Once upon a time escrita por Mielly Milena


Capítulo 10
O final de uma bela e triste historia.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo finalll :)):
espero que gostem



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“ Na manhã seguinte quando acordei Joshua já não estava mais ao meu lado, me levantei e notei que minhas damas da companhia estavam em pé, ao lado da cama, só esperando que eu acordasse, no começo fiquei receosa delas terem visto Joshua enquanto dormíamos, mas depois pensei melhor, ele não permitiria ser visto.

Fiquei o dia na casa de banho, fui arrumada, puxada, alisada pintada, passaram óleo de mirra por todo meu corpo, e o vestido de casamento que usaria pertencia ao minha mãe, não consegui segurar as lagrimas, o vestido era a cara dela, todo branco, de renda, com grandes mangas de morcego, e bordado com fios de ouro, o corpete estava apertado em seu máximo, eu mal podia respirar, meu cabelo foi oleado e trançado e da trança fizeram um coque, um grande véu cobria meu rosto e se estendia a dois metros depois do meu vestido, meu chapim era quase transparente e bem mais auto do que o normal.

– majestade, majestade – uma de minhas damas veio correndo – seu noivo mandou trazer um presente para a senhorita.

Ela tinha nas mãos uma caixinha delicada de veludo, nela estava acoplado um bilhete, eu peguei de suas mãos, abrindo o bilhete.

“ Para a senhora mais corajosa de todas, uma pequena lembrança, para que nunca se esqueça que vou está lá por você”

Não tinha assinatura, mas assim que abri a caixa eu sabia de quem era, e uma dor súbita invadiu meu peito, quando peguei o enfeite de cabelo em forma de beija-flor, ele era de varias pedras preciosas, dentre o verde e o roxo, era a coisa mais linda que eu já havia visto.

Mandei que tirassem a rede de perolas do meu cabelo, e em seu lugar colocasse o pequeno pássaro.

E finalmente estava pronta e maquiada, com as pernas bambas e prestes a chorar, mas estava ponta.

Me levaram de carruagem, ate a catedral do arcebispo anglicano de cantuaria, uma igreja enorme, digna de um casamento real, e quando chegou a hora, que a marcha nupcial começou a tocar e eu vi os guardas reais, meu peito murchou, eu sabia o que estava prestes a fazer, sabia o que faria aquela noite e isso me assustava, não importava o quanto eu achasse Henri um bom homem, a cada passo que eu dava meu coração martelava dolorosamente.

Henri estava bonito, ele usava um uniforme militar elegante, e seus cabelos caiam delicadamente sobre o rosto, ele pegou a minha mão e apertou com delicadeza.

Não prestei muita atenção na cerimonia, não conseguia focar muita coisa a minha frente, ele não estava lá, não aparecera em momento algum da cerimonia, mas não podia culpa-lo, não aguentaria vê-lo se casando também, então a única parte que lembro ter acordado foi no momento em que o padre chamou meu nome, tive a impressão de não ser a primeira vez, todos me olhavam na expectativa e eu soube o que deveria dizer.

– Sim - suspirei – Eu aceito.

Foi como se o alivio fosse geral, mas tive que limpar uma lagrima teimosa que cismou em cair, Henri também fez os seus votos, e a ultima coisa que me lembro foi dos dizeres:

– Eu vos declaro marido e mulher.

Então ele me beijou, apenas um roçar de lábios, nada que demorasse mais do que alguns segundos, e depois se afastou.

Saímos da igreja com os gritos de alegria, arroz e festejos, eu sabia que aquela noite haveria canções sobre nossa união e contos de como nos encontramos, mas nada do que diriam seria verdadeiro.

Quando entramos na carruagem Henri parecia radiante, tive que me lembrar que ele era quase tão novo quanto eu, ele pegou meu rosto entre as mãos sorrindo.

– agora você é minha – ele sorriu.

Dei um sorriso torto, sim, agora eu pertencia a ele.”

– Não – Cath gritou entre lagrimas – não, não e não, minha senhora isso não é certo.

– mas é assim que acaba – ela abriu um fraco sorriso enquanto fechava o livro.

– como assim acaba? – a menina fungou. – não vai continuar para dizer que antes deles irem para a noite de núpcias o General a sequestrou e eles fugiram?

– desculpe – a senhora negou – mas como eu havia dito essa historia não é um conto de fadas.

– mas isso tudo é tão injusto.

A senhora se levantou, pegou um pequeno lenço em sua bolça e ofereceu a Cath, a menina aceitou enxugando os olhos.

– então o que aconteceu?

– Bem... - a senhora refletiu – Eles se casaram e a Inglaterra com a ajuda da França venceu a guerra e alguns anos depois quando o Pai da princesa morreu eles subiram ao trono, ela lhe deu três filhos e uma filha, eles envelheceram juntos, e depois de um tempo ela simplesmente aprendeu a admirar aquele homem com que ela passou a vida, sabe, tirando o sotaque estranho e as roupas esquisitas, Henri foi um bom marido e um pai maravilhoso.

A senhora foi até a cama da menina e arrumou suas cobertas de forma confortável.

– Bom noite querida.- ela beijou sua testa.

– Senhora – a menina chamou – sabe, a princesa tem o mesmo nome que eu, ela é alguma parente nossa?

– não minha querida – a senhora lhe assegurou – é apenas uma historia.

A porta no quarto foi aberta devagar por um soldado, ele olhou o recinto com atenção.

– com licença majestade – ele pediu – mas o rei mandou lhe chamar.

– eu tenho que ir meu anjo – ela se despediu. – sonhos bons.

– bom noite vovó – Cath sorriu.

A senhora fechou a porta delicadamente e começou a andar em direção a seus aposentos, o soldado que lhe acompanhava parecia lhe dar uma estrema atenção.

– se me permite falar senhora – ele pediu.

– claro – ela falou enquanto andava.

– eu não sabia que havia se sentido assim – ele murmurou com a voz cansada – eu sinto muito.

– não acho que deveria ficar por ai ouvindo as historias dos outros – ela parou em frente ao quarto – General.

– Eu não pude evitar minha querida – ele abriu aquele sorriso caloroso que parecia se expandir com o tempo – é uma bela e triste historia, mas por que não lhe contou a verdade Cath? Por que não lhe disse que era sua historia?

– Ela é apenas uma criança – A rainha falou – deixe-a viver sua pequena infância.

Eles ficaram em silencio, apenas olhando um para o outro, com o passar dos anos esses momentos a sós parecia ficar dava vez mais escarço, e Catherine aprendera a saboreá-los com extremo gosto.

– Acho que devo entrar – ela falou a contragosto.

Não importava quanto anos passasse, aquele homem a sua frente, de cabelos grisalhos e rugas nos olhos continuaria sendo seu único amor, ela amava cada parte dele, sem se importar com os ferimentos de guerra ou com a ação do tempo.

– Sim – ele concordou – deve entrar.

Ela fez uma pequena reverencia, e se virou, mas ele pegou sua mão de sobressalto e beijou delicadamente os nós de seus dedos, e como uma menina donzela Cath se viu corando com tal ato.

– boa noite meu amor – ele murmurou.

A rainha olhou em volta assustada que alguém os visse.

– Boa noite meu querido – ela deu um sorriso tremulo.

E depois entrou rapidamente fechando a porta logo em seguida, porém, antes da porta encostar no batente e ser trancada, Cath teve a impressão de ter ouvido, tão baixo quanto um sussurro.

– Meu pequeno beija-flor.

E não importava quantos anos haviam passado, ela sabia, sempre que escutava essa frase, que ele estaria lá, esperando...

Esperando por ela.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, essa é minha primeira historia sem um Final Feliz, mesmo assim espero de coração que tenham gostado..Comentem por favor
Beijooos!!