Rose.. Uma Weasley? escrita por Gabs


Capítulo 31
O jantar


Notas iniciais do capítulo

Hello! Não me odeiem, por favor. E se estiverem com raiva lembrem que só faltam 3 dias para a estreia de ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE ELES HABITAM e lembrem-se que o novo livro de Harry potter é lindo.
Corações mais calmos? Ótimo. O novo capítulo demorou, mas chegou



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Sophie e Mel me esperavam no andar de baixo, eu sabia que elas não concordavam comigo, as duas consideravam ir jantar com minha mãe e meu irmão um caminho para o perdão, eu por outro lado, encarava a situação como um encerramento. Eu já estava cansada de ficar “fugindo” deles, imaginando “e ses”, tendo ódio deles, eu precisava seguir em

Encarar toda minha família no julgamento de Scorpius foi difícil, ao mesmo tempo que maravilhoso, eu nunca os tinha visto frente a frente desde o fatídico dia, foi bom saber que não sentia mais vergonha de ser eu e, portanto de não ter os meios necessários para pertencer a família Weasley.

O jantar nada mais era, para mim, um encerramento de uma fase que precisa ser deixada para trás, de um fantasma que precisa ser esquecido. Passei grande parte da minha escondida atrás de um nome que não representava, ninguém deve viver assim. Estava na hora de deixar toda essa história e deixar para lá “todo mal” que eles haviam me causado.

Eu amava Sophie e Mel, muito mais do que demostrava, possivelmente, e fiquei grata, por apesar de não concordarem com minha decisão aceitá-la, talvez fosse justamente por isso que eu as amava tanto, pela aceitação, algo que nunca tive na minha família.

Um peso enorme saiu dos meus ombros quando sair do apartamento, a aceitação das duas tinham um significado muito maior que a simples aceitação, elas estavam deixando que eu mesma, expurgasse os meus fantasmas, elas sempre foram muito protetoras comigo, então foi importante e crucial que eu estivesse finalmente “crescendo”.

...

O jantar era na minha antiga casa, somente minha mãe e Hugo, não havia razões para que Ronald fosse, meu encerramento com ele foi muito mais abrupto, do tipo com uma varinha tentando me matar, depois daquele dia, eu simplesmente havia o matado na minha mente, de modo que a existência dele já não significava nada.

Por mais preparada que eu achei que estaria, percebi que não estava, nenhum pouco, quando vi aquela casa, a casa onde cresci meu coração bateu acelerado, engoli em seco, respirei fundo e bati à porta, eu poderia terça-feira me preparado a vida inteira por aquilo e mesmo assim não estaria preparada.

Senti uma coisa que não sabia explicar, aquele foi o meu primeiro lar, não tão feliz, mesmo assim um lar, e, nada estava igual, de repente meu cerébro colocou todas as imagens da casa em que vivi e, aquela, que parecia quase igual, mas notei que não havia mais mil fotos na parede da família, não havia foto nenhuma na verdade, a mesa da sala antes sempre tão cheia de pápeis tinha somente um cacto, os troféus que minha ganhara durante a carreira também não estava ali.

A casa parecia mais triste do que eu me lembrava, enquanto ainda absorvia todas aquelas novas informações e comparava com as antigas, senti que Hermione me olhava com um sorriso no rosto, Hugo estava ao lado um tanto mais apreensivo..

—Mudou muito, não é? Ás vezes eu também me pego pensando Merlin aqui costumava ter fotos em todas as paredes.

Encaro Hugo, surpresa pela capacidade de ler meus pensamentos, algo que ele fazia quando éramos crianças, antes de tudo mudar.

—Eu tirei tudo depois que você... Não conseguia encarar....

Hermione disse sem jeito, foi quando percebi que ela não sabia como agir. A encarei por um instante e notei que ela não era mais a mesma que um dia apoiou meu pai, ou que me considerava um estorvo, nem mesmo igual àquela Hermione que me enquadrou após o julgamento de Scorpius. Ela parecia ter envelhecido alguns anos, parecia com medo, talvez de falar alguma besteira, ela me olhava como se qualquer movimento errado fosse me fazer sair pela porta. Talvez o divórcio fizesse isso com as pessoas, tornava-as mais frágeis. Sorri internamente, aquela era uma visão que provavelmente ninguém teve na vida, Hermione Granger Weasley, demostrando alguma fragilidade.

—Mamãe fez prato favorito. Você ainda gosta de cordona, certo?

Hugo disse me tirando dos meus devaneios.

—Sim.

Respondi o seguindo para a sala de jantar.

—-

 

—Eu pensei em convidá-la também, mas achei que você poderia não gostar, mas ela é uma mulher incrível, vocês gostaria dela.

Hugo falava de sua noiva, a qual eu não conhecia, mas pelo que já ouvi sobre como ela costuma tratar as pessoas duvido que poderia gostar dela, mas não digo isso a Hugo, e, ele continua contando o quão maravilhosa a noiva é. Hermine, minha mãe, parecia não gostar muito dela, não que ela tenha falado isso, mas ela não tentou esconder as expressões faciais. Na verdade ele não parava de falar, eu havia esquecido que quando ele fica nervoso, começa a falar pelos cotovelos, contando os detalhes mais íntimos de sua vida, sem que a pessoa tenha necessariamente perguntado ou queira saber.

— (…) Não vou negar que as vezes penso que estou cometendo um enorme erro, mas acho que todos pensam isso quando ficam noivos. Quer dizer poucas semanas depois que fiquei noivo, Alvo e eu fomos a uma boate de stripper e eu nunca tinha feito algo assim antes, então eu meio que atribui essa minha atitude ao nervosismo, mas as vezes penso que talvez seja meu cérebro dando avisos que há outras mulheres que eu tenha que conhecer antes de me casar, não que tenha acontecido alguma coisa naquela boate, porque não aconteceu, mas é que me pego pensando isso as vezes, e...

—Acho que pode ser nervosismo, uma semana depois que ficou noiva Sophie teve um ataque quando percebeu que estar casada significaria somente um cara para o resto da vida, sem poder olhar para o lado, ou sentir inveja da grama do vizinho. Nós acabamos em Las Vegas naquela noite, e depois de passar a noite toda flertando com vários caras, ela conclui que de fato não perderia muita coisa ao se casar....

Hugo e Hermione me olhavam abismados, eles haviam passado a noite inteira tentando saber sobre mim, e eu pouco tinha entrado em detalhes da minha vida, mas o assunto de Hugo me lembrou das minhas amigas, e das coisas estúpidas e loucas que sempre passamos.

—Sophie é aquela que estava no seu apartamento quando nos encontramos?

—Não, aquela é a Mel. Sophie é minha outra colega de apartamento, pelo menos por enquanto, porque ela vai casar em algumas semanas.

—As duas são advogadas como você?

Hermione perguntou.

—Não. Sophie é medibruxa, e Mel... bom, ela faz o que quer.

Melanie, na verdade, tinha a filosofia de nunca se delimitar, de modo que ela nunca buscou estudar para conseguir um emprego que lhe impedisse de ser outra coisa, por exemplo, eu enquanto advogada, só posso ser advogada, e, isto para ela era uma delimitação, uma característica clássica do ser humano, a qual ela e recusava reproduzir, de modo que ela fazia o que sua alma desejasse fazer naquele momento.

—Você as conheceu quando foi estudar na Alemanha, certo? Acho que pelos menos fizemos uma coisa certa enquanto pais, permitir que você fosse para lá

—Acredito que sim, embora tenha feito pelos motivos errados. Deixaram-me ir para me afastas das más influências de Hogwarts,.

—Mas o problema estava muito mais conosco que com a escola.. Desculpe, eu devia ter feito mais.

—Provavelmente. De qualquer é um pouco tarde para mudar as percepções. O estrago já foi feito, e estamos todos aqui, sobreviventes.

—Rose, você foi assistir algum jogo da copa do mundo de quadribol, ano passado? Afinal foi em Munique, certo?

Hugo perguntou depois que de um silêncio constrangedor.

—Eu nunca fui muito fã de quadribol, mas fui na final, ganhei os ingressos de um cliente.

—Sério? Acho que vou entrar nessa profissão, poxa, eu não tô ganhando nenhum obrigado no ministério e você aí ganhando ingressos!.

Achei graça do entusiasmo de Hugo, e me perguntei se ele gostaria tanto assim se eu contasse que ganhei os ingressos ao livrar uma empresa muito importante das garras do ministério da magia de Londres, um caso em que ele era responsável.

...

 

Hugo fez questão de me acompanhar até meu apartamento quando eu disse que já era hora de ir para casa, despedi-me de Hermione com um aceno de cabeça, notei que ela queria dizer alguma coisa, mas não disse nada, de fato ela pouco falou naquela noite, acho que com medo que dissesse alguma coisa que me fizesse ir embora.

—Fui inocente, não fui?

Perguntou Hugo na frente do meu prédio.

Eu o encarei, os olhos dele eram tão azuis quantos os meus, mas diferente dos meus que já sabia como as coisas seriam, os dele estavam cheios de esperança, por um instante me deu um aperto no meu coração, eu sabia que não voltaria a vê-lo e teria que encerrar aquele nosso “envolvimento ali”, mas estranhamente me sentia como se fosse dizer a uma criança que papai noel não existe, pois ele tinha o mesmo olhar que uma criança tem quando se aproxima a época do natal. Tentei encontrar as palavras certas, o que era ridículo, porque isso era uma coisa que minha família nunca tinha feito, eles simplesmente falavam, e por mais que me sentisse idiota ao escolher as palavras, me senti bem comigo mesmo, porque apesar dos pesares eu não era tão Weasley assim afinal, isso não era algo ruim, percebia agora.

Quando você aceitou ir no jantar, pensei: ótimo, ela nos perdoou. Fui um tolo, na minha percepção, ou você guarda sua raiva ou você a joga na cara de alguém, eu não pensei que você tinha achado uma terceira solução, e, simplesmente deixar de lado. Peço desculpas por ter exagerado. Mas, até que não foi tão ruim, não é mesmo?

—Hugo, não vai a ver outro jantar. Eu aceitei para provar para mim mesma que eu podia superar meu passado e seguir em frente. Você agiu ingenuamente, e, o jantar pode não ter sido um dos piores, foi em um desses jantares que eu fui expulsa da sua família, então posso dizer que já tive piores. Mas, eu não quero ter nenhum tipo de relacionamento com vocês, eu não preciso de vocês, eu não preciso do apoio, ou do suporte de vocês.

—Eu entendo você, Rose. Obviamente que não entendo tudo o que você passou, mas se eu fosse eu provavelmente nem teria aceitado esse jantar, e se eu fosse você e você fosse eu você não desistiria de mim. Eu já desistir de você uma vez, e não há nada que eu me arrependa mais, no entanto, estamos aqui, anos depois e se eu acreditasse em destino diria que ele estaria nos dando uma segunda chance, enfim, eu quero dizer que eu respeito e entendo sua posição, mas eu não vou deixar você escapar, não de novo, não sem lutar. Não espero que sejamos irmãos, ou parceiros, nem mesmos amigos...

—São palavras muito bonitas, Hugo, mas eu não acredito em palavras e mais importante, não acredito em você. Eu aceitei esse jantar, e aceitei essa conversa, como um ponto final em toda essa história. Não quero recomeçar nada, não preciso recomeçar nada. Tenho uma família, amigos mais que suficiente e, pessoas nas quais eu acredito. Você e sua família não se encaixam em nenhuma dessas categorias. E, eu queria muito dizer que sinto muito, mas a verdade é que não sinto, não mesmo.

—Então isso é o fim para você?

—O fim, para mim aconteceu anos atrás, quando finalmente percebi que vocês não se importavam comigo. Hoje, foi só eu superando esse fim.

—Nós sentimos muito. Nossa mãe...

—Sua mãe. Não minha mãe, não mais.

—Você precisa entender que as vezes...

—Hugo, é você quem precisa entender, o único motivo pelo qual ainda estou aqui conversando com você é educação, nada mais. Eu não quero e não vou ter nenhum tipo de relacionamento, seja com você, seja com sua mãe, ou o resto da sua família.

—Nunca vai nos perdoar?

—Eu não os odeio, não os desejo mal, eu só não me importo, não mais.

...

 

Hermione podia não ser a mãe do ano, mas ela conhecia, ao menos um pouco, Rose. Hugo parecia animado com a volta da irmã e não conseguiu tirar o sorriso do rosto, na verdade, ele parecia encantado, mas ela, Rose, estava com um olhar neutro e quando seu olhar demorava nela ou em Hugo, parecia avaliá-los.

As duas pouco conversaram, mal se cumprimentaram, Hermione tentara dar um pouco de espaço, imaginou corretamente que estar ali, já era muito para Rose. Assim que ela foi embora com Hugo a seu encalço, Hermione pensou em segui-los com um dos brinquedos das Gemialidades Weasley’s, mas no fim, desistiu esperou pelo filho.

Sua casa. Quando Hugo e Rose eram crianças viviam correndo por ali, gritando, a deixando com os cabelos em pé, se ela fechasse os olhos ainda podia ouvi-los rindo e o som das passadas na escada. Há muitos anos que só havia silêncio ali, e, depois do divórcio, sem Ronald, por mais que eles mais só se desentendesse, a casa ficara muito mais silenciosa.

Sentindo-se extremamente solitária, Hermione sentou-se na mesa da cozinha enquanto preparava um chá, e perguntou- se se havia sido assim que Rose se sentiu quando foi ‘expulsa’ da família... “Merlim, como eu posso ter deixado minha vida chega a esse ponto?” Perguntou-se Hermione. Por sorte Hugo chegou, antes que ela pudesse pensar em todos os momentos que culminaram naquele, onde ela estava sozinha, solitária, sendo uma péssima mãe, uma péssima esposa....

Hugo sentou-se em silêncio ao lado da mãe, um longo silêncio envolveu os dois. Ele não sabia como dizer para a mãe que Rose não queria saber de nenhum deles...

—Ela não vai voltar, não é?

—Como você...?

—Não sei, eu só sabia. Quando eu a vi no jantar, eu sabia. Acho que tenho que aceitar isso.

—Mãe...

Hugo a abraçou quando as lágrimas começaram a rolar nos olhos dela. O coração dele se apertou e começou a doer, e, ele sentiu inútil por não poder fazer nada que pudesse fazê-la se sentir melhor. E a cada lágrima que descia dos olhos de Hermione era como uma facada em seu próprio peito.

—Tudo bem. Olha para mim, eu não estou pronta para ter minha filha de volta. Estou caco. Eu estava aqui pensando em que momento tudo começou a desmorona, porque eu fiz planos, e nenhum deles envolvia divórcio, ‘perder’ uma filha... Eu devia estar realizada neste momento da minha vida. E, agora, talvez eu esteja velha demais para concertar tudo. Sempre achei que a receita da felicidade era casar com quem a gente ama, fazer o que a gente ama, ter pessoas que a gente ama ao lado, mas se for isso, por que me sinto infeliz? Porque sinto que nada deu certo?

...

 

 


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