Nós Somos A Evolução escrita por Menina Estrela


Capítulo 6
Visões - Thomas


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Volteei :3 capítulo dedicado a vc Meg, sua linda! Bjs bjs, espero que gostem



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Era incrível estar sentado ao lado daquela garota vendo o pôr do sol. É só o que eu podia querer naquele momento. Depois de ter tido visões cada vez mais frequentes naquelas revistas e livros eu só precisava de paz. E ela estava ali alinhada ao meu peito, me dando esperança de que aquele poderia ser um dia perfeito.

_ Thomas. – ela sussurrou.

_ O que? – respondi calmamente.

_ Isso não é lindo?

_ O que é lindo? – virei minha cabeça para olhá-la – Você?

_ Não fofo. Quero dizer, eu, você, o pôr do sol... – ela sugeriu.

_ É sim Anne, lindo mesmo. – confirmei.

Ela riu.

_ Você foi feito sobre medidas pra mim sabia? – Anne disse me roubando um beijo.

Suspirei. Não queria ir embora, mas precisava.

_ É melhor irmos. – falei – Kate e Jason vão chegar a qualquer minuto na minha casa e vou precisar estar lá.

Anne fechou a cara. Eu já sabia o que estava por vir, e não me agradava nem um pouco.

_ Não acredito que você vai embora e me deixar aqui! – ela acusou.

_ É claro que não! – respondi – No caminho eu deixo você em casa.

_ Mas eu quero ficar! – ela resmungou e fez carinha de piedade – Por favor?

_ Não Anne, eu preciso ir. – retruquei.

_ Thomas, eu te pedi por favor! – dei a ela um olhar de quem não iria se render – Escuta aqui, eu não vou! E se você for eu vou ficar sozinha, e vai que aparece alguém ou um bicho selvagem atrás de mim?

Dei um sorriso de lado. Dá pra acreditar que ela disse isso?

_ Você vem? – perguntei lhe estendendo a mão.

_ Vai você e me abandona logo de uma vez. – ela recusou.

Balancei a cabeça e saí andando. Se ela queria ficar, que ficasse. Eu não podia me render. Não dessa vez.

_ Thomas, mais um passo e vai estar tudo acabado entre a gente, entendeu? – ela ameaçou.

Me virei sem acreditar e a encarei, que deu um sorriso vitorioso, mas que não durou muito tempo.

_ Foi bom enquanto durou, mas se é assim que você prefere, assim será. – respondi.

Ela bufou de raiva.

_ Então me leva embora pelo menos. É o mínimo que você pode fazer seu grande ingrato!

Acenei com a mão para que ela me seguisse. Foi uma pequena viagem até o carro. Quando entramos e eu dei a partida, esperei que ela dissesse alguma coisa, mas ficou apenas emburrada, virada para um canto olhando a paisagem.

_ Anne – comecei – Eu sinto muito, mas o que eu tenho a fazer é de extrema importância.

_ Não me dirija mais a palavra! – ela explodiu – Nós terminamos lembra?

Dei um sorriso meio sarcástico em resposta.

_O que foi? – sua voz estava o mais rude que ela poderia alcançar. Era um ar presunçoso.

_ Quero que saiba que estou fazendo não só porque é importante, mas também pra deixar bem claro que em uma relação, não é apenas a opinião de um que conta, e sim a de ambos. Desde que nós começamos a namorar eu venho fazendo todas as suas vontades como se as minhas não contassem.

_ Ah Thomas, francamente, não me venha com essa de... – ela começou.

­_ Eu ainda não terminei! – alterei um pouco minha voz deixando-a mais grave – Eu me cansei disso, pra mim já chega. Então se quiser voltar, vou te receber de braços abertos Anne, mas desta vez, as coisas terão que ser do meu jeito. – ela permaneceu calada, o que de certa forma me irritou – Você tem que entender que o mundo não gira ao seu redor, tem que aprender que nem tudo vai ser como você quer, e quando quer.

_ O que eu quero, quando quero. – ela repetiu – Sempre foi assim. – ela disse me fuzilando com os olhos - E vai continuar sendo.

Eu finalmente estava irritado.

_ Você é uma egoísta, mal criada! – explodi – A pessoa mais superficial que eu já conheci! Por que não experimenta virar uma mulher de verdade?

Tentei prestar mais atenção na estrada. Era me focar em alguma coisa ou mirar um murro nela.

_ Não sou mau criada, e muito menos superficial! Sou mulher o suficiente para ser nomeada a estudante de advocacia mais inteligente de Nashville! E também para ter sido sua namorada por oito meses! – ela atirou.

Cheguei ao meu limite.

_ Saia do meu carro. – falei duramente.

_ O quê? Agora vai me expulsar? – ela se indignou.

_ Estamos na porta da sua casa. – rebati a ponto de chamá-la de sonsa.

Ela saiu indignada e bateu ferozmente a porta. Depois de dar a ré e fazer o retorno, fui embora tentando focar apenas na luz dos faróis que iluminavam a escuridão da estrada, mas era impossível esquecer aquela cena.

Veio em minha mente, de repente, as coisas que andava vendo. No início, as visões eram desfocadas. Eu não conseguia entender direito o que estava acontecendo e as imagens dançavam naquela revista. Mas agora sua intensidade vinha aumentando a um ritmo desconfortável.

Não percebi que já estava em minha rua até ver uma moto familiar ao lado de um carro um tanto chamativo. Estacionei perto do carro entre a moto, e fui direto para casa sem olhar para trás.

Então eu abri a porta.

_ E aí esquisito?

Em resposta, bati a porta.

_ Nossa, que é isso! Me diz qual é a novidade? – Kate era sempre assim, “receptiva”, e gostava muito de falar, mas estava melhorando com o tempo.

_ Eu e Anne terminamos. – respondi emburrado.

_ Ah tá... – ela disse simplesmente. Nos encaramos por um segundo – Já pode me contar a novidade agora. – ela disse com um gesto.

_ Agora é pra valer. – retruquei.

_ Você sempre diz isso. – ela disse com tédio.

_ Mas desta vez eu fui bastante duro. Disse coisas que eu não gostaria de ter dito. Verdades que machucam, mas não me arrependo disso. – terminei com firmeza.

_ E o que você falou? – ela perguntou ainda sem interesse – Que ela é uma vadia mimada que merecia ir pra sarjeta?

_ Não é preciso exagerar. – Jason apareceu de repente na sala – Aposto que o que ele disse foi o suficiente.

_ Oi, Jason. – falei não tão calorosamente quanto desejava.

Ele veio até mim e nos cumprimentamos como sempre fazíamos desde que nos conhecemos na terceira série. Ele me entendia apenas com um olhar. Éramos amigos a tanto tempo, que mais do que isso ele era um irmão. Um irmão mais velho da mesma idade que eu.

_ Oh, como o amor é lindo, mas voltando ao que realmente importa... – Kate ironizou – Você esta aqui por causa da cadela? Quer dizer, Anne. Não acredito que nos chamou aqui pra isso.

_ Eu posso imaginar o motivo. – Jason me olhou meio torto – As visões? Conseguiu entender algo?

Dei um leve sorriso.

_ De certa forma eu as entendi. Tentei olhar de novo nos livros ou revistas, mas só funciona de vez em quando e com matérias de Nova York e Nova Orleans. – expliquei – O fato é que agora eu consigo distinguir os rostos. Nenhum conhecido, mas sei que é uma mulher e dois homens que estavam sem sombra de dúvidas em Nova York.

_ O que quer dizer que... – Kate fez sinal para que eu completasse sua frase.

_ Quer dizer que eu vou para Nova York amanhã mesmo. – respondi.

_ Quê? Você não acha que esta se precipitando um pouco? – ela me olhou meio de lado – Quer dizer, pra quê?

_ Kate, eu só... Preciso. – falei baixinho.

_ Só acho que foi tudo muito de repente. – ela retrucou.

_ E Nova Orleans? – Jason interrompeu – Você disse algo sobre isso.

_ É... Bem... Eu disse. – falei meio sem jeito –Também ando vendo uma escola por lá. Não sei ao certo, mas há uma garota que parecia ser do terceiro ano. Ensino médio. Nunca a vi em toda a minha vida e não faço ideia do porquê ela é importante.

_ Talvez ela não seja. – Jason falou – Ainda. – completou.

_ Como?

_ Você não a conhece agora, mas depois pode ser que a encontre e ela se torne importante desde então.

_ Tipo uma irmã? – Kate arriscou.

_ Eu não apostaria nisso, mas é algo que só o tempo irá nos dizer. – ele respondeu.

Os dois me olharam e rapidamente abaixei a cabeça. Eu não queria outra pessoa, por mais que eu quisesse contrariar eu gostava da Anne. E não seria assim tão fácil esquecê-la de vez, era por isso que eu sempre voltava atrás com ela.

_ Já comprou a passagem? – Jason perguntou.

_ Ainda não. Pretendo fazer isso agora mesmo.

_ Não se preocupem, eu compro. – Kate ofereceu – Não vou poder fazer muita coisa mesmo, então... Acho que não custa nada certo? Fora que eu não sou muito boa para dar conselhos amorosos. Jason tratará dessa parte. Estou indo.

Ele olhou incrédulo para ela, mas não a contrariou. Com toda a certeza ele não daria conselhos, mas por sua cara nós iríamos no mínimo conversar.

Kate saiu depois de conseguir com muito custo à chave da Ferrari Califórnia vermelha de Jason, nos deixando sozinhos na sala de estar.

_ Acho melhor arrumar minhas prioridades. Vou levar apenas uma mochila com o necessário. – falei.

_ Dinheiro, celular, roupas, e a maior quantidade de livros e revistas que conseguir. – ele listou.

_ Não pretendo levar livros e revistas. – o encarei.

_ Mas você precisa. Como acha que vai saber para onde ir sem ter as visões?

_ Elas não funcionam assim, você sabe. – ele acenou a cabeça em concordância.

_ Porém, as revistas ajudam. Olha Thomas, eu não sou de pedir muita coisa aos outros, nunca te pedi nada. Só desta vez eu quero que leve o que eu disser, nem que seja em pequena quantidade.– hesitei, mas não discuti.

Enquanto nós arrumávamos tudo naturalmente em silêncio, comecei a sentir tonturas que não significavam coisa boa. Eu podia imaginar o porquê e sabia o quão importante poderia ser, mas mesmo assim desejava ter pelo menos um tempo de descanso para manter meus pensamentos em paz. Tudo que eu menos precisava era de ficar mais confuso. Jason saiu do quarto onde estávamos em busca de alguma coisa deixando-me sozinho. Me senti realmente tonto naquele instante, era como se algo que estivesse preso dentro de mim a tanto tempo, estivesse pronto para sair, e seria capaz de tudo para isso. Tentei focalizar em algo, mas aquele quarto de um tom azul forte, não me ajudava em nada. O teto russo e Joabe latindo só faziam com que eu me sentisse pior. Jason voltou e correu até mim quando percebeu meu estado. Sentou-me devagar na cama e me entregou uma revista fechada.

_ Vamos Thomas, abra os olhos! – ele mandou.

_ Não posso. – resmunguei.

_ Claro que pode! – ele insistiu.

_ Mas não quero! – retruquei.

_ Vai ser melhor pra você! É necessário! – ele insistiu.

_ Não quero, eu não vou!

_ Se não olhar... - ele disse se acalmando – Essa dor vai continuar, e uma hora terá que se render. Você pode poupar energia para amanhã ou pode adiar a tal viagem ainda mais. A escolha é sua.

Ele ficou em silêncio então. A dor era sufocante. Eu sabia que era verdade o que ele disse, porém queria de qualquer forma uma terceira opção que sem duvidas eu não teria.

Olhei para a revista. Se algo teria que acontecer, seria agora.

E então eu abri os olhos.

Tudo aconteceu muito rápido. Comecei a folhear rapidamente as páginas e meus olhos perderam o foco. Imagens surgiram rispidamente nas folhas das revistas que eu não parava de folhear e em minha cabeça, vi de novo a garota dos cabelos negros enrolados e dos olhos azuis, mas desta vez ela não estava na companhia de três homens. Ela estava correndo desesperadamente pedindo ajuda. Ela gritava e então vi um homem com ela, ele simplesmente estava assustado demais para gritar ou ajudar. Ela chorava em desespero fazendo promessas para “Arnold ”se entendi bem, dizendo que tudo iria dar certo. Ele não parecia ouvir, estava perdendo as esperanças no meio daquelas chamas. De relance vi alguém a espreita olhando disfarçadamente para eles esperando uma pequena brecha para aparecer. E essa pessoa não apareceria para ajudar. Prestei atenção nos detalhes do lugar o quanto pude e então, vi apenas uma propaganda de sabão em pó que estava na revista.

_ O que viu? – Jason perguntou.

_ Kate já chegou? – perguntei.

_ Ainda não. – ele respondeu impaciente.

_ Ligue para ela e peça para não comprar nada ainda e me esperar no aeroporto. Estou indo para lá agora. – falei.

_ O que aconteceu? ´ele pediu com urgência. Por que quer ir para Nova York agora e não amanha?

_ Amanhã pode ser tarde demais para eles.

_ Eu não consigo entender. O que viu já está acontecendo?

_ Não. Mas vai acontecer mais rápido do que imagino. E vou precisar estar lá. Ou pode ser muito tarde.


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Notas finais do capítulo

Bjs