Queimar Ou Não Queimar? escrita por gio


Capítulo 1
Capítulo 1 - Contando minha historia


Notas iniciais do capítulo

Então...Eu fiquei de postar uns dias depois, mas não consegui! Eu achei essa fic minha perfeita, e olhem que essa ideia veio enquanto eu estava tomando banho, então pensei em dedicar a alguém! Ok não vou enrolar tanto aqui! Boa leitura angels ♥



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"Man, it's been a long day

Stuck thinking about it driving on the freeway

Wondering if I really tried everything I could

Not knowing if I should try a little harder"

–Maroon 5

Essa não é a historia mais agradável do mundo, até porque não é nada agradável.

Não é uma historia muito longa, mas nem tão curta.

Essa não é uma historia para dormir, porque historias para dormir são, normalmente, felizes.

É uma historia trágica e triste.

É a historia da minha vida.

Eu não sei tão bem a respeito de pessoas, pois em toda minha vida as únicas pessoas com quem mantive contato, foram meus pais, que não cheguei a conhecer totalmente, meus seqüestradores, alguns poucos adolescentes e ele.

Quando eu era pequena, com cerca de três anos de idade, eu fui seqüestrada, tirada das mãos de meus pais, arrancada da raiz. Eu tenho pesadelos com aquele dia desde então. Eu vi eles me tirarem das mãos de minha mãe que gritava desesperada, vi meu pai lutando contra pessoas que nunca havia visto na vida. Vi com meus próprios olhos de criança eles matarem meus pais, sempre me perguntei o porquê deles me tirarem de meus pais e ainda matarem-nos. Eu sempre matutava a noite, sempre passava a noite em claro, se pudesse passaria os dias pensando, mas minha mente era mantida ocupada, eu cuidava da casa deles, eu varria o chão, eu lavava os pratos, limpava os banheiros eu era a empregada de um chiqueiro, sempre que eu arrumava bagunçavam, e era bagunça demais para dois sujeitos inúteis.

A minha infância, aquela que não tive,começou aos quatro anos e eu fazia tudo em uma casa no meio do nada, onde só havia árvores mortas, mato, animais mal cuidados, uma casa abandonada não abandonada, onde eu e eles morávamos. Onde eu cuidava de tudo, mas quase não via o sol, mal via a árvore que ficava em frente à janela da sala, por estar arrumando a casa e não havia tempo para olhar a janela. Não assistia á filmes infantis, não tinha um DVD e não havia tempo, nunca havia tempo para mim, todo meu tempo era dedicado á aquela casa, todo meu tempo mesmo, á noite eu não dormia, sequer cochilava, andava por aquele lugar, moribunda e deprimida, arrumando e limpando, tirando á poeira dos cantos daquela casa. Eu não tive uma infância, eu tive uma vida de adulto.

Já adolescente, eu fazia coisas mais puxadas, como limpar o telhado, ou o sótão um lugar abandonado, cheio de poeira e de velharias, que não podiam ser jogadas no lixo, na minha adolescência eu matava galinhas com facões e fazia para eles comerem, e eu? Eu comia o que sobrava, e ás vezes não sobrava nada. Eu sempre fui magérrima, também por falta de comida, mas também porque eu não tinha tendência a engordar.

Passei dezessete anos da minha vida com eles e eu estava disposta a mudar tudo isso, eu estava disposta á uma vida nova. E tudo mudou quando eu conheci ele.

Foi na minha sétima tentativa de fuga, aquela que deu certo, mas por pouco tempo. Eu tinha dezoito anos, já era maior de idade. Eu fugi pela janela da sala, quando eles tinham saído para a farra, eu fui sorrateiramente até a janela, não havia ninguém em casa, mas poderiam chegar e eu me esconderia subitamente. Abri a janela e não havia ninguém na rua, claro era um local abandonado. Sai descalçada com a roupa rasgada e cabelo bagunçado. Quando cheguei a cidade, cansada, ofegante e faminta eu desmaiei e quando acordei novamente o vi pela primeira vez, ele olhava para mim com as feições preocupadas, lábios finos, traços perfeitos, rosto bronzeado, cabelo castanho realmente lindo em um topete e olhos castanhos esverdeados, que me olhavam preocupados. Ele deu um sorriso incrivelmente branco.

–Que bom que você está bem! – exclamou ele animado se levantando da, espere aí, cama (?).

Não consegui falar e encarei o teto branco, nele havia retratos do mesmo garoto, com o mesmo sorriso feliz. Sentei-me subitamente meio tonta e ele veio até mim.

–Você não pode se mexer tanto – disse ele me deitando – Você precisa comer, Logan trará algo para você. Espere.

–Como – minha voz saiu fraca – Como eu vim parar aqui? Por que me trouxeste para sua casa, se nem me conhece?

–Não é minha casa, quer dizer, é sim, mas também é um hospital e você estava caída no chão era nosso dever ajudar, só coloquei-a aqui porque os quartos já estão ocupados. - terminou de falar e escutamos uma batida suave na porta.

–Sou eu – disse um menino pálido, com topete negro, era o que parecia abrindo a porta – Trouxe comida, suspeitei que já estivesse acordada. Prazer Logan Mitchell, você é a?

–Roberta. Roberta Rashid.

Ele sorriu para mim e depositou a bandeja ao lado do criado mudo, pediu licença e se retirou.

Olhei para o prato de comida e vi que nele havia purê de batata, arroz, feijão, macarrão com queijo e carne de frango. Arregalei os olhos, pois nunca havia visto aquele tanto de comida, voei na bandeja comendo tudo mais rápido que o vento e acabei me entalando, rapidamente peguei o suco e respirei aliviada.

–Parece que faz um tempo que você não come – observou o menino de olhos castanhos esverdeados.

Deu um sorriso amarelo e encarei-o, ele era realmente lindo, dos pés a cabeça. Trajava uma camisa social verde azulado com uma gravata branca, uma calça jeans azul e um tênis da Vans. Escutei uma batida brusca na porta e vi um homem grande, pançudo, cabeludo e careca arrombando a porta e gritando:

–Ah, mas está ai essa vadia, pensa que fugir da casa abandonada vai livrar você? Eu acho você em quaisquer lugares. Vamos para casa – me pegou pelo braço apertando-me e arrastando-me pelo quarto.

Olhei para o menino dos olhos perfeitos suplicante, mas ele não podia fazer nada, ele mal sabia quem eu era, por que me ajudaria? Antes de ser arrastada completamente do quarto ele gritou:

–Roberta – congelei, ele havia dito meu nome – James, meu nome é James!

James esse era seu nome, origem francesa, o que vence, o suplantador, o que agarra o calcanhar.

James, um belo nome para um belo rapaz.


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Notas finais do capítulo

Então? Reviews? Eu acho que mereço! Tá tão legal hehe porque amor próprio é tudo.Espero que tenham gostado!



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