POV'EDWARD

Acordei com gritos que faziam eco no corredor estreito. Levantei em um pulo. Revirei os olhos quando percebi onde estava. Logo seguranças apareceram correndo no corredor. Igual aos outros doentes corri até o portão para saber o que estava acontecendo. Apenas consegui ver um homem sendo algemado e levado para fora do corredor.

Fiquei um tempo tentando processar o que havia acontecido. Os gritos desesperados do homem não saiam da minha cabeça, e uma dor de cabeça surgiu para melhorar a situação. Suspirei ao ver Mike parado em frente ao portão da minha cela. Indiquei para que o mesmo entrasse.

– Como esta? - Mike perguntou preocupado. Sorri torto. Mike era um homem de mais ou menos cinquenta anos, era o único com quem conversava. O mesmo é um ex presidiário que hoje presta serviços ao hospital. Nos meus três primeiros dias aqui, Mike me orientava, me guiava para não morrer na primeira semana.

– Como posso esta bem aqui? - Mike sorriu. - O que houve? Porque os gritos?

– James, um doente teve mais uma de suas inúmeras crises. Algumas vezes na semana ele acorda gritando, e é levado para uma sala e fica preso lá até que ele se acalme um pouco. Depois volta para cá.

– O que ele fez? - Mike suspirou.

– Matou a mulher e a filha de seis anos. Todas as duas com um tiro na cabeça. - Arregalei os olhos. Como ele poderia fazer isso? Foi então que me toquei de uma vez onde estava, estava em um local com assassinos cruéis que são incapazes de viver livres e proibidos de conviver com outros presos porque corre o risco de morrer ali dentro como consequência do que haviam feito. Meu deus, porque me colocaram aqui?

– Uau. - Suspirei encostando minhas costas na parede e olhando para a parede de cor amarelada e cheia de buracos. Uns grandes, outros pequenos, causados por ex presidiários que se "hospedaram" aqui e tentaram fazer um buraco para fugir para deus sabe onde.

– Campeão você sabe que terá consulta hoje, não sabe? - Revirei os olhos, não preciso de consulta nenhuma.

– Não sou louco, nem assassino. Não preciso me consultar com psiquiatra algum, não tenho nenhum problema.

– Ta no inferno, abraça o capeta meu amigo. - Mike falou obvio. Revirei os olhos mais uma vez. Já não basta ter que viver nesse lugar ainda tenho que semanalmente contar sobre meus problemas pra um psiquiatra que jura que sou problemático? Preferia morrer do que viver isso.

Já eram seis da noite quando dois guardas abriram a cela me algemando logo em seguida.

Os dois seguiram pelo corredor enorme me empurrando para que fosse mais rápido.

Logo estávamos no enorme jardim onde vários doentes ficavam para passa o tempo. Muitos falavam sozinho ou com coisas ao seu redor. Outros apenas observavam com raiva. Seguimos para o segundo prédio. Lá era mais calmo, sem muitos barulhos e não haviam quase nenhum paciente circulando por lá, totalmente diferente do prédio onde estava.

– Cullen! - Olhei para frente vendo Jasper vim em minha direção sorridente. - Deixem rapazes. Eu guio ele a partir daqui. - Os guardas soltaram as algemas me liberando para ir com Jasper.

– Malditas algemas! - Falei sentindo minhas mãos doeram por conta do aperto.

– Você uma hora acostuma. - Jasper sorriu. Apenas suspirei. Preferia não me acostumar com isso. - Onde vou?

– Sala da Doutora Swan. Sua psiquiatra. - Essa palavra me causava arrepios.

– Não preciso de psiquiatra.

– Deixa de ser chato, velho ranzinza. Isso faz parte do tratamento, sendo você louco ou não. - Merda! Odeio esse lugar.

POV'AUTORA

O coração de Bella faltava saltar de seu peito. As horas passaram voando para ela. Agora era ser profissional e dar um jeito nesse psicopata.

Logo bateram na porta do seu escritório. Se o nervosismo antes de baterem já estava grande, com aquela simples batida a mesma se via com as mãos suadas e as pernas tremulas que eram escondidas pela mesa. Bella respirou fundo colocando sua cabeça no lugar, porque diabos ela estava assim? Essa pergunta era a mais perguntada em sua cabeça, mais a mesma não sabia qual resposta dar.

– Olá doutora. - A mesma viu Jasper com o costumeiro sorriso no rosto. Por educação sorriu de volta. - Trouxe seu paciente. - Bella concordou e o mesmo pego no braço de Edward o jogando dentro da sala. - Boa sessão. - Jasper bateu nas costas de Edward, e mandou uma piscadela para Bella, logo em seguida saindo.

Os olhos de Bella grudaram no rosto do rapaz que estava com um misto de assustado e raivoso. Ele era como ela imaginava. Um rapaz alto, e musculoso, não tanto musculoso mais na medida correta para ser um homem extremamente sensual. Parecia tão maduro para sua idade. Seus cabelos cor de ouro quase vermelhos estavam bagunçados como na foto que era vira hoje pela manhã. Seus olhos cor de esmeralda a encaravam com raiva, mais logo criaram um tom dócil mais por poucos minutos, logo depois voltando ao seu olhar sorrateiro. Bella se via completamente perdida com aquele deus, definitivamente deus em sua sala.

A mesma limpou a garganta e gesticulou para que o mesmo sentasse na cadeira de frente para ela. O rapaz demorou alguns segundos mais fez o que ela havia pedido.

– Olá meu nome é Isabella Swan. Mas como vamos nós ver muitas vezes durante o tempo que você irá ficar aqui, pode me chamar de Bella. - O rapaz permaneceu calado a olhando com intensidade. Então Bella constatou que ele era realmente um psicopata pela sua forma esquisita de olha-la. Mais pela primeira vez em anos que exerce essa profissão, tudo que ela desejava era que ele a olhasse daquela forma por muito, muito tempo. Assim ela se sentiria anestesiada com seus olhos e poderia ter a sensação do sentir seu coração bater como o de uma adolescente que acaba de conhecer o homem que sempre imaginou. - Bom como esta? - O rapaz continuava calado a encarando cada vez mais com intensidade. Por um momento Bella se viu assustada. - Pode falar comigo, não vou te julgar, ou te fazer perguntas que sei que você não quer responder, quero apenas conversar.. Como esta? - Bella perguntou mais uma vez sem sucesso. - Como esta? - Insistiu.

– Bem! - O corpo de Bella estremeceu ao ouvir a voz grossa, forte e rouca do rapaz sentado na sua frente com uma ar irônico. Sua voz era tão desafiadora que a deixava com um certo tesão.

– Que bom.. Andei sendo informada um pouco sobre você, Edward Cullen, 19 anos.. Soube que seu pai é um médico renomeado, e que sua família é muito preocupada com você.. E você Estudava? - Edward sorriu achando uma estupidez aquela pergunta.

– Você é tão informada e não sabe dessa coisas. - Edward fez uma careta de desdem para a mesma. Bella viu uma raiva subir sobre seu corpo, quem ele pensa que é? poderia ser mais educado. Pensou a mesma.

– Tem coisas que não sei, poderia me responder?

– Sim estudava. Estava no ultimo ano. - Bella sentiu uma pontada no seu coração. Ultimo ano daquele rapaz que estava prestes a entrar em uma universidade mais teve seu futuro interrompido por erros dele mesmo. Bella pensou.

– E porque não concluiu? - Bella no fundo sabia que aquelas perguntas eram estupidas demais, mais queria formar uma especia de amizade com Edward para assim mais para frente não ter problemas para conversar sobre outros assuntos, os assuntos que o trouxeram até aqui.

– Fui expulso!

– Por causa do que você fez? - Aquela pergunta definitivamente não estava nos planos de Bella. Acabou sendo perguntada pelo calor do momento. A mesma viu o olhar irônico de Edward se transformar em um olhar de raiva.

– Não lhe devo satisfações. E alias a psiquiatra aqui é você, deveria saber o que me trouxe aqui, se informe mais e não me pergunte sobre essas coisas. - Bella sentiu sua raiva aumentar a cada palavra grosseira que ele dizia.

– Estou falando normalmente com você, poderia falar normalmente comigo por favor?

– Não sou obrigado. - A raiva de Bella já havia extrapolado, não sabia porque sentiu tanta raiva mais sabia que se continuasse com aquilo poderia se grosseira e não queria isso.

– Terminamos! - Falou fortemente.

– Graças! - Edward levantou saindo da sala, logo sendo acompanhando pelos seguranças. Depois que o mesmo estava longe Bella jogou seu rosto entre as mão se sentindo mal, sentindo um vazio inexplicável no seu peito ao vê-lo sair com aquela pose de dono do mundo.