Jasper já havia ido a vinte minutos. Estava sem paciência para esperá-lo. Mais o mesmo havia pedido que ficasse aqui para facilitar. Merda. Andava de um lado para o outro tentando tomar meu tempo. Mais não estava funcionando. Meus pensamentos giravam em torno de Edward e da possibilidade dele esta machucado por minha causa. Estava enlouquecendo.

Sentei no sofá encostando minhas costas no mesmo. Meus braços estavam com cheiro de cigarro. Me sentia nojenta por esta cheirando aquele monstro.

Seguidas batidas na porta tiraram minha atenção. Em um pulo corri até a porta a abrindo o mais rápido possível. Vi Victoria parada em frente a porta. Victoria era a enfermeira do hospital. A mesma me olhava baixo me deixando louca.

– O que houve Victoria? - Lagrimas deram o ar da graça mais uma vez. Meu coração apertou esperando o pior.

– Bella.. Ele não esta bem. - Falou baixo. A encarei por alguns segundos até entrar em completo desespero.

– COMO ASSIM ELE NÃO ESTA BEM? VICTORIA ESTA BRINCANDO COMIGO? ELE, O QUE ELE TEM? POR FAVOR ME EXPLICA? - Provavelmente meu rosto estava vermelho e parecia fora de mim. Estava perdida e queria corre a procura de Edward o abraçar e dizer que vai ficar tudo bem. Mais cadê meu Edward?

– Calma Bella, preciso que fique calma.

– COMO VOU FICAR CALMA? ME DIZ O QUE ELE TEM, COMO ELE ESTA. ME DIZ. - Minha voz era alta foi então que percebi que uma plateia estava nos olhando. Médicos avulsos do acontecido nos olhavam atrás de explicações para tamanho desespero. Muitos estavam ali para apenas saber como estava o paciente que fez uma visita a sala do massacre.

– Ele esta machucado Bella. Conseguimos chegar até a sala antes de que um mal maior acontecesse mais ele esta machucado. Você deve saber que a sala do massacre é comandada por seis homens. - Suspirou triste. - Edward apanhou de seis covardes. Ele não esta bem. Mais esta vivo.

– Eu preciso vê-lo. Eu vou vê-lo. Onde ele esta? - Ameacei correr pelo corredor mais fui impedida por Jacob que me segurou com força me proibindo de ir atrás de Edward. - Me solta Jacob.

– Você não pode ir até ele.

– Porque?

– Porque ele esta sendo cuidado e esta desacordado. Não pode vê-lo hoje. - Olhei assustada.

– Desacordado?

– Sim ele estava desmaiado por conta de uma possível pancada na cabeça e ainda foi sedado para que não acordasse durante os exames. Você não pode vê-lo.

– Mais eu preciso vê-lo. - Falei calma.

– Mais hoje não minha querida, amanhã talvez. Mais hoje não. - Olhei para Victoria que concordou com a cabeça. Suspirei limpando as lagrimas grossas que desciam seguidas. - Vem eu te levo pra casa.

– Não, não vou. Vou ficar aqui.

– Lógico que não Bella, você precisa descansar, amanhã você volta. - Jacob agarrou meu braço me arrastando pelo corredor. Não queria ir embora, queria ficar ali até que Edward acordasse e pudesse me ver.

POV'EDWARD

Depois da minha breve discussão com Mason, não lembrava de absolutamente nada. Apenas que fui levado abrigado para dentro de uma sala apertada e quente com vidros quebrados e paredes sujas. Logo seis homens me cercaram e depois disso. Nada!

Luzes brancas refletiam no meu rosto, e uma dor de cabeça infernal tomou conta no mesmo instante em que abri os olhos. Onde estava? Levantei em um pulo temendo que continuasse naquele lugar.

– Shiu, shiu calma rapaz. - Uma mulher ruiva e sorridente se aproximou me fazendo deitar. Foi então que vi o jaleco e a maca. - Você não esta em condições de levantar. Fique quieto assim evita sentir dores.

– Se respiro o corpo inteiro doí. - Falei a olhando. A mesma se aproximou passando a mão em meu peito. Haviam trocando a minha roupa. Não estava usando o uniforme do hospital. - O que aconteceu?

– Quer mesmo saber?

– Tenho estomago. - Sorri, mais logo desfiz o sorriso já que até sorrir fazia tudo doer.

– Apenas uma dica da sua nova amiga. - Falou apontando para si mesma. - Nunca mais desafie aquele homem ouviu?

– Ele mereceu as palavras.

– Por quem fez isso? - A olhei por um momento. Não queria assumir para mim mesmo que por Bella me arriscaria mais mil vezes.

– Por uma amiga.

– Por acaso Isabella Swan? - A encarei sem falar nada. Não estava preparado para assumir que estava me metendo em problemas para protege-la. - Falando nela, ela estava bem atordoada, perguntava de você a todo o momento e chorava muito. Queria até vim te ver e cuidar de você, mais não permiti.

– Porque não?

– Porque eu já estou cuidando de você. - Victoria sorriu. - Vamos trocar esses curativos que já esta na hora.

POV'BELLA

– Posso vê-lo? - Perguntei pela decima vez a supervisora da enfermagem do hospital. A mesma limpou a gargante e concordou.

– Pode mais você tem trinta minutos. Ainda temos exames a fazer no Edward. Então seja breve. - Concordei sorrindo.

– Obrigada. - A mulher gesticulou para que entrasse logo na sala e parasse de falar com ela. Obedeci indo até o quarto 245. Abri a porta devagar o vendo deitado assistindo a um desenho animado. O mesmo encarava a televisão com atenção não prestando atenção em nada ao seu redor. O mesmo parecia calmo e estava fora daquela roupa horrível. Usava uma blusa de mangas longas cinza e uma calça moletom azul escura. Foi então que vi curativos em seu pé e uma tipoia azul escura que levantava seu braço até seu peito. Fechei a porta atrás de mim entrando devagar no quarto. O mesma olhou para o lado deparando com a minha presença. Sorri timidamente e o mesmo deu um aceno com o seu braço aparentemente bom. Aproximei de sua cama ficando ao seu lado. O mesmo desligou a TV e me fitou. Estava desligada, apenas o olhava com atenção. Prestava atenção em cada canto do seu rosto e sentia meu coração se despedaçar a cada machucado espalhado pelo seu rosto. Uns abaixo dos olhos, outros na testa e outros no canto da sua boca.

– Se sente melhor? - Perguntei enfim tendo alguma reação. O mesmo deu um meio sorriso e fez um mais ou menos com a mão. - Fiquei tão preocupada com você. Pensei que não te veria vivo. Porque me mandou embora? Se eu tivesse ficado lá talvez ele pensasse duas vezes, eu poderia gritar e alguém aparecesse e tirasse aquele monstro de perto da gente.

– Ele bateria em nós dois. - Sorri com a sua afirmação. - Dividiria o tempo dele revezando em quem iria bater.

– Sofreríamos juntos.

– Vai por mim, não é tão legal quanto imagina. - Sorri. Parecia tão bem, tão calmo. Seu bom humor e ironia não o deixava nem nesses momentos que era para ele esta reclamando de dor.

– Tirou aquela roupa horrível.

– Pequenos mimos aos doentes. Direitos a roupas diferentes. - O encarei. O visitaram? - Rose veio ontem e trouxe uma mala com roupas caso precisasse. E a médica disse que ficaria por aqui pelo menos por uma semana até a bateria de exames ser completada. Precisavas de roupas. - Falou apontando para si. Concordei com a cabeça.

– E como a sua mãe reagiu?

– "O meu deus ele esta vivo?" "Meu filho esta morto?" "Porque não impediram?" E por aí vai. - O mesmo falou imitando a voz de sua mãe. Gargalhei.

– Mãe, sempre preocupadas. - Concordou. - Também fiquei preocupada com você. Pensei que nunca mais te veria, isso me tirou o sono. Me desculpa por tudo, por ter te envolvido nisso. Me desculpa. - O mesmo deu um meio sorriso.

– Você não me envolveu nisso. Eu me alto envolvi nisso. E não me arrependo de nada que fiz. Faço mais vezes se precisar. - Me olhou serio. Tinha a absoluta certeza de que o olhava com uma completa cara de boba e com os olhos brilhando como adolescente que se encanta por alguém. Edward afastou na cama deixando um espaço ao seu lado. No mesmo instante sentei na cama e deitando ao seu lado ainda olhando para a TV desligada.

– Obrigada!

– Pelo o que?

– Por me salvar, por ser o meu herói. - O mesmo deu uma risada. - Obrigada por ainda esta aqui. - Virei olhando para o seu rosto sério que encarava o teto branco com uma luz branca segante. - O que posso fazer para te recompensar?

– Tomando cuidado. Não quero te ver machucada. Provavelmente não aguento mais uma surra dessa. - Sorri. - Mais posso me arriscar. - Me olhou. Senti um frio na espinha quando seus olhos verdes fitaram os meus. A melhor sensação que já senti.

– Nunca mais esta me ouvindo? Nunca mais faça isso se não eu tenho um ataque e morro e você fica aí. - Sorriu.

– Vamos fazer um trato então.. - O olhei. - Eu me protejo e você se protege e não vai me proibir de te proteger se algum momento precisar. Assim os dois tentam se manter vivos, tudo bem? - Edward esticou a mão para que tocasse e concordasse com o seu "Acordo". Sorri tocando em sua mão. - Agora estamos entendidos. - Suspirei. Encostei minha cabeça em seu ombro também olhando para o teto brando com uma luz pendurada. Uma sensação de paz invadiu meu coração. Estava com ele, ele estava aqui, ele estava bem, estava vivo, estava sendo cuidado, estava comigo. Não poderia pedir mais nada, me sentia feliz só em sentir a sua respiração.