Amanhecer Sombrio escrita por Amanda Santos


Capítulo 2
Possessividade


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários do capítulo passado, mas nesse espero mais heim...
Bem, vamos ao capítulo..



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Havia uma tensão nova se espalhando pelo castelo desde que a notícia de um ataque dentro dos muros de Hogwarts. Depois que a verdadeira história sobre a suposta perda de memória da sangue ruim foi confirmada os boatos logo cessaram, restando apenas dúvidas sobre quem teria feito isso com uma das protegidas do Potter. Como se eu ligasse.

– Os bruxos e feitiçeiros existem desde o surgimento de tudo no universo. Sempre houve alguém em sua tribo, ou sua cidade, que fosse diferente, especial. Alguém que tinha o poder de controlar o mundo ao seu redor e tirar poder de cada ser que o rodeava. - o discurso apesar de bem ensaiado não passava de um lembrete óbvio. Nós éramos diferentes, éramos mais poderosos, mais fortes. Éramos superiores aos trouxas.

Saí da sala dando de cara com Dino que me encarava com os olhos esbugalhados e um sorriso idiota nos lábios. Ele me empurrou em direção a parede, minhas mãos se prenderam em seu pescoço fazendo-o perder o ar.

– Calma Draco, eu só queria conversar com você. - ele falou arfando depois que o soltei.

– Mas eu não quero conversar com você, ou com qualquer um da grifinória. - rosnei.

– Bom, eu não diria isso depois do que ouvi sobre você e Hermione Granger. - ele riu. - Parece que você têm até certa intimidade com a grifinória...

Não tive muito tempo para pensar, ou mesmo para me impedir de deixar a raiva me controlar. Meu punho foi de encontro com o rosto dele em menos de cinco segundo mal o dando tempo para completar sua frase. Ele caiu no chão desorientado pelo soco, seu nariz começava a sangrar e ele parecia surpreso.

– Não sou mais uma criança assustada, se acha que vai pronunciar meu nome com essa boca suja e eu vou deixar barato. Está enganado, entendeu? - falei entre dentes. Eu sentia todo meu corpo vibrar de raiva.

Deixei-o pedindo desculpas repetidamente, ele tremia sem saber direito o que fazer. Andei sem saber direito onde esperava chegar até parar na antiga casa de Hagrid, só restava a estrutura queimada do que costumava ser uma cabana horrível. Ouvi seus passos me seguindo com cautela, não queria que eu soubesse que estava ali.

– Devia ter cuidado ao seguir as pessoas, pelo menos tente não fazer tanto barulho. - falei olhando ao redor.

Ela saiu das sombras de uma árvore. Seus cabelos revoltos, suas bochechas coradas e um pequeno sorriso envergonhado nos lábios. Não usava o uniforme da Grifinória, apenas um vestido preto e botas sem salto.

– Está perdida, Granger? - preguntei sem me importar em tentar parecer educado.

– Não sei, vou saber quando tentar voltar. - ela se aproximou, seus olhos me vasculhavam engolindo cada detalhe meu. - Mas me diga, por que você é tão grosso com todo mundo?

Ela devia estar brincando com a minha paciência, mas seu semblante era sério quase irritado.

– Talvez seja porque poucas pessoas mereçam que eu me esforce para ser educado com elas. - respondi.

– Acredito que eu esteja na lista dos que não merecem, não é mesmo?

– A segunda da lista, na verdade. - falei, ela soltou uma risada me observando de mais perto. - Seu amiguinho Potter, é o primeiro.

– Ah, Harry Potter. - o nome escapou por seus lábios com suavidade e emoção, uma raiva incontrolável me apossou. - Não entendo por que o odeia, não me pareceu ser uma pessoa má. Ele foi me visitar no escritório da madame McGonnagal.

Ela parecia estar medindo suas palavras, queria me irritar de próposito.

– Mas talvez você goste de odiá-lo. - ela estava agora a apenas alguns centímetros de distância, seus olhos faíscando com um brilho antinatural. - Goste de fazer o papel do vilão, de ser odiado por todos. Se não pode ser glorificado, que seja odiado.

Eu podia sentir seu perfume misturado com o odor da floresta, podia ver seu rosto de perto como nunca pude antes. Ela havia se tornado uma mulher bonita, apesar da origem impura. Havia uma expressão estranha em seu semblante, não era mais aquela expressão inocente, nem de longe.

– Mas é claro que eu posso estar errada. - seus lábios quase encostavam nos meus e por alguma razão eu não queria me afastar. - E talvez, você só odeie o fato de estar sozinho. Mas não consegue se deixar aproximar das pessoas.

– Não sabia que era psicóloga, Granger. - sussurrei. - Mas dispenso a consulta, não estou afim de falar sobre meus problemas agora.

Me afastei, não podia suportar a proximidade com ela. Eu não me lembrava de como era o seu rosto, ou nunca realmente me importara como era o seu rosto. E agora estando tão perto, de poder vê-lo e de saber o quanto era bonito, não sabia se podia me controlar. E eu, comm toda a certeza não podia perder o controle.

– Se me der lincença Granger, acho que vou embora agora. Perdi tempo demais com uma sangue-ruim como você. - murmurei antes de dar as costas e começar a subir a ladeira de volta ao castelo.

Ela deixou que eu me afastasse por alguns metros antes de gritar meu nome.

– Gostaria que soubesse que me lembrei de você, ou pelo menos o que eu costumava achar que era você. - ela gritou sem me seguir.

Um arrepio me percorreu, eu me acostumara com os olhares de repulsa e indignação na minha direção. Pessoas que não faziam a menor ideia da minha vida e mesmo assim, insistiam em me julgar. O que eu não me acostumara era ver alguém me olhar, me olhar de verdade. Além dos pecados e dos erros do passado, e a sangue-ruim me olhava desse jeito. E me custava admitir que era bom ver a inocência em seus olhos. Inocência que acabara quando suas palavras ecoaram em minha mente: "Eu me lembrei de você."

Quando entrei no meu quarto não me assustei ao dar de cara com uma Astória nada feliz debruçada em minha cama. Ela não havia gostado nada dos boatos que circulavam sobre a sangue-ruim e por alguma razão que apenas ela sabia, em sua cabeça ainda estavámos juntos.

– Te esperei a tarde toda. - sua voz havia se transformado em um sussurro meio soprado como uma tentativa falha de sedução.

– Estava ocupado. - respondi seco. - Mas o que está fazendo aqui?

– Você não apareceu em nenhuma das aulas e também não estava no salão comunal, então resolvi esperar aqui.

Não passava pela cabeça dela a simples ideia de que talvez, apenas talvez eu quisesse evitá-la.

– Estava com saudade. - resmungou enquanto se levantava e me envolvia meu pescoço com os braços. - Depois do que aconteceu com seu pai, achei que iria me procurar. Que iria querer fazê-lo feliz depois de tudo, e nada o faria mais feliz do que vê-lo com a herdeira Greengrass.

– Sua irmã? - perguntei com um sorriso malicioso.

Seu rosto se curvou numa careta de raiva, suavizando quando viu uma risada escapar dos meus lábios. Astória era a filha caçula e vivia a sombra de sua irmã mais velha Esther, sempre com comparações entre as duas. Esther era o ponto fraco dela, a única coisa que a tirava do sério e eu contava com isso.

– Ela não poderia fazer a metade das coisas que eu pretendo fazer com você. - ela sussurrou em meu ouvido, não desistindo.

Aquelas palavras soaram como um combustível, e instantes meu corpo inteiro estava em chamas. Enlacei sua cintura com meus braços trazendo-a para mais perto, colando seu quadril ao meu. Ouvi um gemido baixo em meu ouvido e meu controle se esvaíu como fumaça entre os dedos.

Você não devia ter vindo aqui. - sussurrei em seu ouvido.

Minha boca se fundiu a dela, enquanto suas mãos se afundavam em meus cabelos me puxando para mais perto. Aprofundei o beijo sentindo-a em cada parte do meu corpo. Apoiei seu corpo entre mim e a parede, ela enlaçou minha cintura com as pernas me incentivando a apertar minhas mãos em suas coxas. Mordi seu lábio inferior e me deliciei com o som de um gemido fraco.

– Estava com saudades. - ela sussurrou enquanto mordiscava meu pescoço. - Saudades do seu cheiro, da sua pele. Saudades de estar com você.

Ah, não. Iria começar tudo de novo. Desde que começamos a ficar juntos, eu dizia a ela que nunca íriamos ser um casal ou qualquer coisa do tipo. Mas era mais fácil conversar com uma parede.

– Vá embora. - pedi, enquanto me soltava dela. Seus olhos se arregalaram de surpresa quando abri a porta e gesticulei para que ela saísse.

– Você está brincando, não é? - ela perguntou. Seus lábios estavam vermelhos e inchados, havia marcas de mordidas em alguns pontos de seu pescoço e suas roupas abertas em pontos estratégicos.

– Não. - respondi. - Eu quero dormir, a gente se vê amanhã.

– Você está cometendo um erro, Draco. Um erro muito grave. - sua voz havia descido alguns tons, deixando de lado o tom sedutor.

– Eu disse que você não deveria ter vindo aqui.

– Tudo bem, vai demorar um pouco mais do que eu esperava. - ela disse enquanto arrumava as roupas e saía do quarto. - Draco, querido, você precisa entender que eu sempre consigo o que eu quero. E eu quero você.

Pensei depois que tranquei a porta e me joguei na cama, o silêncio me acolheu enquanto o sono me embalava. E o último pensamento que me ocorreu foi o rosto de Hermione Granger.


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Notas finais do capítulo

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