What about now escrita por Lo


Capítulo 7
VII - Novo pequeno sorriso


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa queridas!
Para variar eu demorei mas cheguei com um capítulo quentinho pra vocês.
Desculpem-me a demora e espero que gostem :)
ps: desculpem algum erro, qualquer coisa me avisem por favor ;)



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— Bom dia, novato! - Tony cumprimentou o amigo com um belo sorriso no rosto

— A noite foi boa então? - Tim perguntou rindo, e em seguida recebeu um tapa na testa — Ai, eu só estava brincando

Anthony riu de Timothy. Estava com um humor maravilhoso, e McGee estava certo quando dizia que sua noite fora boa… muito boa. Ótima. Perfeita. Ele e Ziva haviam, na noite anterior comemorado três meses de namoro. O rapaz estava extremamente feliz, como raramente estivera nos últimos anos. Apesar dos desafios, com o passar de cada dia, sentiam-se mais fortes juntos, e isso os fazia perceber que tudo, por mais impossível que pudesse parecer, sempre seria superado.

— Onde está a Ziva?

— Foi para o apartamento dela se trocar - Tony respondeu calmamente

— Achei que nunca veria o dia em que Ziva David chegaria depois de todos nós - McGee disse rindo.

— Eu achei que nunca veria o dia em que ela reclamaria para acordar cedo - Tony retrucou, dando ênfase na ultima palavra. Afinal, nem era tão cedo. — O que é isso, Tim? - perguntou ao amigo sobre um envelope na mesa da namorada. Do lado de fora, endereçado à ela, e com um carimbo do laboratório da marinha.

— Não sei, devem ter deixado antes que eu chegasse.

— Certo, vamos abrir - dito isso, Tony sentiu a nuca arder pelo tapa do chefe.

— Eu acho que isso não é da sua conta, Dinozzo!

— Mas chefe… - ele quis reclamar mas foi interrompido.

— Peguem suas coisas, temos um marinheiro morto em Falls Church. - Gibbs disse rapidamente, pegou sua arma e em seguida tomou o envelope de Tony — McGee, ligue para Ziva e mande-a ir para lá, Dinozzo, o carro

—Certo, chefe! - os rapazes responderam em uníssono, e afastaram-se indo para o elevador com as mochilas penduradas nas costas.Gibbs olhou o envelope em suas mãos, analisando-o por fora. Fitou a mesa vazia de sua agente que nunca se atrasava, suspirou e colocou o envelope no bolso interno de seu paletó.

****

— Olá, meninos! O que está acontecendo? - Ziva chegou por trás de Tony e McGee que estavam em volta do corpo. Gibbs estava entrevistando uma testemunha no lado de fora da pequena lanchonete que fora a cena do crime.

— Eu deveria saber que o bom humor de vocês seria mútuo. - McGee reclamou enquanto procurava por algo que pudesse ajudar na investigação. O casal riu.

— Aparentemente, simplesmente entraram aqui, o mataram e foram embora. - Tony respondeu fazendo uma careta. Alguns segundos de silêncio fizeram-se presente, só então Tony percebeu Tim, Ziva e Palmer o encarando — O que?

— Isso não te lembra nada? Nenhum filme? - Jimmy perguntou ainda meio embasbacado. Tony os olhou sem entender

— Não! - ele exclamou quase irritado.

— Atrapalho a conversa de vocês? - Gibbs chegou fazendo seus agentes procurarem algo para fazer no mesmo segundo. O agente sênior encarou Ziva, que sustentou o olhar até que ele a dissesse algo — Vá procurar alguma câmera de segurança na rua. - Ordenou o chefe, e ela seguiu para a tarefa. De volta ao escritório, Gibbs fora levar as evidências a Abby, enquanto seus agentes procuravam por algo.

****

— O que temos? - Gibbs perguntou entrando na sala do esquadrão.

— Tenente Joseph Miller, 36 anos, casado. Tem duas filhas, uma de 4 outra de 9 anos. O endereço de Norfolk. Acabou de voltar do Iraque em sua terceira missão. Aparentemente, nos registros bancários, não há nada diferente. Apenas contas no cartão de crédito e hipoteca. - Tony disse de uma vez, e por fim, jogou o controle da tela para a namorada.

— Estava olhando os registro do celular do Tenente Miller, e encontrei várias ligações todas recebidas no mesmo horário, às 9 da manhã, de dois em dois dias, e sempre com a mesma duração: 2 minutos e 30 segundos. Parecem incrivelmente cronometradas. A última, hoje, seguiu o padrão das anteriores.

— Pouco antes da hora do assassinato. - Gibbs disse baixo, quase que para si mesmo.

— Exatamente. Tentei localizar o celular, porém, é um aparelho descartável. - Ziva disse por fim, e passou o controle para McGee.

— Consegui invadir a conta de email do tenente, chefe, e achei um tanto estranhos alguns arquivos que ele recebeu. Estavam todos codificados, e muito bem por sinal. Foram enviados de diferentes computadores, de um hotel no centro aqui de DC, uma cafeteria ao sul e, os mais recentes, de uma escola em Falls Church. - Tim terminou num suspiro. Precisava de um pouco de fôlego. — Ainda estou tentando descobrir o que tem nesses arquivos.

— Okay, McGee, continue tentando. Dinozzo, me espere no carro, vamos falar com a esposa, Ziva, comigo. - ele fez sinal para a moça que o seguiu até o elevador. Assim que as portas se fecharam completamente, o homem travou a máquina. As luzes abaixaram, e o olhar intrigado de Ziva pairou sobre ele.

— O que está acontecendo, Gibbs?

— Sou eu quem preciso de uma resposta - Gibbs respondeu, enfiou a mão no bolso do paletó, tirando de lá o envelope que guardara pela manhã.

— O que está acontecendo?

Os olhos de Ziva vitrificaram-se diante do carimbo no papel opaco. A respiração dela visivelmente falhou, e os dedos, agora trêmulos, seguraram o envelope fracamente. Encarou os olhos azuis com os seus castanhos brilhando pelas lágrimas que começaram a se formar. Estava com medo. Aquele simples pedaço de papel poderia dar um novo sentido à sua vida. Precisava ser corajosa como sempre fora. Pois irresponsável, aquela altura, já tinha sido. Literalmente, aquele era um passo sem volta. Os olhos profundos a sua frente não expressavam nenhuma reação, porém, ao fitá-los, tinha a certeza de que Gibbs sabia do que se tratava sem ao menos precisar ler o que estava escrito. Sabia também que independente de qualquer coisa, ele a apoiaria.

Voltou sua atenção ao envelope que já estava umedecendo com o suor de sua mão. Retirou o papel de dentro, desdobrando-o cuidadosamente. Quase perdeu todas suas forças ao terminar de ler a folha. Apertou o exame contra seu peito, e ainda em choque, sentiu o choro rasgar-lhe a garganta inconsolavelmente. Gibbs a puxou para seus braços, apertando-a em um abraço, enquanto tudo que Ziva queria era desaparecer. Sentia-se frágil e desprotegida.

Tentava controlar o choro, que descompassado atravessava sua garganta e seus olhos sem permissão. Lutar, naquele momento, com seus sentimentos era a parte mais fácil. Contudo, apenas um pensamento lhe afligia intensamente, agora não mais apenas por si: John continuava solto, continuava atrás de sua presa: Ziva David. Apesar das semanas que passaram-se, a equipe que assumira o caso não tivera progressos, e ainda que o bastardo não mais tivesse aparecido, ela sentia que isso não demoraria a acontecer. Entretanto, agora não era apenas ela. Tinha ali muito maior entre tudo.

— Vai ficar tudo bem, Ziver, acalme-se!

— Grávida, Gibbs?! Onde eu estava com a cabeça? Como pude fazer isso? Como pude colocar uma pessoinha em risco, sendo que não sei nem o que pode acontecer a mim?

— Nós sempre cuidamos de você, querida. Cuidaremos de vocês agora. - ele levantou a cabeça dela, fazendo-a olhar para ele — Estaremos sempre aqui. - beijou-a na testa e destravou o elevador.

— Não conte nada a ninguém ainda, por favor. - ela pediu com a voz fraca

— Não pretendia. - O elevador se abriu — Tente conseguir as imagens das câmeras de segurança da escola nos dias em que os e-mails foram enviados, tudo bem? - o chefe falou ainda de dentro do elevador. Ela assentiu e sorriu levemente para ele, sibilando um pequeno "obrigada"

****

Ziva, na pequena lanchonete, estava sentada com um copo de café. Não que estivesse com vontade de bebê-lo, só tentava fazê-lo para enganar o estômago que até aquele momento não havia recebido um sequer alimento. Seus olhos focados em uma das paredes laranjas não desviavam por um só segundo. Sentia em partes, os sentimentos bons tomarem conta de seu coração, em partes, os ruins. Queria sorrir para todos, tamanha era a alegria dentro de si, afinal, havia dentro dela uma pequena pessoa, fruto de seu amor, um pequeno pedaço dela e de Anthony.

Anthony. Tremia em ansiedade só de pensar em como daria a notícia a ele. Em como ele reagiria. Isso a fazia despertar um de seus medos, ser rejeitada. Talvez medo, naquele momento, era um dos sentimentos que mais existia. Não poder proteger seu pequeno bebê, não ser uma boa mãe...

— Porque está aqui sozinha? - Abby perguntou aproximando-se da amiga.

— Só estava pensando - a israelense respondeu com um pequeno sorriso. — Conseguiu algo sobre o tenente Joseph?

— Ainda não. — a cientista torceu o nariz ao responder — Porque não fica comigo no laboratório? Assim quando descobrir algo você também descobrirá - propôs com um sorriso enorme pregado ao rosto.

****

Ziva passou algumas horas no laboratório, conversando com Abby. Tinha saudade das conversas que não tinham há algumas semanas. Tentou ajudar a amiga em algumas coisas, dentro daquilo que era entendível, porém, com o cair da noite, todos estavam cansados do longo dia. Especialmente a israelense. Nos últimos dias, não sabia o que fazia para que os enjôos parassem e que seu corpo tivesse mais energia. Às vezes, não procurava comida para não ter enjôos, às vezes comia tanto que não sabia como cabia em seu estômago. Seu humor ia de super feliz a deprimida e nervosa em minutos, no entanto, a guerra contra o sono ela perdia a todo momento. Era quase incontrolável.

Ao fim do dia, dormira encostada em algumas almofadas que estavam em um canto do laboratório com o corpo todo encolhido e Abby só perceberá após algum tempo.

— Abby, Ziva está aqui? - Tony entrou no laboratório desesperado. Dinozzo passara praticamente a tarde toda fora da base, e quando voltara, apesar de saber que ela não havia saído, não a encontrava em lugar algum. Já tinha a procurado em todo canto, e nada. A cientista fez sinal para ele fazer silêncio e apontou para a amiga que dormia tranquila. Anthony respirou aliviado e se aproximou da namorada. — Não me dê mais um desses sustos, ninja. - ele sussurrou enquanto colocava os cabelos da moça atrás da orelha.

— Leve-a para casa Tony. Estava tão cansada que dormiu do nada.

O moço assentiu e pegou a namorada no colo. Ela mexeu-se um pouco e se acomodou nos braços dele, fazendo Abby sorrir com a cena. Estavam totalmente interligados. No estacionamento, Tony a colocou no banco do passageiro reclinando-o e partiu para seu apartamento. Após alguns minutos, o balanço do carro fez Ziva acordar. Ainda com a consciência um pouco nublada, percebeu Anthony ao volante, dirigindo calmamente. Sorriu lembrando-se das milhares de vezes em que ele dizia que ela era uma péssima motorista. Ele, ao contrário, era um ótimo.

— Acordou, Bela Adormecida? - ele disse e ela sorriu com o vocativo.

— Aonde estamos? - Ziva perguntou olhando pela janela.

— Quase no meu apartamento. Não achei que você fosse acordar, então pensei que poderia ficar comigo esta noite. - ela a olhou quase que perguntando se aquilo estava bom para ela.

— Tudo bem - ela disse calmamente, enquanto segurou a mão direita dele que estava sobre o câmbio. Ele entrelaçou seus dedos e não os soltou mais.

Logo estavam no prédio, subiram ao apartamento de mãos dadas, com as mochilas presas aos ombros.

— Vou tomar um banho, tudo bem? -a Israelense disse já indo na direção do quarto de Anthony. Ele assentiu. Percebera que havia algo estranho nela. Estava diferente há alguns dias, mas aquele em especial ela parecia quebrável. Foi até a cozinha e mexeu nos armários e geladeira. Nada. Acabou por ligar e pedir uma pizza, algo rápido e que pudesse-lhes matar a fome.

O outono logo chegaria a DC, assim como o inverno. E os banhos em água quentíssima. Ziva sempre adorou esses, amava sentir a água quente escorrer pelo seu corpo, desfazendo toda a tensão de seus músculos e esquecendo-se de mais um dia de trabalho. Não que ela não amasse o que fazia, pelo contrário. Mas algumas vezes tudo aquilo parecia maçante.

Pegou-se depois de alguns minutos em frente ao espelho depois do banho, com as mãos sobre a barriga nada saliente. Custava acreditar que estava gerando uma pequena criança indefesa e dependente em seu ventre. Custava a acreditar que precisaria, dali algum tempo, antes de tudo ser mãe. Esta seria, sem dúvidas, sua missão mais difícil, e que nunca terminaria. No entanto, já amava incondicionalmente seu pequeno bebê. Faria qualquer coisa para mantê-lo em proteção.

****

— Quer me dizer aonde coube tudo isso? - Anthony perguntou à namorada enquanto acariciava os cabelos dela, que estava jogada em cima dele depois de comer 3 pedaços da pizza.

— Eu estava com fome, Dinozzo! Vai controlar o que eu como agora? - disse socando o braço dele de leve, fazendo o rir.

— Só estava brincando, amor! - ele disse e ela sorriu, encostando- se nele novamente

— Precisamos conversar - murmurou apertando os olhos. Seu coração acelerara, porém, tinha que dizer.

— Nós estamos conversando

— Conversar sério, Tony. - ela retrucou olhando nos olhos dele. Vendo que a moça não brincava, acertou sua postura no sofá.

— O que está acontecendo? - ele perguntou preocupado ao sentir as mãos dela extremamente frias e tremulas tocar-lhe a face. — Zi, sabe que pode confiar em mim

— É que eu estou com medo - ela sussurrou sem conseguir controlar o nervosismo. Tony tomou seus lábios em um beijo singelo, tentando passar a Ziva um pouco de segurança — Estou grávida.

A respiração de Anthony falhou. As duas palavras tomaram seu cérebro e ecoavam, ele não conseguia acreditar. Demorou para expressar alguma reação, sentia seu coração bater acelerado e suas mãos começarem suarem de um minuto para o outro. A falta de reação de Tony deixou Ziva desesperada. Seus olhos começaram a arder, e algumas lágrimas formaram-se, caindo em seguida pela bochecha morena. Só pensava em uma coisa naquele momento: ser rejeitada. Ter seu bebê rejeitado pelo pai a mataria, e então ela sabia que não poderia mais ficar ali, teria que partir e deixar todos que ama. Inclusive ele. Seus pensamentos foram interrompidos pelos braços de Anthony que quase a esmagavam.

— Ei não chore, por favor, Zi. Está tudo bem. - ela agarrou-se a ele e prendeu seus dedos na camiseta branca — Há quanto tempo sabe?

— Oficialmente, soube hoje. - respondeu com a voz ainda embargada pelo choro que tentava controlar. Anthony secou as últimas lágrimas que desciam pela bochecha de sua namorada e a abraçou. — Tinha medo que você não o quisesse - murmurou ela enquanto a ponta de seus dedos passeavam suavemente por sua barriga plana. Tony a apertou ainda mais em seus braços ao perceber o medo na voz de Ziva. Ele jamais pensaria em algo como aquilo.

— Eu amo você, Zi. E agora amo ao nosso bebê também. - ele falou dando ênfase ao "nosso" e sentiu ela sorrir contra seu pescoço.

— Eu também amo você, Anthony. Nós amamos.

Ele sorriu e puxou o rosto da namorada para mais perto, colando seus lábios no segundo seguinte. Amava o gosto doce dela. Amava tudo nela. E queria desesperadamente a cada dia mais cuidar dela. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Eu super adorei esse, mas sou suspeita, não é?! Digam-me vocês :D
beijãaaaaaao
até mais