The Story of a Daughter of Hades – The Beginning escrita por Winter Queen


Capítulo 3
The Daughter Of Zeus


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o segundo capítulo do dia :)

Música do capítulo: Let It Go - The Neighbourhood
https://www.youtube.com/watch?v=l91u752OCPo



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Não tive pesadelos, nem qualquer espécie de sonho essa noite.

Isso é a primeira coisa que penso assim que abro os olhos, já que faz muito tempo que algo maravilhoso assim não acontece comigo. Sinto-me com sorte hoje, portanto não estou de mau humor. E talvez não seja apenas por isso, talvez esteja de bom humor por um pensamento que tive ontem: talvez Tyler goste de mim. Sorrio, é um sorriso pequeno, mas ainda é um sorriso.

Levanto-me da cama, vou até o meu baú, pego as roupas que vou usar e vou para o banheiro. Meus irmãos ainda dormem, mas sei que a qualquer momento eles vão acordar, porque também sei que hoje eu acordei mais tarde.

Tomo um banho quente e demorado, quando termino visto um short preto, um top cropped cinza soltinho (que cobre meu curativo), um sneaker preto e coloco meus dois colares. Vou até a pia e escovo os dentes, depois olho meu reflexo no espelho e resolvo: vou fazer uma maquiagem. Passo um batom vermelho sangue (meu favorito, nem preciso dizer que é por que Jake me achava linda com ele, preciso?), depois nos olhos delineador e rímel. Passo os dedos pelos cabelos, eles chegam a minha cintura, faço um rabo de cavalo alto com eles.

Ouço barulho do lado de fora do banheiro, e saio. Três pares de olhos me encaram.

— Uau! Arya Blackwell, ainda está no chalé! – Haylley diz com um sorriso – O que fez você perder o nascer do sol?

— A hora, dormi demais hoje – sorrio – e também não podia perder a chance de perguntar pra você como foi ontem... com o...

Ela corre até mim e tampa minha boca com a mão.

— Com quem? – pergunta Dylan.

— O que quer dizer Arya? – Nico está com as sobrancelhas erguidas.

— Nada – Haylley diz vermelha – Arya quando chegamos ontem você já estava dormindo, tava cansada?

— Um pouco – olho para Haylley depois para os meninos – assunto de garotas – assim que digo isso eles começam a se arrumar para o café da manhã, Dylan entra no banho e Nico vai fazer sei lá o que.

— Como foi? – pergunto antes que ela se concentre totalmente em mim, no momento em que a concha soa anunciando o café da manhã.

— Foi legal, agente conversou... e só – nem precisei dizer sobre o que falava. Ela entendeu.

— Uhum, sei. Só isso? Mais nada? Olha que eu descubro, hein? – apenas sorrio.

— Vou me arrumar – diz e se vira pra sua cama.

— Ok, vou tomar café e depois treinar.

Sigo até minha cômoda e pego dessa vez apenas minhas adagas, colocando-as no meu cinto.

Saio do chalé, seguindo em direção ao refeitório. Estou me sentindo bem demais e isso está ficando estranho, muito estranho. Antes de chegar ao refeitório, paro no lugar onde estou ao ver uma cena desagradável. Tyler está lá, na frente do refeitório, se agarrando com uma loira, que não me é estranha... Ah sim! A cobra da conselheira do chalé de Afrodite: Emma Loveland.

Essa cena me estilhaça estilhaça o bom humor que eu tinha até agora pouco. Fico tão irritada que considero não tomar café da manhã, mas fazer isso demonstraria que me importo, e eu não me importo... Certo?

Sigo para o refeitório, passando por eles e me sentando sozinha na mesa de Hades, por algum motivo perdi a fome, mas me forço a comer algo. Pego algumas frutas. Tomo o café da manhã o mais rápido que posso e vou para a parede de escalada. Quando chego, não há ninguém tentando escalar ainda.

Começo a escalada, no começo é fácil, mas começa a ficar difícil a ponto de eu precisar usar minhas adagas para me fixar nos lugares. Já estou escalando há um bom tempo e estou indo bem até que minha adaga se solta da parede e eu fico pendurada, segura apenas pelo cabo de uma adaga. Ouço um barulho, olho pra baixo (eu realmente não deveria fazer isso) e vejo uma espada cravada a alguns poucos centímetros abaixo dos meus pés. Um plano se forma na minha cabeça. Coloco a adaga solta no cinto com muito cuidado para não cair, depois apoio a ponta dos pés na lâmina da espada, ela não vai aguentar muito e então, puxo de uma vez a adaga que me mantinha pendurada, e tento manter o equilíbrio sobre a lâmina. Isso não dá certo, pois a maldita parede resolve tremer nesse momento. E então eu caio, pelo menos eu caio na grama. Vejo alguém fazendo sombra sobre mim, está estendendo a mão para mim, e eu a aceito. A pessoa me levanta e consigo ver quem é.

— Obrigada pela ajuda – dou um pequeno sorriso.

— Sem problemas, gosto de ajudar garotas bonitas e indefesas – Derek sorri para mim.

— Não sou indefesa, mas fico com o bonita.

Ele ri alto com isso.

— O que acha de treinar arco e flecha depois do almoço?

Ele se aproxima de mim e percebo quão baixinha fico perto dele quando estou com um salto mais baixo, percebo outra coisa também: gosto de estar perto dele. É como se eu estivesse perto do Jake.

— Talvez você possa me mostrar o quanto melhorou...

Sorrio. Meu sorriso fica maior ao ver Tyler, ali perto, com os braços cruzados nos observando, e provavelmente ouvindo também. Será que ele está com ciúme?

— Eu adoraria, mas o que vamos fazer até lá?

— Deuses Arya! – ele balança a cabeça – Você perde a noção do tempo quando está treinando, né?

— Acho que sim – digo com a cabeça inclinada, ele ri.

— Já é quase hora do almoço, faltam uns 10 minutos.

— Ah entendi, por que não me acompanha até o refeitório?

Dou um passo pra frente, olhando dentro de seus olhos, e tropeço caindo para frente, ele me segura (se olhasse para o chão isso não aconteceria!). Sinto meu rosto esquentar. Ele dá um sorrisinho.

— Vamos.

Caminhamos lentamente para o refeitório, conversando sobre coisas bobas, a concha soa, mas continuamos indo lentamente para lá. Ao chegarmos, ele simplesmente se vira para mim e beija minha bochecha, sorri e vai para sua mesa, sorrio de volta e vou para a minha mesa. Quando chego lá meus meios irmãos me enchem com a mesma conversinha de sempre. Até o Nico, que está sempre quieto, está zoando com a minha cara. Eu não sei se eu mereço isso. Eu não mereço isso.

Almoço o mais rápido que posso. Não estou muito a fim de ficar fingindo que estou escutando essas brincadeirinhas. Isso mesmo: fingindo. Porque sinceramente estou ocupada demais pensando, tentando ficar menos confusa, para achar tempo para ouvi-los.

— Vou treinar, vejo vocês mais tarde.

Levanto-me e vou até meu chalé pegar meu arco e as flechas.

Depois de fazer isso, vou para a arena e fico por lá treinando acertar alguns bonecos de treinamento, até que ouço alguém atrás de mim.

— Você realmente melhorou.

Olho para Derek e ele sorri.

— Pensei que não encontraria você para treinar... Vi você saindo do refeitório...

— Pensei em vir mais cedo.

— Agora que eu estou aqui, posso ver você acertando o alvo?

— Já disse que quando você me ajudava eu já acertava o alvo, só não o centro.

— Uhum, que eu saiba os alvos não eram os alunos... – ele ri alto,enquanto eu reviro os olhos.

— Às vezes, pra mim, eles eram sim os alvos...

Ele balança a cabeça rindo e vem até mim.

Juntos nó vamos até os alvos. Eu me preparo e atiro, mas de algum modo não acerto. Tento de novo. Erro novamente. Mais uma vez, e eu falho.

— Isso é culpa sua! Sempre treinei sozinha e isso não acontecia – digo me virando.

Encaro Derek, mas ele dá um sorrisinho estranho muito bonito.

— Acho que você está nervosa porque tem alguém assistindo – ele se aproxima – Eu posso ajudar se quiser.

Abro a boca para dizer algo e vejo um movimento com o canto dos olhos, dou uma olhada rápida: Tyler. Ele está me seguindo ou o quê? Não importa para onde eu olhe esse garoto está lá! Paranoico.

— Eu... Claro! Obrigada.

Viro-me para o alvo, ele me abraça por trás, posicionando a flecha e deixando sua mão esquerda sobre a minha, ele ajeita o arco na minha mão e deixa a mão direita dele também sobre a minha. Ele me ajuda a mirar a flecha. Por algum motivo acho que dessa vez ela acertará o centro do alvo.

— Pode soltar – ele sussurra.

Percebo que ele está bem próximo do meu ouvido, solto a flecha. Ele se afasta, e observamos a flecha atingir o centro do alvo. Eu a encaro por alguns segundos e então me viro para Derek dando um abraço nele, que parece surpreso, mas retribui. Em pouco tempo percebo o que fiz e me afasto me afasto me afasto.

Sinto meu rosto esquentar, olho para o chão.

— Desculpe – murmuro.

­– Sem problema – ele sorri.

Levanto os olhos a tempo de ver alguém sair irritado, a tempo de ver Tyler sair irritado da arena.

Depois de passar um bom tempo treinando e rindo, na verdade quase a tarde inteira, Derek decide terminar o treino por hoje, segundo ele treinamos o suficiente. E eu apenas reviro os olhos com a sua declaração.

— Você vem? – ele me pergunta, se virando para mim, ao caminhar em direção ao seu chalé para descansar nas poucas horas que teríamos antes do jantar.

— Não – olho para ele abaixando o arco – vou treinar mais um pouco.

Ele sorri e balança a cabeça.

— Você exige demais de si mesma, devia usar algum tempo para descansar.

Eu apenas rio.

— Se eu não exigir tanto de mim, quem vai? E depois eu já uso quase nove horas para dormir e descansar, pra que mais?

Agora é ele quem ri.

— Você é impossível! Te vejo mais tarde – ele pisca e sai da arena.

Volto-me para o alvo e continuo treinando, não treino muito, uns dez minutos depois de Derek sair, vejo uma garotinha loira correr pra dentro da arena. Baixo o arco, e o guardo junto com a flecha que ia utilizar. Vou até a garotinha, ela está chorando. Ajoelho-me a sua frente.

— Oi – digo e ela me encara com seus grandes olhos azuis – Quem é você gatinha? – pergunto doce (uau isso é novidade!).

­– Amber Collins— ela pisca e sorri – tenho seis anos.

— Eu sou Arya – sorrio – porque está chorando?

— Meu irmão gritou comigo – ela piscou os olhos chorosos – e eu só queria brincar um pouquinho! – Franzo as sobrancelhas.

— Seu irmão? Quem é seu irmão?

— Tyler – ela me olha desconfiada – Você conhece ele?

— Infelizmente sim – sorrio pra ela e ela dá um sorriso enorme – É um chato, né?

Ela ri.

— É – responde depois de olhar ao redor ela olha ao redor – brinca comigo? Só um pouquinho...

Suspiro, vejo um movimento com o canto dos olhos e olho nessa direção. Uma mulher com longos cabelos negros e usando um longo vestido vinho sorri para mim. Mãe. Ela nunca havia aparecido com o sol ainda no céu. Ela diz silenciosamente, apenas movendo os lábios: “Brinque com ela, estou tentando cumprir minha promessa, minha pequena, é o melhor que pude fazer.” Ela sorri e desbota como uma imagem antiga, até não estar mais lá.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Comentem pra eu poder saber o que acham da fic!!
bjinhos de pudim :)



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