Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 42
Instinto Animal


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Aí está mais um capítulo. esse tem bem mais adrenalina!
Boa Leitura!



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Eu estava dormindo maravilhosamente bem. Ou talvez, fosse só o meu subconsciente tentando amenizar o fato de que se eu abrisse os olhos iria acordar para um pesadelo infernal.

Tentei organizar meus pensamentos: o sequestro da Kate (e da Nikki, é claro que eu me lembrei de mencionar a Nikki), a casa do Danny, o soco... o maldito soco que me fez ver estrelas e que por algum milagre, não me arrancou pelo menos um seis dentes.

Ouvi vozes ao me redor, mas não abri meus olhos. Não, eu não estava mais na casa do Danny. Estava num carro e podia reconhecer a risada estrangulada da Amanda que conversa triunfante com Eric e Danny sobre o quão fácil fora tudo aquilo. Eric. Deviam ter me batido com muita força mesmo, porque eu tinha quase certeza de que ele estava do meu lado, mas ele parecia muito à vontade com a trupe do mal. Riam juntos, até.

Entreabri os olhos e espiei um pouco. Eric estava no volante, com Amanda no banco do passageiro. Danny estava sentado ao meu lado, passando uma mão nervosamente na perna.

–Isso está demorando – disse Danny aflito –quero acabar logo com isso.

–Você sabe que só podemos matá-la depois que as irmãs loiras morrerem. Até lá segure essa sua pressa – respondeu Amanda.

Irmãs loiras morrerem? Eles só podiam estar falando da Kate. Eles nunca tiveram a intenção de devolvê-las. Iam matá-las e a mim também. Desespero me atingiu. Eu precisava fazer alguma coisa, e fazer agora. Não haviam muitas opções.

Sem me dar muito tempo para pensar, lancei-me bruscamente para frente agarrando o volante e girando-o com toda a força. Eric me deu uma cotovelada, tentando retomar o controle do objeto, apenas piorando tudo. O carro bateu fortemente contra um muro, o choque fazendo com que minha cabeça fosse de encontro ao retrovisor interno. Apesar disso, não perdi a consciência e usei o pouco tempo que eu ganhei com meus sequestradores atordoados pela batida. Abri a porta do carro, não sem antes dar um bom chute no estômago do Danny que tentou me segurar e saí correndo, agradecendo a Deus por ser parte vampira alcançar uma velocidade que surpreendeu até a mim mesma.

Não parei sequer para respirar um pouco, só tentando me distanciar daquele trio o mais rápido possível. O único problema era que eu estava fora da cidade, numa área muito pouco movimentada. Era mais uma estrada, provavelmente a que ligava Rosefield a cidade vizinha. Enfiei a mão no bolso procurando meu celular:nada. Tinha desaparecido.

–Droga! – disse alto mexendo nos bolsos, aflita – droga dupla!

Voltei a correr descendo um pequeno barranco em direção ao que parecia ser uma dessas matas reflorestadas, com o plano de me afastar só o suficiente para que perdessem meu rastro e depois eu pudesse retornar a estrada pedir uma carona. Sim, tinha que dar certo.

Minha pernas doíam, devido a falta de costume. Não era nenhuma novidade afinal, eu não era muito fã de exercícios físicos e mesmo a minha parte não humana só era capaz de manter aquele esforço até um certo tempo. Parei um pouco apoiando-me numa árvore. Será que eu os tinha despistado? Algo me dizia que não. Eles eram bruxos e certamente teriam algum feitiço para localizar pessoas ou algo do tipo.

–Espera aí – disse para mim mesma, um sorriso se formando nos meus lábios – eu também sou bruxa!

Será que eu podia me comunicar? Pedir ajuda? A verdade é que eu sabia muito pouco sobre isso, mas devido as minhas circunstâncias, não custava nada tentar.

Avancei mais um pouco enfiando-me num lugar cheio de arbustos para me esconder e não ser pega desprevenida. Ignorei o incômodo dos galhos me arranhando e fechei os meus olhos, procurando acalmar os batimentos do meu coração descompassado.

“O poder está lá, você só precisa ver”, tinha dito Arthur. É claro ele também disse que o plano iria funcionar perfeitamente, então ele não tinha marcado muitos pontos de confiança comigo. Mas eu tinha que fazer alguma coisa, Apelar para o meu lado sobrenatural, por mais estranho que fosse era o modo mais seguro de me manter viva e ajudar a Kate... e a Nikki também, é óbvio.

Tentei me concentrar. Uma, duas, três vezes e nada. Isso tinha sido mais fácil lá em casa com a July me ajudando, pensei exausta. Talvez o risco de morte tivesse atrapalhando um pouquinho. Minha barriga roncando também não ajudava.

Repreendi a mim mesma. Como eu podia pensar em comida uma hora dessas? Esfreguei meus olhos e tentei novamente. E dessa vez funcionou. E muito melhor do que da primeira vez, talvez porque eu estivesse em meio as árvores. Tentei focar em algo e imediatamente um par de olhos azuis me veio a cabeça: Vincent. No mesmo instante, senti um solavanco no estômago e minha visão ficou meio embaçada. Ignorei a sensação e continuei buscando o vampiro loiro sem ter muita certeza do que fazia.

As árvores começaram a desaparecer pouco a pouco. Minhas pernas tremeram, e eu me vi sentada num carro. Isso não foi o meu estranho. Aliviada e assustada percebi que estava ao lado do Vincent que dirigia seu carro concentrado, carregando uma expressão dura no rosto.

–Vincent! – eu chamei o mais alto que pude.

Ele não pareceu ter me ouvido. Ao mesmo tempo, senti uma linha de poder brilhante se aproximando. Sabendo exatamente do que se tratava, tentei segurar o braço dele, assustando-me ao notar que minha mão o atravessara como um fantasma. Num último apelo desesperado gritei o mais alto que pude.

–Socorro!

Ele finalmente olhou para o lado estreitando os olhos, mas meu poder só durou até aí. Fui puxada de volta e caí arfando. Tentei me levantar, sentindo uma forte dor de cabeça em resposta. Minha visão começou a escurecer, porém eu ainda pude ver Amanda de pé ao meu lado ódio emanando dela. Senti as linhas brilhantes dela começarem a me envolver e de repente, uma vontade imensa de ceder me atingiu.

–É fácil Susan – riu Amanda – basta relaxar.

Eric apareceu com Danny ao lado dele.

–Roger já terminou, Amanda – disse ele com um celular na mão - podemos finalizar.

Na mesma hora as cordas começaram a me apertar. Danny me encarou por alguns instantes e depois piscou de leve, deixando-me confusa.

–Tem razão – disse Danny os olhos fixos no Eric – já acabou.

Surpreendentemente, meu ex amigo Danny fez um movimento brusco com a mão direita e no mesmo instante e senti as cordas cederem. Amanda, completamente atônita, deu um passo para trás e eu não esperei nem mais um segundo para juntar minhas últimas forçar e me jogar em cima dela. Caímos juntas rolando até nos batermos numa árvore enorme. Ela gritou alguma coisa e tentou me tirar de cima dela. Rolei para o lado e tentei me levantar, mesmo sentindo dores. Amanda também levantou, a testa sangrando um pouco por causa do choque.

Sangue. Os espasmos no meu estômago aumentaram no mesmo instante. Inconscientemente, avancei na direção dela com uma fúria que eu não reconheci como minha. Ela ergueu a mão tentando usar magia, mas eu a subjulguei com facilidade, expondo o seu pescoço vulnerável.

Naquele momento nada mais importava. Faminta e louca, eu só pensava no líquido embriagante que corria nas veias da minha inimiga.


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Notas finais do capítulo

Que tal?



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