perguntou

- Mateus - Sorri rápido

-Hm, você não precisa ficar presa aqui.

- Você também não.  – Falei.

- Minha causa é diferente, ele é meu namorado

- Ele é meu melhor amigo. –ela assentiu depois disso

- Como está com o Mateus? – Ela sorriu fraco, tentando mudar de assunto.

- Bom, está tudo bem. Quer dizer, se não fosse a tia dele...

-A tia dele?

- É o seguinte, os tios dele estavam em lua de mel, agora voltaram. E descobri que a tia dele é uma megera pura, que mandou que Mateus ficasse longe de mim – Bufei.

- Essa que é uma relação complicada

- Nem me diga.

- E sua mãe e o namorado dela? – Ela perguntou, eu olhei para ela cínica.

- Por favor não vamos falar disso.

- O que foi que aconteceu? Sua mãe ficou grávida, até que eu achei ela meio gorda.

- Não é isso.

- O que então?

Respirei fundo

- Minha mãe tá noiva dele. – Ela ficou calada por uns minutos

- Você está bem? – Ela perguntou.

- Na verdade, não sei. Tem a tia de Mateus, Fernando e esse casamento idiota mas, porém, eu e Mateus...Sei lá, a nossa relação está ótima – Eu sorri

- Que bom – Ela falou. Eu olhei sua expressão, ela estava mais pálida do que o normal e o rosto coberto de lágrimas.

- Prometa – Eu falei

- O que?  - Ela perguntou sarcástica.

- Que você vai ficar bem.

- É o Fernando...

- Nada de Fernando, independente dele , eu quero que você prometa que vai ficar bem.

Ela ficou calada.

- Ok – Ela murmurou

- Agora vamos sair desse hospital sem graça – Eu sorri, ela me olhou irônica.

- Você precisa se alimentar e dormir, você prometeu – Eu a puxei pelo braço, ela ficou calada e foi comigo.

Chamei minha mãe e fomos de uma vez só para o carro. Minha mãe deixou Sabrina na casa dela e fomos para a nossa casa, eu nem percebi, mas eu estava com dor de cabeça. Fui até meu quarto e tomei um analgésico, e num instante eu adormeci na cama.

Acordei umas 3 horas depois, muito sonolenta. Chequei no meu celular para ver se tinha alguma notícia de Sabrina e nada, ele deve estar dormindo ainda. Mais tem uma mensagem de texto de Mateus, eu sorri e abri.

“Jantar em casa às 7 horas, consegui convencer minha tia a te aceitar, e por um milagre  ela decidiu “testá-la” num jantar chique. Nada de nervosismo e fique linda, ops, ainda mais!

Te amo,

M.”

Te amo, te amo, te amo, te amo. Minha visão ficou focada nessas duas palavras. Era primeira vez que ele disse que me amava. Eu sorri, borboletas invadiram meu estômago e depois bateu o nervosismo. Faltavam apenas duas horas e meia. Ai meu deus... O que eu faço? Coloquei o celular de volta na cabeceira, “nada de nervosismo”. Eu vou conseguir, eu vou conseguir. Respirei fundo. Liguei o som para me acalmar, claro que em Paramore. Decidi tomar banho primeiro, um banho completo. Depilação, hidratação e tudo mais. Eu odeio me depilar, mais é pelo Mateus, né? Saí toda enrugada do banheiro, dava para sentir o vapor. Enrolei minha toalha e fui ao meu guarda roupa. Nada, ao não ser aquele vestido horrível verde, eu não iria usar aquele troço de novo, eca. Fui até minha mãe.

- Mãe? – Fiz minha clássica cara de coitada – Me empresta uma roupa?

Minha mãe me olhou atordoada.

- Para que?

- Jantar com os tios de Mateus. – Mordi os lábios.

- É claro – Ela assentiu e voltou a assistir televisão.

Fui até o guarda roupa enorme da minha mãe e o abri. Escolhi um vestido roxo escuro, tomara que caia, e ia até a metade da coxa. Era legal... Eu assenti e peguei-o do cabide e o levei ao meu quarto. Coloquei minhas roupas íntimas e coloquei o vestido, penteei o cabelo e decidi prender ele num rabo de cavalo, escolhi uma jaqueta jeans claro curtinha que caiu bem com o vestido. Coloquei um batom clarinho e um lápis sutil no olho. Mordi os lábios, eu não sei se eu estava legal. Soltei o cabelo molhado e tirei a jaqueta, ficou mais formal, eu acho, que é o certo. Coloquei um salto preto estilo melissa que eu tinha no fundo do meu armário. Meu celular tocou, era uma mensagem. De Mateus, é claro.

“Está na hora”

Isso dizia tanta coisa, rolei os olhos. Ainda bem que o vestido tinha bolsos, de um jeito legal.  Desliguei o som e saí do meu quarto.

-Mãe, estou legal? – Perguntei a ela nervosa.

- É claro. – Ela sorriu – Boa sorte.

Respirei fundo e fui para a casa de Mateus, toquei a campainha. Era... O tio de Mateus que atendeu, merda.

- Boa noite – Falei nervosa, ele me ignorou, ele deve ser mudo. Arqueei a sobrancelha e ele me deixou passar, eu entrei e ouvi ele trancar o portão atrás de mim, meu coração acelerou, eu só me acalmei no instante que vi Mateus, eu sorri para ele. Sentia vontade de correr e agarrá-lo, mais o salto e a tia do lado dele me bloquearam, bufei. Quando enfim eu cheguei ao lado dele, ele pegou minha mão, um frio surgiu na minha barriga, eu sorri involuntariamente. A tia dele tossiu num instante ele soltou minha mão, desgraçada.

- Boa noite, senhorita... – A tia dele falou

- Gomes – Falei

- Senhorita Gomes, eu conheço esse sobrenome de algum lugar?

- Minha mãe é jornalista, ela escreve... – Falei

-Ah, sim. Aquele casal que se separou, estou certa senhorita?

- É claro – Falei com os dentes trincados.

- Vamos nos sentar por favor. – Ela sentou numa poltrona que num instante o marido dela estava ao lado como um fantasma. Eu sentei noutra em frente, ao lado de Mateus. Eu me senti num tribunal. Engoli seco.

- O seu pai agora faz o quê? – A tia dele me perguntou

- Ele é sócio de uma concessionária em São Paulo - Respondi prontamente.

- Que ótimo, e sua mãe é jornalista certo?

-Sim

- E como são suas notas do colégio?

#FAILTOTAL

- Tem umas matérias, como português que eu domino bem, só em matemática, que eu não sou muito boa. Puxei a minha mãe nisso.

- Hm... Você teve algum namorado antes ?

- Só... Um.

- E porque acabou o namoro? – Olhei para Mateus, ele estava nervoso – Olhe para mim senhorita Gomes

(N/A: Só para esclarecer o nome de Alexandra, antes desse capítulo eu usei Lima, e agora Gomes? O nome dela é Alexandra Gomes Lima. Gomes do pai e Lima da mãe, ok?)

- Não estava dando certo. Eu não gostava dele.

- Então por que namorou ele?

- Foi ele que me nomeou namorada dele, meio sem eu saber, eu era namorada dele.

- Hm. Interessante. Vamos jantar enfim?

- É claro – Falei e todo mundo se levantou.

- Você foi ótima – Mateus sussurrou no meu ouvido, provocando arrepios, eu sorri.

Quando chegamos a sala de jantar, a avó de Mateus estava servindo a mesa.

- A sua avó... – Falei

- Quando ela soube que você ia vir, ela decidiu sair do quarto dela. Ela gosta de você –Ele sorriu

Nós sentamos o cinco na mesa e o prato era salada, arroz e carne. Coloquei um pouco de tudo e servi de refrigerante. Quando alguém começou a comer, eu decidi que eu podia comer também.  Até que eu me alarmei com o gosto da salada, tinha algo... Estranho.

- O que tem na salada? – Perguntei,começou uma ardência na minha boca.

- Alface, tomate, amendoim... – A tia dele respondeu

- AMENDOIM!  - Cubri minha boca, ela deve estar inchando nesse momento.

 - Algum problema?

- Eu sou alérgica – Começou uma ardência nos meus olhos, enchendo de lágrimas , comecei a ficar desesperada. – Eu vou embora.

- Alex! – Mateus falou

Eu corri porta afora correndo para casa e quando cheguei eu não importei mais em cobrir minha boca,minha mãe  já viu minha reação alérgica milhões de vezes na infância. Ela me olhou e foi pegar o antialérgico, eu desabei chorosa no sofá.

- Isso não é justo – Resmunguei já sentindo minha boca dobrar de volume, minha mãe me deu o remédio e eu tomei.

- Não é justo você ser alérgica a amendoim?- Eu assenti – Deixe de ser idiota Alexandra. Tire esse vestido e vá se deitar, esse remédio dá sono.

Eu me levantei e fui ao meu quarto e desabei na cama, sem tirar o vestido.


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Notas finais do capítulo

EAE? Rewiens.