História sem nome escrita por Henry RedLima


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas saiu.



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Sua pele é clara, realmente clara, ela poderia ser facilmente confundida com uma pessoa fraca ou doente. Seus olhos são castanhos escuros, lindos castanhos, ao contrário do esperado eles são profundos, até mesmo ilegíveis. Sem fundo. Cabelos longos, lisos, chegam até o meio de suas costas, sua franja a torna uma pessoa menos perceptível na multidão. Sua estatura pode ser considerada mediana, deve ter entre 1,67 a 1,70. Realmente é uma menina magra, sem nada de muito atrativo em seu corpo, nada de muito chamativo...ainda bem...
Andar pelas ruas a noite com uma pessoa que você gosta ao seu lado é realmente algo inesquecível, assim pensava até então. Ainda estava curioso para saber o porque dela viver sozinha, mas achava que se perguntasse poderia estragar o clima, então resolvi deixar quieto, talvez pudesse a magoar ou irritar caso tocasse no assunto. Enquanto pensava sobre isso, nós tentávamos decidir o local que jantaríamos.
"O que você está com vontade de comer?" eu perguntava.
"Não sei, acho que você deveria decidir, já que é você que está pagando."
"É exatamente por isso que quero que decida, faça esse favor, como uma retribuição" realmente não sei o que ela pode querer comer, apenas espero que não seja tão caro. Não sou rico. Espero que ela entenda sem ao menos precisar que fale.
"Tem um lugar que eu adorava comer quando era pequena" disse ela como se estivesse com vergonha. "Porém é um lugar bem simples e eu não sei se continua no mesmo estabelecimento"
"Tudo bem, se você gosta de lá, vamos..." por um momento meus pensamentos mudaram completamente. "Ei, Ana, essa é uma bela noite de sexta, não é?"
"Sim, é sim"
Um momento de silêncio. Já havia acabado as perguntas? Não havia mais nada para perguntar? Nós nos conhecemos hoje, não faria sentido se já não houvesse mais o que falar...acho que qualquer pergunta deveria ser feita.
"Ei-" imediatamente fui interrompido. É exatamente o que estou imaginando? Ela realmente deu a mão pra mim? Nunca tinha visto uma expressão tão insegura no rosto de qualquer pessoa. A única reação que pude ter foi: Dar um sorriso e segurar sua mão, tentar fazê-la se sentir protegida, como ela mesmo disse.
"Ia dizer alguma coisa?" disse tentando olhar para mim.
"Não era nada de mais"
"Sei..." falou como se não estivesse acreditando. "Chegamos."
"Mas aqui não é um hotel ?!?"
"Sim, mas é um restaurante também."
"Que tipo de comida se serve aqui ?"
"Não sei."
"..."
Ela não disse que costumava vir aqui? Fomos entrando vagarozamente como se estivéssemos com medo. Ela está tão doce e gentil. Completamente diferente de hoje cedo, deve ser o nervosismo do primeiro encontro, definitivamente, é o nervosismo. Escolhemos uma mesa ao lado da janela, talvez olhar para fora fosse uma maneira de matar o tempo.
"Sem nome!"
Eu já não disse que não precisava me chamar assim?!? "Eu!?" disse de uma forma para que entendesse que eu estava a ouvindo.
"Vou te contar minha história, você tem todo o direito de saber" Por um momento seus olhos escuros perderam o brilho, morreram.
"..."
"Eu tinha 13 anos, por volta de 13 anos, meus pais eram divorciados, continuam divorciados. Era sozinha, não tinha amigos, pois era tímida, mas não, isso não era uma característica minha, eu estava doente. Era uma doença irreversível, ou melhor, se mantem irreverssível." Imediantamente Ana fôra interrompida pelo garçom que viera perguntar das bebidas.
"Boa noite senhor, deseja pedir alguma bebida?"
Minha revolta estava escapando para o meio externo, porém me segurei para não chamá-lo de sem educação. "Eu vou querer um suco de laranja."
"Boa escolha, já trago seu pedido" Ele virou as costas, como se tivesse feito um bom trabalho.
"Ei, garçom, não vai perguntar se ela vai querer algo pra beber?" disse enquanto apontava pra ela. Por um momento me manti estático, ela estava com a cabeça baixa, parecia estar segurando lágrimas. Ver ela daquele jeito, partiu meu coração.
"Quem?" Respondeu com outra pergunta.
"Você não a está vendo?! Ela está aqui, nesta cadeira" Outro resquício de insegurança veio a minha mente...ela é mesmo real?
"Mil perdões senhora! Juro que não a havia percebido! Desculpas, eu trarei algo como cortesia da casa. Desculpe pelo transtorno." Ele parecia realmente não ter a visto, como alguém que estava falando não pode ser percebido?
"Sabe como é duro?" Perguntou com uma voz de choro. "Sabe como é duro nunca ter sido percebida por ninguém?" Lágrimas começaram a cair de seus olhos já mortos. Sua voz estava cada vez mais trêmula, ela continuava a repetir "Sabe como é duro?". Como podia a ajudar? Não sei mais o que fazer, eu não sei como é.
"Eu sinceramente não sei" disse enquanto pegava em sua mão pálida. "Mas sabe de uma coisa?" disse no momento que debrucei sobre a mesa para chegar mais perto de sua face. "Você não precisa mais se lembrar de como é isso." coloquei minha outra mão em sua nuca e puxei sua cabeça para perto da minha. Nunca tinha chegado tão perto dos lábios de alguém. "Porque eu nunca, jamais, deixarei de te notar, ainda por cima, farei com que todos possam te enxergar." Isso é estar apaixonado.
Será que nunca a iria beijar? Entre seus soluços de choro, um sorriso encantador que nunca havia visto aparecera. Minha mão foi escorregando pelo seu rosto e levemente sentei sobre meu assento.
"Obrigado! Sinceramente, obrigado!"
"Se quiser continuar sua história, por favor, prossiga." Estava curioso.
"Bom...suas brigas eram muito violentas. Meu pai nunca tocara na minha mãe, porém sempre acabava machucado. Poderia morrer, porém jamais levantaria a mão contra uma mulher. Minha casa vivia em brigas, toda noite eu desejava fugir de casa, todo dia tentava escapar, todo dia me pegavam e trancavam-me no quarto. Eu era sempre um objeto de briga entre eles, diziam: Viu como nossa filha está infeliz? A culpa é sua por ter feito isso!
Era sempre assim, eu odiava isso, eu não sentia nada por eles, queria distância. Passei a desejar uma maneira de como poder fugir de casa sem ser notada, todo dia pedia a "Deus" uma maneira...até que um dia ele desceu a terra e me deu esse"Dom", não há muito o que dizer, essa é a minha história."
"......................................." não há muito o que falar, não há o que se falar. É algo simples, um tanto difícil de acreditar. "Deus" veio a terra por causa de uma simples menina, ela deve ser muito especial. Será que "Deus" não entendeu o que ela quis dizer? Ela simplesmente queria fugir de casa, não sofrer uma maldição. "Deus" "Deus" "Deus".
"Deve ter sido duro de mais pra você aguentar tudo isso sozinha, mas se serve de consolo, você nunca mais estará sozinha, não enquanto eu estiver aqui!" Não era muito a minha cara dizer essas coisas, mas as vezes é necessário...
"Você realmente é o meu chão..." Um sorriso veio direcionado a mim, mas esse estava diferente...difícil de explicar, mas estava diferente.
Uma voz masculina interrompeu nosso diálogo. "Aqui está as suas bebidas, elas são por conta da casa...por isso bebam o quanto quiser!" Mas espere, ele nem perguntou o que ela queria, ele é idiota? Trouxe dois sucos de laranja...por que ela gosta desse lugar?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3 me digam se a narrativa melhorou...



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