POV Ally

– Você quer mesmo conhece-los? – perguntei rindo. Era impossível para qualquer um, não rir daquilo.

– Claro – Austin disse com um leve medo na voz.

Fazia menos de uma semana que nós havíamos assistido ao documentário. Austin passou esses dias dando entrevistas novamente e eu o acompanhei em algumas, obviamente, ficando nos bastidores. Carter e Rydel haviam saído juntos e Austin havia decido que está na hora de conhecer meus pais. Fiquei surpresa com isso, mas muito feliz.

Além disso, até onde eu sei, Trish e Dez começaram a namorar. A garota não havia aguentado continuar negando que gostava dele, principalmente depois de descobrir que Dez tem até um fã clube. Algo como “o ruivo perfeito”.

– Então vamos lá – falei estacionando o carro.

Austin havia me deixado dirigir porque ele ainda não conhecia muito de New York. O loiro usava um moletom e havia colocado a touca tentando não chamar muita atenção, mania que eu já estava me acostumando. Nós dois havíamos combinado com meus pais de encontra-los em um restaurante.

– Não tem ninguém – Austin observou alegre ao sair do carro e não ser cegado por feches. Sorri minimamente e concordei também feliz pelo fato. Austin pegou minha mão e nós entramos no lugar.

– Acho que devíamos ter trazido um de seus seguranças – brinquei quando meus olhos encontraram a mesa em que meus pais estavam. Eles estavam dispostos a dar uma chance para Austin, mas ainda estavam receosos com o fato de Austin ser tão famoso.

– Você sabe me acalmar – Austin falou ironicamente e eu ri concordando.

Nós dois andamos até a mesa em que meus pais estavam. Os dois se levantaram para nos cumprimentar.

– Bom, essa é minha mãe, Penny – apresentei e Austin a abraçou minha mãe rapidamente – E meu pai, Lester – Austin apertou a mão que meu pai estendia – Esse é meu namorado, Austin Moon – falei sorrindo mesmo que eles já soubessem o nome dele há muito tempo. Mas, dessa vez ele tinha uma posição diferente, no momento, como meu namorado.

Nós quatro nos sentamos e logo em seguida fizemos os pedidos. Meu pai perguntou para Austin como havia sido a turnê do seu ponto de vista. Segundos depois os dois já conversavam animadamente e eu adorei os dois ainda mais por isso. Minha mãe observava tudo rindo algumas vezes.

Nós comemos enquanto meu pai perguntava várias coisas à Austin e o loiro respondia confortavelmente, afinal não era novidade ser bombardeado por perguntas.

– Rapaz, você é perfeito para minha filha – meu pai brincou. Nós dois rimos e balancei a cabeça ficando envergonhada.

– Sim, só peço que vocês tenham certeza do que querem quando assumir publicamente. Vejo o quanto estão felizes – minha mãe falou e sorriu para mim.

– Pode deixar, vou ter – Austin sorriu.

– Então, nós dois temos que ir embora. – meu pai avisou. Os dois se despediram de nós dois e após isso saíram.

Austin colocou seu braço sobre meus ombros e sorriu.

– Estou feliz por seus pais terem gostado de mim.

– Eu também estou feliz. E agora preciso ver seus pais, quase não falei com eles quando os conheci – avisei e ele riu.

– Acho que não demorará. Tenho que voltar para Miami para divulgar o filme lá – ele lembrou e eu assenti.

– E quem disse que eu vou junto?

– Vamos ver isso. Mas, sabe, Miami é um lugar legal – ele disse tentando me convencer e eu ri.

– Tenho certeza que é. Mudando de assunto, sabia que Trish está namorando Dez? – perguntei e ri da cara de assustado e surpreso de Austin.

– Não, não sabia. Que milagre. Nunca pensei que ia sobreviver para ver isso – disse e eu gargalhei.

– Nenhum de nós – concordei.

– Ally? – Austin sussurrou de uma maneira que me fez rir. – Podemos ir embora? Aquela garota está me encarando de um jeito nada agradável – ele disse olhando além de mim.

Olhei na mesma direção e realmente havia uma garota nos encarando. Ótimo, eu precisava mesmo de umas fotos de nós dois rolando na imprensa. Isso tudo é sarcasmo, ok? Por que eu não queria nada disso, mesmo que o mundo já desconfiasse que nós estivéssemos juntos.

– Vamos logo. Não estou a fim de que tirem fotos forçadas de mim – falei fazendo Austin rir.

Depois de pagar nossa parte, já que meus pais haviam pagado a deles, nós saímos do restaurante. Agradecemos internamente por não ter nenhum fotógrafo nem nada do tipo quando saímos.

– Austin você nunca mais falou nada sobre isso, mas as músicas que escrevemos vão estar mesmo no seu próximo CD? – perguntei desconfiada e ele sorriu.

– Com certeza. E muitas outras também estarão. Vai demorar muito tempo ainda, mas sem dúvidas – ele falou com tanta certeza que eu abri um sorriso enorme.

– E posso saber com quem cantará You Can Come To Me? – falei estreitando os olhos e ele sorriu misteriosamente.

– Quem sabe com a Taylor Swift? – perguntou rindo. Abri a boca incrédula e ele riu ainda mais – Talvez outra música eu cante com ela, mas quem sabe a compositora dessa música aceite fazer um dueto? – ele sorriu de maneira significativa e eu desvie meus olhos da estrada por alguns instantes.

– Talvez – eu sorri.

Eu não tinha certeza se aceitaria mesmo, mas gostaria dessa música com qualquer pessoa que ele cantasse. Afinal, o verdadeiro significado, a quem eu dediquei, o que eu sentia com a letra, seria apenas nós dois que entenderíamos.

Escrevi a música aos poucos durante toda a turnê, mas consegui termina-la realmente só depois que Austin se declarou para mim, pois foi aí que consegui entende-la. Afinal, isso aconteceu depois que tanto brigamos, depois que muitas pessoas falaram que não queriam nos ver juntos, depois que passamos por choro e sorrisos.

If you wanna cry
I'll be your shoulder
If you wanna laugh
I'll be your smile

Se você quer chorar
Eu serei seu ombro
Se você quer rir
Eu serei o seu sorriso

Essa música demostrava o que qualquer pessoa gostaria de ouvir, era algo como uma declaração pronta para qualquer um que quisesse usar. Eu até mesmo gostaria que isso fosse feito. E quem diria que a primeira pessoa a ouvir seria a mesma que escreveu, eu.