I Hate Goodbeys

Sweet Greene

Oi.

Sentimento é algo tão complexo, hora você está perdidamente apaixonada por um certo alguém, hora a esperança se esgota quase por completo e tudo desaba. Sei que faz muito tempo que não escrevo aqui mas, acontece que os tempos são outros agora, não sei onde as pessoas que amo estão e nem se elas estão vivas.

A esperança que foi fluida com o auxilio do meu pai, se foi completamente. Tudo que resta são sobras, sobras de um sentimento profundo que sinto por aquele caipira. Ainda posso parecer frágil mas sei que tenho forças para seguir em frente, não irei desistir e peço que não desista de mim também, me espere aonde estiver, Daryl Dixon.

Pov. Beth Greene

Retiro a faca do coldre enquanto direcionava-a, para os transformados que andejavam na nossa direção. Fico atenta, olhando para todos os lados com cautela, mas a escuridão da noite dificultava este processo.

O primeiro errante surge com uma parte do rosto desfigurada, tomo posição enquanto finco a ponta da faca na sua testa, fazendo-o cair já sem vida. Recuo um pouco procurando mais visibilidade mas sou surpreendida quando outro verme surge por trás agarrando-me e me levando ao chão.

Tento afasta-lo com o braço porém, os outros errantes logo surgem, chuto a barriga do que tentava me abocanhar afastando-o um pouco. Me ergo com dificuldades e me deparo com um caminhante bem na minha frente, e com um movimento assutado, o derrubo-o deixando a faca presa no crânio do mesmo.

Sem tempo para retira-la, corro na direção contrária aos errantes e logo a luz de uma lanterna ilumina o local.

– Finalmente, pensei que não viria me ajudar! - Exclamei enquanto corria na direção da luz.

– Oh, sinto muito senhorita. Tive alguns contratempos por isso o atraso. - A voz masculina me responde, se tratava do Padre Gabriel, um homem que encontrei na estrada à uns dois dias, na verdade ele me salvou de um destino traiçoeiro.

Fui salva por um homem chamado Gareth lá na floresta, ele me falou sobre um local seguro ao qual ele era o líder, um santuário para todos. Meus olhos marejaram-se de esperança, Gareth afirmou que existem muitos trilhos e placas que avisam sobre a existência de Terminus, pensei somente em Daryl, e de que talvez ele iria para lá, ao meu encontro.

Caminhei junto a Gareth em direção à Terminus entretanto, a trajetória foi interrompida com o aparecimento de Gabriel. O Padre surgiu em um carro e atropelou Gareth e me obrigou a adentrar no carro, no momento estranhei tudo aquilo mas logo Gabriel me explica das verdadeiras intensões de Gareth, e que Terminus é na verdade uma armadilha, onde os sobreviventes são torturados e comidos vivos ...

Gabriel é caçado por Gareth a muito tempo, o líder de Terminus sabe da existência dele e que era sempre ele, a atrapalhar os planos de Gareth.

– Pelo visto hoje vai fazer muito frio. - Sussurrei procurando me aquecer. Lembro-me do dia que beijei Daryl pela primeira vez, estava fazendo frio mas os lábios dele encostado aos meus, me aqueceu por completo enquanto me envolvia no calor do Dixon.

– É, tome isto. Irá lhe esquentar. - Gabriel me entrega um cobertor modesto, agradeço enquanto retornava a comer um enlatados. Já estávamos no interior da igreja onde Gabriel se refugiava das caçadas que Gareth fazia a procura do padre.

– Vamos dormir, já que você insistiu tanto ... amanhã invadiremos Terminus e veremos se seu namorado está lá. Você acha que realmente é uma boa ideia? - Proferiu Gabriel receoso.

– Eu já disso isso inúmeras vezes Gabriel, tenho que ver se o Daryl está lá, ele pode estar correndo perigo! Sei que posso ser praticamente inútil lá e poderei ser capturada entretanto, esta será a minha última chance de saber se o Daryl está bem. Se ele não estiver lá ... não importará se eu for pega por Gareth, porque eu sei que Daryl ficará bem, e ainda pensará em mim. Por que eu amo ele Gabriel, e nada poderá apagar isto.

Pov. Daryl Dixon

Vejo Maggie e Glenn se cumprimentarem com beijos e abraços. O que era normal afinal, ambos não se viam desde o ataque do governador à prisão. Melody estava calada, agachada num canto lateral do vagão, talvez esteja assim pelo fato de depositar suas esperanças neste local e descobrir que a realidade é outra.

Acontece que quando perguntei sobre Beth, Gareth disse que era um caso especial e que logo a veria novamente mas pelo visto, estou na estaca zero novamente.

– Seja lá o que eles são ... fazem coisas terríveis. - Enalteceu Glenn, olho para o coreano estranhado a afirmação até que Tara, a mulher que ajudou Glenn a fugir da prisão, completa :

– Escutamos gritos de dor e sofrimento desde que chegamos aqui. Existem outras pessoas presas em mais vagões, e pelo visto não tivemos finais felizes.

– Ah ótimo! Isso só melhora a nossa situação. - Ouço Melody murmurar olho-a bastante sério, a morena logo muda de expressão. Pode aparentar se uma mulher madura mas uma criança vive dentro dela.

– Eles acertaram a Sasha e a arrastaram ... isso é muito estranho! - Esbravejei olhando novamente, pela brecha de um dos vagões.

Não demorou muito e logo alguns passos puderam ser ouvidos do lado de fora do vagão e logo depois, uma voz masculina e grossa se ecoa reclamando seriamente de algo. A porta do vagão onde estávamos é aberta e posteriormente, três pessoas são jogadas para dentro do espaço enquanto a porta retorna a ser fechada.

– Mais que diabos é isso? - Questionou um ruivo ao nos ver.

Passaram-se cerca de duas horas e nós ainda estávamos no interior do vagão e isso me incomodava profundamente afinal, alguém como eu não gosta de ficar preso em um local fechado, além da minha vontade imensa de saber sobre Beth ou o que aconteceu com ela. Eu sei que ela está viva, meu coração palpita cada vez que penso nela!

– Você vai me pagar caro Daryl, não acredito que aceitei vim para cá e ajuda-lo na busca por essa tal de Beth. Esse contanier ta fedendo a ovo podre, só pode ser você! - Murmurou Melody, brincando com a situação. Dou um leve sorriso mas logo o momento é interrompido pela chegada de alguns habitante de Terminus com mascaras protetoras em face, os mesmos jogam uma especie de cilindro sobre o espaço onde rapidamente uma fumaça tranquilizante é utilizada em nós.

Tentei reagir mas o efeito do gás é forte e rapidamente tudo fica escuro. Quando retorno a abrir meus olhos, não estávamos mais no vagão, e sim em um pátio agachados, amarrados e amordaçados. Todos nós estávamos enfileirados, era possível ver nossas armas em uma especie de mesa. Melody estava visivelmente assustada diante daquela situação.

Rapidamente Gareth surge juntamente a dois homens que vestem uma especie de capa que normalmente os açougueiros usariam.

– Olá a todos. Aos novatos, sejam bem-vindos. - Começou a proferir o rapaz com aquele seu olhar cínico de outrora.

– Iremos fazer algo bem normal com vocês, Bom ... pelo menos é normal para nós. - Continuou a proferir Gareth, caminhando por todo o local.

– Você. - Disse sério olhando para mim. : - Quando chegou aqui, perguntou por alguém, Beth correto? Sinto em lhe dizer mas ela está morta e a essa altura, apodrecendo no inferno.

Não me segurei, fui impedido de falar devido a um bano imposto em minha boca mas o meu olhar expressava o que eu sentia naquele momento. Queria mata-lo e ouvir o som dos seus ossos quebrando, um por um! Me remexo tentando sair daquela posição mas sou impedido por um dos homens que acompanham Gareth e acaba chutando minha barriga, logo em seguida vários socos são dirigidos em minha face.

Gareth se agacha bem na minha frente enquanto esboça um sorriso sarcástico.

– Ela era sua namorada? Engraçado, por isso ela recusou quando joguei meus charmes. - Provocou Gareth, não pude dizer nada mas Gareth desafiador, retira o pano que amordaçava minha boca.

–Vamos! Fale algo!

– Seu desgraçado. É você quem irá morrer! - Berrei e Gareth me bate novamente, já sentia o meu sangue escorrendo por minha face mas Gareth coloca o pano entre a minha boca novamente e ordena seus capangas, para que iniciem o ato.

Os homens se posicionam atrás de Glenn e o outro atrás de Melody, amos pareciam apunhalar algum objeto que pudesse trazer danos aos dois e antes que pudessem realizar a ação, Gareth os interrompe enquanto olhava atentamente para Melody.

– Eu me lembro de você. Acho que a senhorita já esteve aqui mas conseguiu fugir estou certo? Seu grupo todo foi aniquilado e você foi a única que conseguiu fugir, mas quem será tão burro ao ponto de retornar para cá sabendo de tudo que fazemos? - Explicou Gareth enquanto Melody se derrama em lágrimas.

Por que ela aceitou vir comigo para cá novamente? Além de me ajudar na busca por Beth, ela sabia que Terminus foi o local onde seus amigos morreram mas mesmo assim, aceitou seguir viagem junto a mim.

– Por isso, os dois te mataram com um único golpe. Espero que você sofra mais e desta vez, não consiga escapar. - Pronunciou Gareth e agora, os dois homens ficam atrás de Melody, olho-a atentamente mas antes que algo de pior pudesse ser feito, um estrondo enorme ecoa-se vindo do exterior do espaço.

– Mas o que está acontecendo ali? - Berrou Gareth assustado, logo inúmeros disparos puderam ser ouvidos, o ruivo que estava ao meu lado aproveitou o momento de distração dando uma rasteira em Gareth fazendo-o cair ao chão, Glenn e eu logo ficamos em alerta, nos levantamos mesmo com dificuldades e corremos na direção dos capangas que apunhalavam um bastão de beisebol.

Jogo um dos homens contra a parede e começo a chuta-lo inúmeras vezes, mas os golpes eram limitados uma vez que eu ainda estava amarrado. De alguma maneira, um homem que estava junto ao ruivo, conseguiu se soltar e acabou saltando Maggie e os demais.

– Vamos Abraham, temos que fugir! - Gritou uma mulher ao ver o ruivo espancando Gareth ainda ao chão. Quando fico enfim solto, corro na direção das nossas armas, entrego uma para Glenn, Maggie e Tara enquanto ergo minha besta e atinjo a testa do outro homem que seguia Gareth.

Rapidamente fugimos do local e nos deparamos com um santuário completamente destruído, tinha fumaça para todos os locais e zumbis andejando livremente no interior de Terminus.

Olho assustado por todos os locais e vejo Rick, juntamente à Michonne e Carl, matarem vários atiradores de Terminus.

– Ei, aquela é a Carol e o Tyresse? - Questionou Glenn, olhando para o outro lado, seguimos o seu olhar e realmente eram os dois. Fiquei feliz por vê-los vivos mas nada se comparou quando finalmente a encontrei, depois do que Gareth havia me dito, perdi as esperanças de encontra-la viva mas esse momento provou o contrário.

Vejo Beth, minha doce Greene caminhar em meio a fumaça juntamente a um homem vestindo uma bata preta. Ela rapidamente nota minha presença e abre aquele seu olhar encantador seguido de um sorriso esbelto.

Fico sem acreditar, andei tanto para acha-la viva. As lágrimas temiam em escorrer pelos meus olhos mas eu as evitem, apenas fico observando-a aproximar-se rapidamente com uma felicidade estampada em face. Seus cabelos dourados voavam com o vento, sua pele clara realçava-se com a claridade.

Eis que a veja em na minha frente, abraço-a fortemente sabendo que realmente se tratava dela, e de que finalmente estávamos juntos novamente. Sinto sua respiração arfante, e sei que ela estava sentindo a mesma coisa que eu naquele momento, permanecemos abraçados por alguns minutos e quando nos separamos, eis que movo minha boca em sua direção.

Nos beijamos. E essa foi a melhor sensação que tive desde o dia da casa funerária, onde o nosso sentimento apenas se concretizou. Paço minha mão por sua nuca enquanto continuávamos a nos beijar mas eis que fazemos uma pausa enquanto sussurrávamos no mesmo instante:

– Eu te amo.