O Portal escrita por sayuri chan


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

ahhhh, Obrigada!!!!
Obrigada aos leitores fantasmas que se deram ao trabalho de visitar minha história
Deixaram uma escritora iniciante feliz :)
Aqui vai mais um capítulo para quem tiver interessado.
Boa leitura!!!!!



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A manhã amanheceu quente, às sete da manhã o sol já estava no céu começando a aquecer.

Elizia já estava pronta e a caminho da escola.

O dia anterior foi cheio de surpresas boas e ruins, ela pegou a blusa de Kaylan na mochila e a próxima do rosto, “ele tem um cheiro bom”, pensou ela lembrando-se de como ele a salvou no dia anterior. Elizia chegou à escola e foi direto para a classe depois que guardou a blusa na mochila. As aulas passaram sem novidades ela se concentrou fielmente a cada matéria e já não sendo mais tão novidade assim para os outros, se tornou muito mais fácil prestar atenção, embora algumas vezes alguém se distraia e ficava a observando.

Elizia torceu para ter alguma outra aula com Kaylan mais isso não aconteceu à manhã toda.

Hora de sair, todos desejavam isso a partir do momento em que entravam na escola, parecia que os alunos tinham aversão a tudo que fosse ligado a escolas; menos Elizia que não via nada de tão negativo em uma sala de aula, porém hoje ela estava afoita queria sair e devolver a blusa, também conversar, ela se divertiu conversando com Kaylan e tinha muitas perguntas a fazer, quando o sinal tocou, ela foi a primeira a sair. Fora da escola esperou na escadaria da entrada, sentada nos degraus via pessoas passando rindo e conversando alegremente, mas não via quem realmente queria ver.

Já cansada, Elizia se levanta “ele não veio”, pensou ela desapontada, neste momento Kaylan passou por ela como se não a conhecesse, ela sorriu ao vê-lo.

–ei!- chamou Elizia- me espere!

E correu até ele, que parou aparentemente para esperá-la.

–trouxe sua blusa - Elizia a mostrou sorrindo - obrigada por emprestá-la... O que foi?

Ela parou de sorrir ao vê-lo sério e distante, seus olhos estavam tão frios quanto na primeira vez em que se viram, ele não a olhava só mantinha o olhar para frente, como se ela não existisse.

Kaylan pegou a blusa.

–obrigado. E voltou a andar.

Elizia estava em choque não entendeu o que aconteceu.

–o que... - ela se sentiu paralisada, mas se obrigou a obter a resposta indo até ele - o que aconteceu?

–nada.

–mentira, esta me ignorando.

–apenas te tirei de uma enrascada, não quer dizer que virei seu amigo.

–tá, mas eu pensei que pelo menos, voltaríamos a conversar.

–pensou errado.

–chega! - ela parou - se não quer mais falar comigo tudo bem, mas quero saber o porquê!

Ele parou.

–olhe pra mim! - Elizia voltou a ter aquela sensação de câmera lenta, e ainda percebeu que por conhecidência não havia ninguém na rua - se vai falar que seja olhando para mim!

Kaylan se virou e começou a andar até ela devagar, Elizia sentia seu coração acelerado sem entender porque, mas sabia que aqueles olhos dourados que ela via traziam consigo um abismo sem fundo. Ele parou a poucos centímetros dela, e a olhou diretamente nos olhos, Elizia sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha.

–por quê? - ela sussurrou. No fundo ela sabia que tinha medo da resposta - diga.

–acredite não é nada com você, é mais comigo eu não sou boa pessoa.

–não acredito, explique-se. Elizia já não sussurrava mais.

–não há o que explicar, só sei que você não merece que eu esteja perto de você.

–isso quem decide sou eu, não tenho medo.

–tem sim, posso ver nos seus olhos, não quero que fique assim, não precisa. Posso bem lidar com a solidão, afinal é a minha reputação.

–reputação? Então prefere continuar sendo o excluído? Tudo depende de vaidade?

–não estou sendo vaidoso.

–não? Então é o que? Medo? Medo de gostar de ter amigos?

–não tenho medo, mas acredite vai ser melhor para você ficar longe. Veja isso como uma forma de proteção.

– não preciso de proteção, já que parece que essa conversa não vai terminar bem, vamos fazer um trato.

– que trato?

–eu fico longe e você manter essa sua reputação idiota, faço que não te conheço na escola, em troca quero que me ensine a lutar pra não precisar de sua ajuda ou de qualquer outro, quero me defender sozinha. Toda tarde você me ensina.

–não me parece justo, mesmo porque você não agüentaria um dia de treinamento.

–é justo e eu vou agüentar. Não quero que amenize por eu ser mulher ou qualquer outra coisa, se eu não agüentar eu sumo e você nunca mais me vê. Temos um trato?

Kaylan ficou em silencio por um tempo, por fim responde:

–tudo bem. Temos um trato, mas que fique sabendo que eu não irei aliviar nem um pouco.

–certo, nos vemos amanhã.

Elizia virou de costas e vai embora, Kaylan fez o mesmo sorrindo como se ele soubesse exatamente no que ia dar. Ela sabia que ele ia ser cruel para fazê-la desistir, mas o que ele não sabia é que quando ela fazia uma promessa a si ela não voltava atrás.

Elizia andou tranquilamente pela rua admirando a paisagem até chegar a republica, particularmente ela não estava prestando muita atenção no caminho estava mais preocupada com o que o amanha reservara para ela. Parou á porta da republicava, pegou a chave, colocou-a na fechadura e entrou.

– finalmente você chegou!

Uma garota estava a sua espera com seus cachos negros e sua pele morena, apoiada no corrimão ao pé da escada. Elizia sorriu, elas eram completamente diferentes, Elizia não lembrava em nada a garota com sua pele branca e seus longos e lisos cabelos castanhos nem na personalidade elas eram parecidas, mas o mais estranho é que foi graças a isso que se tornaram melhores amigas.

– por quê? Estava me procurando, Nicole?

–estava. Você demorou pra chegar tenho um recado.

Elizia e Nicole começaram a subir a escada.

– que recado?

– seu irmão te ligou, ontem, mas não te encontrei, aí fui dormir. E hoje ele ligou de novo perguntando de você, eu disse que não sabia onde estava, ele me pareceu irritado, só pra você saber, e madame Fi também porque você não veio almoçar nem ontem nem hoje e alias eu estava preocupada, o que aconteceu?

Elas entraram no quarto, Nicole fechou a porta, Elizia riu.

–eu estou bem e deixa que do meu irmão cuido eu.

–sei. Mas ainda assim quero saber o que houve nos últimos dias, eu nem consegui te ver.

–é meio complicado.

–fala de uma vez!

–tá, relaxa.

Elizia começou a contar o que ocorreu nos últimos dias, desde a primeira aula de ontem até a saída de hoje. Nicole escutava atentamente e se divertia com a amiga e às vezes se assustava com algumas partes o que foi o caso do momento em que Elizia falou do homem que tentou abusar dela. Elas eram grandes amigas, Nicole foi à única que foi simpática quando Elizia chegou depois da madame Fi, a dona da republica, desde então elas dormem no mesmo quarto e falam sobre os mais diversos assuntos, Nicole era muito sentimental e romântica, enquanto Elizia pouco se preocupava com sentimentos apesar de que para pessoas intimas ela fosse muitas vezes romântica e carinhosa, mas normalmente ela escondia essa parte. Enquanto Elizia contava, ela fazia com que Nicole imaginasse o que aconteceu e quando Elizia falou de como Kaylan a salvou, Nicole chegou até a suspirar.

– ai Eli, isso foi o máximo!

– eu quase ter sido abusada? Você é bem legal! Ironizou.

–não isso não. Quero dizer, você viveu um conto de fadas, quase foi possuída pelo vilão e do nada foi salva pelo galã, que pelo que você disse é um pedaço de mal caminho, ahh...

–ou! - Elizia estrala os dedos - para de sonhar! Não foi nada de contos de fadas, foi só conhecidência, só isso Nick!

–pode até ser, mas você gostou desta conhecidência - Nick olhou para Elizia maliciosamente - se você pudesse criava outra desta conhecidência!

Elizia se levantou da cama e foi até a janela, ela estava começando a sentir aquele rubor outra vez.

–pare de bobagens! Não sei do que esta falando.

– não? Porque esta vermelha? Fala sério, Elizia, você bem que gostaria de sair agarrando aquele tal de Kaylan da sua escola, ele deve ser bonito e... - Nicole vai até Elizia e sussurra em seu ouvido - e gostoso.

Elizia se virou incrédula.

– Ah! Sua cachorra!

–eu? Sou nada, só sou realista, quero ver quando você começar a dar uns pegas com o cara, o que seu irmão vai fazer.

–sua...

Antes que Elizia terminasse o xingamento o telefone tocou, ela atendeu.

– irmão! E ai?!

Nicole se jogou na cama e começou a rir, Elizia estava tão constrangida então pegou um travesseiro e tacou em Nicole, ela parou de rir e começou a escutar a conversa.

Brian, o irmão de Elizia, gritava o suficiente para Nicole escutar mesmo de longe.

–onde é que você estava?!

–aqui.

mentira! Te liguei duas vezes e você não atendeu!

–eu sei é que seguei tarde.

–por quê?!

–ai Brian, para de gritar que eu não sou surda e pra seu governo cheguei tarde porque me perdi ontem e hoje resolvi ir ao parque para ler!

e acha que vou acreditar!

– que se exploda se não acredita e vai ficar me vigiando toda vez que decidir mudar meu caminho?!

–vou! Você é minha irmã!

–sou sua irmã não sua escrava, posso me cuidar bem sozinha, vou desligar tenho mais o que fazer do que discutir com você.

–Eli, se desligar eu...

Tarde demais, Elizia desligou e colocou o telefone no gancho violentamente e se sentou em sua cama com o rosto enterrado nas mãos.

– não diga nada!

Elizia quase rosnou, Nicole ficou em silencio.

Horas mais tarde, já havia anoitecido, elas desceram para jantar e Elizia teve de dar uma explicação sobre os almoços, depois que madame Fi aceitou ela comeu e mais tarde ela e Nicole subiram para o quarto.

–o que madame Fi disse? Perguntou Nicole curiosa.

–nada demais, depois que eu expliquei, ela relaxou, também já avisei que não vou almoçar aqui.

– você contou a verdade? E por que não?

–mais ou menos disse que sai com um amigo e que vou almoçar todas as tardes fora porque vou estudar.

–isso é mentira, não é?

–sim e não, tecnicamente Kaylan é meu amigo e eu vou mesmo aprender algo.

Elizia tirou a roupa e vestiu o pijama, Nicole já estava trocada.

–ah. Sei o que vai aprender...

–ô mente poluída, não é o que esta pensando, lembra que eu falei do jeito que ele derrubou aquele homem?

–sim, o que tem?

–ele disse que lutava e eu fiz um trato com ele para me ensinar em troca eu fazia que não o conheço.

–ele gosta de ser excluído?

–parece, mas o caso é que só você sabe dessas coisas Nick. Quero que guarde segredo.

–por que quer tanto lutar?

– quero provar ao meu irmão que eu não sou mais uma criança.

–tudo bem, entendi, eu guardo segredo.

–só palavras não vão me convencer.

–o que quer que eu faça?

–um pacto, uma promessa.

–certo.

Elizia a olhou severamente.

– levante a mão direita e ponha a esquerda no peito – Nicole obedeceu - agora repita “eu só quebrarei essa promessa se for autorizada”.

– ta bom, como quiser - Nicole começou a falar - eu Nick prometo solenemente que guardarei esse segredo com a minha vida.

Ela suspirou dizendo:

– e eu só quebrarei essa promessa se for autorizada ou em caso de vida ou morte.

Elizia a olhou e diz:

–não pedi a ultima parte.

–nunca se sabe, vai que precisa.

– certo. Agora vamos dormir.

Elas se deitaram e fecharam os olhos.

Era lua cheia, o céu estava limpo e claro, logo a inconsciência tomou conta das duas.

– x -

Faltavam apenas cinco minutos para bater o sinal.

Elizia acordou atrasada quase não tomou café direito. Ela tinha corrido até a escola, estava cansada, ao entrar na sala praticamente desabou sobre a carteira, a respiração estava acelerada. Quando finalmente se recompôs o professor entrou na sala, era o mesmo carrancudo do primeiro dia, e a mesma aula, ela estava até ansiosa para ver se Kaylan iria aparecer, ou se simplesmente daria uma de fugitivo de estado.

A sala estava uma grande bagunça, o professor estava arrumando o seu material e até que ele se pronuncie a classe não ficaria em silencio. Elizia olhou para a janela imaginando o quanto as coisas mudam de uma hora para outra, jamais ela imaginara estar ali, naquela cidade, muito menos imaginara conhecer aquelas pessoas e lá estava ela vivendo o que jamais imaginou. Kaylan entrou escondido sendo coberto pelo barulho da sala, somente algumas garotas o notava e depois suspiravam, ele nem se deu ao trabalho de entender o que se passava. Foi até a última carteira atrás de Elizia, que estava distraída, o suficiente para nem notar a chegada de Kaylan, ele sentou-se e se inclinou para frente aproximando os lábios do ouvido dela e sussurrou sorrindo:

– você teme a morte?

Elizia se assustou, tremendo levemente, Kaylan encostou-se à cadeira e começou a rir baixo como se fosse só para si, ela virou-se nervosa para ele e disse baixo para não chamar a atenção dos outros alunos.

–o que deu em você, não tem nada melhor pra fazer do que me assustar?

– pra falar a verdade... Não.

–que historia é essa de morte?

–hoje seu treinamento começa, eu não vou aliviar, talvez morra lentamente.

– ha, ha. Muito engraçadinho, vamos ver quem ri por ultimo aqui!

–sei…

Antes de Kaylan terminar a frase, o professor se levantou e começou a falar, todos se sentaram e se silenciaram. Então o professor começou a aula.

Depois desse momento Elizia e Kaylan se calam, ela principalmente já que deveria honrar o trato.

E lentamente as aulas se passaram.

Tocou o sinal, os alunos que tinham aversão a escola saiam rápido como se fossem animais fugindo de um caçador, foi isso que Elizia pensou ao ver como os outros saiam, “só falta se matarem”, pensou ela. Elizia saiu à procura de Kaylan, ao terminar de descer as escadas foi barrada por uma garota bonita de olhos azuis e lindos cabelos dourados que estava sorrindo, mas por algum motivo Elizia desconfiou imediatamente dela, a garota a puxou para o canto da escadaria e disse:

–olá! Você deve ser a garota nova, Elizia Marquenzi, sou Meredith Brooke a garota mais popular da escola.

Elizia começou a ter náuseas ao ouvir aquela garota, se esse assunto não terminasse em cinco minutos, ela não se responsabilizaria pelos seus atos, a garota continuou.

– você é nova então não deve saber, mas eu tenho tudo o que eu quero e vi como você olhou para o Kaylan hoje no corredor e sabe, desde que ele veio pra cá decidi que ele seria meu, então querida para o seu bem é melhor se afastar dele, afinal hoje vou conseguir o que eu quero e não será você que vai me atrapalhar e acredite posso destruir sua vida. Estamos entendidas?

Meredith disse tudo sorrindo, isso irritou ainda mais Elizia que a olhava de modo desafiador, foi à vez dela falar e fez isso do modo mais irônico possível.

– bom… não me importa quem você é e o que pode fazer e… sabe farei o possível para acatar as suas exigências, mas sabe como é, eu não sou boa com regras.

Elizia virou as costas e foi embora, deixando Meredith estática, Elizia saiu sorrindo e triunfante. Era a primeira vez que resolveu arranjar confusão com os populares na primeira semana de aula. Ela continuou a procurar por Kaylan e o encontrou no estacionamento, mas ele não estava sozinho, Meredith estava com ele.

– ela não perde tempo. Sussurrou consigo mesma.

Meredith se insinuava para Kaylan sem se importar com a pequena platéia ao redor que fingiam não prestar atenção, ele parecia não se importar.

–ah, Kaylan você já sabe que eu te quero porque não se entrega logo a mim?

Meredith deixou o decote da blusa mais evidente, Kaylan ignorou.

– você não faz o meu tipo Meredith.

–mas posso fazer, é só me dar uma chance.

–não.

Ele foi frio, isso foi o que irritou Meredith.

–cansei de brincar, você será meu namorado por bem ou por mau.

–nada que fará, pode me abalar.

– mesmo? Sabe que posso te destruir, derrubar sua reputação, e te ferrar com todos os professores.

–eu não ligo.

Ele riu, ela ficou furiosa.

– não brinque comigo não sabe do que sou capaz!

–que se exploda!

Kaylan se virou e começou a se distanciar, antes que ele fosse embora Meredith colocou a mão no ombro dele.

–volte aqui! Eu não acabei!

–eu já.

Ele puxou o ombro com violência se desprendendo da mão dela, ela sorriu.

– sério? Então acho que ganhei esse colar de presente.

Kaylan automaticamente levou a mão ao pescoço, o colar não estava lá, ele se virou. Meredith o roubara.

–devolva-me.

Ele se recompôs ainda frio.

–não, até que me obedeça, notei que esse colar é importante e eu faço de tudo para ter o que eu quero.

Kaylan tremeu. Não se descontrolara assim há muito tempo, mas ele não podia bater nela, infelizmente ele tinha uma conduta de honra a seguir. Meredith sorriu ainda mais. Ele não podia arriscar perder o colar, suspirou e desistiu.

– o que você quer?

– isso mesmo. Submisso a mim, bom, pra começar quero um beijo e que diga que me ama, isso provara que agora é meu.

Ele não tinha escolha, chegou mais perto dela esse preparou para beijá-la contra sua vontade.

–Kaylan, meu irmão, que bom que te encontrei!

Elizia entrou no meio deles bem no momento em que iam se beijar, empurrando Meredith agressivamente, fazendo-a cair no chão e sussurrou só para Kaylan ao abraçá-lo:

– dance de acordo com a música.

Elizia o solta.

– demorou, mas finalmente te encontrei…

–ai! Sua idiota!

Meredith estava furiosa, ela se levantou batendo a mão na roupa para limpa-la.

–eu disse pra sumir!

– ah! Me desculpa! Não queria te derrubar, foi um acidente é que eu escorreguei.

Elizia sorriu inocentemente, irritando mais Meredith.

–o que faz aqui?!

–ah é, verdade, tenho que te agradecer Meredith, graças a você eu encontrei o Kaylan.

– não respondeu a pergunta!

– desculpe. É que vim buscar Kaylan, estamos atrasados.

– pra que?!

– para ver madame Fi, ela quer que eu e meu irmão almocemos lá.

– irmão?!

–é. Ele é meu irmão. Kaylan não contou a ela?

Kaylan pela primeira vez estava confuso, Elizia o olhou apelando para ele entender o que ela disse.

–é – disse ele por fim- somos irmãos adotivos.

– exatamente. Desde pequenos.

Ele parecia entender tudo que estava acontecendo, parecendo sincero.

– isso aí, meus pais se divorciaram e meu pai se casou com a mãe dela.

–é, já que minha mãe já havia se divorciado.

Meredith estava atônita.

– não posso acreditar…

Elizia se aproveitou disso.

–é sério, alias - ela começou a empurrar Kaylan - precisamos mesmo ir.

Meredith ainda não conseguia acreditar e de longe Elizia, ainda empurrando Kaylan, gritou:

– ei Meredith! - Meredith a encara a distancia - tinha me esquecido, obrigada por pegar o colar do meu irmão do chão - ela mostrou o colar, Meredith como se acordasse de um sonho começou a procurá-lo desesperada - até nunca mais, tchau!

Meredith deu um grito de ódio, tinha sido enganada.

Elizia e Kaylan foram embora e Elizia não agüentava mais de tanto rir, ela sabia que tinha cavado a própria cova, mas valeu o preço pela diversão que teve hoje.

– por que fez isso?

Kaylan pela primeira vez parecia curioso, Elizia parou de rir, porem ainda respondeu sorrindo.

– eu sabia que uma hora ia precisar de mim.

–estava tudo sobre controle.

– sério? Então por que desistiu e quase acatou as ordens daquela fresca?

– foi de propósito, eu ia fingir e pegar o que me pertencia.

– sabe Kaylan se há uma coisa que eu sou boa é ler expressões, você é mais difícil, admito, mas naquele momento você desistiu. E só pra constar, nem tudo se resolve com força, não ia bater nela, mesmo sendo corroído por dentro, sua honra não deixa, mas pra sua felicidade você me conheceu! Quem melhor do que uma garota para tirar outra do caminho?

Kaylan não respondeu, ela tinha razão.

– Elizia que historia foi essa de irmãos?

–olha ia ser pior, eu ia dizer que éramos namorados, mas isso com certeza ia dar muito mais trabalho, por isso “irmãos”. Alias, toma.

Ela entregou o colar.

– obrigado, então também é ladra?

–só no meu tempo livre.

Eles riram, Elizia perguntou:

– mas agora sério. Por que esse colar é tão importante a ponto de você se submeter à Meredith? Claro, só responda se quiser.

Kaylan calou-se, pensativo, como se não estivesse mais ali.

– saquei. Você não quer falar.

Elizia disse com certo desapontamento, então Kaylan falou, com a voz um pouco deprimida.

– foi um presente –ele começou a mexer no colar, passando o dedo sobre o desenho de uma caveira prateada em relevo - do meu tio.

–tio?

–é, quando eu era criança,quando eu tinha uns oito anos, meus pais me entregaram ao meu tio por não terem condições de me criar. Um dia depois que fui pra casa do meu tio, meus pais foram assassinados e depois que eu cresci meu tio me contou toda a verdade.

–que verdade?

Silencio.

– tudo bem, Kaylan - Elizia inconscientemente segurou à mão dele - sei o que é ficar sem os pais.

Ela começou a olhar para o horizonte, sem nada ver. Kaylan a olhou.

– por que diz isso?

Elizia abaixou os olhos.

– perdi meus pais, eu era muito nova, eu devia ter uns cinco anos. Eu os perdi em um acidente de carro, eu e meu irmão ficamos com uma grande amiga dos meus pais, meu irmão tinha uns quinze anos na época. Depois que se tornou maior de idade, Violet, a amiga dos meus pais, que foi muito boa por sinal, é graças a ela apesar de tudo tive uma infância feliz, ela comprou um apartamento e colocou no nome do meu irmão e eu e ele fomos morar lá. Ela sempre ajudava quando podia, mas ela ficou muito doente e morreu um ano depois. Agora somos só eu e meu irmão, Brian.

– sinto muito.

– tudo bem, já to acostumada, isso tudo me ajudou a crescer. E me desculpe.

– pelo que?

–por te fazer ficar escutando isso, não precisava eu nem devia ter falado, mas é que é tão fácil conversar com você.

– não tem do que se desculpar foi bom saber mais sobre você. Se bem que a coisas que não entendo - ele levantou a mão, ela ainda a segurava - como isso.

Elizia retirou a mão rapidamente e virou a cabeça constrangida.

– arrrggg… foi sem querer.

Kaylan sorriu.

– o que? Pelo que eu sei não houve nada.

–é você tem razão. Elizia voltou-se para ele.

– e quanto ao que você tinha me perguntado, sobre a verdade, é que meus pais eram cientistas, bom pra ser sincero só o meu pai, minha mãe era uma assistente. O caso é que eles descobriram uma coisa nova - o sorriso desapareceu de seu rosto - coisa que poderia mudar tudo o que conhecemos, quando o governo ficou sabendo disso resolveu “apagar evidencias” como chamaram. Meus pais ao saberem disso, viram que eles seriam bem piores do que demonstravam. Então eles decidiram me esconder, me manter seguro, por isso eles me mandaram pro meu tio.

–que triste, quero dizer, podia ter sido…

– eliminado? Eu sei. Esse foi um dos motivos pelo qual até meu sobrenome ter mudado.

– qual é seu verdadeiro sobrenome?

– não sei. Não me lembro mais.

–como reagiu depois do que aconteceu?

– não fiquei revoltado jurando vingança como pensa - Elizia ficou corada, “como ele sabia?”, pensou ela – aceitei, fiquei um pouco triste, mas aprendi a aceitar, alem do mais meu tio me criou com o propósito de ser forte, não importa o que aconteça.

– isso explica por que é assim.

– viu, disse que eu não era boa pessoa.

– é não sou muito inteligente.

–alguém já te disse isso?

– sim muitas pessoas, mas eu não acredito nelas - ela sussurrou - as pessoas mentem.

Eles se encaram e começam a rir.

Elizia e Kaylan param em frente a um galpão. Ele destrancou a porta.

– e obrigado por tudo, não te interessa o que, e alias é aqui que vai treinar de agora em diante. Ele abriu a porta do galpão, o lugar estava empoeirado e escuro.

– é aqui que treina?

– não, é aqui que você vai treinar, esse era o lugar onde meu tio trabalhava, ele comprou o lugar pra abrir um negocio novo, mas deixou fechado e não abriu mais, agora é meu e foi o lugar que escolhi para te ensinar.

– muito legal. Elizia disse ironicamente.

– não reclama, você pediu agora aceita.

– certo, por onde começamos?

– primeiro precisamos de luz.

– o que eu faço?

– fica quieta e espera.

Kaylan saiu e segundos depois desapareceu na escuridão daquele galpão imundo, Elizia ficou parada esperando, ela estava impaciente, batia o pé freneticamente no chão, só se ouvia o bater de seu pé como se Kaylan tivesse ido embora, isso a deixou mais impaciente ainda. Ela estava começando a acreditar que ele a tinha abandonado, as luzes se acenderam.

– demorei?

Ele veio em sua direção.

– deu pra sobreviver. Vamos começar?

–sim, mas antes uma regra básica, faça tudo o que eu disser, mesmo que pareça loucura sem questionar. Certo?

–tudo bem.

– ótimo. Então vamos começar, pegue isto - ele joga um bastão para ela - esta vendo aquele monte de tralhas espalhadas?

Ele apontou para uma parte do galpão cheio de caixa de papelão e pedaços de concreto.

–sim.

– bom. Quero que junte tudo isso naquele canto - ele o mostrou - usando o bastão e seu corpo.

–espera aí você quer que eu limpe o lugar?

– você queria treinar.

– isso não é treinamento.

– ainda não, vou te ajudar a limpar, mas as coisas pesadas você fará, precisa aumentar sua resistência e sua força antes de treinar a sério.

–mas…

– não discuta, disse que ia me escutar mesmo que parecesse estranho.

Ela suspirou.

–certo, mostre.

Kaylan pegou outro bastão, vai até uma peça de concreto e colocar o bastão debaixo da peça. Elizia o observa, ele usou o bastão como uma alavanca e jogou a peça para cima e em seguida dá um potente soco na peça que voa e se estilhaça no canto ordenado.

Elizia ficou boquiaberta.

–mas como?…

– concentração de energia, vou te ensinar a fazer isso, mas antes você precisa perder o medo, ganhar velocidade e mira.

– não estou com medo.

– vai estar. Preste atenção e venha cá.

Ela vai até ele.

– você viu o que eu fiz, vai fazer o mesmo com as caixas de papelão antes das peças de concreto, me siga.

Ele pegou o bastão e o segurou frente ao corpo, ela o imitou, ele repetiu o movimento que fez com a peça e o faz com o papelão, jogou-o para cima e o socou fazendo-o ir para o canto ela fez o mesmo, sem erros.

– bom. Repita isso com os dois braços alternando-os e faça isso com mais vinte caixas, quero que o movimento seja continuo, ou seja, dois segundos cada.

Elizia engole em seco.

– dois… segundos?

–é. Eu disse que não ia aliviar.

– tudo bem.

Elizia começou, Kaylan apenas dizia repetidamente “mais rápido” ou “use a força”, ela obedecia. Com o tempo sua velocidade aumentou e ela podia sentir que seus golpes estavam mais agressivos, era assim que Kaylan queria. Sempre mais fortes.

As vinte caixas acabaram. Elizia ofegou, seu corpo todo tremia e doía, jamais fizera isso na vida. Kaylan sorriu.

– agora, vamos para o concreto.

–como?!

–isso foi só aquecimento, e devo admitir que você foi melhor que o esperado.

–preciso descansar.

– não, você tem que continuar, se agüentar lógico.

Ele a olhou de modo desafiador, ela não recusaria um desafio.

–vamos nessa!

– ótimo, mas dessa vez eu tenho que fazer uma coisa antes. Não saia daqui.

Ele não disse mais nada apenas foi andando até o fundo do galpão, ela obedeceu só obedeceu, o olhar dele dissera tudo. Kaylan foi até o interruptor de luz.

– agora preste atenção, vai aprender a se concentrar, feche os olhos e esvazie completamente a mente só escute a minha voz, respire lentamente e aguce todos os seus sentidos, só que tem um detalhe vou te atacar no escuro, seus olhos vão te desconcentrar, quero que os deixe atentos, porem os outros sentidos também.

Kaylan apagou a luz, Elizia começou a se concentrar, segundos depois alguma coisa a derrubou batendo na boca de seu estomago, ela se desconcentrou. A dor era forte demais.

– qual a parte do concentra que não entendeu?

A voz de Kaylan soava na escuridão.

–a parte do… - ela ofegava, enquanto pressionava a barriga tentando diminuir a dor- do… escuro. É impossível.

– não é – ele acende a luz - você não se concentrou.

– não sei… como… ai…

Elizia tremia, não agüentava seu próprio peso, ela caiu apoiando um joelho no chão.

Ele foi até ela e colocou as mãos em sua cintura impedindo que caísse.

–já desistiu?

Ela balançou a cabeça negativamente e tentou se levantar. Ele a apóia ajudando-a. Eles levantaram.

– eu não consigo, Kaylan.

–admita que desistiu.

– não.

–se é tão perseverante, me prove que pode.

Elizia o empurrou forçando-se a se sustentar sozinha, ela parou e conseguiu se estabilizar e respirou fundo.

–diga o que tenho que fazer.

Ele sorriu.

–isso é bom, agora escute o que eu taquei não foi a peça de concreto, foi outra caixa, eu sabia que não estava concentrada. Olhe, o que você tem que fazer é aguçar seus sentidos, quero que aguce cada sentido, todos eles inclusive a visão.

–mas não estará escuro?

– sim, quero que escute e sinta o ar em todo o galpão e veja e defina cada sombra que encontrar, seu sexto sentido te mostrara o que fará a seguir.

–tudo bem. Vou tentar.

As coisas recomeçaram Kaylan desapareceu, em seguida as luzes se apagaram, Elizia respirou fundo, ia provar que podia entender.

Kaylan atacou mais caixas. Elizia quase caiu nas primeiras, mas ai entendeu ao se concentrar ela conseguiu escutar o vento que mudava toda vez que ele pegava a caixa e como o calor do lugar oscilava quando a caixa voava em sua direção. Vendo e sentindo a sombra ela começou a rebater tal como Kaylan a ensinara.

– x -

Os dias se passaram, com o tempo eles se tornaram grandes amigos mantendo o trato dentro da escola, ao sair eles sempre iam juntos para o galpão comiam e treinavam. Elizia já estava apta a usar a espada, aprendeu ataque e defesa, aprendeu a como se movimentar e como se sentir. Com o passar dos dias ela aprendeu até á ser fria, tendo como dilema que querendo ou não se precisasse ela mataria por defesa, mesmo ela sabendo que jamais colocaria isso em pratica, pelo menos era isso que pensava.

Kaylan a ensinava arduamente, tudo que fazia era cruel, mas ele sabia, ela melhorava com o passar do tempo.

Os meses se passaram, era difícil de acreditar, mas já eram as férias, ultimo dia de aula antes do recesso. Elizia estava louca para sair, desde que começara a treinar e se fortalecer queria mais que tudo sair da escola e essa ansiedade só cessava quando via Kaylan por algum motivo ela não conseguia esquecê-lo, hoje ele não viera ela estava começando a enlouquecer de verdade.

Finalmente o sinal bateu todos saíram correndo da sala, gritando e falando alto, muito felizes por só voltarem para Efest Will dali a um mês. Elizia estava aflita ao sair Kaylan não estava lá, uma pequena decepção se abateu sobre ela. Mas nesse momento ela viu um papel preso na arvore em que se encontrava com Kaylan todos os dias, foi até lá e pegou o papel, ele estava dobrado e na frente escrito seu nome, ela o abriu e leu baixo para que só ela escutasse.

bom,

Eu acho que você deve ter encontrado o papel, Elizia.

Então me desculpe se não apareci, mas tenho um problema para resolver em casa, espero que entenda eu provavelmente não te verei nas férias.

Desculpe-me, mas você não entenderia o porquê.

Kaylan. - Elizia estava confusa - o que será que aconteceu?

Ela leu outra vez uma única frase “desculpe-me, mas você não entenderia o porquê”. “o que eu não entenderia?”, pensou consigo e então leu uma palavra que lhe deu uma idéia “casa”.

Elizia correu até a secretaria da escola, todos os alunos já haviam ido embora e até a secretaria se aprontava para as tão desejadas férias, quando Elizia chegou, ao vê-la a secretaria fez uma cara de desgosto e perguntou secamente.

– o que quer aqui?

– preciso de um endereço de um dos alunos.

– isso é confidencial, vá embora.

– não, não sairei daqui até que você me dê o endereço e quanto mais tempo eu ficar mais terá que esperar.

– não vai me chantagear, menina, saia tenho mais o que fazer.

– você é quem sabe - Elizia se sentou - não vou sair sem o que eu quero.

– não cairei na sua conversa fiada.

Elizia sobrou uma mecha de seus fios castanhos que teimava em ficar no seu olho.

– olhe eu só quero um endereço e depois vou embora, seja compreensiva e me ajude, eu também te ajudarei saindo rápido.

A mulher suspirou.

– quero mesmo sair logo, menina, mas entenda se souberem que fiz isso estarei desempregada.

– entendi, mas ninguém vai saber, eu prometo. Por favor, me ajude.

A mulher suspirou outra vez.

– tudo bem, seja rápida, de quem quer saber?

– Kaylan Wilbur.

– certo.

A mulher se virou e começou a procurar nos arquivos e de repente ela se voltou para Elizia.

– aqui esta - ela entrega um papel a Elizia - agora suma.

– muito obrigada, sério. Valeu mesmo.

Elizia se virou e correu para longe com um sorriso, a mulher também sorria, não podia acreditar que se sentia tão bem fazendo o que fez.

– x -

Elizia chegou em casa estava cansada correra praticamente o caminho todo, ao entrar no quarto, Nicole se assustou.

– ai! Eli, não faça mais isso!

–relaxa.

Elizia começou a arrumar uma mochila.

– onde você vai?

–vou dar um passeio. As férias todas.

–sério? Pra onde? Com quem?

– quero saber o que há com Kaylan e vou a casa dele, quero ajudá-lo e não quero ficar aqui então depois de ajudar vou, sei lá… acampar.

– ele de novo, não acha que esta muito preocupada com ele, quero dizer, ele sabe se cuidar.

– eu também e não, não acho.

– então devia mudar seus conceitos nunca te vi tão vidrada num cara, ele é maravilhoso to sabendo e sei também que gosta dele mais que um amigo, mas você não acha que é errado procurá-lo?

–talvez… -ela foi até a porta e sorriu - mas é melhor esquecer. Tchau.

Elizia saiu e foi caminhando, até o ponto de ônibus, ao olhar o endereço outra vez se deu conta de que o lugar era longe, ela tinha muito para andar.

O sol se pôs no horizonte quando Elizia chegou ao destino combinado, a casa de Kaylan. Era uma casa grande com aparência antiga, mas conservada, ela observou a casa maravilhada.

A casa ficava um pouco distante da cidade rente a uma grande floresta, era linda, Elizia pode perceber que a arquitetura do lugar era no mínimo do século XVIII, ela estava completamente absorta em seus pensamentos, quando se lembrou porque estava lá.

Foi até a porta e bateu três vezes, sem resposta, ela girou a maçaneta, a porta estava aberta, ela começou a entrar devagar.

– Kaylan! Kaylan está ai?! Sou eu Elizia, esta tudo bem?!

Sem resposta.

–estou entrando!

Elizia entrou e fechou à porta, a casa estava deserta. Enquanto andava, Elizia olhava por todos os lados, a casa era realmente maravilhosa, tinha o ar de antiga com um toque moderno, a sala era grande com uma enorme janela de vidro e uma cortina de seda, Elizia continuou a andar por um corredor cheio de pilastras. Ela voltou para o saguão de entrada e começou a subir a escadaria que dava no piso superior, uma escada grande de madeira igual às escadarias daqueles filmes romancistas, ela continuou pelo corredor do segundo andar abrindo as portas e gritando por Kaylan. Nada, a não ser grandes salas, cada uma de um jeito, tinha até uma biblioteca gigantesca. Ela continuou até a última porta, ao abri-la ficou ainda mais maravilhada, era o quarto de Kaylan com uma cama de casal gigante e uma parede feita de vidro que dava para ver a floresta. Era lindo e talvez o lugar mais moderno que vira na casa, com uma televisão de plasma e um computador de ultima geração entre outras coisas, ela fechou a porta e voltou a descer “até os banheiros dessa casa são extraordinários, não sabia que ele era milionário”, pensou ela.

Ao chegar à entrada outra vez, Elizia foi até a cozinha, que também era muito moderna, na cozinha ela bebeu um copo d’água e notou outra porta, o porão.

– que bom! É o porão, tá isso não é tão bom assim, mas talvez ele esteja lá isso explicaria porque ele não me escuta.

Ela foi até a porta e abriu.

Era o lugar mais escuro da casa, ela engoliu em seco e pegou uma lanterna, começou a descer estava na metade da escada quando a porta se fechou, ela levou um susto, porém não desistiu e continuou a descer a escada em espiral atenta a qualquer coisa. Um vento estranho e assustador começou a cortar-lhe a face, era realmente estranho considerando que não tinha nem sinal de janelas ali. Elizia estava assustada não podia negar, mas ela não voltaria, não mais, a escada acabou. Ela virou a lanterna pelo pequeno cômodo era fácil perceber que ninguém aparecia lá há anos, tudo estava empoeirado. Elizia andou procurando algo fora do comum, e encontrou. Tudo estava cheio de poeira menos um livro em especial na pequena prateleira.

–bom, se esse livro não tem poeira é porque alguém esteve aqui recentemente lendo-o - ela pega o livro, ele estava preso, ela o puxa - vamos saia logo da...!

Antes que concluísse a frase ela escutou o barulho de trancas sendo aberta, ela se virou, a parede deu lugar a uma sala secreta.

–ora veja, esse lugar é cheio de surpresas, a começar por eu estar falando sozinha.

Elizia entrou na sala escondida e assim que colocou os pés dentro da sala a porta se fechou e voltou a se trancar e as luzes do lugar se acendem automaticamente. Seus olhos se fecharam em fendas por causa da luz aos poucos se acostumaram com a claridade, ela voltou a ver normalmente.

–nossa! Isso é incrível!

A sala estava repleta de cabos e computadores por todos os lados, menos uma única parede que tinha um espelho enorme com as bordas de madeira, Elizia parou de frente para o espelho vendo seu reflexo.

– nossa quem diria. Uma coisa eu tenho que admitir, ele é o sonho de qualquer mulher, misterioso, rico e lindo. Quem diria? Kaylan disse não era vaidoso, imagina se fosse!

Ela se virou e foi até o computador principal, ele também se ligou como a luz e na tela estava escrito “código”.

– o que é isso? Pra que um código? Bom, acho que vou ter que descobrir posso não ser muito boa em computadores, mas com certeza sou uma boa observadora, agora vejamos…

Elizia se debruçou sobre o teclado, observando cada tecla algumas estavam borradas.

–olha só eu tinha razão ele vem aqui com freqüência, vamos começar - ela apertou o botão - 3…5…9…e…n…e… e por fim enter!

Código aceito, mas nada acontecera.

– poxa não acontec…

Nesse momento ela começou a escutar o barulho de turbinas, vinham de trás dela.

Elizia virou-se outra vez, o barulho vinha do espelho, ela caminhou temerosa até ele, não mais a refletia agora parecia um quadro abstrato cheio de cores. Elizia caminhou devagar e parou ante ao espelho a curiosidade fez com que ela lentamente esticasse a mão na direção do espelho e em uma fração de segundo ela é sugada por ele.

–AHHH…!


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Notas finais do capítulo

Eu não mereço nenhum comentário? *-*



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