"Muitas vezes o que mais queremos é por um fim em nosso desespero,tentamos loucuras e nos machucamos ao ver o que nos tornamos mas o que não percebemos é que esse sofrimento foi gerado por nós mesmos.
Nós criamos nossos próprios demônios. - Tony Stark "

Mais um dia insignificante comparado ao que está por vir chegou. Deve estar se perguntando o porque de eu ser tão mal humorada todos os dias certo?
Bom,essa resposta é tão insignificante quanto a pergunta. Mas se está realmente disposto a saber a resposta,preste bastante atenção pois não vou repetir.

O mal humor dos seres humanos se deve por falta de sono,depressão,várias doenças crônicas complicadas que não sou obrigada a explicar a ninguém. Mas o meu mal humor se deve a uma dor que não acaba e resulta em arrogância e mal humor a cada dia de minha vida.

Hoje não seria um dia normal sabendo de uma pequena parte do passado de Logan que tem certa comparação ao meu,mesmo assim não mudaria por conta disso.
Não gosto de sentir pena das pessoas pois sei que um dia podem vir a sentir o mesmo por mim,é como se você jogasse um pedra em um ninho de vespas e depois elas atacassem você pela agressão ao seu lar. É inevitável.

Tão inevitável que chega a ser ridiculamente interessante.

Após o fim da aula vou o mais rápido possível para o estacionamento pegar meu carro,não quero dar de cara com nenhum dos meninos hoje,eu os evitei o dia todo.
Paro em frente ao meu carro e destravo o mesmo me dirigindo a porta,mas antes que eu possa abrir a mesma vejo um baixinho latino com um sorriso doce parando a minha frente. Ótimo!

– Não estou no clima para conversar hoje Carlos! - Fiz menção em entrar no carro mas ele segurou a porta antes.

– Me diga quando você esteve com clima para isso então? - Disse e eu revirei os olhos.

– Acho que a dois anos atrás,agora me deixa entrar no meu carro! - Disse perdendo a paciência.

– Ellen até quando vai fugir desse assunto? Eu apenas quero ajudar! - Me olhou com uma expressão preocupada.

– Por que não me deixa? Me esquece Carlos! Não preciso da ajuda de ninguém muito menos da sua! - Disse aparentemente irritada mas por dentro estava... despedaçada.

– Dá pra ver nos seus olhos que isso não é verdade,eu sou seu amigo Ellen! Não vou fazer nada que machuque você! - Segurou minha mão entre suas mãos grandes e quentes em meio ao frio.

– Quem me garante isso? Pelo que eu saiba não podemos fazer nada que seja suspeito para o nosso próprio bem e não sei você mas eu não quero sofrer novamente! - Disse séria.

– Não vou deixar que nada te aconteça Ellen, não sei nem metade da dor que já sentiu mas você poderia me contar. Tirar um peso dos ombros é bom as vezes! - Disse sorrindo e eu respirei fundo.

– Entra. - Disse fazendo um gesto de cabeça para o carro. Ele sorriu mais e entrou no banco passageiro.

Sentei no banco do motorista e dirigi para minha casa. Ao chegar subi com Carlos para o meu quarto e sentei na cama com ele a minha frente.

– Não sei direito o que quer saber Carlos. - Me ajeitei na cama e ele também.

– Me conta o que ainda esconde! - Disse me olhando diretamente. Vi sinceridade em seu olhar.

Suspirei.

– Quando me chamaram para entrar no FBI eu achei uma coisa meio louca de se pedir a uma garota de 15 anos que nem sabe se cuidar sozinha ainda e que dependia totalmente de seus pais,mesmo eu tendo habilidades específicas e ser bem treinada para me defender fiquei meio confusa se deveria aceitar ou continuar sendo uma garota normal e feliz como qualquer outra. Acho que a idéia de poder ser útil em algo me atraiu para esse trabalho,me tornei uma garota perigosa camuflada de uma garota doce e gentil... o que não durou muito... - Abaixei a cabeça e continuei falando.

Carlos ouvia tudo em silêncio apenas prestando atenção em cada palavra que eu dizia não me interrompendo em momento algum,deixei uma lágrima escorrer por meu rosto e me repreendi por deixar Carlos notar isso.

Contei meu maior segredo e o fiz me prometer que jamais contaria isso a ninguém em nenhuma circunstância,meus segredos são guardados a sete chaves em minha mente e em meus desenhos de forma discreta.
Depois de lhe falar ele apenas abaixou a cabeça e o ouvi suspirar alto.

– É por isso que aceitou o caso do Edward? - Me olhou com seus olhos escuros.

– Sim. - Disse simplesmente.

– Sabe que quando ele souber vai tentar de tudo para infernizar a sua vida né? - Perguntou me Olhando preocupado.

– Pior do que fez não pode e se tentar fazer eu vou fazer-lo se arrepender! - Disse confiante.

– Essa é a Ellena que eu conheço! Confiante e determinada! - Disse e eu ri. - apenas sinto falta da Ellen de antes sabe... aquela garota feliz que vivia rindo e era até raro ver triste... você acha que um dia ela pode voltar a tona?

– Não sei... como dizia o meu pai "Tudo que se passa em nossas vidas depende apenas de nós mesmos para acontecer." - Disse e sorri.

Pode parecer confuso o que chamo de amizade,mas nem tudo vem com um manual de instruções e modos de as controlar. Isso é você quem tem que aprender a amar.

Não prolongamos muito sua sutil visita a minha casa e logo ele foi embora me deixando sozinha em casa,fui para a cozinha fazer alguma coisa para comer.
Resolvi fazer uma omelete de queijo e presunto como sempre gostei mas há tempos não como. Peguei um suco e fui para a sala. Como estou sozinha vou comer na sala.

Liguei a televisão e deixei em um filme que acaba de começar. Reparei meu celular vibrando em cima da mesa mas ignorei e continuei comendo.
Logo que acabei de comer lavei o que sujei e resolvi ver o que tinha feito meu celular vibrar. Uma mensagem.

"Olá querida! Como havia dito a um tempo eu tenho uma proposta nova para você!
Apenas preciso saber o que acha?
–E"

Cliquei em responder.

"Do que se trata dessa vez Edward?"

Demorou um pouco até ele responder.

"Em breve saberá! A curiosidade matou o gato querida... tudo ao seu tempo! O que acha de vir até aqui as 17:00? Assim a diversão começa cedo...
–E"

Diversão? Que patético!

"Sabe que odeio surpresas de sua parte Edward! Conte logo!"

Pouco tempo depois a resposta veio.

"As 17:00 saberá! Até lá querida!
E-"

Li a mensagem e bufei. Se tentar arrancar mais alguma coisa dele ele irá ignorar então melhor desistir.
O que será que ele está aprontando agora?

Fui para o meu quarto e resolvi tomar um banho longo para esquecer tudo. Liguei o chuveiro na água quente e entrei na sensação relaxante que era a das gotículas de água em minha pele.

Saí do banheiro e olhei as horas, 15:30. Vou separar logo a roupa para não me atrasar e saber logo do que se trata.

Deixei em cima da cama e resolvi sair um pouco,tenho tempo e é o que preciso. Só há um local onde posso investigar aonde Edward está e o que está planejando.
Botei a roupa cuidadosamente dentro de minha bolsa e saí de casa. Olhei para o céu cinza e já previa um temporal a caminho,dirigi calmamente pelas ruas movimentadas de L.A.

Cheguei e fui direto para minha sala fechando fechando a porta e indo para minha mesa,peguei meu laptop na gaveta e o liguei. Se tem uma coisa que aprendi no FBI foi como rastrear uma pessoa pelo número do celular e usar o mesmo para o espionar com a câmera. Digitei o número de seu celular e logo em uma parte do mapa piscou um endereço. Área de difícil acesso,distância de 60 km da estrada e de alguma civilização ou algo do tipo. Agora quero saber o que ele tanto esconde,digitei um código e a tela permaneceu do mesmo jeito. Derrepente aparece em alerta "CONTATO PERDIDO".

.Bufei. Ele deve ter dado um tiro do celular. Dinovo.

Afundei em minha cadeira e apenas olhei o teto,sei aonde está mas não sei o que faz,que ótimo!
Pelo menos se ele mandar o endereço eu posso ignorar ao invés de ter que ler a mensagem estupida que... Espera! Mensagem!

Peguei o celular na bolsa e passei os dedos na tela para desbloquear a mesma vendo uma mensagem esperando para ser lida. A abri e era exatamente o que esperava.
O endereço que eu já tenho. Bufei e Fechei os olhos.

Escutei a porta se abrir lentamente e abri os olhos vendo apenas a cabeça de Brian para dentro da sala me olhando com um meio sorriso.

– Posso entrar? - Perguntou e eu fiz que sim com a cabeça o observando parar a minha frente.

– A que devo a sua presença na minha sala a uma hora dessas? - Perguntei depois de um longo suspiro.

– Estranhei você aqui,geralmente quando vem você vai para a minha sala e fica lá me impedido de fazer meu trabalho. O que houve hoje? - Perguntou se sentando na cadeira a frente de minha mesa.

– Não entendo o porque de eu precisar de um motivo concreto para estar na minha sala. - Disse entediada dando ênfase no "minha".

– O mundo e suas duvidas! - Disse sorrindo.

– Já tomou seus remédios hoje? Está muito sorridente para mim. - Levantei uma sobrancelha.

– Não tomo remédios há muito tempo se é o que quer saber,não vejo nenhum problema em estar feliz. - Disse ainda sorrindo.

– Tudo bem! Apenas é estranho! - Disse com as mãos erguidas em rendição.

– Tenho que admitir que também achei estranho! Desculpa! - Disse e abaixou a cabeça.

O silêncio se fincou entre nós como um alfinete no tecido,ele batia o pé no chão em um ritmo desconhecido,provavelmente ele estava ouvindo música na sala dele antes de vir a minha. Olhei o celular em cima da mesa e vi as horas. 16:30. Hora de agir.
Levantei da cadeira e Brian me olhou com a sobrancelha levantada. Peguei minha bolsa e fui para o banheiro da sala com ele me seguindo com os olhos.

Comecei a me vestir,como o clima está frio me preparei para isso,fiz uma maquiagem leve e saí do banheiro. (http://www.polyvore.com/visual_ellena_shni/set?id=141904103)
Passei a mão nos cabelos fora da touca os penteando enquanto sentia os olhos azuis da criatura lerda a minha frente.

– Nunca viu uma garota? - Deixei a bolsa em cima da mesa e abri uma gaveta.

– Garotas muitas vezes mas mulheres não com tanta freqüência! - Murmurou baixo e eu ri.

– Está me cantando Brian? - Perguntei divertida mas por alguma razão por dentro meu coração deu um pulo.

– Eu ainda sou homem Ellen! Tenho que admitir que ficou muito bonita assim. - Disse e o olhei.

– Eu não sou bonita Brian. Para de mentir. - Peguei minha arma e verifiquei se está carregada.

– Você sabe quando estou mentindo,eu rio e não consigo olhar para a pessoa sem gargalhar. - Disse se levantando da cadeira caminhando até mim.- Eu posso olhar fundo nos seus olhos e dizer sem rir,que você é uma garota linda.- Segurou meu rosto para olhar para ele.- Não deixe ninguém dizer o contrário! Nunca. - Terminou com um sorriso.

– Não adianta nada você olhar nos meus olhos e não rir,você é um agente treinado,aprendeu a mentir sem que ninguém perceba,sei disso porque também aprendi isso. Mas não em uma academia especializada,foi com a vida que eu aprendi isso. - Disse e tirei sua mão calmamente de meu rosto sem romper o contato visual.

– As vezes precisamos olhar com outros olhos Ellen,para poder enxergar o que realmente precisamos ver. - Disse e eu mordi o lábio.- Você tem uma incrível mania de morder o lábio né? - Disse rindo.

– É meio que involuntário. - Disse e me afastei dele me virando para minha mesa abrindo outra gaveta.

– Claro... eu estava pensando... tem alguma coisa pra fazer amanhã? - Botou as mãos nos bolsos e me olhou. Encontrei seus olhos e senti meu corpo ser atingido por um tipo de choque ou sei lá.

– Aos sábados eu apenas durmo até tarde e me lembro que todos os finais de semana saia com meu pai,minha mãe e minha irmã para lugares diversos... - Disse pegando um cartucho de balas na gaveta a fechando em seguida.- além disso eu fico isolada no meu quarto o dia todo. - Disse e o olhei.

– É que eu tenho dois ingressos de cinema e o meu amigo não vai poder ir... quer ir comigo? - Perguntou e eu simplesmente congelei. Senti um calafrio correr minha espinha e eu apenas olhei para ele confusa.

– O que? - Perguntei com a voz falhando.

– Ellen,você quer sair comigo? - Disse sorrindo dando um passo em minha direção. Suas palavras ecoaram em minha mente. "Quer sair comigo?" "Quer sair comigo?" Apenas percebi que não falava nada a um tempo quando ele perguntou novamente,o olhei.

– E-eu quero... - Disse e ele sorriu. Eu tinha a respiração ofegante como se tivesse corrido uma maratona duas vezes.- Eu quero sair com você Brian...

– Legal... ah... as 18:00? - Perguntou e eu assenti lentamente.- Eu te pego na sua casa então... pode ser? - Perguntou tímido.

– Acho que sim... - Disse e olhei para a bolsa tendo um choque de realidade.- Ah... eu tenho que ir... sabe... pra missão do Edward...

– Ah claro... - Disse aparentemente nervoso também.- o que ele tá aprontando dessa vez? - Perguntou com as sobrancelhas franzidas.

– Não tenho a menor idéia,mas seja o que for vou estar preparada. - Me virei para ele e botei minha bolsa estilo carteiro no ombro a passando para o outro lado do corpo.

– Sei disso. - Disse com um sorriso de lado.- ah já ia esquecendo,o Henri me pediu pra te entregar isso. - Me deu uma caixinha bege.

– O que é? - Abri a caixa e vi um bracelete prateado.

– Ele disse que era um rastreador de ultima última geração. Eu não tenho nem idéia do por que ele fez isso... - Disse me observando colocar o bracelete.

– É apenas questão de segurança Bryan realaxa! Agora já vou indo. - Disse e caminhei até a porta a abrindo mas parei quando ele me chamou.

– Se cuida. - Disse com uma expressão preocupada.

– Você também! - Disse e sorri disfarçadamente depois que saí da sala.

(...)

Pela janela do carro eu vejo a paisagem verde e viva se dispersar a cada vez que me aproximava do endereço e me afastava da civilização. Várias perguntas rondavam minha cabeça e tudo o que eu conseguia fazer era sufocar tudo isso na parte mais obscura de meu cérebro. Tudo o que sinto por Edward é raiva e desprezo,motivos não se aplicam no momento mas algo me diz que logo esse motivo será a coisa mais importante existente assim como foi a anos atrás. Afastei os pensamentos olhando para a estrada de terra que se aproximava.

Depois de 5 minutos na estrada de terra mal feita avisto uma cabana velha com o telhado caindo aos pedaços e uma pintura branca que mais parecia bege pela sujeira acumulada descascando dando espaço para cimento cinza claro com algumas rachaduras. Saí do carro e senti cheiro terra molhada e grama queimada,olhei ao redor e grama seca e sem vida foi o que vi,ne virei para a porta da cabana,parecia que a madeira que a compunha iria se desfazer com um simples toque. Respirei fundo e a empurrei para a frente.

A luz que vinha de fora iluminou o ambiente que parecia uma casa mal cuidada por dentro. Olhei para as escadas que davam acesso ao segundo andar e vi Edward encostado na mesma me olhando com um sorriso sarcástico bem normal de sua parte.

– O que quer agora Edward? - Disse impaciente.

– Calma querida,ou deveria dizer Ellena? - Disse ficando a minha frente a uma distância.- Nome bonito para uma bela mulher não é? - Disse sorrindo e eu congelei.

– De onde tirou isso? - Perguntei desconfiada.

– Eu tive boas fontes sabe? Andei estudando mais sobre você e obtive respostas melhores do que imaginei. Quer saber de quem? - Soltou uma risada sarcástica e assustadora ao mesmo tempo.- Posso trazer-los aqui para baixo,apenas vai doer um pouquinho neles só isso. - Disse e olhei para o topo da escada de onde desciam os capangas de Edward segurando duas pessoas,não identifiquei pois estavam com as cabeças baixas. Um deles era mais baixo que o outro,um loiro e um de cabelos negros. Os arrastaram até a parede da casa e simplesmente os jogaram ali no chão. Os manteram ajoelhados de mal jeito com as mãos nas costas.

– O que você quer? - Perguntei séria.

– Te dar o troco por me enganar esse tempo todo,foram o que? Um ano e meio de um disfarce fajuto de uma garota? - Riu sem humor.- Não acredito que caí nisso,você merece aplausos Ellena! Enganou um serial Killer profissional como se fosse roubar um doce de uma criança.- Disse sarcástico.

– Acha que machucar eles vai fazer eu me sentir mal? - Ri e revirei is olhos.- Nunca pensei que você fosse tão burro Edward,porque tudo o que sou hoje eu devo a você,devo a uma coisa que fez a dois anos atrás e que nem se deu conta do quanto ajudou para a sua destruição. - Disse e ele franziu o cenho.

– Então imagino que isso não vai incomodar você certo? - Disse e um dos capangas o entregou uma faca,ele a girou entre os dedos e fez um corte profundo e largo no braço do loiro que levantou a cabeça e soltou um grito entrecortado. Kendall.- Isso deve doer não é? - Disse jogando a faca ensanguentada no chão.

– O que fez com eles antes de eu chegar? - Perguntei percebendo que o loiro não reagiu muito ao corte.

– O de sempre sabe? Uns socos aqui,uns chutes ali,uns cortes ali e aqui. - Disse sem importância.

– Parece que seu modo de agir mudou de uns anos para cá não é? - Disse dando um passo em sua direção de braços cruzados.

– Eu nunca mudo permanentemente querida,ainda mais quando matei o seu querido pai.- Disse sorrindo escárnio e senti meu coração gelar.- Isso mesmo eu já sabia que ele era o seu pai,eu vi a sua cara quando ele caiu no chão e ouvi o seu choro quando me afastei. Você é apenas uma garotinha indefesa que tem medo de tudo e todos.- Disse com desprezo. Se voltou para os meninos e acertou um chute certeiro no moreno que caiu de lado e pude ver seu rosto. Logan. O puxou para ficar ajoelhado novamente pelo pescoço e deu um soco em seu rosto.

– Pode fazer o que quiser Edward,nada disso vai fazer de você uma pessoa menos desprezível e insignificante. - Murmurou Logan levantando o rosto para o olhar com raiva.

– É Ellena você tinha razão,ele é corajoso até demais.- Disse ainda de costas para mim.- devia ficar calado se não quer ter que ver o loirinho aqui morrer na sua frente. - Disse e lhe deu mais um soco.- Bota uma mordaça nele,não quero ninguém me interrompendo.- Disse para o capanga que fez o que foi mandado,foi meio difícil por Logan se debater tentado o impedir mas no fim ele conseguiu "calar" o moreno.

– Ele tem razão,você fazer isso não vai mudar nada. Não vai fazer os seus problemas idiotas desaparecerem, não vai minimizar a sua sentença na cadeia e não vai diminuir a raiva que sinto por você. - Disse e ele revirou os olhos.- Já que já sabe do meu disfarce,deve saber que as minhas habilidades não eram apenas fachada não é? - Perguntei tirando a bolsa e a deixando no chão ao meu lado. - Sou perita em artes marciais,tenho fluência em sete línguas e desde que você destruiu a minha vida venho sonhando em te ver atrás das grades. E é o que vou fazer! - Disse e ele se aproximou mais ficando quase cara-a-cara.

– Tem certeza que vai conseguir querida? - olhou fundo nos meus olhos.- Vai conseguir machucar alguém que conhece tão bem? - Perguntou com uma voz calma e doce. Quase parecida com a do meu pai,suspirei.

– Tem razão... te conheço bem demais para fazer isso... - Disse e ele tocou meu rosto o levantando.

– Podemos formar uma dupla perfeita,um serial killer e uma garota cheia de surpresas. O que acha querida? - Perguntou com um sorriso no canto dos lábios.

– Acho que não! - Disse e o surpreendi com um arrasta pé o fazendo cair no chão. Sentei com uma perna de cada lado de seu corpo o impedindo de levantar.- Isso foi pelos meus amigos! - Dei um soco em seu rosto.- Isso por tudo o que andou fazendo e todos que atormentou as vidas! - Dei um soco mais forte.- E isso é pelo meu pai! - Peguei a arma na minha cintura e lhe dei uma coronhada o fazendo desmaiar. Levantei de cima dele e os capangas dele me encaravam com os olhos arregalados.- querem ser os próximos? - Perguntei cerrando os punhos. Eles se entreolharam e eu revirei os olhos.- mãos para cima então! - Apontei a arma para eles. Os mesmos obedeceram e eu os algemei.

Fui até Logan que ainda fumegava raiva e o soltei mandando ele ajudar Kendall. Fui até a escada e subi um degral de cada vez segurando minha arma. No andar de cima havia uma porta aparentemente trancada,dei um passo para trás para ter impulso e a chutei forte a abrindo,adentrei o comodo impondo a arma nas mãos até ouvir um barulho ao meu lado. Carlos e James algemados em uma cama com panos nas bocas. Os soltei rapidamente e desci as escadas com os mesmos.

No andar de baixo vi Edward em pé segurando sua arma apontada para Logan e Kendall que estava jogado no chão tentando manter os olhos abertos. Tirei minha arma da cintura,a apontei para Edward e antes que ele apontasse a sua para mim eu puxei o gatilho.

Ouvi dois disparos,mas eu dei apenas um. Abri os olhos e vi Edward no chão com o braço sangrando. A arma havia caido ao seu lado meio distante,olhei para o lado que era onde ele apontava a sua arma e agora os dois estavam caídos no chão. Um havia sido atingido pelo tiro.

Dei um par de algemas para James e mandei ele prender Edward,corri com Carlos até os dois e vi que Logan havia sido baleado no abdômen e sangrava muito. Chamei a central pelo bracelete que também obtem um comunicador e tentei fazer o possível para manter ele acordado. Não poderia perder mais ninguém pelas mãos de Edward.

– Fica comigo Logan,por favor! Você não pode me deixar! - Disse e senti lágrimas em meu rosto quando ele finalmente abriu os olhos lentamente.

– Eu sabia que não ia dar certo... esse negócio de espião... mas... valeu a pena... se eu consegui me aproximar de você... - Parou por um estante e tossiu.- Quero que saiba Ellen... que tudo o que... tudo o que fiz... foi para ficar perto de você... - Disse e minhas lágrimas aumentaram.- Eu te... eu te amo Ellen... de verdade... - Disse com a voz fraca e olhei em seus olhos.

– Se me ama mesmo não pode me deixar! Fica comigo Logan! Eu preciso de você! - Disse e ele fechou os olhos os abrindo lentamente logo em seguida.

– Eu prometo... vou ficar com você... - Disse e fechou os olhos deixando sua cabeça pender em meu colo. Senti o ar fugir de mim e as lágrimas vieram com força total,Carlos tentou me acalmar dizendo que foi pela perda de sangue e que ele ficaria bem e me abraçou forte,até Kendall que estava impossibilitado me ajudou a manter a calma. Em poucos minutos o pessoal da central chegou com uma ambulância e viaturas do serviço secreto.

Prenderam Edward e seus capangas e levaram Kendall e Logan para um hospital. Olhei em volta e não sabia mais o que fazer,passei as mãos em meus cabelos tentando me acalmar,Carlos e James haviam ido na ambulância com os outros então ajeitei minha touca e peguei minha bolsa me dirigindo para meu carro.

Dirijo sem rumo ou coisa parecida,apenas quero sentir o vento e espantar esse pânico de dentro de mim. Ver Logan sangrando a beira da morte foi como rever meu passado.

Deve estar se perguntando o porque disso me lembrar algo não é? Acho que está na hora de finalmente revelar o principal motivo de eu odiar o Edward.

::Flashback on::