A Faísca: 70° Jogos Vorazes - Interativa escrita por Tiago Pereira


Capítulo 24
Capítulo 24 - Clevence Boyer


Notas iniciais do capítulo

Capítulo do tributo masculino do 3. Por falta de decisão e bastantes envios, vocês poderão patrocinar DOIS tributos agora, ok? Mandem por MENSAGEM PRIVADA os tributos e leiam as notas finais.



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Sou acordado por Fanhist logo cedo. Sem objeções, mas com um pouco de relutância, levanto-me da cama sedosa e macia e dirijo-me para o banheiro.

Lá, ainda fora de sã consciência, aperto vários botões do painel, e em poucos segundos, o vapor d'água sobe e sopra seu calor contra meu corpo, enquanto despia o pijama vermelho.

Neste momento eu não sei exatamente o que é, mas os jatos de água morna e quente que se alternam e estouram no meu corpo são como dedos aveludados que massageiam meus ombros, tirando todo peso deles. Logo, um aroma de vinho enche a banheira, hidratando mais minha pele.

Esfrego meu corpo com uma loção que deixa a pele límpida. E assim se sucede por mais uns vinte minutos, lavando o cabelos, recebendo jatos d'água e diversas loções em meu corpo, tudo para que fique confortável e relaxante.

Quando finalizo a sessão de hidromassagem, vejo uma roupa que será meu uniforme. Calça preta justa e camisa branca com o número três bordado nas mangas. A botas são algo inimaginavelmente macios. O desenho foi bem estruturado, montado com materiais certos e projetado de forma genial.

Alguém bate na porta e eu permito entrada. É Beetee.

– Como vocês aceitaram treino individual, vim aqui par falar com você. Ela já está a par de tudo - ele diz.

– Falar do que?

– Das avaliações. Soube que você foi muito invejado na parte da tecnologia, montando armadilhas que eletrocutavam insetos.

– É, até que fui bem.

– Você foi ótimo! Pense nos recursos que a arena pode proporcionar a você. Lá na Cornucópia terão objetos importantes para armadilhas desse nível.

É, nem me diga sobre a arena. Nada de chaparrais, fogo ou qualquer coisa que lembre o meu tio. Mesmo que não tenha conhecido-o, sei que era um bom homem disposto a ter uma boa vida... se não fossem os Jogos.

– Uma dica, sempre encontre água, é um mau condutor, e isso pode levar a morte vários tributos que entrem em contato com ela.

Tenho certeza de que este conselho é graças à sua engenhosidade na edição em que ele ganhou, eletrocutando seis tributos de uma vez na água, muito inteligente de sua parte.

– Como você? - comento.

– Em partes sim - ele diz. - E é bom em outras armas?

– Arco e flecha. Pratico desde cedo, mas tenho concorrência com Carreiristas.

– Uh, não é nada bom. Poderia usar facas, algo do tipo.

– É, talvez - digo, com um pouco de empolgação. Eu treinava com adagas lá em casa.

– E para finalizar, tem aliados?

– Não, prefiro manter o sofrimento sozinho...

– Entendo. Hoje eu libero você a usar armas, você tem boas chances - ele diz, me observando por cima da armação do óculos. Logo em seguida, se retira.

Fico sentado na cama, tentando digerir cada palavra, após degustá-las sem tanto paladar. O meu mundo gira por instantes, e eu prefiro me alimentar, para tentar esquecer tudo isso.

Na sala de jantar, Fanhist, Beetee e Crystal tomam um café. Uma avox me serve um prato com pedaço de bolo de frutas com calda de banana, suflês de chocolate ao leite, uma sopa rosa com pontinhos vermelhos de framboesa e iguarias.

Delicio-me com essas guloseimas, mantendo o silêncio na mesa, já que o clima está bem pesado. E é melhor assim, já aceitamos que somos inimigos, e que não precisamos esconder isso.

Depois da primeira refeição, Fanhist desce o elevador claustrofóbico para o subsolo, onde é o Centro de Treinamento. Crystal veste uma calça justa branca com uma camisa lilás, nenhum de nós falamos nada, e logo nos desunimos quando chegamos no subsolo.

O amplo ginásio já está praticamente cheio. Faltam alguns tributos, o que não interfere em nada. A primeira coisa que faço é se dirigir à estação de arcos e flechas vazia. Silhuetas humanas em vermelho e branco tem alvos no centro e na parte superior.

Apanho um arco feito de metal, pesado para minha mão e não se acopla direito. Os outros são demasiados grandes para mim. Não estou acostumado com este tipo de arco, mas preciso aprender.

Joguei a aljava correspondente por cima do ombro, ajeitando uma flecha na corda, testando sua maleabilidade. Não posso afirmar que é perfeita, mas posso concluir que é a melhor que já vi.

Acerto o primeiro alvo. Isso já faz um ou dois tributos passarem por mim e me observarem, mesmo que de soslaio. Erro três vezes, devido ao peso, e isso já faz eles se afastarem. Só a garota do 1 que se aproxima, e eu deixo o arco ali mesmo, temendo ser sua primeira vítima.

Sigo para a estação de facas, onde a menina do 2, os tributos do 5, 7 e 9 estão na fila. Deixo-os lá e vou para a área de armadilhas. Apenas o garoto do 5 está lá, montando uma engenhosidade perfeita para capturar alguns animais miúdos.

Na estação de plantas, concluo os deveres rapidamente, puxando assunto com o instrutor, que fica feliz em saber meu vasto conhecimento de plantas. Livros, livros e mais livros sobre as folhas fazem com que seja uma arma letal.

Hoje o dia foi pouco movimentado, e percebo que o cara do 5 começou a me seguir.

– Oi. - Ele diz.

– Olá... - respondo.

– Você é bom em armadilhas, como eu - ele comenta.

– É...

– Poderíamos ser aliados.

Poderíamos, penso. Aliados não são meus objetivos nos Jogos. O fato de ter poucos dias de vida já é bastante dor de cabeça, pode ter certeza que morrer pelas mãos de um "aliado" não é nada legal. Prefiro agonizar a dor só.

– Eh... sabe como é, já tenho minha aliança.

– Ah é, quem?

– É uma surpresinha - delineio um sorriso malicioso, piscando para ele. Por sorte a mentira deu certo e o almoço chegou.

Sentei-me sozinho, deliciando-me dos rabanetes. São comidas extremamente saudáveis, nada comparadas ao chucrute das escolas lá no Distrito 3. Isso é o luxo da Capital, luxo que só dão aos moradores e aos tributos.

Pego um aspargo com as mãos. Observo ao meu redor, há pessoas sozinhas, grandes alianças, tributos, como os do 12 que se divertem e são amigos. E eu, segurando este vegetal, agoniando o que serão meus últimos dias de vida, as últimas refeições.


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Notas finais do capítulo

Mandem esta ficha por MENSAGEM PRIVADA.
O queseu tributo vai apresentar aos patrocinadores e Idealizador? Como ele vai agir?
O que seu tributo vai usar na entrevista e como vai agir.

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