Once upon a time escrita por Mielly Milena


Capítulo 2
Não sou sua senhora


Notas iniciais do capítulo

Nossa gente obrigada pelos comentários, eu amei cada um deles, e agradeço de coração as favoritações, isso é um sinaç de confiança que pretendo fazer com que valha a pena...Kisses e espero que curtam



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– Meu deus – a Cath exclamou – não acredito que ela será obrigada a se casar com ele minha senhora, principalmente amando outro.

A velha sorriu por cima do livro, encarando aquela pequena criança menina.

– nós vivemos em tempos que o dever vem primeiro que o amor minha querida – a senhora sorriu – quer ouvir o resto da historia?

– por favor - menina sorriu.

“Passara-se uma semana desde que meu pai anunciara que eu seria obrigada a me casar com o príncipe da França, mas depois disso passou a agir normalmente como se aquele anuncio jamais houvesse acontecido, quase achei que minha vida voltaria ao normal, quando uma carruagem pomposa parou a nossa entrada, achei que fossem um dos nobres que vinham visitar-nos de tempos em tempos, mas assim que o cavaleiro desceu eu sabia exatamente quem era com sua pele extremamente branca e os cabelos cor de mel um pouco abaixo do queixo e a desleixada barba por fazer, aquele com certeza era Henri, foi de Felipe da França, ele tinha 18 anos e fama de talentoso, era obvio que estava aqui para me conhecer, um arrepio percorreu meu corpo e corri o mais rápido possível para meus aposentos, me sentia segura lá, confortável.

Mas infelizmente minha segurança não durou muito, a hora do jantar chegou e senhor meu pai mandou me chamar, minhas damas de companhia me prepararam o melhor que puderam, eu não queria parecer apresentável, mas sabia que se algo estivesse errado comigo quem sofreria as consequências seriam elas, então me deixei ser arrumada, com um vestido vinho, e meu cabelo com uma trança, colocaram um grande colar de perolas no meu pescoço.

Os passos que eu dava em direção ao salão de jantar me pareciam agoureiros, sabia o que estava a minha frente, todo o meu futuro dependeria disso, mas eu não estava pronta para ser vendida.

Os guardas abriram a porta e eu entrei, o salão de jantar estava bem iluminado com os candelabros e velas espalhadas por todo canto, mas todo aquele fogo me dava uma sensação sufocante, meu pai estava sentado na ponta de mesa de madeira maciça que se estendi a quase três metros de comprimento, e príncipe Henri ao seu lado, senti meu corpo ser esquadrinhado por ele, ele não precisava ser casto, tecnicamente eu pertencia a ele.

Assim que me viram, os dois se colocaram de pé, e meu pai tratou de nos apresentar.

– Catherine minha filha quero lhe apresentar ao príncipe Henri da França, ele está aqui para ser seu noivo.

Ele deu a volta da mesa e beijou minha mão com delicadeza.

– é uma honra minha senhora – ele falou de modo polido, ele tinha um sotaque esquisito.

– não sou sua senhora – puxei minha mão.

Ele olhou para meu pai, que me repreendeu.

– majestade – Henri interrompeu – será que eu poderia conversar com sua filha alguns instantes a sós antes do jantar?

Meu pai concedeu com a cabeça e eu suspirei baixinho, seu ultimo olhar advertia, ‘cuidado’.

Caminhamos em direção ao jardim e como era de costume passei a mão pelo seu braço enquanto caminhávamos, ele me levou até uma pequena fonte, onde eu costumava alimentar patos selvagens, na época de imigração.

Henri parou um instante e eu me acheguei à fonte.

– me desculpe por aquilo – ele me pareceu envergonhado - acredite odiei tanto quanto você, chegar assim na sua casa, e a reclamar como noiva, achei que poderia haver um cortejo antes, que a fizesse se afeiçoar por minha pessoa.

– não acho que seja possível que eu nutra qualquer sentimento por você – joguei – nunca vai acontecer.

Ele se aproximou de mim e notei que seus olhos eram cinza.

– Princesa eu receio que não tenhamos escolha, então por que não tornamos tudo o mais agradável possível?

Senti meu corpo esquentar e me afastei instintivamente.

– escute bem o que eu vou te falar seu idiota arrogante – bufei – não sei quais seriam suas intenções com essa frase, mas qualquer proveito que venha tentar tirar de mim vai repercutir duramente nos seus futuros filhos.

– o que? – ele parecia espantado.

Não dei tempo para qualquer tipo de explicação, peguei a barra do meu vestido e a levantei enquanto corria, passei por meu pai que nos aguardava e lhe lancei um olhar de ódio.

– perdi a fome.

Corri para o meu quarto sem olhar para traz, eu queria tanto que minha vida fosse diferente, se eu fosse uma moça do povo jamais me obrigariam a algo parecido, eu me casaria com um carpinteiro ou um caçador e viveria bem numa casa perto da floresta, mas como sou uma princesa, tenho que dar meu sangue pelo meu povo.

Eu me joguei na cama e chorei a noite toda, era inevitável que esse casamento ocorresse, e eu não podia fazer nada para evita-lo, a não ser que minha atitude na noite passada fizesse com que o príncipe desistisse de mim, o que me pareceu esperançoso quando meu próprio pai bateu na minha porta pela manhã, furioso.

– o que você fez? - ele entrou sem se preocupar com meus trajes – o que disse a ele?

– não acho que esse seja um momento apropriado para conversamos – falei me cobrindo.

– Catherine Elizabeth - ele quase berrou – você vai se casar com ele e ponto, graças a deus que o príncipe achou sua atitude de certa forma engraçada do que afrontadora.

– ele me ofendeu pai – retruquei.

– você entendeu errado – ele passou as mãos pelos cabelos ralos – quando ele disse da melhor forma possível ele estava se referindo da forma mais pacifica possível, pelo amor de deus, ele é um príncipe, não um bêbado.

– Não pode me obrigar a casar pai – ignorei o fato de ter interpretado mal as atitudes de Henri – você prometeu.

– sim, eu prometi – ele rebateu – mas na época não estávamos em guerra, na época não iriamos morrer.

– pois eu prefiro morrer ao me casar com um homem que não amo – falei sem pensar.

Ele ficou parado uns instantes, absolvendo minhas cruéis palavras.

– nunca mais repita isso – ele ordenou – o amor vem com o tempo, e você vai aprender a ama-lo.

– não, eu não vou – me levantei da cama se me importar com meus trajes – se me obrigar, vou cortar os pulsos antes da noite de núpcias.

Eu estava exagerando, porém eu queria provoca-lo.

– já chega – ele gritou e levantou a mão, pensei que fosse me bater.

Mas depois deixou que a mão caísse, ao lado do corpo.

– você vai para nossa casa de verão perto do lago visten – ele recomeçou – vai passar duas semanas lá, é tudo que eu te dou, e quando voltar, quero minha Cath de volta, não essa criança mimada e irracional, eu não faço isso por prazer, faço, pois é preciso.

– eu não vou.

– vai, vai sim, precisa rever suas prioridades e se lembrar de quem você é – meu pai caminhou até a porta e falou algo com o criado, que saiu logo em seguida. – você está irreconhecível, costumava ser responsável.

Ele foi até minha poltrona e pegou meu robe de ceda, oferecendo-me, passei os braços por ele e fiz o nó.

– e o senhor costumava cumprir promessas.

– Senhor mandou me chamar? – aquela voz fez com que meu corpo todo se arrepiasse.

– chamei general Joshua – meu pai se aproximou dele – quero que prepare a cavalaria, minha filha irá para nossa casa de verão, ficará lá por duas semanas e eu quero que cuide para que a estadia dela seja segura e bem... Reflexiva, Deus sabe que ela precisa pensar.

Oh meu deus, ele viria comigo?

Eu o encarei, ainda era quase de madrugada e o sol ainda estava nascendo, mas Joshua parecia bem disposto de desperto.

– senhor, perdoe-me – ele parecia hesitante – mas a guerra, ela...

– não haverá vitória sem a ajuda da França e não haverá ajuda da França se essa menina continuar assim, eu estou colocando a minha joia mais valiosa nas suas mãos, é capas de cuidar dela rapas?

Os olhos de Joshua pousaram sobre mim por um segundo, como se me avaliasse, não como os outros, ele parecia estar testando se realmente conseguiria.

– sim senhor – ele respondeu com convicção – vou protegê-la com minha vida.

Não deixei meu sorriso chegar aos lábios, mas de uma coisa eu estava certa, eu passaria duas semanas longe de tudo e de todos, e junto com o homem que eu amo talvez a sorte estivesse me sorrindo.”


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Notas finais do capítulo

E ai o que acham? Comentem pleace!!