Nós Somos A Evolução escrita por Menina Estrela


Capítulo 8
Fogo, Mapa - Arnold


Notas iniciais do capítulo

Oieee! Muito obrigada a galera que está comentando e favoritando, quem está lendo tbm viu? *-* Espero que gostem do capítulo anjos :3



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As pessoas dizem que quando se está prestes a morrer, toda a sua vida passa diante dos seus olhos. Acho que elas estavam erradas quando disseram isso. Sim, eu estava prestes a morrer, mas não, não vi nenhum momento da minha vida. Pelo contrário, eu não conseguia ver nada. Ou pelo menos quase não conseguia. Eu preferia não ver.

Pude distinguir Eileen e Dalton com dificuldade. Meu amigo estava paralisado há alguns metros de distância, me encarando sem reação. Eileen gritava, não consegui entender o quê, mas provavelmente dizia que iria me ajudar. É o que as pessoas sempre diziam quando tentavam acalmar alguém, mas naquele momento eu não precisava de calma. Eu já não tinha esperanças mais. Eu estava ali preso em meio às chamas. E quando elas se fossem, levariam minha vida junto.

O que eu tinha ido fazer ali? Comecei a me lembrar.

Eu, Eileen e Dalton, viajamos para Nova York há mais ou menos dois dias. Ainda não sabia direito nosso propósito ali, até Eileen nos levar a uma casa que se encontrava perto do centro da cidade. Quando batemos na porta, um cara com perfil de uns vinte e oito anos foi quem nos atendeu. Não gostei da expressão que ele fez ao nos ver ali parados. Dalton chegou a murmurar de forma que só eu ouvisse algo como “eu acho que seria uma boa hora para a gente se mandar daqui”. Fiz um sinal negativo e discreto com a cabeça. Eileen o apresentou como um primo, mas eu não caí na dela. Eles não pareciam ser parentes de forma alguma, e a maneira como se olhavam... Não sei não. Eu poderia dizer que havia algo ali, que apenas com olhares eles conversavam e se entendiam, de forma que eu e Dalton ficamos perdidos. Foi algo como sentido masculino, se é que existia isso.

Perguntei o que nós estávamos fazendo ali, e só então Eileen disse que fomos em busca de uns documentos e de um mapa, daqueles bem comuns que mostram apenas o Canadá e os Estados Unidos. Ótimo, aquele último eu poderia ter comprado em qualquer loja por aí e eu disse isso a ela.

_ Não é simplesmente um mapa. – Eileen retrucou – Neste está marcado onde ficam todos os centros de controle deles. Ou quase isso. Alguns lugares foram marcados porque é onde devemos ir para buscar pessoas que... Talvez sejam como nós. Era dos meus pais.

_ Quem são exatamente “eles”? – Dalton perguntou.

Eu me fazia a mesma pergunta.

_ É uma longa história. Quando houver mais de nós reunidos eu vou esclarecer tudo o que sei. Prometo. Mas agora não é o caso. Precisamos encontrar o outro pedaço do mapa. Vê? – ela o virou para mim. Estava sem dúvidas partido ao meio – Vamos atrás da outra parte. Sem ela, isto aqui não tem valor.

_ E você sabe onde está? – quis saber.

_ Acho que sim. Vamos buscar depois. Não hoje, mas depois.

_ E enquanto isso vamos ficar aqui? – Dalton dessa vez soou meio temeroso.

_ Sim. – ela respondeu meio de canto.

Me intrometi.

_ Desculpa pirralha, mas eu e Dalton vamos ficar num hotel. Esse cara não nos quer na casa dele.

Ele havia deixado bem claro isso apenas com um olhar.

_ Não tem nada demais. – ela insistiu – Ele é meu...

_ Primo? – completei com sarcasmo – Sei que não tenho nada a ver com isso Eileen, mas seu primo ele não é. Não sou nenhum idiota, percebi que vocês dois... Devem ter algo pendente. Eu e Dalton vamos deixar que vocês resolvam isso. Seja lá o que isso for. Depois eu ligo pra você e te digo o endereço de onde estamos. Assim, quando for atrás do mapa, nós iremos juntos.

Pensei que ela iria contrariar, mas minha surpresa foi que ela não disse nada. Provavelmente queria mesmo ficar sozinha com o outro cara. Enfim, eu não tinha nada a ver com isso. Eles que se virassem! Eu ia tratar era de cuidar da minha vida. Agora eu tinha que achar um hotel descente e barato pra conseguir dois quartos. Um pra mim outro para o Dalton. Não foi tão difícil como eu pensei que seria. Claro que não era um hotel dos melhores, mas dava para aguentar algumas noites. Só não digo o mesmo das reclamações do Dalton que vivia no meuquarto, e simplesmente para me dizer o quanto a cama era dura, a TV pequena, o banheiro apertado, e a cozinha uma porcaria. Como se eu precisasse que ele dissesse isso.

_ Caramba moleque! Eu já entendi o recado, agora se não quiser levar um murro no meio dessa sua cara de mulherzinha reclamona, é melhor ficar calado! – gritei e ele finalmente sossegou. Só não sabia que ficaria grudado eternamente no próprio quarto.

Duas noites se passaram, até que numa tarde Eileen apareceu dizendo que iriamos atrás do mapa. Admito que fiquei um pouco feliz com isso; aquele lugar já estava ficando insuportável.

Foi um pouco difícil tirar o Dalton de dentro do quarto dele, mas como ele mesmo disse “mais um segundo ali, e eu teria morrido por acúmulo de bactéria daquele aterro sanitário”.

_ Pra onde estamos indo? – perguntei.

_ Um depósito. – ela disse simplesmente.

_ E por que teria um mapa em um depósito? – insisti, pedindo por mais.

_ Não é exatamente um depósito. Tem coisas dos meus pais lá dentro e foram eles que me deram o mapa quando era nova. Me disseram que talvez um dia eu precisasse dele. Então é bem provável que a outra parte também esteja lá.

_ Hum hum. – resmunguei – E você e aquele cara? Vocês já... Se resolveram?

Ela suspirou. Mesmo hesitante, disse tudo logo de uma só vez.

_ Tudo bem, ele é meu ex-namorado e, tudo bem eu menti, mas é que depois de terminarmos acabamos nos tornando amigos. O problema é que ele era muito possessivo, eu nem sequer podia ter amigos do sexo oposto! O pior mesmo é que, mesmo depois do fim do namoro, ele continuava com esse ciúme ridículo. Quando me viu com vocês dois não foi diferente, ainda mais quando eu disse que ele era meu primo!

_ Você devia ter contado isso antes. – falei – Não vi nada demais se quer saber.

Ela bufou.

_ Você não entende. Nada é tão simples assim.

Continuamos andando em silencio até que, depois de meia hora chegamos ao local. O depósito era mesmo um depósito. Estava cheio de prateleiras, mas a maioria estava vazia. Tinha vários armários também, todos cheios de gavetas em que se encontravam vários papéis. Documentos, segundo Eileen. Ela rapidamente enfiou tudo o que pôde e achou importante dentro da bolsa.

Reviramos tudo e ainda não encontramos a outra parte do mapa, até que Dalton de tanto mexer nas caixas espalhadas, o encontrou.

Mas nem tivemos tempo pra comemorar. Não faço ideia de com as caixas começaram a pegar fogo, mas foi se extinguindo por todo o depósito. Talvez só por falta de sorte, tenha se formado uma parede de fogo em volta de mim, que só foi aumentando e me prendendo lá dentro. E o pior de tudo é que estávamos sozinhos, não havia água no local, e os celulares não pegavam.

E foi assim que eu parei aqui. Depois de tantas tentativas fracassadas de escapar, o máximo que consegui foi esgotar ainda mais as minhas forças.

Eileen, que continuava a gritar, não percebeu quando um vulto apareceu atrás dela, e de repente alguém a estava atacando. Só então Dalton reagiu, mas desisti de ver o que aconteceria, estava fraco e não queria mais forçar nada.

Fiquei confuso. Eu estava prestes a desmaiar, quando notei que aquela última pessoa a aparecer, estava se infiltrando naquela parede de fogo. Tentei gritar para impedir, já não bastava uma pessoa morrer?

Mas eu já não tinha mais forças. Não consegui gritar. Aquele era o fim? Eu não sabia. Mas meus olhos se fecharam e a escuridão enfim tomou conta de mim.


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Notas finais do capítulo

Bjinhos