A terceira eterna vida de Bree Tanner. escrita por Cactus Saint


Capítulo 7
Vulcanos


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey. Eu voltei!!!
Como vocês estão? Bom, eu estou bem.
Eu quero pedir desculpas por ter ficado sem postar por tanto tempo, mas eu fiquei sem ideia do que escrever por todo esse tempo. Eu sentava em frente ao computador e não surgia nada.
Se a imagem não abrir, aqui está o link:
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Vocês já entraram no Tumblr da fic? Se não deem uma conferida. Ele é novinho, mas eu estou postando fichas dos personagens que vão aparecendo.
http://aterceiraeternavidadebreetanner.tumblr.com/



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6. VULCANOS

Ter Amy em casa foi bastante divertido, e logo ela já tinha conseguido me fazer esquecer toda a confusão na escola com suas maluquices e opções bizarras para comida. Como por exemplo quando fomos lanchar, que ela comeu sorvete de creme com babata frita e chá gelado.

Depois de comermos, nós fomos para meu quarto fazer nossas atividades escolares. Quer dizer, eu fiz as atividades, Amy ficou deitada na minha cama brincando com um coelhinho feioso que ela pendurava no chaveiro de casa dela.

Nós ficamos conversando sobre alguns acontecimentos do dia e ela me lembrou dos Cullen. E isso me lembrou do garoto extremamente lindo da aula de Biologia.

–– Amy... –– comecei incerta se devia contar a ela.

–– Sim?

–– Humm... Você... Você viu...

Ela olhou para mim.

–– Quê?

–– Viu um garoto que saiu do prédio 2 no final da última aula?

Ela franziu as sobrancelhas para mim.

–– Bem, eu vi muitos garotos saindo do prédio 2 depois da última aula... –– murmurou. –– Dá pra ser mais específica?

–– Ele era alto.

Amy revirou os olhos.

–– Ele tinha cabelo escuro e olhos como os de Edward. Aliás, ele é irmão de Edward.

–– Irmão? Como ele se chama?

–– Diego Cullen –– por algum motivo, eu tive que me segurar para não soltar um suspiro.

–– Alto, cabelo escuro e olhos âmbar? –– repetiu.

Assenti.

–– Acho que tive alguma aula com esse cara aí.

–– Sério? –– exclamei, mas não era uma surpresa tão grande para uma escola tão pequena.

–– Sim. Mas por que está perguntando isso?

–– Por nada! –– falei rápido demais. Senti minhas bochechas queimarem.

Amy estreitou os olhos para mim, desconfiada.

–– Sei.

Virei o rosto para que ela não visse como eu estava corada.

–– Bree...

–– Eu.

–– O que tem o tal garoto?

–– Nada.

–– Sua Tanner maldita, diga logo!

Amy pulou em cima de mim, sentou em minha barriga. Tentei me livrar dela, mas a danada me segurou pelos pulsos e os segurou acima da minha cabeça.

–– Fale agora ou eu te bato! –– ameaçou.

–– Não tem nada para falar –– rosnei para ela

–– Ele era realmente bonito? –– ela me perguntou num rosnado totalmente estranho.

Gargalhei, e ela me olhou com raiva.

–– Des-sista, Amy. Você não sabe rosnar –– debochei, a voz quebrando entre as gargalhadas.

Ela bufou, saindo de cima de mim.

–– Então tá, não conte nada para a sua melhor amiga.

Antes que eu pudesse responder, Kevin entrou no meu quarto com um sorriso malicioso do tamanho do mundo.

–– Você não sabe bater?

Ele me ignorou.

–– Preciso falar com você –– ele olhou diretamente para Amy, deixando bem claro que eu não estava incluída naquela conversa. Coloquei-me de pé e saí o mais discretamente do quarto – o que não foi lá muita coisa, porque eu não sei ser muito discreta.

Fechei a porta quando saí e caminhei pelo corredor em direção às escadas.

Quando cheguei ao primeiro piso abri a porta de entrada e fui para a varanda, sendo atingida pela luz laranja acolhedora.

Pensei em sentar em um dos balanços da varanda, mas aquela luz era tão bondosa que percebi não ser o suficiente.

Andei até o vasto gramado e deitei no chão, sem me importar com a umidade ainda presente. Olhei bem para o Sol, meus olhos não se irritavam com a intensidade de seu brilho.

Conjuradores do Fogo não se sentem incomodados pela luz do Sol ou pela lava dos vulcões. Nós podemos cair dentro de um vulcão e sair de lá inteirinhos, talvez até mais energizados, já que a lava é quase medicinal para nós. É por isso que alguns conjuradores de outros elementos nos chamam de Vulcanos.

Algum tempo depois, Harry deitou ao meu lado. Eu não me virei para olhá-lo. Ouvi quando ele suspirou em satisfação com aquela luz sorridente em que nos deleitávamos.

Nós ficamos um bom tempo em silêncio, apenas sentindo aquilo.

–– Você consegue sentir? –– ele perguntou de repente, com uma voz calma e sonolenta. Eu não estava muito diferente, e precisei de alguns segundos para encontrar a minha voz. Ainda assim, tudo o que consegui dizer foi:

–– Humm?

Apesar da minha bela resposta, Harry não se importou, e quando falou novamente sua voz estava da mesma maneira, suave e lenta. Era até bom ouvir ele assim, me deixava com ainda mais sono.

–– A luz e o calor do Sol, eu quero dizer. Se você parar para observar, a cada ano que passa, a cada aniversário, parece estar ficando cada vez mais prazerosa e afável.

Ele suspirou em deleite. E o imitei.

–– Sim. Eu posso sentir isso também.

Sorri de olhos abertos, aproveitado o calor que acariciava minha pupila, meu nariz, minhas bochechas, meus lábios, meus braços e pernas desnudos... Era tão bom.

–– Você acha que vai ser doloroso no dia do nosso aniversário? –– ele perguntou, e sua voz já não tinha a mesma calmaria de antes. Eu entendia muito bem o porquê.

Reprimi um suspiro e virei o rosto para olhá-lo. Harry me encarava com o cenho franzido. É, definitivamente o clima bom tinha acabado.

–– Eu não sei, Harry. E, sinceramente, não tenho certeza se gostaria de saber –– falei, encarando seus olhos verdes tão parecidos com os meus.

Ele pareceu não concordar muito com minha resposta.

–– Como assim não tem certeza? Já parou para pensar se não seria de algum modo mais... Fácil se alguém se dispusesse a nos dizer se o grande dia de nossas vidas, quando nosso astro regente nos torna verdadeiros Conjuradores e nós finalmente temos livre acesso aos nossos poderes, onde escolhemos as Trevas ou a Luz porque é nesse maldito momento que descobrimos se somos bons ou não... –– fez uma pausa, respirando com força e rapidez.

Nós já estávamos sentados agora, e o crepúsculo se aproximava mais rápido do que eu desejava. –– Tem certeza que não gostaria de estar psicologicamente de algum modo preparada? –– Sorriu olhando para os lados. Ele fazia aquilo quando estava irritado ou quando tentava não chorar. Fiquei olhando para seu rosto angustiado enquanto ele tentava se acalmar. Quando conseguiu estar levemente mais tranquilo, virou seu rosto para me olhar e disse. –– Pois eu com toda a minha certeza gostaria de estar, Bree.

Não consegui responder nada, e a única coisa que fiz foi ficar encarando seu rosto bonito contorcido em uma pequena careta. Não sei quanto tempo ficamos nos encarando, mas quando dei por mim Harry me chamou para entrar e agora a única luz que chegava até nós era a luz da varanda, que nem servia pra muita coisa devido a distância em que nos encontrávamos da casa.

Ele me ajudou a levantar e passou um braço por meus ombros num abraço de lado enquanto caminhávamos. Enlacei sua cintura com meu braço direito e apoiei a cabeça seu ombro.

Harry, mesmo sendo o mais novo (por alguns minutos) de nós três, era a minha idealização de irmão mais velho, apensar de ainda ser irritante barulhento quando queria. Mas eu o amava, e ponto. Nada nem ninguém mudaria esse fato. Nem mesmo se ele próprio tentasse fazer-me odiá-lo, eu não conseguiria.

É claro que eu também amava Kevin, mas com Harry eu tinha uma ligação que ia além de toda aquela coisa de gêmeos. Era muito mais profundo e forte que isso. Muito mais.

Harry me deixou na porta do meu quarto com a velha brincadeira cortês da nossa infância. Quando nós éramos pequenos, ele me levava até a porta do meu quarto, fazia uma breve reverência e murmurava um:

–– Está entregue, srta. Tanner. Foi um prazer passar esta adorável tarde com a senhorita.

Era o que ele dizia sorrindo, exatamente como agora. E eu sorri de volta, curvando-me um pouco enquanto agradecia pela tarde e por estimada companhia, me perguntando como ele conseguia voltar a sorrir (e me fazer sorrir) tão rapidamente. Ele era incrível. O melhor irmão do mundo.

Entrei no quarto, decidida a seguir o concelho de Harry e comecei a separar o que eu precisava para tomar banho. Juliett realmente gostava de nos ver bem limpos e arrumados para o jantar, mesmo sem haver comemoração alguma.

Depois do banho, escolhi um vestido verde de mangas compridas e um All Star preto. Diferente do que eu costumo usar na escola, esse estava bem limpo e novinho, eu não era louca de ir jantar com Julliett usando meu All Star surrado e sujo.

Olhando meu reflexo no grande espelho que havia no meu closet, pude notar que eu estava muito confortável com a ideia de usar dois vestidos no mesmo dia. Porque a combinação Bree+vestido não é muito comum. Eu não fui a única a reparar isso, já que quando eu desci as escadas e entrei na sala de jantar, todos (eu digo todos mesmo, sem exceção) se viraram para me olhar –– algo que me fez corar fortemente.

–– Uau! –– exclamou Amy sem acreditar. –– Bree Tanner usando vestido duas vezes no mesmo dia? Isso é real? Um universo paralelo? Alguém me belisca, estou chocada aqui. Ai! –– reclamou ela quando Kevin a beliscou mesmo, eu achei graça daquilo. –– Pare de rir, sua descarada, eu ainda não me esqueci da nossa conversa de mais cedo.

Aquilo foi o que bastou para o meu sorriso desaparecer.

–– Que conversa? Qual era o assunto? –– Kevin perguntou todo interessado, como o fofoqueiro de primeira que era.

–– Sabe Kevin –– comecei como quem não quer nada, sentando ao lado de Harry na mesa. Ele virou o rosto para me olhar, e continuei. –– Você deveria procurar uma vaga no jornal da escola, tenho certeza que a Penélope Oxford gostaria de alguém não fofoqueiro quanto ela. –– Ele me encarou com raiva. –– Ou não. Talvez ela se sinta ameaçada por alguém tão intrigante com o poder de até mesmo retirá-la do cargo de editora chefe.

Dei de ombros, me servindo de carne, purê e suco de laranja com leite de soja. Eu sei que não parece uma combinação muito boa, mas antes eu era tão grudada na Emma que nós até comíamos juntas, e para Emma Blue leite de soja combina com tudo. Eu acabei gostando tanto que até mesmo depois da nossa briga eu não parei de tomar –– como eu fiz com muitas coisas que me lembravam dela ––, então Julliett sempre comprava.

Kevin bufou e voltou a comer. Amy também voltou sua atenção para seu prato, antes dando um sorrisinho para mim em sinal de aprovação (se era quanto ao vestido ou a minha sutil resposta a Kevin, aí eu já não sabia), e eu fiquei feliz por isso.

Julliett, que até então estava calada, disse que eu estava muito bonita e Harry concordou, me elogiando também. E eu só pude sorrir envergonhada para eles, murmurando obrigada em resposta.

Depois disso não houve mais nenhuma conversa, e terminamos o jantar em silencio.

Eu já estava tão cansada do dia longo que assim que terminei de comer pedi licença, Amy disse que iria subir comigo. Desejamos boa noite a Julliett e os meninos, beijando o rosto de cada um. Harry me abraçou quando fui me despedir dele e beijou minha testa também, sorrindo leve. Sorri para ele mais uma vez e fui para meu quarto, com Amy ao meu lado.

Troquei o vestido por um pijama xadrez e confortável, e Amy vestiu o dela, que era idêntico ao meu porque eu, ela e Becky compramos eles juntas. O de Amy era todo de bolinhas cor de rosa e o de Becky era de fundo branco, com listras azuis em tom pastel e desenhos de unicórnios. Era bem a cara dela.

Nós deitamos na minha cama imensa e ficamos nos encarando em silêncio.

–– Eu gosto do Kevin –– ela sussurrou de repente, as bochechas coradas.

–– Isso não me surpreende muito –– também falei baixinho. –– O que vocês conversaram quando eu deixei vocês sozinhos?

–– No início, ele não disse muita coisa, mais gaguejou do que falou algo que fizesse sentido –– murmurou. Isso era bem típico de Kevin, quando ele ficava nervoso ele começava a falar tão rápido e embaralhar ideias que tonava quase impossível entender o que ele estava dizendo. E Amy era a pessoa que mais fazia Kevin ficar nervoso e de mãos soadas por simplesmente respirar. –– E então... –– ela hesitou.

–– Então...? –– incentivei-a.

–– Ele simplesmente atravessou o quarto cortando a distancia entre nós dois e me beijou Bree! Foi tão maravilhoso, foi a melhor sensação que eu já experimentei. Foi o nosso primeiro beijo, acredite ou não. Nós sempre parecemos um casal para todo mundo, mas eu nunca tinha realmente beijado ele. Eu sempre fui tímida e ele também... –– Eu lhe lancei um olhar cético para essa última frase. Amy e Kevin, tímidos? –– Eu quero dizer tímidos para nos beijar e nos declarar e tudo mais, Bree Tanner –– ela revirou os olhos e fazer careta, mas logo pareceu se lembrar do que estava falando antes e voltou a ficar super-romântica e feliz e fofa. –– Depois, quando nos acalmamos o bastante para conseguir falar algo compreensível, ele me disse o quanto me amava e eu disse a ele o quanto eu o amava também. Então ele abriu um sorriso que pareceu iluminar todo o mundo – todo o meu mundo – e me pediu em namoro. E eu, claro, chorando e explodindo de alegria, aceitei! Nós começamos a nos beijar novamente e ele me deu isso. –– Ela levantou a mão direita, e eu vi um anel delicado e dourado, com uma pequena pedra que reluzia à meia luz do meu quarto. Era lindo. E era diamante, eu tinha certeza. Como eu não havia notado antes? Tinha certeza que minha mãe estava metida nessa história. –– Ah, Bree, eu estou tão feliz!

O rosto dela estava quente, mais corado do que eu sequer pude imaginar vê-la um dia, e seus olhos azuis emoldurados por cílios espessos e ruivos transbordavam felicidade.

Eu parei por um segundo para analisar o que ela tinha me dito. Minha melhor amiga e meu irmão juntos. Nossa. Como isso poderia ser melhor? Duas pessoas que eu amo juntas. Era simplesmente perfeito!

Ela me encarava em expectativa e até mesmo receio, poderia Amy estar duvidando que eu aprovasse a união? Tolinha. Mas é claro que eu iria brincar com ela, de todo jeito.

–– O que aconteceu com o código das garotas? –– brinquei, me fingindo brava. O código das garotas, para quem não sabe, é não namorar o irmão da melhor amiga.

–– Bree! –– ele me deu um tapa do braço e riu, descontraída.

–– Agora falando sério, eu apoio muito você dois juntos. Essa notícia não poderia me deixar mais feliz.

Sorri para ela, que retribuiu com um sorriso tão grande que parecia que seu rosto se rasgaria com ele.

–– É maravilhoso ouvir isso, Bree. Você nem faz ideia.

Nós nos abraçamos para selar aquele momento lindo e meloso. Amy me apertou tanto em seus braços que eu quase perdi o ar, mas não me importei, era um momento importante para a gente. E estávamos curtindo aquilo.

Nós ainda conversamos sobre Kevin, porque ela queria mesmo falar dele e de como ele era perfeito para ela, e sobre algumas coisas aleatórias. E entre algum momento em que falávamos sobre conchas do mar e batons com cheiros de rosas, adormecemos.

Mas ainda assim, eu admito que a última coisa em que meu cérebro conseguiu pensar foi em olhos dourados e cabelos negros.

Pela manhã, eu não fui acordada pelos gritos dos meninos, mas sim pelo meu despertador, o que me deixou num bom humor maravilhoso.

Amy não estava mais na cama, ela sempre acordou muito cedo. Ela provavelmente já estaria ajudando Julliett com o café da manhã.

Meu humor estava tão bom, que nem me importei com o céu escuro e cinzento (e típico) de Forks. Olhei pela janela e vi que estava nevando, e apesar de toda aquela camada perfeitamente branca, estava tudo bem estável, a neve caía de uma forma bonita, até. E, se eu tivesse sorte continuaria assim até eu chegar à escola.

Tomei meu banho despreocupada e me vesti lenta e preguiçosamente, cantarolando uma leve e alegre melodia. Eu até mesmo penteei o cabelo e o sequei com o secador, e tenho que admitir que ele ficou lindo e macio. Arrumei a touca no cabelo e dessa vez não a usei para esconder o cabelo, mas sim como um acessório. Peguei minha mochila e desci as escadas com atenção, eu não queria que meu bom-humor fosse embora por uma queda.

Entrei na sala de jantar e só Amy estava ali. Ela comia de olhos fechados e isso era fofo e engraçado. Eu me sentei em sua frente, do outro lado da grade mesa de madeira escura e resistente.

Fiquei satisfeita ao ver que Julliett tinha feito tudo o que eu mais gostava, e tratei de me servir rapidamente. Ovos, bacon, cappuccino...

–– Oi, amiga –– murmurou ela, com uma voz rouca enquanto limpava a boca com um guardanapo.

Sorri para ela depois de engolir um pedaço de bacon.

–– Bom dia, Amélia.

Foi o que bastou para o sono dela passar, e ela logo fez uma careta.

–– Não –– reclamou. –– Tudo, menos Amélia.

Dei de ombros, sem me importar muito com ela, e continuei comendo.

Amy inclinou a cabeça para o lado, observando-me.

–– Você está diferente.

–– Eu estou?

–– Sim. Você está. Mas está muito bonita, também.

Ela levou a caneca de café aos lábios e tomou um bom gole. Isso pareceu despertá-la ainda mais.

–– O que você tem? Está com febre ou algo assim?

–– Não –– murmurei, tomando um gole do meu cappuccino. Eu sabia que ela estava provocando. Nós sempre gostamos de irritar uma a outra e às vezes quem olhasse, pensaria que estávamos discutindo mesmo.

–– Tem certeza?

Suspirei, teatralmente pousando a caneca na mesa com força desnecessária.

–– Se isso faz com que você se sinta melhor, eu estou bem feliz com as roupas em que eu me encontro agora. Não precisa se preocupar.

Oh, certo. Meu tom foi bem debochado.

Amy me olhou sério por um longo segundo, segurando o sorriso. Por fim, ela abriu um sorriso torto.

–– Eu vou ignorar isso, cretina descabelada.

–– Que bom. Eu também vou, gengibre maluquinho. Mudando de assunto meu bem, onde estão os meninos?

–– Ainda não desceram –– ela disse levemente triste. Eu até conseguia imaginar por que. –– Eu estava doida para ver o Kevin e estava enchendo a Julliett com isso, até que ela perdeu a paciência e foi atrás deles. Mas ela não voltou até agora.

Assim que Amy acabou de falar, Jullie apareceu. A expressão dela não era muito boa.

–– Jullie?

Ela olhou para mim, e até tentou sorrir um pouco.

–– Os seus irmãos estão resfriados, e vão ter que ficar em casa, Abelhinha.

Doentes? Os gêmeos? Aquilo me apavorou.

–– Eu preciso vê-los, Jullie.

Levantei-me num salto e comecei a andar rápido, mas Julliett me parou antes que eu fosse muito longe.

Virei-me para olhá-la, questionando-a.

–– Seja racional, Bree. Eles estão doentes, e são conjuradores. Isso pode ser contagioso e eu não quero mais ninguém doente nessa casa –– ela disse séria.

–– Mas eu nã –– ela me cortou.

–– Agora eu quero que você e Amy peguem suas mochilas e vão para a escola. Eu vou cuidar dos meninos muito bem. –– Julliett usava um tom bastante autoritário. Mesmo assim, eu abri a boca para protestar, e ela me cortou de novo. –– Agora, Bree Tanner.

Amy, que tinha congelado no lugar com a notícia, levantou-se e pegou a mochila na cadeira vazia ao lado da que estava anteriormente sentada e pôs uma das alças no ombro.

Ela tinha os olhos levemente lacrimejados e sua boca tremeu antes de dizer.

–– Cuide bem deles, Julliett. Cuide bem de meu Kevin.

Julliett assentiu para ela. E eu pude ver no rosto dela que ela entendia a dimensão do amor de Amy e sua preocupação com meu irmão.

–– Eu te asseguro que eu irei Amélia. Assim como eu fiz durante todos esses anos.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse capítulo foi uma espécie de introdução no tema "Bruxos Elementares" e tal.
Eu espero que tenham gostado. Eu tentei tornar algumas coisas mais claras para vocês e contar mais sobre a Bree e as pessoas que a cercam.
E essa história da doença dos gêmeos? Suspeito, não? o.O
A Bree e a Amy são fofas juntas, né? Eu adoro elas.
Me contem o que estão achando.
Sobre o próximo capítulo, eu já comecei a escrevê-lo. E eu vou até dar um spoiler: agora a história vai ter mais de um ponto de vista. Quem vocês acham que será o primeiro personagem a ter um P.O.V.? FAÇAM SUAS APOSTAS! (Eu sempre quis dizer isso heheheh).
Comentem, queridos!!!!
Beijos,
Elle.