Fire & Desires escrita por Pear Phone


Capítulo 25
Twisted Logic


Notas iniciais do capítulo

Oi, vocês. Obrigada pelos reviews no capítulo anterior, por tudo... de verdade.
E o Derick do capítulo passado é o mesmo do 14, caso queiram ir lá lembrar da existência dos personagens vista a demora na postagem.
O capítulo de hoje é bem sem lógica, mas faz todo um sentido, daí o título, hue.
Queiram me perguntar qualquer coisa da qual desconfiem e apresentar suas respectivas opiniões a respeito do enredo, se acharem preferível.



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— Eu... eu vou embora... — disse, mas recostada num canto. E decepcionada demais para detalhar o quanto minha cabeça borbulhava e pedia por uma explicação da parte dele, algo que se encaixasse em cada fragmento daquela verdadeira ilha de segredos.

— Não sou eu quem vai impedir, Sam. — A voz dele era tão firme que fazia papel de insulto, ofensa... e doía. — E me dá essa maldita carta de uma vez.

Ele tirou da minha mão.

Nem fiz drama. Nem peguei a carta da mãe dele de novo e rasguei em pedacinhos, nem abri e li tudo que a suposta mãe mandava nas correspondências incrivelmente restritas.

Eu saí, já que o cemitério nunca teve a ver comigo. E nem ele.

Pensei que quando seguisse meu caminho as coisas melhorariam, que eu poderia me ajoelhar nas lápides dos meus pais e entregar uma rosa. Uma só, para os dois. Cheguei até a esperar que fosse a mesma coisa daqui a muitos anos, quando o pianista e eu tivéssemos alguém para lembrar de nós dois ao mesmo tempo. Que minhas mãos correriam pelo ferro e eu ouviria um soneto tocar em seguida. Aqueles acordes...

Mas a dor não parou. Não revezou com o medo, porque naquela hora o medo era o último da lista.

Eu sabia que a água não apagaria aquele fogo, que só reagiria ainda mais com a combustão e faria as chamas subirem para o teto.

Por isso caminhei até o infinito, e continuou doendo muito.

[...]

— Que tal um whisky, gatinha? E depois a gente dá uma volta no meu carro...

Nenhuma chance.

— Se eu não tô bebendo whisky, porra, é porque não quero. E... gatinha, é? Você tá falando sério? É assim mesmo que se chega numa mulher no século vinte e um, como se ela fosse domesticável, e ainda com esse diminutivo idio-

— Calma aí, gata, tá estressada demais.

Nenhuma. Chance.

O estranho ajeitou os ombros largos, numa pose indiferente, apoiando os cotovelos por cima do balcão. A última alternativa que me veio em mente, da qual me arrependia bruscamente, seria visitar um clube noturno no meio de Seattle, relaxar a mente como Carly dizia que a "galera popular" fazia. Eu só atraí olhares de bêbados pé-rapados e, o que soava improvável, não por causa de lantejoulas, enfeites ou brilhos em excesso. Minhas vestes limitavam-se a uma blusa de mangas e um jeans azul gasto, nada diferente da roupa e máscara facial de costume. Beber não significava diversão, não exatamente como o que me acostumei a ouvir circular pelos corredores lotados da Ridgeway.

Aquilo me lembrava uma cerimônia fúnebre, de tão lento e cansativo. Preferia escutar Moonlight Sonata o resto da madrugada, recitar poesia, mergulhar de cabeça naqueles livros de romance...

Tive o trabalho de escolher a dedo a boate menos frequentada. Por isso, o estranho já tinha saído.

Logo eu, que conhecia o ilícito como ninguém, recorrendo ao habitual álcool para esgotar minha sanidade. Daquela música alta, estourando o que restava dos meus tímpanos, não prestava atenção nem em vogais repetidas incessantemente.

— E o que esse aí tinha de errado, hein? — ouvi uma voz pronunciar. Ignorei, achando ser direcionada a qualquer outro sentado de frente para a mesa retangular que sustentava dezenas de copos recém-servidos, com os olhos desfocados. O som insistia em invadir meus oceanos e me tirar do transe. Quase bêbada, quase bêbada o suficiente... — Vamos, a senhorita passou os últimos minutos pensando na vida e dispensando interessados! Já vou adivinhar, quer mais quantas doses do "troço mais forte" que temos? Ou, se não é isso, o que posso fazer por você?

— Só queria a Flórida. — Ronald franziu o cenho, pegando uma garrafa que eu não consegui distinguir de "qualquer cachaça aleatória". Imediatamente, engoli aquilo que pôs no recipiente vazio. Sim, estava assentada de frente para ele havia tanto tempo que passei a conhecê-lo pelo nome. — Se não entendeu, é porque seria mais viável que eu estivesse chapada lá. A paisagem... Ah, não ligo se for presa. Vou viajar, a Flórida que me aguarde!

Numa tentativa de selar aquela crise pouco espontânea de ansiedade, perguntei se tinha abandonado o estágio sóbrio da jornada.

Tudo que esperava ouvir era um "sim, claro, sem dúvida alguma a senhorita já bebeu tudo que temos, pode esquecer a culpa e a vontade de cair nos braços do seu ex" enquanto pensava tonta no pianista. Em seguida, responderia algo como "não, ele não é meu ex, não terminamos nada ainda... e nem sei se começamos", o que intencionaria um assunto nada confortável.

O trágico Universo atacou mais uma vez, sendo criterioso.

— Sobre ficar chapado: pode acontecer em qualquer lugar. E acho melhor que a senhorita não queira sair daqui carregada por mim.

— Acha que dispensei esses dois só pelo fato de adorar conversar com garçons gentis e eficientes?

Ronald hesitou, no lugar das palavras lançou um sorriso bem falante. E um olhar amistoso de "podemos ficar chapados em Miami".

Mal sabia ele que toda a experiência narcótica que uma adolescente traumática tinha resumia-se a injetar substâncias alucinógenas em si mesma. Não houve lado bom, não haveria. E, depois de pensar tão a fundo sobre injetar novamente... então achei ter alcançado a meta de estar suficientemente bêbada.

Suficientemente bêbada, só isso. Mais nada.

[...]

Aquele relógio que me encarava lentamente não podia determinar quantas vinte e quatro horas haviam se passado dentro daquele tempo numeroso.

Você deixou o estado sóbrio e esperava tanto isso, quando finalmente se dá conta de que, cacete, você bebeu muito mais do que seria viável na Flórida!... então você não faz nada, porque fazer alguma coisa implicaria na sua falta de sobriedade, e tudo quanto é coisa que você pode pensar resume o que justamente acontece toda vez em que sai pelo mundo: muito provavelmente foi arrastado(a) pela correnteza dos seus malditos oceanos.

Bem, mas isso só se você tiver oceanos, se souber o que eles são... Se alguém alguma vez disse que você tem, sim, e ainda por cima que tem dois deles.

O Índico? O Pacífico? O Mediterrâneo? O Mar Vermelho? O Atlântico? Os mares boreais, austrais, das Antilhas... Qualquer outro que não me vinha na memória, se é que minha memória não tinha criado pernas e asas no intuito de fugir ainda? Nunca soube.

Oceanos. Oceanos. Oceanos. Oceanos. Bruma, espuma, brisa e água.

Ah, por acaso me lembrava de alguma coisa? Talvez me esforçasse para deixar vir na mente a lembrança de outras ressacas que provavelmente me fariam desistir dos meus planos, carregando o fardo nas costas tal qual um aviso prévio, não obstante, já esquecidas aquelas dores.

A diferença é que agora ele não estaria lá, não é?

Mas Vênus estava lá no céu, disso tenho certeza que me lembraria. Vênus era linda, era linda na mesma intensidade que eu alcancei a meta de estar completamente, quero dizer, suficientemente bêbada... Era quase tão brilhante quanto a lua, e a lua tinha um brilho fenomenal... hm, assim, não conseguia, nunca conseguiria entender que havia uma razão para eu sentir como se aquela estrela me guiasse, me motivasse a ir mais longe, a tentar alcançar, a pular alto na calçada e atrair a atenção de marmanjos quando tudo que eu ingenuamente pretendia era pegar o brilho daquele planeta e devolver para o meu coração. Porque tinha beleza, brilhava tanto, eu nunca tinha notado que meu coração tinha um brilho antes, que eu realmente tinha um, e choraria como uma criança se não conseguisse agarrar aquele pontinho luminoso no céu, tão luminoso, propagando-se cada vez mais claro pela imensidão. Embora, atrás dele, houvesse um iluminado de metade-cinza-metade-âmbar. Alucinações. Quem quer saber o que estava além? Vênus, eu peguei com minhas próprias mãos. E pus, não nos bolsos, mas naquele onde todos pensavam ter uma sólida placa de pedra.

O mar é um só, e logo fui perceber que o Universo partilha do mesmo raciocínio; não naquela calçada, não naquele minuto. Não depois de muitas doses, porque já disse e deixei bem claro que qualquer vestígio de lógica que se mostrou presente é pura invenção do agora.

Vi uma sombra se aproximar pelos muros do outro lado da rua deserta, a um quarteirão de distância do prédio. Um vulto se mexendo e que enxergava em mim seu destino. Tinha dimensões estranhas e uma parte dele reluzia por meio de luz artificial, visto que a estrela no céu não era a causa daquela movimentação ora clara, ora obscura... certeza. Parei para olhar. Admirei. Fechei um dos olhos e com o outro contornei aquilo com o indicador, até que...

Um baque.

Não, não foi nenhum acidente de carro. Sem colisões letais. Foi algo como... como... um abraço.

Sim, aquilo nos muros era uma silhueta.

De um homem, por sinal.

O que foi inconveniente perceber antes, visto o meu estado de suficientemente bêbada que qualquer um poderia confundir com estupidamente alcoólatra.

— Você vai me prender? — foi o que perguntei, ele estava de costas. Mas se virou a partir do instante que falei. — Ou vai me arrastar pro teu quarto e-

"Sam!" foi tudo que entendi em seguida.

— É, meu nome é esse aí. Agora me leva pra casa.

— Porra, Sam, olha pra você...

Eu cambaleava, rindo gostosamente. Jogando a cabeça para trás. Usava um daqueles vestidos exagerados, decotados e curtos que, em condições devidamente sóbrias, recusaria até o inferno.

— Você não é o pianista, né? — perguntei.

— Não sou quem?

— Aquele...

— Quem?

— O pianista, ele não xinga.

Pensei que ele fosse me abraçar, mas fez algo mais próximo de "carregar" a partir do momento que meus pés ficaram um pouquinho acima do chão. Não era como o primeiro abraço, era diferente, cheiroso e... bom. Tudo era bom ali, e quando enterrei meu rosto na camisa dele foi como viajar diretamente para as nuvens branquinhas e ensolaradas, quentinhas, macias, adoráveis, confortáveis ao extremo.

— E esse pianista, quem é?

— Pera.

— Tá.

— Como sabe onde eu moro?

— Me diz quem é, ca... ramba!

— Ele toca piano, caralho.

Eu ri encostada na camisa.

— Por algum motivo eu já tinha observado isso... — Ele sorriu e eu estava ocupada demais quase dormindo naquela camisa, mas admirei aquele sorriso como se não houvesse tempo suficiente depois.

Voltei para o pescoço dele, a lentos e largos passos da lateral do prédio.

— Você por acaso mordeu meu pescoço?

— É proibido?

— Não. Me. Morde. Sam.

— Por. Quê. Não. Cacete.

— Porque sim.

— Qual o problema?

— Você tá completamente bêbada.

— E daí?

— E daí o quê? — ele tentou desviar minha atenção. E sorriu mais uma vez.

Passos e mordidas depois, continuava inclinando o rosto na intenção de enxergar o céu. Estava bêbada demais para saber que aquilo era o céu, e não minha cama. Ou a cama de um estranho.

— Você tem um gosto maravilhoso.

— Se você não parar, eu vou te largar aqui.

— Por quê?

— Porque eu gosto.

— De me largar?

— Não, Sam... de quando você me morde.

Paramos subitamente. Se não me engano de palpite, na fachada do prédio.

— Chegamos?

— Quase, e eu preciso te vestir direito.

— E se eu não quiser isso?

— Deus, o que você quer que eu-

— Me beija. Agora.

— Isso é tudo? É o seu único pedido?

— Me beija, porra!

— Já fizemos isso muitas vezes quando NÓS DOIS estávamos sóbrios o bastante pra lembrar. Não sei se sabe.

— Foda-se, me bei-

Ele me beijou. Não foi num piscar de olhos. Não foi mau, seria um pecado dizer que tinha sido mau. E era um sabor tão, tão melhor que o de cachaça, cachaça, cachaça, mais cachaça e batatinhas que senti na minha boca pelo quarteirão inteiro... tão quente, tão gostoso. Mas foi rápido, do pior tipo, do tipo que não foi devagar, e eu quis matar qualquer um que aparecesse na nossa frente depois daquilo ter sido tão rápido. O gosto dele ficou na minha boca mesmo quando a língua já estava longe. Pelos céus, pelos infernos, pelos purgatórios, por tudo que há de mais sangrento, por tudo que há de mais sagrado!... pude entender o quão ruim era tentar passar por despercebida uma vontade.

— Injusto.

— Não foi o seu pedido? — Eu só fiz uma cara de quem precisava de permissão para morder pescoços alheios.

Ele riu, e riu mais um pouquinho, e ria ainda mais... Quando, de repente, Vênus quase desapareceu do céu. Mas reluziu de novo. E parou. E apareceu, e parou, e apareceu, e parou, apareceu de novo, apareceu depois de ter aparecido.

De repente, tudo ficou escuro por mais tempo, do tipo nada de estrelas nem de amanhecer. Apenas um ângulo escuro visível dentro daqueles vários.

— O que aconteceu? Por que tá tudo assim?

— Assim...?

— Escuro.

— Depende, vira pra mim e para de me morder que eu te conto.

Eu obedeci, só uma vez. Só uma. Os dedos dele passearam pelas minhas têmporas, e os meus, também. Pelas dele.

— E aí?

— Você tá com os olhos fechados.

— Ah... — Suspirei.

— Não faz isso.

— Isso o quê?

— Não abre. Continua com os dois fechados.

Obedeci, só duas vezes.

Pus as mãos no meu busto e senti o tecido do meu sutiã nos dedos.

Meu vestido de lantejoulas, enfeites e outros detalhes inúteis que cintilavam excessivamente na boate, chamando atenção de pé-rapados, não estava mais ali. Porque ele tinha acabado de arrancar do meu corpo, e "arrancar" não define a sutileza da ação, já que havia álcool demais em mim.

— Você vai transar comigo?

— Eu poderia.

— É.

— É?

— Você cheira tão... bem.

— Tanto quanto o seu pianista?

— Sim, e faz muito tempo que eu não sinto o cheiro dele.

Tinha sido desde a briga. Eu odiava recordar o que ele tinha dito de mim naquele dia. O que ele tinha me feito jurar, o que ele tinha me obrigado a...

— Hm, como sabe tanto sobre ele? — perguntei.

— Sabendo.

— Já dormiu com ele?

— Não durmo com homens.

— Temos algo em comum.

— Sam, isso é algo que lésbicas diriam.

— Eu quis dizer que não durmo com ninguém, otário.

— Foi o adjetivo mais bonito que já usou até agora.

— Adjetivo? Nerd.

— Interessante... então dizer adjetivo é ser nerd na Cachaçalândia?

— Vai se foder.

— Sem mentira, foi mesmo a coisa mais legal que você me disse.

— Não foi, não.

— Me diz qual foi...

— Eu te chamei de cheiroso, e falei que você tinha um gosto maravilhoso.

— Ah, é verdade.

— Otário.

— Só fiz isso pra você não perceber que agora veste uma blusa decente e uma calça jeans normal.

Ele me encarou a um metro de distância e depois voltou para ajeitar sei lá o quê, como se eu pudesse ser a bonequinha dele... ou o espantalho.

— Tem alguma coisa errada.

— Com a roupa?

— Não, nada, deixa. É que você tá acostumado com a abstinência.

— Dá pra você parar de falar de sexo?

— Não.

Silêncio.

— Que tipo de cara me leva pro quarto e me veste quando eu quero transar?

Ele arqueou a sobrancelha. E me beijou de novo, mais rápido do que na calçada e sem língua. Sem língua! Quase nada, mas eu aceitei. Aceitei na condição de ter todo o direito de parar aquele beijo idiota e começar outro bem melhor. Eu pus os braços em volta dele, passei a mão nos cabelos castanhos devagarzinho, voltei a morder seu pescoço e fui subindo lentamente, com os olhos fechados. Pude perceber que era algo bastante eficiente, que tinha feito tudo direito, que pelo menos ali, depois de toda a noite, tinha acertado alguma vez.

Porque, depois de alguns segundos, ele veio tão elétrico retribuir o beijo que praticamente me jogou na cama. E teria me engolido, se fosse possível.

Bem, era relativamente possível. Não vou contestar.

Se eu gostava de morder, isso não implicava diretamente que adorava ser mordida. Mas, olha que novo, efetivamente adorava. Como todos as vezes anteriores — das quais não lembrava — o gosto dele em mim fazia tudo ao redor desvalorizar e soar como pequeno e insuficiente aos meus olhos. Ter todo o trabalho de ser vestida e despida em sequência tornava a minha paciência escassa passo a passo, um obstáculo lógico demais para a ocasião e, claro, reaparecia sem ser tão insistente.

Partes de uma nota referente a tudo aquilo ficaram suspensas no ar, desagregadas.

Se eu estava querendo estender aquele momento por tanto tempo, era porque aquele cara tinha uma certa similaridade com o homem que eu amava. E tinha passado uma porrada de dias, de semanas, de números. Eis o que o ser humano pode fazer, arrebatando os extremos que servem de limite de um ponto racional a um privado de mero raciocínio:

— Calma aí... — eu gritei, de súbito, quando ele já estava pronto para desabotoar o cós da calça que tinha acabado de abotoar.

— Sam, o que foi? Por que você tá me encarando desse-

— Me diz uma coisa. Uma coisinha só.

Puxei o braço dele sem força, apenas para fazer com que assentisse e voltasse a me encarar de mais perto. E sentei de pernas cruzadas, ajeitando minha blusa branca, tentando me equilibrar embora vez ou outra tudo girasse.

— Ela.

— Ela quem?

— A aurora, mané.

— Não amanheceu ainda, não faz nem vinte minutos que estávamos lá embaixo...

Por que céus antes ele queria me levar a um lugar e repentinamente tinha se animado com a proposta de permanecer lá dentro, no quarto?

A ficha caiu.

— Tá vendo, você não bate bem. Você só cheira bem — concluí, a mão dele se desvencilhou dos meus fios de cabelo.

— Eu tenho que te levar pra um lugar, é... mas você me beijou e você é tão macia...

Eu gargalhei, daquele jeito que meus olhos desfocavam e jogava a cabeça para trás.

— Com levar... você quer dizer o quê, hein? Tem carro?

— Não. Não ia te deixar no banco de carona estando bêbada, Sam, porque de qualquer modo você é louca.

Então ele ia me carregar e se arrepender brutalmente no dia seguinte, quando minha ressaca se juntasse e, quem sabe, se misturasse com sua dor nas costas.

Bem no instante que procedesse a aurora nos céus, o precedido dela surtiria um efeito extraordinário sobre mim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, migos.



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