Presa a Você escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 8
Aproveitando o momento


Notas iniciais do capítulo

Capitulo narrado pelo nosso querido Dean, espero que gostem rs



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~~ Dean ~~

Vir para Vegas justo quando vovó precisava de mim fora perfeito. Assim que pousamos às duas da tarde, corri para casa dela. Vovó Ellie era tudo o que me restara, e a apenas um par de semanas descobrimos que seu câncer no pulmão voltou. Eu estava devastado com a certeza de que em breve a perderia também.

Decidimos que ela deveria se mudar para São Francisco, assim eu poderia cuidar dela e a ter por perto tanto quanto me era permitido. Era terrível vê-la parecer bem, quando na verdade não tinha mais do que um ano de vida. Era injusto sentar e assisti-la perecer mais uma vez, porém agora sabendo que cultivar esperanças era algo estúpido. Eu tentava não chorar sempre que olhava seus olhos azuis tão expressivos. Ela era e sempre seria meu porto seguro desde a morte de meus pais a 16 anos.

Passamos a tarde juntos, sorrindo, comendo, jogando, aprendendo a aproveitar o pouco tempo que nos fora dado. Sempre que pensamentos como este plantam sobre mim, lágrimas ameaçavam transbordar de meus olhos, e vovó sendo forte como sempre, me abraçava e dizia que tudo ficaria bem.

Quando relutante a deixei, segui para o hotel onde ficaríamos hospedados pela próxima semana. Eu não estava nem um pouco animado com a ideia de perder tempo em um teatro quando podia estar com Ellie, mas está era a parte necessária de minha viajem.

Depois de pegar uma chave, subi para o quarto que dividiria com Walt e Dilan. Ao me aproximar de nossa porta a ouvi. Era sempre assim, eu a sentia, a via e ouvia onde quer que estivesse. Emma Adams, a garota que machuquei e amei desde que pus meus olhos nela. Suspirando coloquei a chave na porta.

– Walt nos convidou para ir a um cassino com ele e os caras, o que acham? - aquela parecia a voz de Sophie.

– Não acha que já estamos bêbadas o suficiente? - a voz de Emma soava um tanto arrastada e grave.

Emma Adams bêbada? Eu vivi para ver isso novamente?

– Não seja boba Em, estamos em Vegas, o mínimo que podemos fazer é nós divertimos.

– Eu não sei Soph...

– Mecha seu traseiro, temos 20 minutos para estar no saguão.

A ideia de ter Emma bêbada em Vegas me fez enxergar vermelho por alguns segundos, até a porta se abrir, revelando Walt.

– Ei James Dean!! - todos aqui estavam bêbados? O que diabos eles fizeram enquanto eu estive fora?

– Ei Walt, como vai?

– Estamos celebrando, o que acha de se juntar a nós?

Suas palavras soavam um tanto arrastadas, porém seu convite era perfeito, já que indo com eles seria uma forma de manter os olhos em Emma, de me assegurar de que ela voltaria para casa Sã e salva. Ou pelo menos tentaria lidar com a parte do Sã.

– Obrigado Walt, eu adoraria. Só preciso de um banho antes.

– Ok.

Corri para o banheiro e me enfiei na água fria. Em exatos 20 minutos estávamos todos no saguão esperando por Shophie, Emma, Jennna e Amber. Sendo as garotas que eram, chegaram 15 minutos atrasadas, mas qualquer irritação de minha parte se foi quando a vi sair do elevador. Emma usava um vestido azul cobalto, ele era um pouco curto demais, o que me irritou, mas a forma como era solto e a maneira com que o decote tomara que caia moldava seus seios, me fez ficar um pouquinho feliz demais em minha boxer. Bufei quando ela cumprimentou a todos menos a mim como sempre, já estava acostumado, então apenas segui todos para os táxis que tínhamos chamados. Sophie, Emma, Jenna e Amber tomaram um, enquanto eu, Walt, Dilan e Josh ficamos com outro. Tyson e Aby não quiseram vir. Depois de uma passada em um casino e vários drinks, partimos para outro, o que melhorou meu humor, já que um filha da puta insistia em flertar com Emma, que meio tonta não se importava. Aproveitei o momento em que ela foi ao banheiro para aborda-lo, dizendo a ele que ficasse longe da minha garota se não a única coisa que seus lábios iriam beijar esta noite eram os meus punhos. Meio confuso e intimidado, o garoto sumiu no meio da multidão de jogadores. Quando Emma retornou nem mesmo sentiu a falta dele. Virei-me para o bar, ainda rindo quando notei Sophie do outro lado do salão, me fitando intrigada. Será que ela tinha visto?

Uma hora depois estávamos dentro do teatro onde nos apresentaríamos nos próximos dias, graças a Josh e sua habilidade de "abrir" portas. Todos no grupo pareciam estar mais bêbados do que podiam, mesmo assim sua capacidade em se manterem de pé ainda me assustava. Eu apenas permanecia um pouco distante deles, com meus olhos focados nela, minha garota problema. Quando Emma saiu saltitando na direção dos camarins, a segui. Rindo ela entrou em um, onde na porta lia-se: Emma/Emmy.

Por entre a fresta da porta pude vê-la rodopiar pelo quarto com o que parecia um vestido de noiva. Sim! O vestido que ela usaria no final da peça, fazia sentido. Permaneci ali, a observando sorrir como nunca havia visto. Não pude deixar de sorrir também, um sorriso que morreu quando a vi deixar cair seu vestido azul a seus pés e pular para dentro do vestido de noiva. Emma era sem dúvida a mulher mais linda em que tive a dádiva de por os olhos. Ela era pequenina e suave, sua pele era clara como o leite, seu cabelo loiro quase passava da metade de suas costas e seus olhos, seus olhos eram perfeitos como duas lápis-lazúlis. Tentei desviar o olhar de seu pequeno corpo, mas era impossível, mesmo quando ela já estava dentro do vestido e tentava inutilmente fechar seu fecho.

– Vai ficar aí apenas olhando ou vai vir me ajudar Hunt?

Paralisado percebi que Emma reconhecia minha presença.

– Posso estar bêbada mas não sou estúpida, sei o que tem feito a noite toda.

Voltando a mim, entrei e caminhei até ela.

– Não sou a porra de uma boneca de porcelana Dean.

Mordi a língua para não dizer que para mim ela era sim uma espécie de boneca. Tentando não toca-la, comecei a fechar o fecho.

– Diga alguma merda como você sempre diz.

Permaneci quieto, não estava a fim de discutir com ela, não assim. Terminando, virei-me para sair quando senti sua mão em meu braço. Ignorando as faíscas que senti com o contado de nossas peles, a encarei. Emma estava tão perto que era quase impossível não toca-la.

– Vista seu terno.

O que? Terno? Ela parecia se divertir com meu embaraço.

– Seu terno bobinho. Eu tive uma ideia e acho que devíamos tentar.

Puxando-me pela mão, Emma, um tanto cambaleante demais, nos levou ao quarto ao lado onde um terno esperava por mim.

Devo deixar claro que tentei manter suas mãos longe de mim, mas ela tendia a ser um tanto agressiva enquanto me "ajudava" com o terno o que era patético já, que quem evidentemente precisava de ajuda era ela. Em seu desespero Em acabou derrubando meu celular, suspirando abaixei para apanha-lo. Era bom estar vestido novamente. Quando levantei ela fitava algo atrás de mim, virei apenas para deparar-me com a cena mais bizarra e de certa forma correta que já presenciei, nossa imagem refletida em um espelho. Era estranho, mas realmente parecíamos um casal de noivos.

Emma estava espetacular em seu vestido bufante e eu, digamos que estava aceitável comparado a ela. Um desejo egoísta de que aquilo fosse verdade me tomou. O que diabos estava acontecendo comigo? Esta era a pergunta que vivia em minha mente desde o dia em que a conheci.

– Precisamos de uma foto. - dizendo isso ela tomou meu celular. E sorrindo aconchegou-se a mim.

– Você poderia sorrir? Não quero que nossa foto de casamento seja arruinada por essa sua cara de quem comeu algo estragado.

Aproveitando o momento, passei o braço por sua cintura, trazendo-a para mim. Então sorri. Não era nada difícil quando tinha minha pequena junto a mim.

~~

Emma parecia não se importar com a atenção que chamava para si enquanto voltávamos ao cassino. Muitas pessoas paravam e pediam que tirássemos algumas fotos, para o quê exatamente eu não saberia dizer. Devo admitir que me deixei levar pela euforia de Em, e acabei tomando alguns Shots.

Perto das 2 da manhã ela nos revelou sua brilhante ideia. Quando nós aproximamos de uma pequena capela na parte de trás do cassino eu entendi. Emma queria que nos casássemos. Frio instalou-se em mim, eu a amava, mas queria me casar com ela? Acho que estava meio verde, pois a ouvi dizer:

– Você devia ver a sua cara Hunt, até parece que acha que vai casar de verdade.

Rindo ela fugiu para o fim do corredor, me deixando no "altar". Não sabia como me sentir, eu estava aliviado ou desapontado? Eu realmente a queria tanto assim que estaria disposto a me casar com ela?

Nos casamos várias vezes até que um ser vestido de Elvis Presley apareceu, dizendo que podíamos fazer melhor. Eu devia saber, mas depois de todos aqueles Shots eu não percebi. Mesmo quando ele nos deu um papel para assinar. O assinamos felizes e cambaleantes e ainda de quebra Elvis nos deu alianças de latão.

Rindo beijei Emma.

~~

Eu tinha Emma Adams nua a minha frente novamente, e Deus ela estava ainda mais linda. Acho que a ideia de alugar um dos quartos do hotel do cassino fora minha, feliz cambaleei até ela e a trouxe para cama. Eu estava impaciente, têm sido longos anos desde que a tive. A lembrança de como Acordei com Emma em meus braços a quase 3 anos ainda me assombrava. Eu nunca me senti tão feliz como naquele dia, ou tão assustado.

Ellie estava no momento mais crítico de sua luta contra o câncer, e eu estava um caco, tentando sempre ajudá-la. Era muito para mim, de certa forma sempre fora demais, eu sempre tive de lidar com muito mais do que podia. E quando encontrei Emma pensei que talvez eu pudesse encontrar uma razão para voltar a sorrir. Me odeio por tê-la usado da maneira como fiz, mas o que Emma não sabe, o que tentei explicar a ela tantas vezes quando nós reencontramos, é que eu a amei desde o momento em que a vi, e que apenas tive medo, medo de perdê-la para sempre, como venho perdendo todos a quem ouso me permitir amar. Naquele 5 de agosto eu a desejei com todas as minhas fibras, e justamente por isso a deixei ir.

Dormi por uma noite inteira, uma noite sem pesadelos pela segunda vez desde a morte de meus pais. Acordei com um sentimento de satisfação em meu peito, mas o que...

Abri os olhos quando ouvi o choro desesperado dela. Emma Adams estava ao meu lado na cama, tentando cobrir seu pequeno corpo com o lençol branco.

– Emma? – incrédulo sussurrei. – Deus, nós? – levantando perguntei.

Então as imagens vieram, Em tirando o vestido, depois eu a beijando na cama e...

– Eu sinto muito... eu só... – foi então que percebi minha nudez. Correndo pelo quarto tentava encontrar minhas roupas. Quando finalmente vi minha calça, abaixei-me para pega-la e...

– PUTA MERDA.

Aquilo no meu dedo era uma aliança?


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