Sábado, 8 de março de 2014.

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– Mami poderosa! Bom dia! – Gritou Félix descendo as escadas da casa de Pilar.

– Bom dia, Félix! Hoje parece que você acordou de muito bom humor!

– Sim, mami! – Félix sentou a mesa para o café da manhã. – Me sinto leve como uma pluma!

– E isso se deve a você não ter dormido em casa ontem de novo? – Perguntou Pilar maliciosamente, já sabendo a resposta.

– Ah mami, você sempre vem com perguntinhas indiscretas hein?! Se quer saber, sim! Eu acabei de sair do meu quarto, mas, acordei em outra cama!

– Hum... E seria, por acaso, a cama do Niko?!

Félix deu um sorriso para a mãe e respondeu: - Ah mami, você é mesmo poderosa... Adivinhona!

– Fico muito contente por ver esse sorriso no seu rosto, meu filho! Aliás, seus olhinhos brilham desde que você e o Niko estão juntos! Ele é um rapaz maravilhoso e te faz tão bem...

– É sim, mami! E pensar que já fez um mês e uns dias... – Félix suspirou. – Nunca pensei que encontraria alguém que gostasse de mim tanto quanto o carneirinho! E sabe... Eu também nunca pensei que ia gostar tanto de alguém assim!

Pilar sorria vendo a felicidade de que Félix finalmente estava desfrutando.

Maciel chegou para tomar o café com Pilar e a beijou dizendo: - Feliz dia da mulher, meu amor!

– Mami! É verdade... Hoje é dia internacional da mulher! Deixa eu dar um abraço na mulher mais poderosa que eu conheço! – Félix levantou dando um abraço apertado na mãe.

– E em mim, não dá um abraço Félix? – Bernarda chegava com Lutero.

– Vovó! Claro que sim... – Félix correu para abraçá-la. – Mami poderosa e vovó fenomenal! As duas mulheres da minha vida!

Bernarda lhe perguntou após o abraço: - Félix, você está tão radiante, tão alegre... A que se deve isso?!

– Ah vovó... Apesar dos problemas com o papi, eu tenho quem me deixe de alto-astral!

– Hum... O Niko, eu suponho?!

– Olha, já sei a quem a mami puxou ser tão adivinhona! Por falar no carneirinho, mais tarde não me esperem para o almoço, vou almoçar no restaurante e... Talvez nem precisem me esperar para o jantar também! – Félix riu, quando lembrou: - Ai já está na hora de acordar o papi!

Félix correu para o quarto onde César estava.

– Papi... Já está na hora de acordar... Tem que tomar seu remédio para poder tomar o café da manhã!

César respondeu rispidamente como de costume: - Já estou acordado! Me ajuda a levantar e me dê logo essa porcaria de remédio!

Félix sentia um aperto no coração cada vez que César lhe tratava mal, mas, ao mesmo tempo, já estava acostumado. Eles nunca se deram bem e não era por causa dos problemas de saúde que havia adquirido que César mudaria seu sentimento pelo filho. Pelo menos, era o que Félix acreditava e por isso já não dava tanta importância para as grosserias do pai.

Ele lhe entregou o comprimido na mão esquerda e depois o copo com água, sempre com muito cuidado.

– O que o senhor vai querer de café da manhã papi?

– Traga qualquer coisa... Tanto faz... Deveriam me deixar morrer logo...

– Isso nunca papi! Você fala como se alguém lhe tratasse mal aqui! Todo mundo lhe trata bem e eu vou cuidar do senhor, o senhor queira ou não!

Félix saiu do quarto batendo a porta, mas, encostou-se à mesma e suspirou profundamente. A situação com seu pai era muito incômoda, o deixava triste, tenso, mas, lembrar que logo estaria de novo com seu carneirinho o devolvia a alegria.

Félix levou o café da manhã para César e o ajudou a comer já que ele ainda não conseguia fazer muito com a mão esquerda. Depois de suportar mais algumas palavras ríspidas, Félix saiu. Estava disposto a tirar toda aquela tensão da cabeça e resolveu ir mais cedo ao encontro com Niko.

No restaurante, Niko trabalhava no balcão quando viu um moreno charmoso entrar sorrindo para ele. Niko retribuiu o sorriso apaixonado. O moreno se aproximou, sentou e chamou Niko com o dedo. Niko foi até ele sorrindo.

– Félix, como veio cedo!

– Fiquei com saudade carneirinho! Mas, se quiser eu vou embora...

– Não, nem pensar... – Niko segurou em seu braço. Sussurrou: – Mas, não faz nem três horas que estávamos juntos!

– E daí? – Félix segurou em sua mão. – Não gosto de ficar muito tempo longe de você!

Félix beijou sua mão e Niko se derretia com isso. Os dois se hipnotizavam quando se olhavam nos olhos. Félix se aproximou mais, como se fosse beijá-lo, mas Niko acordou daquele transe.

– Félix, estamos no restaurante...

– E daí?! Ok, parei... Se bem que às vezes eu tenho vontade de te agarrar aqui mesmo! Mas, me diz que horas você pode dar uma saidinha hein?!

– Saidinha... Pra quê Félix?!

– Hum, carneirinho, não se faça de inocente que isso eu já sei que você não é! E eu nem gosto quando você banca o bobo tá... Prefiro quando você é ousado!

– Eu já percebi... – Ambos sorriram.

De repente, chegaram ao restaurante, Eron e André. Nem os viram, e foram para uma mesa.

– Ah, mas com tantos restaurantes em São Paulo, essa lacraia tinha que vir justo no seu?!

– Ah Félix, ele é um cliente como outro qualquer! E olha, o Eron tá acompanhado!

Félix olhou bem. Viu quando André pegou na mão de Eron. – Ah! Bem que a fofoca estava rolando solta pelo hospital! Naquele dia que eu levei o papi para fazer a revisão da cirurgia dele, eu ouvi o boato com as secretárias, de que a lacraia estava pegando o novo cirurgião-chefe do San Magno! Aquele ali, o doutor André! Tenho certeza que, quando a lacraia o viu, desejou ter uma apendicite para ele colocar as mãos nele!

Félix ria mas, ao contrário da reação que Félix esperava que Niko tivesse, de ficar curioso ou falar algo, Niko nem olhou para os dois, apenas respondendo a Félix: - É mesmo?! Que bom pra eles! Espero que se deem bem!

– Só isso?! Você não diz nada carneirinho?! A lacraia até brigou comigo por você, mas, pra você ver, não demorou nadinha para sair com o primeiro que apareceu!

Niko continuou sem olhar para eles. – E o que você quer que eu diga Félix?! Eu espero que se deem bem... Eles não me importam! Você é quem me importa!

Félix notou que sua tentativa de saber se Niko ainda sentia alguma coisa ao ver Eron foi frustrada, para sua felicidade. Ele não resistiu e, levantando rapidamente, deu um selinho em Niko ali mesmo.

– Félix! – Repreendeu Niko que ficou todo rosado, olhando para os lados para ver se seus clientes não haviam percebido.

– Desculpa carneirinho, não deu pra segurar! – Félix ficou rindo com a carinha envergonhada de Niko e mais ainda quando notou que o casal da outra mesa os observava.

– A lacraia está nos olhando... – Pensou Félix. E pediu: - Carneirinho, não vai retribuir meu beijo?

Niko sorriu e beijou sua mão, e lhe fez um carinho no rosto, que Félix retribuiu fazendo Niko corar e sorrir. Félix adorou que Eron estivesse presenciando aquilo. Mas, Niko percebeu suas intenções.

– Félix, querido... Você não está fazendo isso só para que o Eron veja, está?!

– Eu?! Imagina carneirinho...

– Félix, não seja bobo! É você quem eu amo! – Niko levantou e se inclinou rapidamente e lhe deu um selinho também, saindo da mesa em seguida. – Agora, tenho que voltar ao trabalho...

Niko voltou para o balcão e Félix virou justamente quando Eron estava olhando para lá. Félix deu um sorrisinho vitorioso e um tchauzinho para o advogado. Eron apenas virou e fingiu não dar importância, mas, ainda não tinha se acostumado a ver Niko e Félix juntos e apaixonados daquele jeito.

Depois de algum tempo foram embora. Para o bem estar de Félix que ficou o tempo todo sentado pertinho do balcão, Eron nem tentou falar com Niko. Depois, Félix comentou:

– Carneirinho, vou bater perna pelo shopping um pouquinho! Quando você tiver um tempinho para mim ou para almoçarmos juntos, me liga que eu venho correndo!

– Pode deixar Félix, ligo sim! Ah! Félix... – Niko o chamou de volta. – Já que você vai bater perna no shopping, cuidado para não dar de cara com sua ex por aí!

– Tem razão carneirinho! Mas, não se preocupe, nem sei se a Edith continua com aquela loja e mesmo assim, vou passar bem longe de lá viu!

Félix saiu.

Pouco tempo depois, dois homens entraram no restaurante. Niko foi atendê-los.

– Samuel, há quanto tempo!

– Niko! – Samuel levantou. – Não sabia que era aqui seu restaurante! Olha, quero te apresentar meu companheiro, o Túlio!

– Oi, Túlio, como vai?! – Deram um aperto de mão.

– Oi! De onde você e o Samuel se conhecem?!

– Nos conhecemos no curso de artes marciais há um tempo! Nos tornamos mais colegas porque temos mais em comum né Samuel?!

– É sim! Por falar nisso Niko... – Perguntou Samuel. – Você nem terminou o curso, o que aconteceu?!

Niko sentou com eles. – Ah, aconteceu tanta coisa na minha vida nesses últimos tempos Samuel... Eu tive um filho, me separei...

– Você teve um filho? Que coisa boa... Eu e o Túlio estamos tentando a inseminação com uma barriga solidária!

– Pois, foi exatamente o que eu fiz! Mas, tenham cuidado, muito cuidado! A barriga solidária tem que ser alguém da total confiança de vocês, e mesmo assim, todo cuidado é pouco!

Túlio perguntou: - Porque você diz isso com tanta convicção? Houve algum problema com sua barriga solidária?

– Ah, todos os problemas! Eu confiei em alguém, botei dentro de casa e a fura-olho desgraçada me apunhalou pelas costas! Roubou meu companheiro e quase roubou meu filho também!

Túlio e Samuel se preocuparam: - Nossa! Niko, como foi isso?!

– Ah gente, é uma história longa, não dá pra contar agora, e também, eu nem quero lembrar, sofri demais... Mas, o que importa é que um homem maravilhoso surgiu para mim na hora que eu mais precisava, me ajudou de todas as formas e se não fosse por ele, hoje eu não teria nem minha casa, nem meus filhos!

– Seus filhos? Nasceu mais de um?

– Não, é que eu também adotei um menino, já de oito anos, o Jayminho, um fofo! Meu filho biológico se chama Fabrício, é um bebezinho, tá com sete meses!

Félix voltou. Niko levantou e o chamou para a mesa.

– Samuel, Túlio, esse aqui é o Félix, o homem maravilhoso de quem falei!

– Hum, carneirinho, tá fazendo marketing de mim?! Quer me vender é?!

Todos riram. Niko continuou: - Não liguem... Ele é maravilhoso mesmo, mas quando o elogio demais ele fica se achando... Eu vou voltar para o trabalho gente, espero que apreciem a comida!

– Obrigado Niko! Obrigado! – Respondeu o casal à mesa.

Depois, Samuel ficou pensativo e Túlio perguntou o que ele tinha.

– Nada Túlio! É que eu fiquei meio preocupado com isso que o Niko disse, da barriga solidária...

– É, que coisa chata né?! Mas, não grila Samu! Agora que a Amarylis se comprometeu a ela mesma nos ajudar, acho que podemos ficar mais tranquilos! Afinal, ela é de confiança né?!

No balcão, Félix perguntava:

– E quem são aqueles dois Niko?

– O Samuel eu conheci quando comecei a fazer aulas de artes marciais e o Túlio é o companheiro dele! Sabe Félix, na época eu fazia as aulas escondido do Eron, eu ia contar só depois que virasse faixa preta, mas aí eu não pude concluir o curso por causa de tudo que aconteceu... Se bem que eu também peguei algumas dicas com o Edgar aqui que entende um pouco disse, afinal, é da terra natal dele!

– Muito legal carneirinho, mas não lembra mais coisas de quando você vivia com aquela lacraia... Olha, por que não almoçamos juntos agora hein?!

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Durante o almoço, Félix lhe fazia confissões.

– E é isso Niko... O papi continua do mesmo jeito, com o mesmo mau-humor... Queria fazer alguma coisa por ele, mas não tem o que fazer... Fora que ele não aceita nada, não sai para o jardim, nem para a sala, fica vinte e quatro horas trancado naquele quarto... Desse jeito, ou ele fica depressivo, ou fico eu!

– Félix, meu amor, eu queria tanto fazer alguma coisa por você...

Félix pegou em sua mão e sorriu.

– Você já faz carneirinho... Você existe!

Niko se emocionou com aquelas palavras.

– Ai Félix, não fala assim que eu choro... Você é lindo sabia?!

– Hum... Claro que sabia!

– Félix, lindo e nada modesto! – Ambos riram e Niko teve uma ideia: - Félix, e se você tirasse um dia para você, para espairecer, viajar, sei lá?! De repente, um dia para nós dois... O que acha?!

– Acharia ótimo, mas, quem cuidaria do papi?

– Félix, aquela casa é cheia de empregados, além disso, a Paloma pode ficar com ele também! Ela não o visita quase todo dia?!

– Visita... É, ela poderia ficar um dia com o papi né?! Além de que ela já havia me sugerido uma enfermeira especial para cuidar do papi quando eu não pudesse... Até porque, um dia, eu tenho que arrumar um emprego e não vou poder ficar o dia todo...

– Félix, quanto ao emprego, eu já te falei um milhão de vezes que quando você quisesse poderia virar o gerente do meu restaurante!

– Eu sei carneirinho, você é muito generoso... Eu já disse que te ajudo no que precisar, mas, eu ainda estou pensando numas coisas... Mas, quanto a esse dia de folga para nós, eu vou falar com a Paloma, aproveito pra saber da enfermeira... Depois te aviso!

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Domingo, 9 de março de 2014.

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Era noite e Niko e Félix estavam no quarto, na casa de Niko.

– Então, carneirinho, a Paloma concordou em ficar um dia dessa semana com o papi e vai levar já uma enfermeira especializada em lidar com pessoas assim, com problemas de saúde ou mais idosas! Só não pode ser amanhã, porque segunda-feira é um dia muito movimentado no hospital e a Paloma não pode sair!

– Eu entendo... Ah Félix, poderia ser nesta quarta-feira, por que não?! Assim, no meio da semana, não deve haver impedimento para a Paloma e também não tem muito movimento lá no restaurante!

– É uma boa ideia Niko! Olha, já está aprendendo a ser mais esperto comigo é?!

– Ah Félix, eu também não sou tão ingênuo assim quanto você achava, sou?! Pensa que só você que tem seus truques?!

Eles dormiram juntos como quase todos os dias desde que Félix lhe pediu para dormir em sua casa pela primeira vez.

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Terça-feira, 11 de março de 2014.

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– Alô, carneirinho! Só liguei para avisar que se prepare, pois viajaremos amanhã! A Paloma disse que pode ficar com papi aqui na casa de mami!

– Que notícia boa Félix... Estou tão entusiasmado para ir ao Rio amanhã!

– Espera aí, nós vamos para o Rio de Janeiro?!

– É... É Félix! Por que não? Não me diga que você queria ficar aqui em São Paulo mesmo?! É bom mudar de ares de vez em quando Félix...

– Tá carneirinho, mas porque logo para o Rio?

– Ah... É a cidade maravilhosa não é Félix?! Poderíamos ir hoje á noite e aí aproveitaríamos o dia inteiro de sol numa praia carioca, que tal?!

Félix pensou um pouco e aceitou. No mesmo dia, Félix disse para César que viajaria por causa de uma proposta de emprego. Era a desculpa mais viável para dar ao pai. Félix ainda não havia contado para César sobre Niko, e ele ainda não sabia como fazer isso. À noite, Niko deixou os meninos aos cuidados de Adriana e Félix foi pegá-lo em casa.

– Oi, seu Félix, o seu Niko tá botando o Fabrício pra dormir!

Jayminho ainda estava acordado, mas já de pijamas, correu para abraçar Félix.

– Oi, Félix! O papai Niko disse que você e ele vão viajar!

– Oi, Jayminho! – Félix também o abraçou, ele já estava se apegando àqueles meninos. – É, é verdade, eu e seu pai vamos viajar, mas é só por um dia viu!

– E por que vocês vão viajar Félix?

– É... Por que... – Félix ficou sem saber o que dizer, mas Niko chegou e o salvou.

– Jayminho, não seja curioso, meu filho! Já está na hora de dormir, vá escovar os dentes e obedeça a Adriana amanhã!

– Tá papai...

– Espera, me dá um abraço para eu poder viajar meu filho!

Jayminho o abraçou. – Boa viagem, papai Niko! – Depois, num impulso, abraçou Félix. – Boa viagem, Félix!

Félix abraçou o menino, surpreso e emocionado. Era como se ele já fizesse parte daquela família que Niko sempre lhe oferecia. Antes de saírem, Félix ainda pediu para dar um beijinho de boa noite em Fabrício que já estava no berço. Ele foi com todo cuidado para não acordá-lo. Niko se encantava com o carinho de Félix pelos seus filhos.

Então, viajaram. De madrugada, perto do amanhecer, chegaram ao Rio de Janeiro.

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Quarta-feira, 12 de março de 2014.

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No hotel...

Félix saía do banheiro do quarto do hotel em que estavam, quando notou que Niko olhava algo muito concentrado no smartphone. Félix foi até ele de mansinho para tentar espiar, mas Niko escondeu.

– Carneirinho, o que você estava vendo aí hein?!

– Nada Félix... Só as notícias e... Os pontos turísticos do Rio! Eu até já sei onde vamos visitar primeiro! Bom, antes vamos passar o dia na praia que você quiser, e depois, à tardinha, vamos ver a Pedra do Arpoador!

– Sei... Porque você escolheu justo esse ponto?! Geralmente, o pessoal quer mais ir ao Pão de Açúcar ou ao Cristo Redentor...

– É, mas não, eu quero ir nesses lugares também, mas depois; primeiro vamos começar pelo Arpoador mesmo... – Niko desconversou, dando umas batidinhas no colchão. – Vem, vem pra cama, que a gente precisa dormir um pouco...

Félix riu se deitando. – Ah, como se eu conseguisse dormir quando estou sozinho com você!

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À tardinha...

– Que cara é essa, Félix?!

– Que cara quer que eu faça carneirinho?! Nunca imaginei que esse ponto do Rio fosse tão visitado assim... Quanta gente... Niko, se isso for protesto, eu dou meia volta agora...

Niko segurou Félix pelo braço. – Não Félix, não é nada disso...

Félix percebeu que Niko estava escondendo alguma coisa.

– Carneirinho! Me diz, o que está havendo aqui hein?! Porque você quis vir aqui e parece que esse monte de gente teve a mesma ideia!

Niko coçou a cabeça, olhou para o lado e perguntou: - Félix, você não ri de mim?

– Depende Niko! Tenho motivo para rir?!

– Claro que não... Eu sou apenas um fã tentando conseguir uma foto do ídolo!

– Como?!

– Bem, é que... – Niko viu o aglomerado de pessoas começando a correr. – Ah! É ele! Fica aqui Félix! Eu já volto!

Niko pegou uma câmera digital do bolso e se misturou à multidão. Félix pensou em ir atrás, mas desistiu, pensando: - Não! Desde o trauma dos hot-dogs, eu que não entro mais no meio de tanta gente! Mas, quem tanto o carneirinho quer ver?!

Félix ficou encostado ao carro, olhando de longe. Dois fotógrafos se aproximaram. – Boa tarde! Podemos nos encostar aqui no seu carro para nos posicionarmos melhor? – Um deles disse para o outro. - Se ele for por onde eu penso, o ângulo daqui deve ficar ótimo para bater uma foto exclusiva!

– Posicionar melhor para quê? E por que tem tanto paparazzi por aqui gente?! Só fica assim quando tem celebridade internacional ou da novela das nove! – Félix riu, mas eles explicaram quem eram e o que acontecia.

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Algum tempo depois, Niko voltou para onde Félix estava. O moreno olhava para ele, com os braços cruzados. Ainda longe, Niko deu um sorrisinho para ele. Quando chegou perto, Félix perguntou ironicamente:

– Então, carneirinho... Desde quando você é tiete de Ricky Martin?!

Niko ficou todo corado. – Ai Félix, que tiete, poxa... Eu só queria conhecer o Arpoador e quem sabe, dar a sorte de pegar um autógrafo, uma foto... Tá! Eu vi nas notícias que ele estaria aqui hoje gravando o clipe para a Copa do Mundo e pensei: ah, vai ter tanta gente tirando foto, porque eu não?!

Félix balançou a cabeça com um sorriso cínico no rosto. – Eu devo ter ensinado Herodes a bailar a salsa e merengue para você fazer uma coisa dessas comigo, Niko! Trazer-me ao Rio de Janeiro só para ver o Ricky Martin?! Tá bom que ele é o bofe magia que metade do mundo queria, mas, por favor...

– Ai Félix, não foi só por isso tá! Eu só vi a notícia hoje quando chegamos para sua informação! E eu planejei virmos ao Rio para passarmos um tempo juntos na praia... É verdade!

– Tudo bem carneirinho... Pelo menos você conseguiu uma foto dele?!

Niko deu uma olhada na sua câmera e olhou com uma carinha de decepção para Félix. – Nenhuma saiu boa... Tinha muita gente na frente e foi muito rápido, ele só veio gravar uma cena eu acho e foi embora! Os seguranças o enfiaram naquela Land Rover preta num instante e, umas pessoas me disseram que ele já viaja hoje para o México!

– Ah carneirinho, que pena... – Falou sarcástico. – Mas, ele volta em junho para a Copa, não se preocupe!

– Félix, você disse que não ia rir de mim... Para! Podemos ir para outros lugares agora!

– Tá, vamos! – Entraram no carro. – Mas, me conta carneirinho... Você é mesmo fã dele?

– Ah, nem tanto Félix... Não sou assim um fã, só gosto dele, das músicas...

– Ah, que pena... Então, eu não vou te dar essa foto que consegui por aí...

Niko olhou para a foto. – Félix, é o Ricky de samba-canção... E tá autografada! Como você conseguiu isso?! Eu vi essa foto nas notícias, isso foi segunda...

– Carneirinho... Eu tenho meus truques...

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Félix havia acabado de perguntar por que havia tanto paparazzi ali. Os dois que se aproximaram lhe explicaram, que, na verdade, não eram paparazzi. Um era fotógrafo de um site famoso que estava negociando uma entrevista com Ricky Martin, o outro era um dos organizadores do evento de gravação do clipe e por isso estava com um fotógrafo reunindo os melhores momentos em fotos oficiais.

– Ah! Então, são fotos oficiais? – Perguntou Félix.

– Sim! Até foi estampado o autógrafo dele em algumas, ainda serão selecionadas...

– Hum... E se que quisesse comprar uma delas?

– Hum... Acho que não posso vender uma foto como essas!

– Então, acho que não podem usar meu carro de tripé! Aliás, olha, daqui dá para ver o Ricky direitinho... Se pensarem rápido, podem ter uma ótima foto...

O fotógrafo e o agente se olharam e chegaram a um acordo com Félix.

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Niko e Félix passaram o resto do dia tirando fotos de outros pontos turísticos do Rio e à noite ficaram na praia, no maior clima de romance à beira-mar.

Após voltarem para descansar no hotel, se prepararam para voltar para casa.

– Ah Félix, passar esse dia todo com você foi maravilhoso, sabia?! Queria que passássemos muito mais dias assim, juntos o dia inteiro!

– Eu também carneirinho... Quem sabe, um dia...

Chegaram ao carro.

– Félix, agora que notei... Que marcas são essas em cima do carro? Parece que pisaram nele!

Félix disfarçou. – Nossa! Será que fui vítima de vândalos, carneirinho?!

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Félix lembrou quando o agente dizia: - Ok! Vamos fazer um acordo! Te dou uma das fotos autografadas e você deixa meu fotógrafo subir no carro para tirar as fotos, que tal?!

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FIM...esse dia vai ser inesquecível, sem dúvida!!!