P.O.V. Narrador

Era o primeiro dia do verão, dezenas de semideuses estavam chegando ao Acampamento Meio-Sangue. Era possível ouvir um grande falatório, aquela grande massa de meios-irmãos estava colocando o papo em dia, falando da escola, de suas famílias mortais, enfim, de praticamente tudo.

Os sátiros trotavam animadamente por todos os cantos do acampamento, filhas de Afrotide davam gritinhos ao cair nas clássicas pegadinhas dos filhos de Hermes, náiades e dríades penteavam seus cabelos em seus respectivos habitats. Um início de verão tipicamente normal.

– DIGGORY! – uma voz feminina se sobressaiu sobre todas as outras. – DÊ OUTRO RASANTE COM ESSE PÉGASO PERTO DE MIM E VOCÊ VAI VER SÓ!

O menino montado no pégaso apenas ria vendo a garota tentando abaixar o cabelo que o vento que ele tinha provocado havia levantado.

Quíron, o centauro que administrava o lugar, apenas olhava satisfeito para o grande número de campistas que estavam presentes ali. Era simplesmente gratificante ver a quantidade de semideuses vivos que estavam ali. Por causa de todos aqueles ataques de monstros que os jovens tanto recebiam acabavam por matar vários todos os anos, então ter o acampamento tão cheio transmitia certa paz de espírito para o velho centauro.

Ao cair da noite, todos se juntaram no anfiteatro. A fogueira estava alta e com cores bem vibrantes, mostrando a animação e felicidade do acampamento. Os filhos de Apolo rapidamente roubaram a cena com sua habitual cantoria animada. Os outros campistas apenas acompanhavam e davam gritos de animação enquanto comiam suas refeições mágicas.

Ao fim da refeição, os campistas fizeram suas oferendas aos deuses e voltaram as suas mesas, afinal era o primeiro dia de verão e nenhum deles estava com sono.

É nesse momento que o oráculo aparece, parecia estar se movimentando no automático e as pupilas de seus olhos haviam desaparecido. Era uma garota muito bonita, tinha cabelos loiros e uma altura mediana, mas sempre que estava a ponto de recitar ma profecia, ficava um tanto assustadora e fantasmagórica. Ela ficou parada por alguns segundos e logo após uma voz que não parecia ser a dela começou a sair de sua boca.

“Quatorze semideuses, em uma jornada suicida partirão.

Sete deles no Tártaro acabarão.

Os outros sete, por aí devem procurar.

Para, quem sabe talvez, um deus encontrar.

Os que restarem, para o destino final devem ir.

Para evitar que o mundo possa vir a ruir.”

Logo ao acabar, o oráculo desmaiou bem ali. Quíron a pegou nos braços enquanto instruía os campistas a irem para seus chalés. Enquanto isso a fogueira diminuía e se tornava azulada.