Presa a Você escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 6
Despedaçada


Notas iniciais do capítulo

Não chorem ok?



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Dean já vestido com seu terno me olhava preocupado.

– Pensei que talvez você precisasse de ajuda com o vestido.

Piscando surpresa, assenti.

– Obrigado, volto em um minuto.

Corri para o banheiro e vesti meu espalhafatoso vestido de casamento. Quando voltei encontrei Dean fitando o chão, seus ombros estavam caídos como se sustentassem muito mais do que eram capazes. Um suspiro lhe escapou e eu subitamente senti vontade de correr para ele e envolve-lo em meus braços, dizendo que tudo ficaria bem. Ignorando meu peito que se estilhaçava sempre que estávamos perto, pigarreei. Ele levantou os olhos e veio até mim, virei-me para lhe dar acesso as minhas costas nua.

Dean correu seus dedos suavemente por minha pele, fazendo com que estremecesse enquanto lembranças inundavam minha mente.

“ – Você é linda Emma, ... tão suave e doce, ... Amo estar dentro de você...”

Suspirei quando ele se afastou.

Virei-me para encarar seus belos e tristes olhos. Dean me deu um de seus sorrisos tortos antes de deixar o cômodo.

O resto de nossos dias se passaram assim, Andrew não tocava no assunto “Dean”, eu não tocava no assunto “Dean” Ele teve de voltar um dia mais cedo para casa, pois tinha um jogo importante hoje, é, eu era noiva de um jogador de futebol; Dean apenas me ajudava com o vestido todos os dias sem nunca dizer nada; e Sophie não fazia perguntas sobre meu mal humor.

Quando nosso último dia em Vegas chegou, eu estava de certa forma aliviada por estar voltando para casa. Hoje também era o dia de comemoração e despedidas, onde teríamos um grande jantar em um dos salões do teatro.

Depois de nossa última apresentação, nos arrumamos para nosso evento intimo. Eu finalmente tinha a chance de usar o vestido azul que meu marido havia me dado.

Eu estava feliz, mesmo que algo prendesse minha atenção. Hoje enquanto Dean me ajudava com o vestido, o ouvi sussurrar: “Sinto muito”. Não sabia por que, apenas aproveitei nosso momento, sem fazer perguntas.

Enquanto girava em frente ao espelho, admirava o caimento do fino pano em meu corpo, o seu tom de azul único e o quanto eu estava bonita quando Sophie entrou, rindo.

– Eu direi a ela..., Sim..., Também amo você.

– James? – perguntei, mesmo que já soubesse a resposta. Somente meu irmão idiota podia a fazer sorrir assim.

– Sim. Ele pediu que eu dissesse que esta muito orgulhoso e quer nossos traseiros em São Francisco o mais rápido possível.

Este era James, um tanto possessivo às vezes, mas um bom cara.

– Pronta para se despedir de Vegas?

– Sim! Estou mais do que pronta. – respondi rindo.

– É bom vê-la sorrindo. – o tom de Sophie me dizia que era hora de mudar de assunto.

– Obrigada, gosto de meu cabelo enrolado, estava pensando em...

– Você o ama não é mesmo?

Parei ao som de sua pergunta.

– Claro que sim, Andrew é maravilhoso...

– Não estava falando dele Emma.

Suspirando voltei a me olhar no espelho, passando mais uma camada de batom, e uma de rímel. Quem eu estava tentando enganar? Dean me tinha desde o momento em que nossos olhos se cruzaram.

– Não acha que talvez ele tenha mudado? Todos merecem uma segunda chance Em. – sua voz continha uma pequena parcela de dor, uma dor que fora imposta por meu irmão, quando ele a traiu dois anos atrás. – Não estou dizendo que perdoar irá fazer com que doa menos ou que a fará esquecer. Só não posso mais assisti-la mentir para si mesma e para aqueles que te amam. Pare de fugir, pare de fingir.

Engolindo as lágrimas, continuei a retocar minha maquiagem que não precisava ser retocada. Soph estava certa, ela sempre estava.

– Até mesmo um cego pode ver o quanto Dean mexe com você. Eu te amo e continuarei a amar, mesmo que decida que estar com o garoto problema irá fazê-la feliz.

“– Deixe-me ajuda-la com isso...

– Me lembro de ter feito amor com você...

“Algo velho e azul para a comemoração”

– Declaro-me seu de hoje em diante e para todo o sempre Em.

– Você é sempre assim tão estupida e imprudente a ponto de irritar um homem que tem o dobro de seu tamanho em um estacionamento deserto?

– Não posso, simplesmente não posso deixa-la ir.”

Como em um filme, um clique se fez presente em minha mente. Eu entendia agora. Era ele, sempre foi ele. Puxando a longa barra de meu vestido, abracei Sophie.

– Obrigado Soph! - então corri para a porta, pronta para encontrar meu marido.

Eu tentava inutilmente encontra-lo pelo grande salão onde o jantar estava acontecendo, comer não era uma opção, não quando eu tinha tanto a dizer.

Em meu desespero trombei em Walt.

– Sinto muito Emma, eu a machuquei?

Sorrindo amplamente respondi que não, em seguida perguntei a ele se ele tinha visto Dean.

– Sim, o vi saindo mais cedo. Ele parecia cansado, acho que voltou para o hotel.

Beijando uma de suas bochechas, agradeci.

Encontrei um taxi e saltitante esperei até estar em frente a nosso hotel. Em minha euforia quase me esqueci de pagar a corrida.

Quando finalmente parei em frente a porta do quarto de Dean, suspirei varias vezes, reunindo coragem para fazer o que tinha de ser feito. Ainda com um sorriso bobo fixado em meu rosto, abri a porta, sem bater ou anunciar minha presença. Talvez eu devesse ter feito exatamente isso, o que me pouparia da visão de Dean em cima de Jenna. Instantaneamente tive meu coração estilhaçado por Dean Hunt novamente. Tentei inutilmente prender um soluço, mas já era tarde demais, eles já tinham me visto. Virando-me, corri até não poder mais. Pensei ter olvido-o me chamar, mas não parei, eu não podia.


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Notas finais do capítulo

Não o odeiem, AINDA!