Choose Your Battles escrita por Ferla, Cami


Capítulo 11
Minha volta indesejada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, amores ;3
Por favor, deixe seu comentário dizendo o que achou do capítulo, beijos!



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Devo dizer, o acampamento estava uma bagunça. Aquela vida de nômade parecia ser uma droga, barracas e animais sendo transferidos para outra localização numa velocidade incrível.

Eu estava sentada num toco de madeira enquanto via mais da metade do acampamento numa fila indiana em direção ao ‘’novo acampamento’’.

Aquele lugar que antes estava cheio de gente, agora era só um resto de 20 pessoas arrumando seus últimos pertences. Percy estava arrumando nossa barraca e, felizmente, não pedira minha ajuda. Na verdade, ele estava me evitando e eu também.

Quanto a Luke, eu já não o via tinha alguns dias, havia saído do acampamento para um compromisso pessoal, e admito que estava muito contente com isso.

— Annabeth, você não vai ajudar Percy? — perguntou Nico, atrás de mim.

— Não, ele não precisa.

— Não se meta com ela, Nico. Parece que os pombinhos brigaram — apareceu Jason com algumas malas para completar. Os dois me assustavam um pouco, ainda mais depois do dia que peguei eles no flagra. Nem quero me lembrar disso.

Por fim, na hora de ir buscar Serenity, eu me levantei em direção ao estábulo.

Mas sem tempo de dar um passo, fui surpreendida por um grupo de soldados invadindo o acampamento com cavalos e uma carruagem ao fundo. Não eram soldados do Reino de Nôra, — o reino que estava em guerra com os semideuses — eram soldados do meu reino.

— O quê...? — sibilei, perplexa.

— Ninguém dê um passo! Temos ordens reais de resgatar a princesa! — gritou um soldado, em seguida, apontou para mim. — Ela está logo ali, protejam nossa alteza!

Antes que eu pudesse me manifestar, Percy apareceu com a espada em punho logo atrás de mim.

— Vocês não encostam um dedo na Annabeth!

— Como você ousa tratar a princesa apenas pelo nome?! Não tem respeito pela autoridade real, mero rebelde? — disse o soldado.

Assim, os poucos semideuses que estavam no acampamento pegaram armas e foram direto ao combate. Quanto a mim, eu realmente não sabia se deveria ir com os soldados para o bem do acampamento, ou ficar ali.

Bem na realidade, eu só estava no acampamento porque Percy me encontrou, mas não podia ignorar o fato de que era filha de Atena.

Nem precisei pensar muito para que um soldado chegasse escondido e me pegasse por trás, levando-me para a carruagem rapidamente.

— Me solte! — gritei.

— Calma alteza, sou um guarda, não precisa temer.

— Eu mandei me soltar! Eu não vou voltar para o castelo!

— O quê? — disse ele, me largando na carruagem. — Alteza, a senhorita não foi sequestrada?

— Não! Eu... — na verdade, eu fui sim — estou aqui porque quero estar! Agora me deixe sair!

— Perdão, tenho ordens de seu pai.

Levantei minha perna, e na tentativa de chutar o guarda, outros três apareceram para bloquear as portas com seus cavalos.

— Eu mandei me deixarem sair, agora! Eu sou a princesa e estou dando ordens, quem vocês acham que são para me desafiar?! Se eu quiser, faço vocês perderem seus empregos e...

No meu discurso interminável, os guardas saíram do acampamento e começaram a andar em direção ao castelo. Foi quando senti que um pano foi colocado em minha boca.

Depois, eu adormeci.

# # #

Eu não tive pesadelos, sonhos ou alucinações. Apenas adormeci e foi como se não estivesse mais ali.

Quando retornei à consciência, estava deitada em minha cama no castelo, embaixo de cobertores, no meu travesseiro macio e com meu pijama casual. Estava cheirando sabonete de rosas e meu cabelo estava molhado.

— Que bom que está de volta, princesa — ouvi uma voz dizendo ao fundo, era Petúnia, minha empregada.

— Petúnia...?

— Eu estava preocupada, o rei e a rainha também. Perder duas filhas num dia foi muito difícil pra eles — ela colocou um suporte com comida e chá no meu colo e adoçou a bebida.

— Então Helena... Ela realmente...

Petúnia confirmou com a cabeça, séria.

— Meus pêsames, alteza.

Bebi um gole do chá e pude sentir minha respiração pesar um pouco.

— Com certeza ela está num lugar melhor.

— Era uma mulher boa — respondeu Petúnia.

O silêncio se prolongou um pouco pelo ambiente enquanto eu comia a refeição. Era meu primeiro pão quente com geléia em dias, não posso mentir dizendo que não estava feliz nesse ponto.

— Sabe... Princesa...

— Pode falar, Petúnia.

— Angelus me disse que você não queria voltar.

Senti que meu pão engasgou na garganta até eu finalmente conseguir engoli-lo.

— É...

— Mas por que, princesa?

— É uma longa história... difícil de explicar, sabe?

Petúnia soltou uma risadinha e me serviu mais chá, se sentando na cama.

— Homens... Eles mexem com o nosso psicológico, não acha?

Senti meu rosto corar. Muito.

— Eu... Não... Homem? — soltei uma risada. — Claro que não... De onde... Não!

Petúnia riu.

— Eu sei que é um homem, com certeza foi alguém que te resgatou. Como ele é?

— É um insensível e ciumento... Ele... Espera! Não! Não tem homem!

— Não adianta me enganar, querida. Me conta tudo, não me diz que você teve noites com ele? Hein?

— O QUÊ?! NUNCA!

— Hum... Já vi que é uma relação de amor e ódio... Por acaso, o nome dele seria... — ela colocou a mão no queixo. — Como é que você chamava enquanto dormia...? Parcy? Ou era Porcy? Ah! Percy! Não é?

— PETÚNIA! — gritei enquanto ela tirava a bandeja do meu colo.

— Seu rosto está um pimentão, princesa. Está com calor? — ela riu, em seguida saiu do quarto correndo. — Ah, e teremos um baile comemorando a sua volta em uma semana. Não esqueça — gritou ela, atrás da porta.

Deitando na cama novamente, cobri meu rosto com a coberta e fiquei ali durante algum tempo.

Percy... Como se eu fosse sentir algo por aquele brutamontes... Petúnia idiota.

Quando eu ver ele, quero deixar bem claro que tem de proteger melhor os semideuses do acampamento dele... Que tipo de líder ele é?

# # #

No dia seguinte, eu estava na minha aula de esgrima. Depois de conversar com meus pais — digo, depois de tentar fazer eles pararem de chorar — eles chegaram à conclusão que eu deveria ter mais aulas de defesa pessoal. Não que eu precisasse.

Eu estava lutando com o professor, e atrás de mim, os nobres ficavam me olhando como se eu não fosse do planeta deles.

Depois, fui almoçar novamente com meus pais, antes da aula de arco e flecha.

Aqueles instrumentos não eram os meus. Não era o arco que Ártemis me dera, as flechas não eram especiais. Eram simples instrumentos que todos usavam. Uma porcaria.

Novamente, os nobres estavam pasmos.

Aquela rotina chata de fazer atividades com os nobres e comer um monte nas refeições. Sem treinamento ou festa na fogueira. Sem Apolo zoando as garotas ou Thalia ganhando na queda de braço. Sem Percy dizendo que minha mira estava terrível, mesmo acertando corretamente o alvo. Apenas os ricos aplaudindo.

Quando eu ver Percy, quero deixar bem claro que tem de proteger melhor os semideuses do acampamento dele... Que tipo de líder ele é? Eu poderia estar passeando com Serenity agora, ou recebendo Ártemis numa visita. Mas não, estou sendo mimada por uns ricos que só querem o meu dinheiro.

Pensando nas coisas que eu diria quando o visse, parei numa hora e lembrei: Eu estava no castelo novamente, na minha casa. A localização do acampamento tinha mudado e eu não sabia onde era. Não seria sequestrada novamente ou algo do tipo, a proteção na qual estava sujeita era muito maior.

Notei que via um guarda em todas as direções em que olhava.

O meu ritmo real havia voltado.

E isso significava algo com muita clareza: que nunca mais veria Percy Jackson ou o acampamento.

Quando sentei novamente na cama que dormi durante os 19 anos da minha vida — era cedo, a hora que eu normalmente estaria comendo no acampamento — pareceu que aquele tempo, aprendendo a lutar, lutando e passando por alguns confrontos sentimentais não passaram de um sonho longo.

Quando lembrei que nem mesmo minha égua tinha vindo comigo, notei que não tinha uma única lembrança do tempo em que passei com os semideuses.

Com a rainha vindo me visitar antes de dormir, parecia que minha verdadeira mãe não era Atena.

— Filha... Eu senti tanto a sua falta! — ela disse, com os olhos cheios de lágrimas.

— Também senti sua falta...

Ela me abraçou durante longos minutos, passando a mão com leveza pelos meus cabelos.

— Você está sabendo do baile, não é? — perguntou.

— Sim... Será em alguns dias, certo?

— Isso mesmo, filha — ela saiu do abraço e me segurou pelos ombros. — Faremos uma notícia para o reino que você vai amar.

— Notícia? — perguntei.

— Isso mesmo, aproveitaremos para divulgar um acordo que temos com o rei de Nôra desde que você nasceu, eu acho que você vai ficar muito feliz! — ela disse, sorrindo.

— O que é, mãe? Não faça mistério...

— Bom... — ela deu alguns pulinhos sentada. — Você vai se casar com o príncipe Felipe, filho do rei Carlos, você brincava com ele quando vocês eram menores! Não é incrível, querida?!


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