Um mês calmo se passou desde a chegada dos Novos a Mansão dos Antigos, a cidade estava tranquila. Os vampiros não tinham que seguir mais regra alguma, muito menos temer por punições. Os vampiros agora eram livres e felizes, como nunca esperaram ser.
Entretanto a população vampira estava ciente de que Demétrius e Líccia voltariam para resolver suas diferenças com os Novos e todos aqueles que estivessem com eles.
Vinícius mais do que ninguém conhecia Demétrius. E sabia que esse mês calmo, estava calmo demais.
Os novos e os três irmãos de Demétrius não ficaram parados esperando a vinda de Demétrius e Líccia. Pelo contrário. Assim que deixaram a cidade como deveria ser. Foram procurar por Demétrius e Líccia ou qualquer indício do que eles estavam aprontando, mas não acharam nada. É como se eles tivessem sumido do mapa.
A mansão dos Antigos hoje em uma comemoração oficial passará a ser “A mansão” . Esse é um ato que mostra que tudo realmente mudou. Que os tempos de opressão acabaram que os Antigos não mandam mais na cidade vampira. E esse fato provoca reações e sentimentos diferentes para cada parte envolvida:

Eu Vinícius nunca pensei que um dia tudo poderia ser tão diferente e tão igual como um dia já foi. Hoje vivo um momento bem diferente de quando Demétrius estava aqui. Entretanto esse momento nunca será igual ao que vivi quando era Július que estava no comando. Hoje estou nostálgico, lembrando de como tudo era quando Július estava aqui. Hoje tenho a plena certeza de que Július nunca foi desleal comigo, depois de tanto tempo, sei quem é Demétrius e aposto todas as minhas fichas que a cena que vi há séculos atrás, de meu irmão Július beijando minha amada Elissa, foi tudo armação tanto de Demétrius quanto de Líccia. Eles nunca admitiram para mim, mas depois de Július ser preso no inferno. Demétrius alegando ser o segundo mais poderoso e sábio, resolveu ser nosso líder. E pela ajuda de Líccia a tornou membro oficial dos Antigos. Lúcius e Ângelus nunca levaram nada a sério, com Demétrius no comando eles só pensaram que poderiam fazer e ser quem quisessem, sem um Július para atrapalhar. Já que Demétrius garantiu-nos que não nos obrigaria a seguir nenhum tipo de regra, visto que nós éramos os Antigos,"os melhores vampiros. Reis no meio de uma cidade vampira cheia de subalternos". Eu não me opus, estavam triste e magoado demais para qualquer coisa. Pois o irmão que mais amei(porque se vampiro não ama, eu sou humano) foi pro inferno literalmente. Porque amei e amo meu irmão. Nunca fui um vampiro como ele. Mas o reconheci como meu irmão, pai, amigo. Por seus conselhos me permiti amar Elissa. Mas por mim ele foi mandado para o inferno, não só por mim. Mas de todos que poderia fazer tal coisa, com certeza eu era o menos provável na concepção de Július. Tamanho foi o choque dele quando me viu ajudando os outros a convocar o portal do inferno para ele, isso me rasgou por dentro. Mesmo acreditando que Július estava me traindo com a vampira que ele mesmo me apresentou, mesmo achando que ele podia mesmo ser capaz de querer ser o mais poderoso e para isso iria tomar o poder de seus irmãos. Mandá-lo para o inferno foi me mandar junto. Porque me tornei um fantoche que dançava conforme a música de Demétrius. Passei a ser um ser sem alma. Fiquei tão cego por minha burrice em não esclarecer os fatos que simplesmente acreditei em tudo que meus olhos captaram que me tornei um maldito brinquedo nas mãos de Demétrius.
Um dia eu estava na janela da sala da mansão, olhando o horizonte. Sentindo-me sozinho, pois sem Július e Elissa era assim que me sentia. Demétrius chega ao meu lado e diz:
— Vinícius, lhe darei um conselho. O que fará com ele não é de minha conta. Não ame. O amor é uma fraqueza. Aqueles que o sentem ficam fracos. Ainda mas quando quem se ama não está a nossa altura.
— Seja mais claro e objetivo. — falei para Demétrius não gostando nem um pouco do rumo daquela conversa
— Elissa é uma vampirazinha, não vale a pena sofrer por ela. —disse-me Demétrius com sua arrogância de sempre
— Não admito que se refira a ela assim! — falei para ele
— Como quiser! — ele disse e saiu
Passada uma semana, veio-me uma notícia que despedaçou qualquer pedaço de bondade que tivesse dentro de mim. Elissa morta. Morta por Demétrius. Daquele dia em diante passei a odiá-lo com todas as minhas forças. Mas era um infeliz covarde. Sabia que enfrentá-lo não seria uma opção. Só eu sei como me controlei quando ele veio-me dizer que matou Elissa por mim. Porque ela era minha fraqueza. Porque ela me fazia sofrer, me fazia ser patético. Então jurei para mim mesmo que um dia ainda acabaria com Demétrius. Mas tinha que realmente saber como. Pois sabia que ir ao seu quarto e começar com uma luta não o destruiria. Então eu sabia que para me vingar teria que esperar. Pois eu sabia que algo de bom estava por vir. Não sei como eu sabia, mas eu sabia.