Era uma vez no Oeste escrita por nina


Capítulo 29
Prisioneira


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou o/
Tenho muito a dizer, mas vou deixar vocês lerem o capítulo primeiro.
Nos vemos lá em baixo



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Capítulo 29 - Prisioneira

– Está me machucando, seu desgraçado! – Gritei enquanto um dos capangas do Nathan me amarrava firmemente com uma corda a uma cadeira de madeira dura e velha.

– Quietinha, boneca. – Eu podia sentir seu hálito forte quando ele se abaixou para dar os últimos nós. – Não teste minha paciência, tenho certeza de que nesse momento você prefere estar sentada a estar embaixo de mim.

– Nathan deu ordens para nenhum de vocês me tocarem. – Me defendi, inclinando meu queixo. Não importa o quão humilhante fosse minha situação, eu nunca iria me rebaixar.

– Nathan não precisa saber de tudo. – Ele disse com um sorrisinho zombeteiro, me fazendo estreitar os olhos.

– Acabe logo com isso e dê o fora, Wallace. – Diego estava usando a porta de entrada como apoio, enquanto recarregava sua pistola e mantinha o olho em mim, como Nathan o mandou.

– Só estou tentando me divertir aqui. – O capanga respondeu e levantou as mãos em rendição.

– As ordens do Nathan foram claras e eu espero não ter que repeti-las por ele.

–Só falta você abanar o rabinho e rolar. – Eu disse bufando. Wallace pareceu concordar comigo.

– O que você disse? – Diego me olhou com raiva, enquanto o outro cowboy segurava o riso, dando os últimos nós.

– Que você é o cachorrinho do Nathan. Até parece que você deve alguma coisa para ele. Você deve? – Disse desconfiada. Ele agiu como se não tivesse ouvido e continuava concentrada na sua tarefa.

– Por que você está fazendo isso? – Pedi. – Apenas me solte, me deixe ir embora. – Não custava nada tentar, e eu faria de tudo para sair logo daqui e ter certeza de que estava tudo bem com Dimitri.

– Cala a boca, Rose! Você não sabe de nada. Esse sou eu, você quem foi muito idiota para não perceber isso.

Enruguei o nariz para ele, mas bufei e desisti, por enquanto. Eu precisava pensar em algum jeito de sair dali o mais rápido possível.

Wallace, o capanga que estava implorando por um banho, enfim acabou de me amarrar. Eu tentei me mover, mas nenhum centímetro do meu corpo parecia ter algum contato com meu cérebro. Eu até mesmo já podia sentir as pontas dos meus dedos formigando. Eu tinha minhas mãos para trás, e elas estavam amarradas firmemente no encosto da cadeira. Meus pés estavam presos firmemente um contra o outro, me mantendo em uma posição incômoda e dolorida.

– Não dá para desapertar essa porra? – Gemi.

– Seja boazinha comigo, boneca, assim quem sabe mais tarde eu não te deixo com uma mão livre. – Fiz cara de nojo, além do banho ele precisa de uma lâmina de barbear.

– Só se for para eu arrancar suas...

– Eu volto em algumas horas, ai veremos. – Ele me cortou sorrindo maliciosamente. Eu bufei.

– Diga ao chefe que ela já está amarrada e que estou esperando as próximas ordens. – Diego disse antes que Wallace passou por ele.

– Sim, senhor. – Ele saiu dizendo com certa ironia.

Esperei, na esperança de que eu pudesse arrancar alguma informação do Diego. Mas ele apenas puxou uma cadeira semelhante à minha, fechou a porta e se sentou ali, girando sua pistola em uma atividade que eu classificaria como altamente tediante.

E o pior, em todas as minhas tentativas de falar com ele era como se ele estivesse sozinho nessa sala imunda e gelada e vazia. Eu gritava, pedindo para ele me soltar, gritava para ele me dizer onde estávamos, e então intercalava com inúmeros insultos, mas nada, nada mesmo parecia chamar sua atenção. Eu podia apostar o último brownie de chocolate que era ordens do Nathan.

Por fim, eu cansei do meu monólogo e caí no sono.

...

Eu acordei quando ouvi vozes na sala, e finalmente não era a minha.

Piscando os olhos eu levantei meu pescoço dolorido pela posição desconfortável e foquei ao meu redor.

– Veja quem acordou! Já não era hora, estava sentindo sua falta.

Droga, poderia ter algo pior do que acordar com os deboches do Nathan?

Acho que sim, acordar com os deboches do Nathan e encontrar o Diego ainda na mesma posição. Como o bumbum dele ainda não estava formigando? O meu com certeza estava.

– Acho que vou voltar a dormir, qualquer coisa é melhor do que olhar para sua cara feia. – Eu disse me erguendo na cadeira o máximo que me era permitido.

Nathan riu e estalou a língua.

– Princesa, princesa. Eu devo dizer que você é mais divertida do que qualquer uma das mulheres desse bordel.

Hum. Então estávamos em um bordel em Brownsville. Boa, Rose, continue conversando com ele.

– Então você está gastando muito mal seu dinheiro nesse lugar. Bom saber, assim eu passarei as recomendações para os rapazes da comitiva. Diga-me, qual o nome dessa espelunca?

– Muito esperta, Rose. Eu não vou dizer onde você está, mesmo que você não corra nenhum perigo de escapar.

– Se eu não posso escapar, por que não me dizer?

– Touché.

– Você tem medo que seu plano dê errado, sabe que eu sou esperta o suficiente para fugir.

Ele se aproximou de mim, pegando meu queixo e me fazendo olhar direto para seus olhos azuis nebulosos, um movimento que já estava se tornando um incômodo, mas dessa vez eu não podia me mexer. Eu gemi internamente, amaldiçoando até sua quinta geração.

– Eu tenho desejado ver a dor no rosto do Dimitri a cada dia que eu levanto, eu desejo assistir seu sofrimento assim como ele assistiu ao meu sem fazer nada. Você não vai me tirar esse direito, Rose. Eu mereço isso.

– Você é louco! – Eu disse, o encarando.

Seus lábios se contorceram em desgosto e Diego se mexeu desconfortável pela minha visão periférica.

Eu senti seus dedos apertando meu rosto, até que me causavam dor. Segurei ao máximo a lágrima que teimava em cair até que ele me soltou, apenas para pegar impulso para o tapa que encheu meu rosto. Exatamente no mesmo lugar do anterior. Agora, com certeza isso deixaria marca. Dessa vez a lágrima desabou grossa pelo meu rosto enquanto ele queimava e lateava. Nathan balançou a mão, fazendo uma careta. Ao menos doeu nele também.

– Você está precisando de um corretivo. Mas vamos deixar isso para quando meu querido irmão de criação chegar. – Com isso eu apenas senti o vento gelado que seu movimento brusco deixou quando ele passou pela porta, me deixando novamente com o Diego.

Eu queria limpar as drogas das lágrimas que continuavam a cair, mas nem mesmo isso eu podia. Era tão frustrante.

Minha raiva e humilhação foram crescendo e com isso meu peito subia e descia rapidamente, com a respiração descompassada e os batimentos apressados.

– Eu o odeio tanto!

– Eu disse para você ficar quieta, Rose. Nathan não é o bonzinho aqui.

– Eu nunca desejei a morte de ninguém com tanta força, com tanto ódio. Ele me transformou em um monstro. Agora eu sei por que o Dimitri foge desses sentimentos e dessas lembranças. Eu me sinto suja por esses sentimentos que estou sentindo.

Diego não disse nada, o que não era novidade. Mas eu estava gostando de desabafar.

– Eu quero mata-lo, quero livrar o Dimitri desse mal. Eu pouparei tantas vidas... – Tomei um fôlego para respirar, meu coração parecia querer saltar pela minha garganta. Eu não conseguia nem sequer imaginar o que o Dimitri sentiria se algo me acontecesse, ele se culparia e se afundaria ainda mais na melancolia e no abandono. Eu não podia deixar isso acontecer, eu precisa sair daqui e acabar com o Nathan de bônus.

– Você vai ficar mudo para sempre? Diga alguma coisa. Me repreenda! Me mande calar a boca ou me dê uma bofetada como o Nathan, qualquer coisa é melhor do que esse silêncio.

– Eu nunca bateria em uma mulher. – Foi tudo o que eu tive dele. Na verdade uma das mais longas e mais significativas frases. Tivemos um progresso.

– Ótimo! Eu tenho essa vantagem. – Disse com ardor fingindo.

– Me diga ao menos uma coisa. Você me deve isso. – continue.

Ele não respondeu, o que eu interpretei como um sim.

– O que vocês fizeram com minha tia Kirova? Vocês não a mataram, não é? Ela pode ter seus defeitos, mas ela me criou e eu ainda tenho algum sentimento por ela e...

– Nathan a enviou como mensageira. Ela vai ficar bem.

Eu levei alguns segundos para absorver as informações. Minha tia estava com mais sorte do que eu, ela não era o foco do Nathan, e tenho certeza de que ele apenas não a matou como fez com Mark, Tim e o velho cocheiro, porque precisava dela para... Droga, ela era a mensageira.

– Isso quer dizer que o Dimitri já está sabendo o que aconteceu? – Minha voz saiu mais desesperada do que eu pretendia. Não! Eu precisava de mais tempo.

– Ele e o seu pai já devem estar a caminho a qualquer momento.

...

Eu odiava aquele porão quase tanto quanto eu odiava essas cordas que apertavam meus pulsos. Que, aliás, era mais uma parte do meu corpo que deveria estar roxa e com vergões. Não que eu fosse fútil igual à minha tia, mas eu era uma mulher, e ainda tinha minhas próprias vaidades.

Eu odiava o porão por ele me fazer perder completamente a noção do tempo. Não havia janelas, então para mim a única forma de comunicação com o meio exterior era quando me traziam a refeição. Eu já havia recebido cinco no total, então eu contava que tinha se passado pelo menos dois dias desde que chegamos aqui em Brownsville.

Mas isso era apenas uma suposição, poderiam ter se passado muito mais tempo.

Diego permanecia a maior parte como meu carrasco malvado e mudo. Quando ele saia para fazer sabe-se lá o que, ou um capanga de confiança tomava seu lugar ou pior, o próprio Nathan vinha me provocar e despejar um pouco mais do seu ódio pelo Dimitri em mim.

Sempre que eu ia comer ou precisava fazer minhas necessidades básicas, eu era desamarrada, mas tinha sempre uma pistola apontada para minha testa caso tentasse algum movimento espertinho. Isso me frustrava cada vez mais, mas eu aproveitava esses instantes para observar atentamente o redor caso eu encontrasse algo que poderia me ser útil mais tarde.

Eu já tinha uma garrafa de whisky velho e vazia jogada em um canto, ela poderia ser útil para nocautear alguém, e sabia que estávamos no porão de um saloon que ficava afastado do centro da pequena cidade. Para minha fuga eu precisaria fugir de pelo menos doze homens que ficavam sempre pelos arredores, Diego deixou escapar sem querer, na verdade ele achou que eu estava dormindo. Então eu teria que encontrar o estábulo, roubar um cavalo, mantimentos e água para atravessar o deserto e correr para o mais longe possível daqui. É Rose, tudo parece muito mais fácil na teoria.

Eu estava sentada na cadeira, na mesma posição de sempre, e agora o sono me pegava novamente. Diego também parecia estar se rendendo ao cansaço, pois a cada dois minutos ele bocejava e isso era um movimento muito contagiante. Por esses motivos eu achava que agora deveria ser noite.

– Eu daria tudo por um colchão agora. – Eu suspirei, girando o pescoço dolorido de um lado para o outro.

– Você não vai ficar aqui por muitos dias. – Diego disse meio sonolento, mas isso me despertou, um pouco.

– Não?

– Esse não é o plano do Nathan.

– Quantos dias já se passaram?

Sem respostas, como sempre.

– Como eu posso usar essa informação para fugir? Vocês parecem paranoicos com informações. – Bufei.

– Eu apenas sigo ordens.

– Eu percebi.

Eu não perdi seu movimento de revirar os olhos em exasperação. Seus olhos dourados faiscavam com certa diversão, mas como toda e qualquer expressão era muito bem escondida por ele.

– Vá dormir, Rose.

– Você está esperando que eu vá dormir para poder trocar o turno?

– Eu prefiro assim. Dormindo você é menos perigosa.

– Se você diz. – Eu disse com um ar de mistério.

Eu estava esperando que eles colocassem um vigia disperso, para que eu colocasse meu plano de fuga em ação antes que fosse tarde demais.

Eu acho que devo ter dormido em algum momento do meu monólogo com o Diego. Eu estava falando algo sobre como aquelas cordas coçavam e que eu calaria a boca se ele me arrumasse um colchão e um cobertor bem quentinho, então do nada eu apaguei. Eu estava com um sono agitado e estava tentada a acordar para pedir que todo o barulho do exterior parasse e me deixasse voltar a sonhar com meu Dimitri e eu abraçados novamente no cânion onde fizemos amor, mas o barulho não parava.

Eu desisti quando um som alto, como algo batendo, soou ao meu lado. Eu acordei sobressaltada, piscando os olhos que ardiam para me ajustar a pouca iluminação vinda do lampião pendurado na parede.

Havia um novo vigia no quarto. Um homem jovem e com cabelos dourados, sua pele estava bem marcada pelo sol e usava roupas de algodão cru e couro, comuns aqui. Ele parecia amedrontado com algo e tinha uma pistola em mãos.

Eu descobri que o som veio quando ele entrou batendo a porta com força e os sons que me atrapalhavam o sono eram tiros que vinham do lado de fora. No mesmo instante eu despertei completamente enquanto o cara vinha na minha direção com determinação.

– O que está acontecendo? – O homem não me respondeu, ele apenas procurava por algo em sua cintura. Então ele tirou uma faca com um cabo que parecia ser feito de osso. Suas mãos tremiam enquanto ele se aproximava de mim. Inconscientemente eu tentei me afastar, mas não me movi um centímetro, droga, eu estava presa naquela cadeira.

– O que você está fazendo? – Eles iam me matar. Era isso. O plano do Nathan não deu certo e ele não precisava mais de mim. O pior é que o bastardo não quis nem sujar suas mãos com isso.

Eu senti meu corpo frio quando o capanga me alcançou, ele se abaixou e a faca desceu pelas minhas costas. Meu coração acelerado e minha visão embaçada quase não perceberam que ele estava cortando as cordas que me apertavam as mãos. Meu peito subia rapidamente com toda a adrenalina.

– O que está acontecendo? – Perguntei novamente. Mas o cara com as mãos tremendo nem parecia me ouvir, ele estava empenhado em tirar os últimos nós. E ele tinha pressa, algo estava errado e os barulhos de tiros vindos do lado de fora apenas confirmavam isso. Oh, Deus! Dimitri estava aqui. Eu tinha certeza.

– Se você tentar alguma coisa eu mato você. – O homem mesmo amedrontado parecia cruel e eu tinha certeza de que ele quis dizer cada uma daquelas palavras.

Eu apenas assenti quieta. Mas minha cabeça estava soltando fumaça enquanto eu pensava em um jeito de acabar logo com esse pesadelo.

– Muito bem. – Ele tirou o último nó, mas antes que eu pudesse fazer qualquer movimento sua faca apertou minha lateral. – Nós vamos dar uma voltinha e você vai vir comigo sem fazer barulho, entendido? – Havia um leve tremor na sua voz e eu suspeitava que ele não estivesse tão acostumado a ser o cara do mau. Ele já deveria ter assistido a muita coisa que o deixou com o rosto amargurado e cruel, mas ainda sim, ele estava com medo e inseguro.

– Onde está o Diego? – Perguntei enquanto ele me fazia levantar e seguir até a porta.

– Você já vai saber. – Ele parou um momento para ajeitar sua pistola, acho que para defesa para quando saíssemos porta a fora. Tudo aconteceu muito rápido. Eu senti o aperto da faca vacilar e não perdi um segundo da minha vantagem. Eu o empurrei para trás com o cotovelo, saindo do seu aperto de ferro. Ele soltou um palavrão enquanto eu corria para o canto da sala em busca do meu único objeto de defesa. Assim que eu peguei a velha garrafa de whisky senti um forte puxão no meu braço, me fazendo cair no chão com um baque surdo, a garrafa escorregou para longe, me fazendo xingar baixinho. O capanga tinha um olhar feroz e também não pensou duas vezes em afundar sua faca na minha lateral.

A dor foi cega, vermelha e excruciante. Eu senti tudo queimando e soltei um grito arrastado quando ele puxou a faca de volta. Minha mão apertou a ferida com força tentando aliviar a ardência e o sangramento, enquanto meu corpo desabava ainda mais no chão. O homem também parecia em choque, eu tinha razão, ele nunca tinha matado alguém antes e com certeza tinha ordens claras para fazer o que fosse preciso para me impedir de fugir. Mas eu não ia desistir agora que a ajuda havia chegado. Ele se abaixou para me levantar do chão e com esse movimento o deixando desprotegido eu aproveitei para lhe dar um soco. Ele cambaleou desorientado, enquanto eu me arrastava atrás da minha garrafa novamente, minha lateral ardia e meus movimentos a faziam sangrar ainda mais.

Eu ouvi novos palavrões.

– Você está tornando isso cada vez mais difícil. – Ele chiou quando me alcançou novamente. Mas dessa vez eu estava pronta, quando ele se abaixou novamente, apertando meu braço livre, eu quebrei a garrafa em sua cabeça com toda força que ainda me restava. Cacos voaram e o homem caiu no chão desacordado com a pancada e com a cabeça sangrando.

Eu respirei fundo, mas isso apenas me causou mais dor. Eu peguei a faca e a pistola do capanga, agora eu teria uma arma de verdade para me proteger. Sangue havia se misturado com os cacos e minhas mãos estavam vermelhas e escorregadias enquanto eu tomava um impulso para me levantar do chão de madeira desgastada. Apoiando-me na parede eu segui até a porta. Precisava sair daqui rápido, antes que mais alguém aparecesse.

Depois da porta havia uma escada íngreme. Eu tinha razão, estávamos em um porão. Meu vestido era escarlate e a única evidencia de que eu estava ferida eram minhas mãos sujas e meu andar sofrido.

Eu nunca pensei que uma escada pudesse ser tão longa quanto a essa, mas eu finalmente alcancei uma segunda porta e antes de abri-la coloquei a pistola em posição.

Eu agradeci mentalmente por encontrar uma antessala vazia. Ali parecia ser um depósito de bebidas.

Eu continuei caminhando e o barulho foi se fazendo mais alto. Eu me vi em um impasse, precisava continuar, mas estava quase desmaiando de cansaço e de dor.

Droga, Rose. Pense.

Um som alto de algo batendo interrompeu meus pensamentos. Alguém estava se aproximando. Eu me escondi no único lugar próximo, entre duas das estantes cheias de bebidas e copos. A sala estava escura e ali mais ainda, eu esperava que isso fosse o suficiente.

A porta que eu estava tentada a alcançar se abriu com um estrondo e luz entrou no ambiente, mas não chegou até onde eu estava escondida.

Eu segurei a respiração quando eu vi que era o Diego quem estava ali. Seu rosto estava impassível, mas ele estava com pressa e havia um hematoma feio no seu rosto, próximo aos olhos. Ele passou por mim como um furacão e desceu pelo porão. Eu pensei em correr e aproveitar que ele não tinha me visto, mas com meus movimentos lentos não iria muito longe, então decidi esperar.

A porta por onde ele tinha passado para descer no porão bateu com força quando ele retornou, vendo vermelho e com o rosto marcado com fúria.

– Quer algo bem feito, faça você mesmo. – Ele rosnou passando novamente por mim e recarregando a pistola com certa brutalidade em seus movimentos. Então, ele sumiu novamente pela porta.

Eu soltei a respiração que estava segurando. Se ele achou que eu tinha fugido para longe, então era porque era possível. Foi isso que eu pensei quando apertei meu ferimento e continuei caminhando.

Depois havia um longo corredor com várias portas. Eu escolhi um delas e entrei.

Era um quarto de luxo. Provavelmente um dos que as dançarinas usavam ao final de seus shows de dança. Não havia nada ali que eu poderia usar e eu tinha pressa, principalmente quando avistei uma janela. Essa era minha saída.

Eu afastei as pesadas cortinas vermelhas e abri a janela de madeira. Dava para o fundo de um grande estabelecimento todo feito em madeira escura. A lua cheia estava alta no céu, iluminando as pequenas árvores e arbustos que havia ali, eu subi pelo parapeito, rodei e caí do outro lado, eu perdi as forças das pernas e acabei de joelhos na terra clara, levantando poeira.

Minha respiração estava descompassada, minha cabeça doía e rodava e eu me sentia cada vez mais fraca pela perda de sangue. Mas eu precisava continuar.

Eu ouvia tiros de vez em quando e eu podia dizer que havia uma grande movimentação do outro lado do prédio. E agora eu tinha um dilema na minha cabeça, para onde ir?

Eu não iria durar muito sangrando desse jeito, sem falar que eu estava usando o restante das minhas forças. Foi por isso que eu me apoiei na parede de madeira e segui para onde vinham os sons e a luz.

Contornei a grande construção enquanto tentava me esconder nas sombras e chegar a algum local onde eu poderia esconder e ficar ciente de tudo o que se passava ao meu redor. Eu achei o esconderijo perfeito quando a construção terminou e eu me deparei com uma carroça quebrada e escondida no escuro, no meio do mato amarelado. Ali era escuro e estava afastado.

O estabelecimento ficava em uma das ruas de terra da cidade, ao lado havia um bar com as portas fechadas e do outro lado da rua um hotel com uma iluminação fraca e precária. Mas esse saloon era um lugar luxuoso e que com certeza abrigava somente a elite e por esse motivo tudo tinha se tornado um caos. Algumas mulheres corriam para fora e se encaminhavam para os estabelecimentos ao lado. Muitos homens muito bem vestidos também estavam fugindo ou atirando para qualquer lado que era possível, eles haviam sido interrompidos no meio de um espetáculo. Mas o foco da confusão estava nos capangas do Nathan que usavam o prédio e as janelas do saloon como escudo, enquanto atiravam nos homens que eu convivi por um mês, a comitiva do Dimitri e também alguns homens do meu pai que eu reconheci. Muitos estavam escondidos atrás de colunas ou de diligencias que ali estavam paradas. Eu procurei desesperadamente pelo meu pai e pelo Dimitri, e quando não os encontrei e um misto de ansiedade e aflição se apoderou de mim.

Eu tomei um último fôlego e corri de encontro à carroça abandonada sem olhar para trás. Eu tinha o fator escuridão ao meu favor, sem contar que o centro estava para o tiroteio que se seguia.

Assim que eu alcancei meu esconderijo eu desabei sobre a madeira, respirando com dificuldade e com tonturas indesejáveis. Apertei minha ferida e vi que ainda mais sangue manchava minha mão de escarlate.

– Rose?! – Uma voz surpresa e um tanto preocupada disse um pouco atrás de mim.

Eu me virei rapidamente para ficar cara a cara com um Christian, que recarregava sua pistola.

– Como você escapou? Onde você estava? – Ele parecia atordoado e se aproximou de mim, ainda abaixado e com a pistola agora carregada em mãos.

– Eu consegui escapar do porão. Mas eles já sabem e estão atrás de mim. – Eu disse, me escondendo ainda mais atrás da madeira.

Christian estava sem reação. Era bom saber que ao menos uma vez eu fui capaz de surpreendê-lo. Então algo completamente inesperado, tanto para mim quanto para ele, aconteceu. Christian me puxou para um abraço.

Eu fiz uma careta de dor pela posição, mas retribuí ao abraço com entusiasmo. Ele me segurou ali por uns segundos antes de me soltar.

– Todos estavam tão preocupados com você. Seu pai está disposto a qualquer coisa para leva-la de volta para casa, e o Dimitri, Deus, eu nunca o vi tão enfurecido antes. Sem falar na Lissa, foi difícil convencê-la a ficar em El Passo e em segurança.

Eu não imaginava que tantas pessoas se preocupavam comigo. Mas agora o único foco que tínhamos que ter em mente era acabar com o Nathan, antes que ele saísse Texas a fora destruindo famílias.

– Obrigada por estarem aqui. – Disse séria e com sinceridade. – Vamos dar um jeito nessa bagunça, Nathan vai pagar por tudo. – Ele concordou com determinação no olhar, a gente tinha nossos momentos.

– Sim, vamos. Nathan pode ser esperto e cruel, mas ele ficou cego de vingança e acabou dando a localização dele de bandeja. Ele cavou a própria cova. Seu pai precisa saber que você não é mais uma refém. – Meu peito se agitou.

– Meu pai? Onde ele está? E o Dimitri? – Eu precisava saber que eles estavam bem.

Christian deve ter percebido o desespero no meu olhar e na minha voz, pois ele me deu um sorriso cúmplice.

– Eles estão bem, Rose. Vamos invadir o saloon e pegar o Nathan e...

– Precisamos pará-lo. Ele quer machucar o Dimitir! – Minha respiração estava difícil, mas era por conta da dor que ardia por todo o meu lado. Tínhamos a vantagem agora, mas as ameaças que Nathan ficou recitando enquanto eu estava presa ainda brilhavam na minha mente. Ele queria acabar com o Dimitri. Meu Tiro Certeiro.

– Dimitri sabe se cuidar, Rose. Assim como todos aqui. Eles estão dispostos a colocar um fim nesse bandido sanguinário de uma vez por todas.

– Assim como eu. – Eu disse decidida, eu queria que o Nathan pagasse por tudo o que ele fez. Sr. Nagy e sua família, sua tentativa de transformar a índole do Dimitri e o ódio que ele tem nutrido pelo irmão de criação, pelo meu pai, e por todas as pessoas que ele destruiu e fez sofrer. Eu o odiava tanto que me assustava, era como eu tinha dito para o Diego quando estava encarcerada. Nathan tinha atingido um ponto em mim que desencadeou uma raiva cega e cortante e eu esperava que ninguém sentisse algo assim, principalmente o Dimitri, ele já se culpava demais e tinha medo de voltar a ser o que era no passado. Mas eu não permitiria isso. Jamais.

– Nathan ainda não apareceu, ele está dentro do saloon. O covarde colocou seus capangas como escudos humanos enquanto se esconde, apenas esperando por um momento oportuno.

– Então estamos indo pega-lo. Ele não me tem mais como refém.

– Rose, eu acho que seu pai iria querer que eu a deixasse em segurança e...

– Eu não estou pedindo sua permissão. – Disse com nariz em pé.

– Eu não gosto muito dessa sua versão vadia e teimosa de ser. – Ele disse com seu característico sarcasmo. E lá se foi nosso momento.

– Você me ama, Christian, e eu vou jogar esse abraço na sua cara pelo resto da sua vida. – Eu sorri com isso. Era bom ter tudo ao normal entre nós novamente.

– Eu estava apenas repassando o abraço que a Lissa pediu para eu te dar. – Ele desviou o olhar, entregando a mentira.

– Podemos discutir o quão mentiroso você é outra hora. Estamos no meio de um tiroteio agora, Ozera.

– Eu odeio ainda mais quando você tem razão.

– Sobre você ser mentiroso? – Eu vi seu olhar de exasperação mesmo com a escuridão.

– Não seja idiota, Rosie. Estou falando do tiroteio. Eles precisam de mim. Você fica aqui, eu vou avisar a todos que você está segura.

– Você sabe melhor do que isso que eu não vou ficar aqui de braços cruzados enquanto as pessoas que eu amo se arriscam.

Ele coçou a nuca, indeciso sobre o que fazer. Acho que se ele pudesse me amarraria e me colocaria uma mordaça, com certeza.

Eu engatilhei minha pistola, mostrando para ele que não havia discussão. Ele apenas revirou os olhos e fez sinal para eu segui-lo.

Atravessamos a carroça e corremos para o lado da construção, nos escondendo atrás da parede.

– Não deveríamos ir para o lado oposto? – Cochichei.

– Estou dando cobertura. – Foi tudo o que ele disse.

– Mas não há nada aqui para... – Uma bala passou do meu lado e acertou a parede atrás de mim, estilhaçando a madeira. Involuntariamente eu me abaixei. Um dos homens do Nathan estava atirando contra nós e se escondendo atrás de uma pequena construção que ficava no fundo, parecia-se com um depósito. Christian atirava naquela direção, tentando acertar o homem. Estávamos sem proteção ali, então Christian me puxou para esconder atrás de uma árvore que havia na nossa frente.

– Continue abaixada, Rose! – Ele gritou.

Eu me abaixei, mas consegui uma posição para atirar. E três tiros depois fui eu quem conseguiu acertar o capanga. Ele caiu e mais nenhum som foi ouvido dali.

– Rose? – Christian estava com a testa franzida na minha direção e só então eu percebi que estava olhando a pistola, como se estivesse hipnotizada.

– Sim? – Desviei meu olhar do cano metálico e frio para olhar para ele.

– Tudo bem? Você parece meio pálida. – Ele tinha suas sobrancelhas negras franzidas.

– Sim, eu só...

– Você nunca tinha atirado assim antes, não é?

– Eu nunca matei alguém. Até agora. – Disse de modo automático. Na verdade eu achava que a sensação seria totalmente diferente.

– Você não precisa mais fazer isso. Fique aqui e...

– Estou bem, vamos indo. – O movimento brusco que eu fiz para levantar me atingiu, trazendo uma carga de dor por todo meu corpo. Fraqueza e tontura enfim me derrubaram, e eu acabei caindo na terra, levantando poeira enquanto Christian gritava meu nome.

– Rose! – Ele estava ao meu lado e quando eu levei minha mão para meu lado ele seguiu meu movimento e finalmente deve ter visto todo o sangue em minhas mãos. – Rose, você foi atingida? – Havia horror em sua voz. Ele não havia visto que eu estava ferida antes por conta da escuridão.

– Quando eu escapei, eu entrei em uma briga. – Por que minha voz parecia tão fraca?

Ele examinou um pouco a ferida e parecia ainda mais horrorizado.

– Rose, você está perdendo muito sangue. – Ele disse sério. – Eu preciso buscar ajuda.

– Estou bem, só me dê um minuto para...para recuperar o ar. – As palavras saiam entrecortadas pela minha respiração vacilante.

– Você deveria ter me falado que estava ferida. Droga, Rose, você às vezes é tão idiota. – Ele tirou um lenço do bolso e o pressionou sobre meu lado. Então, ele me carregou até que eu estivesse sentada e encostada no tronco na árvore. – Aperte isso. – Ele indicou o lenço e eu fiz o que ele mandou sem questionar.

– Aonde você vai? – Perguntei fracamente.

– Você precisa de ajuda, e agora. Fique aqui, Rose, se alguém aparecer atire, entendeu?

Eu assenti e ele saiu resmungando que eu ainda iria me matar com essa teimosia.

A verdade era que a raiva cega e a adrenalina tinham agido como uma anestesia para minha dor, mas agora, parada ali e tendo perdido uma quantidade significativa de sangue, eu comecei a me preocupar. Dimitri e o meu pai precisavam de mim viva e não aos pedaços.

Quando respirar passou a ser dolorido e qualquer movimento fazia meu corpo tremer de dor, eu ouvi passos se aproximando. A ajuda finalmente havia chegado.

– Christian? – Eu chamei, quando vi que a pessoa que se aproximava parou por um instante. Minha voz parecia sonolenta.

– Parece que você estava esperando outra pessoa. – Meu sangue todo gelou ao ouvir que a voz não pertencia a do Christian.

Eu peguei a pistola e a apontei para frente, com o dedo escorregadio devido ao sangue no gatilho.

– Fiquei longe, ou eu juro que atiro. – Disse fracamente, mas com determinação.

– O que aconteceu com você? – Diego agora estava bem visível, ainda dando pequenas passadas. Eu continuava com ele na minha mira. – Está ferida?

– Como se você se importasse. – Ironizei. – Fiquei onde está, Diego. – Avisei novamente, mas ele não parou. - Eu disse para ficar onde está. Seu amigo ali atrás não teve um aviso, Diego. Eu não quero puxar esse gatilho. – Dessa vez ele parou.

Ele olhou para o galpão abandonado e viu o capanga caído, mas isso não pareceu abalá-lo nem um pouco. Ele ainda tinha um rosto impassível, muito diferente do Diego brincalhão e bem humorado que me acompanhou por quatro dias de viagem.

– Eu sinto muito, Rose. Mas não posso deixar você fugir. Você precisa vir comigo, Nathan não quer nada com você, ele quer apenas o Tiro Certeiro. – Ele deu um novo passo e eu e levantei um pouco mais, apontando a pistola mais firmemente.

– Ele não vai ferir o Dimitri e nem ninguém, eu não posso deixar. Você não vê que isso é errado. Diego, você não precisa fazer isso. Você não é assim, o Diego que eu conheci nunca machucaria uma mosca e...

– Cala a boca, Rose. Você não sabe nada. Eu preciso fazer isso.

– Você não precisa, Diego. Sua irmã, você disse que tem uma irmã. Pense em como ela se sentiria sabendo o que você tem feito aqui e...

– Já chega. Eu já tomei minha decisão. Você está errada, eu estava mentindo o tempo todo.

Ele avançou novamente e eu apertei ainda mais a pistola.

– Eu vou atirar, Diego. Por favor, pare. – Ele parou mais uma vez.

– Vamos, atire, Rose. – Ele abriu os braços, esperando. – Atire e acabe com isso. Caso contrário, seu Tiro Certeiro irá sofrer, seu pai irá sofrer, todos que você ama irão sofrer. Atire! – Ele gritou.

A pistola tremia em minhas mãos, eu não queria fazer aquilo e nem mesmo sabia por que.

– Ela não vai atirar. – Essa voz. Droga, eu estava ferrada agora. – E sabe por que eu sei disso? – Nathan sorria enquanto se aproximava com passadas lentas e elegantes. Diego aproveitando minha hesitação tinha me alcançado e tirado a pistola das minhas mãos fracas com muita facilidade. – Porque ela se importa demais, assim como o Dimitri. E veja onde ele está agora, Princesa. Ele perdeu tudo o que mais amou. Ou está prestes a perder. – Nathan terminou sua entrada de efeito se abaixando até estar no mesmo nível que eu estava e estalando sua língua em reprovação.

– Vá para o inferno. Você e toda sua corja. – Eu tentei falar alto, não funcionou. Mas minha voz saiu ameaçadora e eu me orgulhei disso.

Nathan desceu seu olhar para minha lateral, onde eu matinha minha mão bem pressionada.

– Dimitri iria adorar ver isso. – Ele disse com um sorriso sádico. Então, sem aviso nenhum, ele me acertou uma bofetada com sua pistola. Eu senti o gosto de sangue em minha boca, minha cabeça girou e minha visão enegreceu. Senti meu corpo gelando e era como se eu flutuasse. Eu ia desmaiar. Vamos, Rose. Controle sua respiração. – Isso é por tentar fugir. Eu avisei para não tentar me passar para trás. – Meu ouvido parecia estar entrando em um colapso de zunidos, mas eu ainda conseguia ouvi-los muito bem.

– Nathan, o que vamos fazer agora? – Ouvi Diego perguntar.

– Vamos voltar ao plano. – O desgraçado estava fugindo antes de me encontrar. Covarde, filho de uma mãe. – Mas com algumas mudanças de última hora.

– É melhor levarmos ela daqui. Perdemos o controle, temos que nos organizar novamente. – Diego parecia preocupado. Mas nesse momento, ele estava sendo mais inteligente que o diabo do Nathan.

– Não questione o que eu digo, Martínez. – Nathan tinha uma voz sombria. Fazia parecer que ele era um anjo quando falava comigo. – Você está aqui para seguir ordens, não para questioná-las. – Eu ouvi uma nova bofetada e dessa vez a dor não foi em mim. Eu estava recuperando minha visão e vi Diego caído na terra enquanto limpava a boca sangrando. – Ou preciso lembrá-lo o porquê de você estar aqui? – Nathan continuou com suas ameaças.

– O que devemos fazer agora? – Diego perguntou de forma mansa e submissa.

Nathan sorriu com isso e voltou a me olhar, estalando língua.

– Vamos dar boas vindas à Dimitri Belikov.


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Notas finais do capítulo

Tudo bem, vamos lá... ( me abaixando de um sapato voando)
Vocês são as melhores leitoras de todas, sério! Eu sumi esse tempo todo e quando volto vejo que a fic recebeu recomendações, e acima de tudo, muitas mp's preocupadas e pedindo para que eu postasse logo. Então, depois de uma eternidade, estou de volta e novidade: Já terminei a fic!!!! ( coros de aleluia) Eu queria terminar antes de voltar a postar, para não deixá-las na mão novamente. Espero que vocês gostem de tudo o que eu preparei com muito carinho para vocês. O final está...emocionante ( sem spoiler). Vou postando conforme vocês forem comentando aqui, ok?
Vou responder a todos os comentários e mp's, isso é muito importante para mim =))
E por favor, não me abandonem, gente!!! Estou fazendo tudo pensando em vocês. E também estou com projetos de novas fics, só ainda não me decidi sobre qual tema. Alguma sugestão?
É isso, espero estar perdoada depois desse capítulo enorme ( piscando os olhinhos) hahaha
Beijos e até o próximo