Inside The Blue Box escrita por Queen Of Peace


Capítulo 4
Capítulo 3




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Dentro da sala, todos ainda encaravam boquiabertos a foto da nova regeneração do Doutor. Principalmente Thomas, que não imaginava que aquilo fosse possível. Na verdade, nenhum deles achava que aquilo pudesse acontecer. Era algo novo - realmente novo - o Doutor se regenerar como uma garota.
Marty estava visivelmente satisfeito com a expressão de espanto que encontrou no rosto dos amigos, ainda mais no de Thomas, que de todos os presentes era o mais descrente diante das teorias e estórias que Marty lhe apresentava.

— Bem... — Marty juntou as mãos, como se estivesse prestes a começar a rezar. — Como vocês já puderam perceber, nosso Doutor agora é uma mulher. Que é muito bonita, por sinal. — corou, e passou a evitar olhar para a fotografia da moça ao seu lado antes que pudesse ficar mais vermelho do que já estava.

— Você está destacando o óbvio, Marty. — Thomas rolou os olhos, e antes que pudesse dizer que Marty sempre fazia aquilo, um barulho muito familiar chegou-lhe aos ouvidos. Era como se anos tivessem se passado desde que Tom ouvira aquele barulho e vira o Doutor pela primeira vez. Ele foi o primeiro a entender o que estava acontecendo e correu até a porta, deixando os (quase) amigos mais espantados do que antes.

— Ele tá maluco? — Peter perguntou entre risadas, tentando abafá-las com a mão. Um gesto que era muito gay, na opinião de todos que estavam ali.

Thomas abriu a porta num rompante e deparou-se com o Doutor, ou melhor, a Doutor; e uma mistura de espanto e prazer tomava conta de seu rosto. Ele não conseguiu nem ao menos dizer uma simples saudação antes da menina grudar em suas bochechas e apertá-las como se aquilo não o machucasse.

— É. Bochechas. Eu tenho bochechas, você tem bochechas, todos nós temos bochechas, ok? — tentou afastar as mãos delas de seu rosto, mas logo ela já entrara na casa e perguntava se eles tinham comida. O clima agradável durou poucos segundos, pois ela começou a gritar com eles assim que ela encontrou sua foto exposta no meio da sala. Marty estava quase escondido atrás da poltrona. O rosto estava extremamente vermelho e seu corpo tremia tanto que Thomas quase achou que o colega estava convulsionando.

— Eu posso explicar. — Thomas tentou usar um tom de voz simpático, como se aquilo pudesse acalmar a situação ou a irritação da menina. Era estranho, e também engraçado, que aquele maluco magro e estranho que estivera meses antes em frente à sua casa, fosse agora uma menina. E muito gostosinha. Era até difícil pensar em qualquer coisa que pudesse falar. Sua língua insistia em enrolar e ele tropeçava nas palavras sempre que tentava dizer qualquer coisa. "Calma, cara. Você é o Thomas, não o Marty. Então calma."

Os minutos que ele levou tentando desenrolar a língua e proferir palavras que fizessem algum sentido foram suficientes pra que a garota colocasse sua foto sob o braço e deixasse a casa.

— Ei, espera! — gritou enquanto corria atrás dela, temendo que deixasse escapar sua única chance de fazer algo realmente interessante na vida. Pra sua sorte - e surpresa - a menina parou e virou-se pra ele, encarando-o com as sobrancelhas arqueadas. Nem mesmo ela sabia o motivo de estar tão irritada com tudo aquilo. Não era novidade ter um grupo que era fascinado por ela, mas ter sua foto ali, exposta daquele jeito, quando nem ao mesmo conhecia o próprio corpo era irritante demais.

— O que você quer? — aquela voz feminina e infantil escapou por seus lábios, assustando-a outra vez. Ainda era estranho ser uma mulher. — Quer outra foto? — bufou e saiu andando antes que ele pudesse responder.

— Espera! — Thomas teve que correr pra conseguir alcançar a garota. Nenhum dos dois havia se dado conta de que a TARDIS ainda estava estacionada em frente à casa de Marty e a menina andava na direção oposta a da nave. — Você está com fome, não é? Eu posso te levar pra comer alguma coisa, se você quiser. Eu pago. — falava rápido demais e as palavras saíam emboladas, mas ele forçou-se a sorrir, como se tivesse entendido tudo o que acabara de dizer.

A Doutor (que até agora se recusava a se chamar Doutora) voltou a erguer as sobrancelhas, mas apesar da desconfiança, não achava que aquele rapaz pudesse machucá-la de alguma forma. Deu de ombros, como se aquilo fosse a melhor resposta que pudesse dar e voltou a caminhar, deixando que Thomas a seguisse. A menina livrou-se da foto, deixando-a na primeira lixeira que encontrou e ela e Tom seguiram em silêncio durante todo o caminho.

— Vamos parar aqui. — Thomas interrompeu o silêncio e puxou a mão da menina, fazendo-a parar em frente à lanchonete. Ele não esperava que apenas tocar alguém de um jeito tão bobo pudesse fazê-lo estremecer como se uma corrente elétrica estivesse percorrendo seu corpo. Ele até pensou em soltá-la, mas era difícil fazer isso quando não podia deixar de encarar aquele par de olhos azuis que a menina possuía. Por fim, quebrando todo o clima entre eles, a Doutor soltou-se, bufando de irritação e arrastou-se para dentro do restaurante.


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