Silent Hill - House of Sleep escrita por speechless soul, yournightmare


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Fiquei doente e não pude postar um novo capítulo, me desculpem. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/477112/chapter/3

POV Lílian

Quando estava totalmente sozinha, resolvi olhar pela janela para ver se alguém ficou para trás. Poderia tirar proveito desse “alguém”, pedindo ajuda, mas não havia ninguém fora da capela além de mim, e acho que não teria a companhia de ninguém por ter “pecado”. Fui até a cozinha onde tudo estava escuro. Liguei a lanterna a vi que tinha alguma coisa se mexendo. Permaneci estática, enquanto a “coisa” apenas se movia em minha direção cada vez mais rápido. À medida que ia se aproximando, demonstrava uma silhueta mais parecida com a de uma menina, e os sons que fazia eram como choros de uma criança sozinha, abandonada... Resolvi ligar a lanterna e iluminá-la. Ela estava com a cabeça baixa, com o cabelo lhe cobrindo o rosto:

–Venha aqui. – disse calma, tentando confortá-la. Será que ela estava perdida? Será que sua mãe esqueceu dela? – Não tenha medo, estou aqui para lhe ajudar... – Os choros cessaram, e a menina foi descobrindo o rosto lentamente, revelando não ser apenas uma menina. Mostrou primeiramente os lábios, negros e ressecados, e em seguida o seu rosto, completamente sujo e sem a vitalidade de uma criança, como se nunca tivesse sido feliz na vida. Percebi que era alguém familiar, e então entendi o motivo da tristeza...

–Oi Lílian! Há quanto tempo não nos vemos... – ela falava com um tom calmo, macabro e um tanto sarcástico – Senti sua falta... Por que você me abandonou?

–Alessa... Não diga bobagens! Você sabe que sempre foi minha melhor amiga! Eu briguei com muitas meninas ridículas para te defender... Você não era e nem é o que dizem! Eles são os monstros, não você. Eu sei que você ainda tem uma parte pura que brilha em você... Perdoe-me por não poder lhe ajudar, e por não lhe fazer companhia, pois se o fizer, terei o mesmo destino... – terminei de falar chorando... Foi quando senti um calor em volta de mim... Era ela, Alessa, me abraçando. Pensei que nunca sentiria o amor dela novamente...

–Eu lhe perdoo... – Ela me falou sorrindo, e toda a escuridão em seu rosto sumiu, e ela voltou a mostrar a sua inocência. – Lílian, você sempre foi tão amável, carinhosa, e uma prima dedicada... Por isso, não se preocupe com nenhuma das minhas criações, pois nenhuma delas pode te afetar. Mas nem todas são minhas, então tome cuidado. Agora escute: algo terrível acontecerá se você ajudar esses bastardos sem coração, um mal terrível tomará conta do mundo... Você não pode libertá-los, todos devem morrer! A fé deles não me deixa entrar naquele lugar, e eu não posso fazer nada. Mas você pode... – Ela me olhou com expressões sérias – Seu destino está entrelaçado com um homem jovem, que nasceu em meio a todo esse caos, mas com poucos meses de vida, foi levado daqui, pois seria sacrificado por ser o escolhido de Samael. Ele está indo para Paris, mas seu segundo destino é Silent Hill... Você deve encontrá-lo, e tentar protege-lo desses imundos loucos.

–Mas por que ele está voltando? E como você descobriu tudo isso?

–Ele quer descobrir sobre seu passado... Pobre garoto. Mal sabe das coisas ruins que podem acontecer com ele. E eu descobri tudo por causa do que me tornei. Não sou mais apenas uma garotinha. Uns me chamam de demônio, e outros de bruxa, mas sou apenas uma parte sombria da sua prima...

–Se você é a parte sombria, onde está Alessa?

–Está lá, torrada na maca onde foi levada para o hospital, apenas sofrendo e esperando sua vingança se concretizar. Carrego comigo a parte boa, e pretendo depositá-la em uma criança que viverá longe deste inferno! Eu a revelei para você para não causar medo em seu coração, pois você é a única que não é odiada por ela, e consequentemente não posso lhe causar mal, mas ela clama a você, para não permitir que o garoto, Yuki, venha... – ela ficou séria de repente, e segurou em minha mão.

Tudo escureceu, e uma luz veio em minha mente mostrando alguns fanáticos que usavam mascaras fora da igreja, pois a fé deles era tão grande, que qualquer impureza da escuridão causaria morte súbita. Eles pareciam com raiva, e outro clarão mostrou meu corpo amarrado a um poste, de frente a um garoto que estavam sendo esquartejado em uma espécie de ritual, e os mascarados colocavam fogo em um monte de toras de madeira em volta de mim. Eu agonizava de dor, esperando que aquilo acabasse, até que retornei a minha casa:

–O que foi isso?

–Seu futuro, se você permitir que esse garoto venha para cá. Eles se certificarão de ter lhe matado, pois não querem que eu ganhe uma “aliada”, ainda mais uma com a ligação tão forte comigo.

Eu a olhei fixamente. Tive uma sensação ruim, senti meu corpo estremecer e um gelo cruzou toda a minha espinha. Temia não conseguir salva-lo, e pessoalmente, ser queimada na fogueira não fazia parte dos meus planos.

–Eles querem que eu vá para Paris buscar o selo de Metatron e libertá-los. Eu não tenho escolha...

–Você deve atrasá-los até eu encontrar um modo de destruí-los, assim você salvará o mundo e a si mesma.

–Vou tentar... – Eu a abracei com força e me despedi, tinha que procurar os malditos mantimentos daqueles inúteis...

Apesar de confiar em Alessa, senti um pouco de receio ao sair de casa, pois ela disse que algumas criaturas podiam me atacar, por isso devia ficar atenta e tentar fugir a qualquer sinal de perigo. Andei algumas quadras até chegar à área comercial abandonada. Procurei em prédios, lojas, mercados, mas consegui pouca coisa. Cheguei ao antigo shopping da cidade, era a maior construção da cidade, e acho que a mais assombrada também. Resolvi entrar, e logo na entrada, avistei uma luz que piscava, era a única iluminação do local. Era estranho estar funcionando depois de tanto tempo abandonado. Andei devagar e fui procurando por qualquer sinal de comida. Fui até um mini mercado que havia no shopping, e achei comida no primeiro caixa que avistei, corri em direção do mesmo, peguei tudo e coloquei no saco.

Estava saindo do mini mercado quando ouvi um barulho muito estranho, era uma mistura de sons de dor com rouquidão. Segui o som andando lentamente, e vi uma criatura horrível: seus braços eram grudados ao corpo e havia um buraco onde devia ser seu peito, andava manco, era cego e se contorcia muito. Seus passos lentos aceleraram ao me ouvir deixar uma lata que estava na minha bolsa cair. Ele se aproximava cada vez mais, e eu comecei a correr. Corri em direção a um corredor escuro que era iluminado por minha lanterna. Estava quase cansando quando senti que entrei em choque com alguma coisa, parecia uma parede, pois senti uma dor forte no ombro e na cabeça. Apontei a lanterna para cima. Aparentava ser um fanático seguidor do culto de Claudia, pois usava uma mascara de gás assim como a que eu vi na visão de Alessa.

–Ora, ora, se não é a Gillespie. O que está fazendo sozinha aqui?

–Estou procurando comida para sua escória, imundo! – Ele riu.

–Mesmo sozinha, e precisando de ajuda, ainda é insolente... Tsc, Tsc...

–Não preciso da sua ajuda! Solte-me, ou eu...

–Fará o que? Vai me bater? Me matar? – Falou sarcástico

Eu cuspi em sua mascara, pois não suportava deboches, apesar de adorar debochar dos outros...

Em um movimento brusco, me bateu, e eu cai no chão... Fingi estar morta para tentar fugir posteriormente.

–Rapazes? Rapazes! Acho que matei a maldita Lílian – ouvi aquilo e sentia cada vez mais ódio... O barulho do monstro começou a voltar – Charles, Jonas? São vocês?

Um liquido veio da escuridão, acertando seu rosto em cheio. O liquido começou a corroer a mascara, e parte da roupa dele, forçando-o a tirar a mascara. Ele tirou e tapou o rosto para não morrer. Eu levantei enquanto ele estava distraído, e o empurrei em direção a escuridão, e ouvi berros estrondosos e gritos por socorro.

–Acho que você precisa de ajuda agora – foi assustador o prazer que senti ao ouvir os gritos, mas ele merecia...

–Veio daqui! Vamos! – Eram os colegas dele que estavam vindo para ver o que havia acontecido. Eu corri novamente, desta vem em direção à saída, e ouvia passos me perseguirem. A porta estava emperrada e tive que usar toda a minha força para abri-la, e consegui.

–Pega ela – ouvi a voz do outro – não deixe a bruxa fugir!

Corri até chegar ao cemitério que ficava no pátio da igreja e comecei a subir as escadas. Quando estava quase chegando, senti algo puxando meu pé. Eram eles.

–Peguei você, foi você que matou o Ben! Bruxa! Vamos queimar você viva, e você ira servir de prostituta no inferno, vadia! – Chutei a lente da mascara, deixando a escuridão intoxica-lo, matando-o.

–Sua imunda! Volte aqui! – O outro conseguiu me alcançar e ergueu um bastão que carregava com ele, para me bater. Ele acertou minha coxa que estava desprotegida, pois eu estava usando uma saia. A pancada me deixou com muita dor. Quando ele foi acertar o segundo golpe, sua mão caiu o fazendo gritar até cair no chão, agonizando de dor. Tinha sido decepada por um homem gigante com um triângulo de metal, que mais parecia uma pirâmide, cobrindo a cabeça e um pouco do torso. Ele ficou estático, e logo segurou o outro braço do guarda e o levou para longe. O guarda berrava, mas nada adiantaria, já estava morto.

Eu subi mancando até a capela e bati na porta. Eu não esperava que se abrisse, mas aconteceu, e entrei...

–Vejo que se saiu bem! – disse Claudia surpresa.

–Tirando o fato de eu ter sido violentada por três guardas, saí muito bem! Agradeço aos Céus, por estar viva.

–Vejo que trouxe comida o suficiente para suprir a todos nós! Você está pronta... Suas malas estão feitas e você está indo para Paris agora. Boa viajem!

–Eu vou agora!?

–Por que? Não está feliz?

–Estou feliz por sair daqui, mas não esperava ir tão cedo...

–Vejo que a escuridão se foi. Um carro lhe espera lá fora. – ela parecia não se importar com minha resposta. – Troque de roupas e vá.

Fiz o que ela mandou e fui até o carro, cujo destino era o aeroporto. Não demorou muito tempo para chegarmos. Peguei o avião assim que cheguei. Sentei, e fiquei imaginando como iria encontrar o garoto e como iria fazer ele confiar em mim. Depois de tudo o que passei, acho que merecia um descanso, e foi o que fiz, dormi, esperando a viajem acabar para iniciar a procura...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Silent Hill - House of Sleep" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.