Psychopath escrita por GemmaStew


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura.. Capítulo pequeno certo?



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POV'EDWARD

– Levanta Cullen, você tem consulta. - Um dos gorilas que receberam o nome de seguranças bateram no portão da cela me despertando. Depois de dias havia conseguido dar um cochilo tranquilo, lógico até eles me acordarem. Suspirei levantando.

Vesti um casaco preto pois estava frio, e sai da cela. Como sempre me algemaram, já não me incomodava com as dores que as algemas me causavam, já havia acostumado como Jasper havia dito. Já estava a duas semanas naquele hospital, estava sendo obrigado a acostumar com tudo ali, sabia que essa era apenas as duas primeiras semanas de muitas.

POV'BELLA

Havia tomado dois copos de café, estava elétrica e preparada para mais uma semana com o meu paciente problema. Falando nisso, ele estava dez minutos atrasado.

Suspirei encostando minhas costas na cadeira, onde diabos estava aquele homem? Foi quando a bateram na porta e como um pulo me acomodei na cadeira ficando ereta. Limpei a garganta.

– Entra! - Disse alto, logo a porta se abriu e um segurança extremamente forte sorriu.

– Trouxe seu paciente. - Sorri concordando. O mesmo pegou no braço do Cullen o jogando dentro da sala. O mesmo respirou fundo. Talvez para controlar a raiva que sentia a cada vez que os seguranças o jogavam na sala daquela forma. Em seguida sentando na cadeira de frente a mim, apenas fiquei calada o observando. Sorri para o mesmo que permaneceu a me olhar com a mesma intensidade da ultima vez que nos vimos. Parecia ter esquecido do ocorrido, já que seus olhos não mostravam raiva em relação as minhas perguntas. Foi quando lembrei de tudo que havia lido sobre ele hoje cedo, as reportagens, as coisas que seu pai dizia, o julgamento.

– Sabe, quando eu tinha 13 anos era a esquisita da escola. - O mesmo serrou os olhos tentando entender do que estava falando. - Ninguém queria chegar perto de mim, parecia que tinha uma doença contagiosa que ninguém queria pegar pois ela podia matar quem pelo menos me desse um simples "oi". - Tive a impressão de ver um meio sorriso nos lábios de Cullen, mais não consegui ter certeza já que o mesmo volto a expressão fria e sexy de antes. - Eu, juro, eu morreria para ser como aquelas vadias de bunda grande, seios fartos, cabelos longos e lisos, que todos queriam dormir. - Sorri para mim mesma lembrando. - Mais eu não era, era magra, pálida, me vestia mal, não tinha cabelo impecavelmente liso, ao contrário, eles eram bagunçados como os seus. - Edward me olhava com atenção e naquele momento me senti em paz contando aquilo para ele. - Então comecei a tentar atingi-las com o meu futuro. Comecei a dizer que seria uma grande Psicologa e que ajudaria a todos com os seus problemas, e os faria se sentirem melhores e aceitar a si mesmo. Mais ao contrário do que imaginei, fui mais humilhada do que antes. Passaram a todos os dias escreverem "Lesada" em um papel e colarem na porta do meu armário. Todos os meus amigos que como eu dariam tudo para serem daquele grupo se afastaram de mim porque segundo ele eu "Destruía suas chances de serem populares." Me via sozinha até que enfim o ano letivo terminou e entrei uma uma universidade, foi a melhor coisa da minha vida. Hoje sou isso que você pode ver. Trabalho com o que amo e faço com prazer tudo isso. O porque de falar tudo isso para você? Bom.. Também tive problemas, e tenho. Nem todos nós somos aceitos, sempre seremos julgados, atormentados até pirarmos. Mas eu acredito que existem pessoas dispostas a ajudar, dispostas a ouvir sem julgar, e eu sou uma delas, porque aprendi com a vida que se você não gostaria de ser julgada, é simples, não julgue os outros. - Pela primeira vez Edward deu um sorrisinho. Infelizmente não pude ver seu sorriso com clareza, já que o mesmo abaixou a cabeça no momento em que sorriu. Daria qualquer coisa para ver aquele sorriso, que era guardado em sete chaves. O silêncio reino como de costume naquele cômodo. Edward ao invés de conversar como esperava, o mesmo silenciou, não fez questão de dizer nada.

Já estava ficando louca. Queria ouvir sua voz, mesmo que sem vontade, queria ouvi-lo. Minhas pernas balançavam descontrolavelmente em baixo da mesa. Porque ele tinha que ser tão complicado, porque não facilitava as coisas para nós dois?

– Nada a falar? - Disse carinhosa, quem sabe com carinho ele confiasse um pouco mais. - Pode falar, quero conhecer você, quero ser sua amiga. - Edward gargalhou me assustando. Serrei os olhos. - Porque a gargalhada? - Edward negou com a cabeça, ainda com um meio sorriso no rosto. Procurei não ligar para a sua gargalhada. - Bom você não chegou a conhecer a sala do "massacre" né? - Procurei um assunto avulso para conversarmos.

– Não tive o prazer. - Falou irônico. Suspirei, porque ele tinha que ser assim? tão frio?

– E nem queira, é um lugar horrível..

– Em que sentido? - Perguntou curioso, percebi sua curiosidade em seu olhar.

– Se você for você volta com vários, vários hematomas, dores em todas as partes do corpo.

– Só isso?

– Só? Lembro-me de um caso que um dos pacientes desafiou um dos que comandam a sala do "massacre" e eles o levaram para lá, deram uma bela de uma surra no mesmo que tiveram que levá-lo daqui para um hospital as pressas, e o paciente ficou por meses em coma por conta das pancadas recebidas na cabeça com uma barra de ferro. É o que eu sei. - Edward fez uma careta analisando o que havia dito. - Por favor tome cuidado, não quero vê-lo machucado ou morto. - Edward serrou os olhos me deixando envergonhada.

– Porque a preocupação? - Suspirei pensando no que dizer.

– Bom, me preocupo com os meus pacientes, e quero que você esteja bem e vivo para o dia em que sair daqui. - Edward me olhou sério por alguns segundos mas em seguida deu um sorrisinho lindo. Foi inevitável não sorrir junto com ele.

– O que te faz pensar que irei sair daqui? - Edward encostou seus cotovelos na mesa colocando seu queixo em cima das suas mãos em punho fechados. Senti meu corpo ferver com aproximação repentina.

– Bom, você não vai ficar para sempre aqui.

– Mas também posso não sair, já leu coisas sobre o que fiz? - Concordei com a cabeça. - Não mereço sair. - Fiquei em silêncio por um momento. Do que ele estava falando? Ele era culpado? Ou ele apenas estava usando isso para me assustar? Prefiro ficar com a segundo hipótese.

– Posso ser sincera? - Edward concordou. - Não acho que fez tudo aquilo, quer dizer não acham que você fez tudo aquilo. - Tentei mudar a minha frase. Ele não poderia saber que acreditava na inocência dele. O mesmo me olhou confuso. - Se acostumou com seus dias aqui? - Tentei mudar de assunto. Edward apenas sorriu, mas permaneceu calado. Suspirei. Percebi que o mesmo só conversava assuntos que lhe agradavam, nunca criaríamos uma amizade desta forma. Estava sem paciência com essa birra dele.

– Quer saber de uma coisa? - Disse brava e o mesmo continuou me olhando. - Você é chato, você é irritante, você é complicado, você não facilita nossa convivência. Poderia conversar comigo, eu não mordo. - Falei quase que gritando, estava jogando em sua cara todas as palavras que estavam guardadas. - Eu quero apenas conversar, criar uma amizade com você para facilitar meu trabalho aqui mais você é a pessoa mais difícil que já conheci. Age como uma criança fazendo birra, e só fazendo o que lhe der na telha. Você já esta aqui, porque evitar o tratamento? Se esta no inferno querido, abrace, beije, agarre o capeta. - Falei séria. O mesmo sorriu da minha atitude e das minhas palavras que confesso que foram bem exageradas. Edward ficou uns segundos rindo do que havia dito mais logo se recompôs.

– Como você quiser. - Essas foram as suas únicas palavras, suspirei sentando na cadeira e o olhando com raiva. Foi precisa fazer esse show para que ele deixasse de infantilidade? Idiota!

Desliguei dos meus pensamentos ao ouvir o telefone tocar. Fiz um sinal de um minuto e o mesmo permaneceu calado a me olhar.

– Sim?

– Doutora Bella, seu outro paciente já esta a caminho. - Olhei para o mesmo que mexia no meu porta lápis ele brincava com os mesmos distraído, como se fosse uma criança descobrindo coisas novas para mexer.

– Tudo bem Anny, mande entrar quando chegar. - Suspirei desligando o telefone. Não queria acabar nossa consulta, não agora.

– Terminamos? - Ele perguntou se desligando dos lápis. Concordei sem vontade. - Até mais doutora. - Edward deu um meio sorriso saindo da sala acompanhando pelos seguranças. Senti meu coração apertar. Isso era uma aproximação?


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