Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 41
Especial - O gato de Cheshire...sem sorriso


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais um capítulo gente. A coisa está esquentando...
Espero que gostem de ver o Arthur como narrador.
Próximo capítulo vem com fortes emoções, preparem-se!



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Se aquela garota consultasse o relógio mais uma vez, eu iria perder a paciência. Qual é! Tudo bem estar preocupada, afinal a melhor amiga dela estava enfurnada na casa monstro versão para bruxos, mas surtar não iria ajudar em nada. É por isso que eu odeio lidar com amadores.

–Ela está demorando muito – comentou ela nervosa – talvez seja melhor invadirmos de uma vez.

Em resposta arqueei uma sobrancelha e a encarei em silêncio até que ela baixasse os olhos envergonhada.

–Me desculpe, estou preocupada.

Não respondi nada porque não sabia o que responder. Palavras de conforto não eram o meu forte, e eu não fazia questão de ser agradável. Pare com isso, vociferou aquela ridícula voz interior, você também está preocupado e o fato de você saber esconder isso melhor, não te faz sentir menos.

Peguei o celular, odiando-me por tomar aquela decisão. Como eu imaginava o número que eu procurava estava salvo nos registros.

–Ei! – falou July apontando para o objeto em minhas mãos – é o celular da Sue!

–É – respondi em tom neutro.

–É? – a preocupação dela dava lugar a raiva – você roubou o celular dela? Por quê?

–Plano B – eu apenas disse embora tivesse sentido vontade de lhe dizer que seu jeito irritado não iria me amedrontar, uma vez que ela parecia a versão cosplay da Hinata.

As sobrancelhas dela subiram.

–Plano B? E o Eric?

–Não vou esperar por ele. Nunca confiei nesse sujeito.

–A Susan confia – respondeu ela como se esse fosse o melhor argumento do mundo.

Não evitei um sorriso irônico ao responder.

–A Susan confiava no Danny e confia no Vincent. O senso de confiança dela definitivamente não me diz nada.

Enviei a mensagem e fiquei esperando a resposta que veio rapidamente. Li-a e então falei com minha parceira arranjada.

–Pronto.

Ela me encarou curiosa, mas não perguntou nada.

Logo, algo chamou minha atenção. July devia ter bons sentidos, pois sentiu também.

–O que é isso?

–Magia – respondi – em grande escala.

–Que tipo de magia? – indagou ela.

Fechei meus olhos e foquei na rede de poder que se estendia ao redor da casa. Era arriscado, mas sem muitas alternativas, resolvi arriscar e expiar dentro da casa. Segui o rastro de poder até o local onde ele era mais intenso, numa quarto vazio no primeiro andar da casa. Todos estavam lá, inclusive Susan deitada de bruços num círculo desenhado no chão. Ao lado dela, estavam Kate e a irmã dela na mesma posição, todas desacordadas. Percebi um pouco tarde que aquilo não era um feitiço de absorção como eu pensei que seria. Elas estavam sendo preparadas para um único sacrifício. As irmãs para energizar o feitiço, e Susan... para ser uma âncora. Então era verdade, o plano sobre o qual Eric tinha falado na floresta.

–Acabou o tempo – disse apressando-me para sair do carro – vamos entrar.

July não esperou um novo convite e nós caminhamos sorrateiramente até o portão da casa. Entramos com facilidade, uma vez que o portão não estava trancado e os ocupantes da casa estavam todos reunidos num único cômodo.

–Não tem como nós vencermos todos eles Arthur – cochichou July.

–Não vamos enfrentá-los de cara. Precisamos de uma coisa para distraí-los.

Então uma ideia interessante iluminou minha mente.

–Eu não estou gostando disso Arthur. Que cara é essa? – indagou ela preocupada.

–Não tenho muito tempo para explicar Nomura. Eu só preciso que você ponha fogo na casa e depois volte para o carro. Você consegue fazer isso não é?

Ela me olhou perplexa.

–Eu acho que posso, mas...o que você vai fazer?

Não me dei o trabalho de responder. Concentrei-me e com facilidade, consegui mudar de forma. Como um gato eu tinha mais facilidade para entrar na casa sem ser notado e foi exatamente isso que aconteceu. Eu sabia que não poderia parar o feitiço enquanto estivessem usando as irmãs Richards. Infelizmente, era tarde demais para elas e não havia muito que eu pudesse fazer. E só podia esperar a confusão causada pelo incêndio e tentar aquele feitiço. O que será que Natalie faria se me visse agora? Ela não podia estar mais errada quando disse que me destino não tinha que ser igual ao do meu pai. A maça nunca cai longe da árvore, quis dizer, só então percebendo que eu não estava mais na forma humana.

Subi as escadas, aproveitando-me da escuridão e me aproximei do quarto, cuja porta estava entreaberta e espiei. O silêncio era total, provando que todos estavam muito concentrados na tarefa. Aguardei por alguns instantes, dando a July o tempo que ela necessitava para fazer as parte. Não demorou muito. Logo, o cheiro de fumaça se espalhou e a casa, antes imersa na escuridão ganhou vida iluminada pelas chamas alaranjadas.

Pois é. Até que a Hinata não era uma bruxa tão ruim.

Mike foi o primeiro a perceber que havia algo errado. Abriu os olhos e gritou.

–Fogo!

O resto do grupo também parou. Roger correu para fora em direção as escadas e olhou a cena assombrado. Uma parte do térreo já estava consumida pelas chamas.

–Temos que sair daqui! – gritou ele.

Amanda, Danny, Eric se aproximaram para observar a gravidade do problema também.

–Temos que apagar – disse Danny trêmulo.

Eu sorri por dentro. Sim, Danny era perfeito para o que eu precisava. Essa parte ia ser fácil.

–Não! – disse Eric – nossa magia está ligada ao feitiço de sacrifício. Estamos fracos e esse fogo está incontrolável.

–Não seja idiota Milton – vociferou Amanda – é um truque para nos manter ocupados. Não podemos esperar mais. O ritual já começou.

–O que faremos? – indagou Roger que protegia o rosto com uma mão.

– Só temos que manter elas vivas até que o feitiço se complete. Vamos nos separar. Eric, Danny e eu levaremos Susan para. Você levam as irmãs. Dirijam sem rumo com elas até que estejam completamente drenadas.

Isso era uma merda, pensei. Eric se enrolou numa toalha molhada e carregou Susan para fora junto com Amanda. Roger pegou Nikki enquanto Mike corria para fora com Kate em seu colo seguido por Danny.

Era a hora. Pulei na perna do Danny arranhando tudo que podia encontrar. Ele gritou sacudindo-se com força para me arremessar longe. Antes que ele conseguisse, mordi a perna dele com todo o meu ódio, só largando quando senti o gosto de sangue.

–Sai! – ele gritou e me chutou fazendo com que eu fosse parar do outro lado do jardim.

–O que foi isso aí? – gritou Mike.

Danny passou a mão pela perna sangrando e fez uma careta.

–Foi um gato.

Mike revirou os olhos e eu agradeci a Deus por ele não saber da minha habilidade.

–Vamos logo imbecil.

Esperei que eles ligassem o carro e voltei a forma humana. Corri para o carro onde July estava abaixada me esperando.

Ela franziu o cenho.

–O que houve? Cadê as meninas?– depois, percebendo o meu estado arregalou os olhos –isso é sangue na sua boca?

Passei a mão no local onde ela havia apontado.

–Eu sei, não pergunte. Isso já foi desagradável o suficiente. Mas eu precisava do sangue dele.

Ela balançou a cabeça aflita.

–O que houve Arthur?

Acenei para que ela ligasse o carro e ela o fez sem questionar. Poderia explicar tudo enquanto nos afastávamos dali, afinal logo a polícia iria aparecer e isso seria muito complicado.

–Arthur? – July chamou.

–Olha July, eu vou ser bem claro. Amanda e seus amigos estão realizando um tipo de feitiço para destruir vampiros. Kate e a irmã também. Estão usando a energia vital delas para fortalecer a Susan até que ela possa ser usada como um tipo de âncora. Ela morre e arrasta todos aqueles que tiverem um laço de sangue com ela.

–Por quê? – indagou.

–Isso eu ainda não entendi. Não é como se todos os vampiros fossem ligados a Susan por sangue.

–Talvez não queiram matar todos eles – sugeriu ela.

–Talvez. De qualquer forma, não podemos interromper o feitiço, nem matar aqueles bruxos, pelo menos até que as irmãs sejam drenadas.

–Drenadas – disse July alarmada – como assim drenadas.

Suspirei.

–A energia vital delas é o que fortalece a Susan. Não há como parar July, desculpe.

Baixei os olhos, escolhendo não encarar aquela garota com os olhos cheios de lágrimas.

–E a Sue? – perguntou ela, a voz por um fio.

–A única chance de salvá-la é esperar até o momento em que ela estiver totalmente energizada. Vai ser o momento em que vão tentar matá-la e é aí que entramos.

–Porque você disse que precisava doo sangue? – lembrou ela.

–Um feitiço de possessão. Posso estar perto o suficiente para impedir se estiver dentro de um deles.

Ela arregalou os olhos.

–Isso...é magia negra Arthur! É proibido.

–Eu sei – respondi.

–Onde aprendeu isso? – questionou ela com os olhos na estrada.

–Isso não importa. Pare naquele matagal ali – eu lhe indiquei – aqui está bom quando eu fizer o feitiço, meu corpo estará vulnerável. Você vai ter que me proteger.

Ela acenou enérgica.

Meu celular tocou e eu o atendi rapidamente.

–É melhor me explicar direitinho o que está acontecendo bichano. Ou eu vou fazer um ensopado de gato pro jantar – aquela voz irritante falou.

–Espero que esteja por perto loirinha, precisamos de você – foi tudo que respondi.


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Notas finais do capítulo

Que tal? Beijos!



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