Já faziam três meses que Augustus Waters estava morto. Três meses, e eu ainda não conseguia acreditar.

Tudo aquilo era horrível. A falta que Gus fazia, a saudade que me consumia e as pessoas que diziam "oh, sinto muito. Ele está em um lugar melhor agora". O ÚNICO BOM LUGAR PARA ELE É AQUI COMIGO, SEUS IDIOTAS!

Eu não via nenhum motivo para continuar a viver. Quer dizer, nenhum motivo além dos meus pais, se é que pode considerar-se assim o medo de fazê-los sofrer mais o que eu já fazia. E eu estava com muito medo. Vinha sentindo enjôos muito fortes e recorrentes, além de um mal-estar que não fazia a menor questão de me deixar em paz. Meus pensamentos estavam contaminados pela possibilidade de o tratamento não estar surtindo efeito e o câncer ter tomado conta de meu corpo.

A morte aparecia diante dos meus olhos e eu hesitava frente à hipótese de viver.