O assassinato do Leão escrita por Andhromeda


Capítulo 2
Mulheres que choram...


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a Charlotte Baudelaire Corleone, pelo meu primeiro comentário!
Espero que goste...



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Sandor simplesmente odiava choro de mulher.

Desde os soluços afogados, ate a voz esganiçada. Ele era um policial, não era seu dever consolar uma secretaria histérica por que tinha encontrado o maldito chefe, que nem lembrava o seu nome, morto em cima do tapete metido a besta que provavelmente custava mais que a sua alma. Infelizmente para o seu azar, a ruiva peituda que atendia pelo nome de Ros, havia chorado durante o interrogatório inteiro.

O fato de que a mulher não ajudou muito na investigação só serviu para irritá-lo ainda mais.

O curto relato dela se resumia a: ela havia chegado às 8h como de costume, batido o ponto e subido. Foi ate a sala do seu chefe para saber se estava tudo em ordem para quando ele chegasse, pois segundo Ros, o Baratheon era perfeccionista e ficava irritado se o seu mundo perfeito da Disney – palavras do Sandor, não dela – estivesse com uma folha fora de lugar. Quanto às informações pessoais, a secretaria alegou que seu patrão era muito reservado e não gostava de misturar vida pessoal com profissional.

Clegane havia olhado para o decote do seu vestido que se agarrava ao seu corpo como uma segunda pele e teve muita dificuldade em acreditar em toda essa merda de não-sei-da-vida-do-meu-chefe.

– Onde esta o seu carro? - perguntou Brienne, assim que saíram do reconfortante ar-condicionado do prédio para o calor maçante das ruas.

– Ha 2 quadras daqui, odeio essa bosta de cidade e essa multidão de gente – resmungou ele em resposta.

– Se mude para o campo – disse ela inocentemente.

– O que eu faria no meio do mato? – Sandor perguntou, enquanto andavam a distancia das 2 quadras.

– Não é mato Sandor, o campo é um lugar calmo e tranqüilo – o repreendeu.

– Ah, esqueci que você era uma roceira antes de se entregar a fantástica vida policial de Nova York – respondeu sarcástico, tentou se desvia de uma mulher que andava como se os cães do inferno a tivesse perseguindo.

– Não era roça, Cidade das Esmeraldas era apenas uma cidade pequena – defendeu-se a policial.

– Uhum... e eu sou uma maldita fada.

Ela abriu a boca para rebater, mas a fechou novamente. Conhecendo Sandor tão bem quanto conhecia, sabia que não adiantaria arrumar uma discussão por isso.

– Acho que Ros não contou tudo que sabia – comentou a loira, desviando o assunto para o caso.

– Eu tenho certeza, empregados são como baratas, estão em todo lugar e sabem mais da vida do patrão do que eles mesmo – Brienne tentava acompanhar as passadas longas dele, o cara tinha um perna quilométrica – se sabe ainda mais quando se esta trepando com o chefe.

– Concordo, porque não a pressionou mais? – questionou.

– Vou dar um tempo pra ela marina, conversar com outras pessoas e quando voltar vou saber exatamente o que quero dela, a garota é jovem, não vai ser difícil arrancar alguma coisa - chegou perto do seu carro e se irritou ao perceber que um cara havia estacionado um conversível caro atrás do seu e não tinha deixado quase nenhum espaço de distancia entra o dois – só pode ta de sacanagem, esse babaca acha que eu sou o que, Houdini?

– Tem o telefone dele preso no pára-brisa, você pode ligar e ele vem aqui tirar – Brienne tentou apaziguar, sem muito sucesso.

– Ou, eu posso sair dessa maldita vaga escaralhadamente e da a esse filho da puta uma lição.

– Seu carro sairia tão prejudicado quanto o dele – ponderou ela.

– Errado, sou um orgulhoso contratado do governo, posso pedir aos caras da garagem na central que de uma consertada, não irá me custar nada e a melhor parte é saber que esse idiota provavelmente esta na terceira parcela dessa lata amassada.

– O carro não esta amassado – ressaltou a loira.

– Vai estar depois que eu sair daqui – Clegane respondeu com satisfação, então ambos entraram no carro e foram em direção a West Village.

*

A mansão Baratheon ficava em plena West Village, era um mostro grande de mais de 2.500 metros quadrados.

Sandor e Brienne foram recebidos com obvia relutância por um mordomo antipático, que recuou alguns passos quando Clegane “educadamente” esfregou seu distintivo na sua cara, mas a loira sabia que o que fez o homem sumir da sala com um gaguejado, “irei anunciar a presença dos senhores a senhora Lannister”, foi o rosnado persuasivo do seu Tenente.

O ambiente estava decorado em tons de dourado e vinho, o brilho sutil das antiguidades mostrava que tudo era rigorosamente lustrado.

– Senhora Lannister, não Baratheon – comentou Brienne, quando foram deixados em uma sala de estar ricamente decorada – quanta ostentação.

– Nem me diga – comentou distraído com um vaso de cristal que esta em cima da lareira, um monte de lírios com pétalas brancas e vinho, perfumavam o ar – não é muito normal gente rica não usar o nome influente do marido, geralmente é justo por causa do nome que escolhem os maridos.

Antes que a policial pudesse comentar uma mulher entrou na sala.

Usava um vestido longo e esvoaçante do mais rico azul, um discreto cinto na cintura delineava o seu corpo curvilíneo, seus cabelos de ouro estavam presos no alto da cabeça.

Sandor a teria considerado a mulher mais linda que já viu, se não fosse pelo brilho de escárnio que tomou conta dos seus olhos 1 segundo depois que passeou por todo o seu quase 2 metros e altura.

– Tenente Clegane, meu nome é Cersei Lannister – nenhuma mão foi oferecida, muito menos um convite para que se sentassem – desculpe, mas não tenho muito tempo pra lhes oferecer, tenho um compromisso inadiável – sua voz era calma e suave.

– Não tomaremos muito do seu tempo – Respondeu Sandor, se esforçando ao máximo para ser cortes, afinal estava cumprindo seu trabalho – tem mais algum família na casa?

– Não e não entendo por que a pergunta – Rebateu a mulher, estreitando os olhos em desconfiança.

– É só uma pergunta de rotina – pois depois de ele falar o motivo de estar ali, Cersei Lannister definitivamente precisaria de um familiar – sou um policial da homicídios.

– Bom pra você, poderia ir ate o ponto, policial – sua voz transparecia impaciência.

– Hoje de manhã aconteceu um incidente no Edifício Bathareon – as palavras tinham um gosto amargo na sua boca.

– Eu não cuido dos problemas da empresa, o senhor pode entrar em contato com o meu filho, agora se me dão licença – disse ela.

– Senhora Lannister, hoje de manhã encontramos o corpo do seu filho, Jhoffrey Baratheon, no seu escritório – disse a queima roupa.

A mulher olhou para ele descrente, depois empalideceu e ficou encarando o vazio por alguns instantes.

– Meu filho – sussurrou, logo depois caiu no choro.

– Sennhora Lannister, precisamos fazer algumas perguntas – disse Sandor após alguns minutos.

– Eu não estou em condições, não consigo pensar direito – disse Cersei, colocando a mão espalmada no próprio peito, como se estivesse sentindo uma dor forte no coração.

– Sinto muito pela sua perda, senhora Lannister, só temos que fazer algumas perguntas simples, a senhora quer que eu ligue pra alguém?

– Não, só quero ficar sozinha – Respondeu, lagrimas desciam pelo seu rosto delicado.

– Não levaremos muito do seu tempo.

– Tudo bem – Concordou, sua voz estava embargada pela emoção.

– Senhora Lannister, o seu filho tinha algum inimigo, alguém que o estava importunando nos últimos dias?

– Todos nos temos alguém que nos importuna, Tenente, mas não me lembro de ninguém em especial.

– Jhoffrey tinha o costume de dormir fora?

– Não, ele costuma...costumava – se corrigiu, passou a mão distraidamente no rosto tentando secar algumas lagrimas – chegar em casa tarde.

– Ele disse o que faria na noite passada?

– Jhof não gostava de dar satisfações – disse ela, fazendo uma pequena careta – seria melhor fazer essa pergunta a noiva dele.

– Qual o nome dela?

– Sansa Stark, eles iam se casar no próximo mês – um brilho de entendimento tomou conta dos olhos dela – agora não vão mais.

– Há quanto tempo eles são namorados?

– 1 ano, o pai dela era sócio do meu marido, eles se conheciam praticamente desde crianças – foi assolada por uma nova crise de choro – eu não posso mais, desculpe, o meu mordomo os acompanhará ate a porta – e saiu da sala.

E como disse, o mordomo alegremente os acompanhou ate a porta.

– Odeio quando o familiar mais próximo é a mãe, é sempre tão triste – comentou a silenciosa Brienne quando entraram no carro.

– Algo não cheira bem nessa historia – resmungou ele em resposta.

– Pra mim ela parecia uma mãe desamparada.

– Pra mim ela pareceu uma mãe desamparada e relutante – quando ele viu o olhar confuso da sua parceira, continuou – geralmente os familiares ficam anciosos pra nos ajudar e dar tudo e qualquer informação que podem, faz parte do luto.

– Ela estava em choque, Sandor – o repreendeu – não seja insensível.

– Não seja sensível de mais, Tharth – por um momento ele tirou os olhos da pista e a encarou – Cersei Lannister praticamente nos expulsou.

– Ela estava confusa – justificou a policial.

– Palavras dela, não suas – frisou ele.

– Ok, ela disse, mas não significa que seja mentira.

– O filho dela, que não costuma dormir fora, não volta pra casa e ela não me pareceu preocupada.

– Verdade – concordou a loira, agora que ele falou, começava a perceber os pequenos furos – ela foi muito evasiva.

– O problema não é o que disse e sim o que não perguntou – disse Clegane.

– Como assim?

– Em nenhum momento ela me perguntou como Jhoffrey tinha morrido.


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Notas finais do capítulo

No próximo cap. teremos a visão de uma encantadora conversa de irmãs!
Comentem!



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