Mansão Malfoy

Draco Malfoy vivia em uma mansão, digna da família, com sua esposa, e seu filho. Já um pouco avançado, considerava ele, na casa dos trinta anos, sua aparência era um pouco mais descontraída do que se esperaria ver. Seu cabelo loiro, não muito curto, não estava posto para trás, mas sim deixado a vontade, até com algumas mechas a caírem sobre a sua testa. Sua pele bastante branca, seus olhos cinzentos, e uma barba loira, até que curta.

Seu filho era Scorpius Malfoy. Nascido quatro anos após o seu casamento com Astoria, tudo na sua aparência se parecia com o seu pai, tendo da sua mãe apenas alguns traços de personalidade. Era alto, e forte, loiro e seus olhos também cinzentos.

Draco tinha o mesmo trabalho desde que tinha começado, e podia dizer que gostava. Ele era curandeiro no Hospital de St. Mungos, e exercia o seu trabalho no quarto andar do hospital, sendo o andar dos danos por magia, apesar de ser perfeitamente habilitado para exercer o seu trabalho também no terceiro andar, onde se tratavam os envenenamentos por poções ou plantas.

Ele estava casado à bastantes anos. Mas não se podia dizer, além de apenas casado, bem casado e feliz. Não, não podia mentir. Para manter as aparências, de que, até ao dia, seus pais ainda estavam bastante orgulhosos, sim, poderia. Sendo até o melhor exemplo da típica história do casal que é uma coisa à frente de outras pessoas, onde o homem chama a mulher de ‘querida’, os dois se riem um para o outro, beijos ocasionais, chegam até a andar de mão dada, onde amigas olham para seus próprios maridos pensando, e até, em alguns casos, mesmo perguntando ‘porque você não é como ele?’ e ‘porque nós não podemos ser assim também’?

Mas para si mesmo Draco não podia mentir. Desde que tinha descoberto que iria casar, ele sabia que nunca a iria aceitar completamente, que nunca a iria conseguir amar como um homem deve amar a sua mulher. Ele podia jurar que tinha tentado, para talvez assim poder esquecer tudo e ser feliz com a pessoa que estava, mas ele não conseguiu. Nunca.

Foi especialmente difícil nos primeiros anos de casamento. Muitas situações se passaram em que, na altura de um beijo, Draco lembrava outros lábios. Na altura de um toque, lembrava outra sensação. Na altura de intimidade, de ir para a cama, lembrava outro corpo. Quando ouvia o chamando de ‘amor’, lembrava outra voz. Em sonhos, aparecia alguém, alguém que ele amava e com quem desejava estar, mas que não era a pessoa deitada ao seu lado.

Lembrar, muitas vezes até o fazia sorrir, mais vezes o fazia chorar. E chorar, principalmente por se ter de resignar a sua vida como ela era, pensando, para o resto de seus dias que, essa pessoa, ele nunca mais iria ter.