New Age escrita por Rafaela


Capítulo 21
Capítulo 20 - Bronca


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se houver erros.



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Uma semana se passou, naquele dia treinei com Lia e fui enfrentar meu medo, assim como fiz todos os dias durante essa semana.

Hoje é domingo, a propósito. Acho que Thiago anda irritado comigo, quando não estou treinando é porque fui comer, dormir ou no banheiro. Ele não acha isso bom, mas o que eu poderia fazer? Essa semana machuquei meu pulso e mesmo com ele insistindo para mim dar um tempo para que curasse, eu não parei. Acho que de algum modo nos afastamos mais do que antes, contudo não podia me dar o luxo de concentrar-me em uma relação quando sei que estamos entrando em guerra. Sim, quero contar para Thiago. Não, não sei como. Mas quero ter provas, preciso de um plano.

–Dá pra largar essa faca e sair dessa sala? Hoje é domingo! -Lia apareceu na sala de treinamento.

–E o o que tem? -Lancei a faca no ar, atingindo mais um alvo... Estava pensando em pedir alguns alvos que voassem ou algo do tipo, alvo parado era fácil demais.

–Vamos lá, você não quer sair? Encontrar seu namorado?

–Não tenho namorado. -Falei enquanto pegava uma toalhinha para secar minha testa que já dava indícios de suor.

–Thiago?

–Não tocamos nesse assunto ainda. -Pulei um degrau e fiquei próximo a Lia.

–Claro que não, como podem se você simplesmente se tranca nessas salas e só sai para comer? Você mal anda dormindo!

–Eu durmo sim! Só venho sofrendo um pouco de insônia. -Afirmo.

–Claro, você só fica treinando o tempo todo. Sua cabeça não tem distração. Quando foi a última vez que você e Thiago ficaram sozinhos? -Indagou.
Pensei por um segundo

.-Ontem de noite, antes de dormir, nos encontramos no corredor. -Falei... não foi um encontro marcado, foi algo ocasional. Mal conversamos, para ser sincera. Lia assentiu, como se desistisse.

–Você está nos afastando, Candy. Não venha reclamar depois. -Lia virou as costas e saiu.
Ouvi o barulho da porta bater e dei um chute no saco, fez um tremendo barulho e eu soltei um gemido de dor. Cai no chão e coloquei as mãos em cada lado da cabeça. Fiquei um tempo assim e nem percebi que a porta tinha sido aberta.

–Ela tem razão. -Falou uma voz rouca e conhecida que me fez olhar pra cima. Olhei-o sem falar nada, até que Thiago soltou um suspiro e sentou-se ao meu lado.

–O que você tem, Candy? -Questionou-me. Percebi uma pontada de tristeza na sua voz, e eu não sabia o que iria falar. Não tinha nem como.

–Eu... Thiago... Eu não sei como te explicar agora. -Pisquei os olhos para não chorar.

–Você pode me contar tudo. Qualquer coisa. -Incentivou.

–Eu quero te contar, quero muito. Eu só não sei como. Quero ter provas. -Expliquei, e na última palavra olhei para ele.

–Que provas, Candy? Provas sobre o quê? -Acho que finalmente encontrei um jeito de falar.

–Sobre os R. -Falei.

–Quem são R? -Ele parecia não acreditar, não entender.Olhei para todos os lados.

–Os Radioativos. -Sussurrei. Seus olhos se esbugalharam.

–O que você quer dizer com isso? -Questionou. -Não, espera, vamos sair daqui. Thiago se levantou e deu sua mão pra mim. Levantei com um gemido ao firmar o pé direito no chão. Thiago fez uma careta de reprovação ao me ver, estávamos muito próximos. Logo sua careta se desfez por uma solidária. -Ta doendo muito? -Perguntou. Apoiei o pé no chão de novo e segurei outro gemido. A parte de cima do pé doía muito e me dava vontade de chorar. Ia dizer a ele que tudo estava bem, mas ele não me deu tempo e colocou-me em seus braços com facilidade.

–Obrigada. -Murmurei enquanto passávamos pelos corredores.

–Você poderia me agradecer ouvindo o que sua amiga disse. Soltei um suspiro.-Ela tem razão, você está vivendo para isso. Não é correto e está lhe fazendo mal. -Apoiei minha cabeça em seu peito e assenti.

–Quando chegarmos onde quer que esteja me levando, explico.

–Tudo bem. -Ele falou baixinho.No caminho senti seu coração batendo um pouco mais rápido que o normal quando minha mão encostou em seu peito.

Entramos em seu quarto, que já estava ficando um lugar conhecido pra mim, apesar de não ter vindo aqui essa semana.Thiago me colocou em sua cama e depois voltou para chavear a porta. Fiquei tensa, muito tensa.Ele veio até mim e sentou-se ao meu lado, ou melhor, de frente para mim.

–Pode desabafar, Candy. Suspirei. Ele não podia simplesmente me abraçar?

–Eu não sei o que você quer que eu fale, eu só sei que eles querem acabar com os Radioativos e... Eu sempre achei que eles faziam parte de uma lenda, que não existiam. Mas agora eu sei que são reais e eu quero descobrir tudo, Thiago. O por que dos ataques... Absolutamente tudo. E não tente me impedir pois estou decidida a fazê-lo.

Demorou um tempo para que ele absorvesse tudo, chegou um ponto onde eu comecei a falar muito rápido.O rapaz abriu a boca e a fechou duas vezes antes de perguntar:

–Por que tanta obsessão com eles?

O encarei, pra ver se caia a ficha.

1...2...3...4...

–Oh meu Deus, Candy.

Apertei os olhos e olhei para baixo.

–Por favor, não conte para ninguém. -Pedi.

–Candy. Olhe para mim. -Ele pediu e eu obedeci. Ele estava perto de mim, mais do que antes. -Eu nunca contaria algo que te colocasse em risco. Só me promete que vai fazer o mesmo. Suspirei de alívio, por que eu pensei que ele fosse contar a alguém? Assenti. -Quem mais sabe? -Questionou.

–Você e a mulher que fez o teste. Juro.Thiago assentiu. Ficamos em silêncio por um tempo.

–Ouvi você dizendo à Lia que não tem namorado. -Ele tinha um tom de divertimento na voz, o que me fez querer rir.

–E não tenho, tenho? -Levantei as sobrancelhas.

–É isso que vem falando para Anthony? -Questionou sério, contudo seus olhos brilhando o entregaram.

–Talvez, por quê? -Provoquei.

–Porque talvez seja hora de mudar isso. -Falou. Meu coração só faltou pular pela boca.

–Talvez. -Respondi murmurando. Senti todo meu corpo ficar extremamente quente enquanto ele se aproximava de mim. Acho que Thiago percebeu minha tensão e se afastou.

–Acho que agora sei o por que você é tão boa em mira. -Sorriu mostrando seus dentes. Sorri para eliminar a tensão.

–Bem, queria conversar com você sobre isso.

Expliquei a Thiago que seria legal se eles colocassem alvos que "voassem". Ele gostou e disse que comentaria com Everton para que pudessem bolar uma atividade juntos.

–Ele não é tão mau quanto pensa, há uma história de vida por trás de toda aquela camada de maldade.-Dissera-me no meio da conversa.

–Todos nós temos uma história e nem por isso utilizamos esse tipo de máscara. -Comentei.

–Cada um de nós tem um jeito de lidar com isso. -Ele me abraçou de lado e nos encostamos na parede de modo que eu ficasse com a cabeça na curvatura do seu pescoço. Acho que talvez era disso que eu estivesse precisando, de uma conversa com Thiago.

...

Meia-hora depois saímos do quarto com a intenção de aproveitar o domingo. O único dia em que estávamos disponíveis para fazer qualquer coisa, desde festas á ficar trancado no quarto o dia todo. Optamos por nos juntarmos com nossos amigos. Lia, Anthony, Lily e alguns outros que eu ainda não decorara o nome. A festinha seria no dormitório de Anthony, como sempre o mais divertido e sociável do grupo.

Lia ficou feliz de me ver, até mesmo agradeceu a Thiago por isso. Mas de qualquer modo não era a mesma coisa, a mesma animação que eu sei que sentiria se não tivesse brigado comigo mais cedo.

–Você quer alguma roupa emprestada? -Perguntou-me ela enquanto entrava em seu dormitório.

–Talvez, quer dizer, acho que as lojas não irão abrir hoje... O que acha de darmos uma passada em algumas amanhã depois que estivermos livres? -Tentei soar o mais normal possível.

–Seria muito bom, você está precisando. -Ela foi em seu guarda-roupas que, incrivelmente, já estava bem arrumado e digamos que quase cheio. Procurou por alguma coisa e atirou para mim. Dei uma olhada e vi que era algo que eu poderia usar.

–Obrigada. -Agradeci. -E... Lia, sobre hoje mais cedo. Você tinha razão, o.k? Me desculpe.

–Está tudo bem. Eu sempre tenho razão. -Ela deu de ombros e eu ri. Dei um curto abraço e a agradeci novamente.

...

Depois de tomar um ótimo banho de água morna coloquei a roupa que Lia me emprestara: Blusa regata branca com brilho e uma saia com um corte na horizontal que ia até acima dos joelhos. Coloquei minhas botas e decidi que estava bom. Penteei meus cabelos e sentei na cama esperando Thiago, que marcara comigo as seis e meia. É, o.k, poderia ser um pouco cedo comparado com as histórias que eu ouvi sobre antes de existir as províncias, onde jovens passavam as noites de finais de semana bebendo e enlouquecendo... Mas agora tudo mudou e as coisas são mais cedo que antes, isso não significa que não podemos nos divertir. A pequena reunião no quarto de Anthony começará as sete horas, mais ou menos, queremos fazer vários jogos... Ideia de Lia!

Parece um longo tempo que se passa enquanto espero Thiago, fico olhando para o teto, para as paredes, para o chão. Enxergo formas variadas de tanto tédio, até que ouço batidas na porta.

–Entre. -Digo ainda sentada.

Thiago abre a porta e a fecha atrás de si, mas não fala nada e nem tira os olhos de mim.

–O que foi? -Levanto-me e franzo a testa. Seus olhos baixam para as minhas pernas e coro.

–Acho que vamos deixar a festinha de Anthony de lado e fazer uma só nós dois. -Preciso dizer que virei um tomate?

Thiago riu.

–Relaxa, crânio. -Minha vermelhidão de vergonha passou para irritação. Cruzei os braços na frente doo corpo e apoiei o corpo em uma perna só. -Tudo bem, calma. -Ele veio até mim com as mãos para o alto, como se estivesse se rendendo. Se aproximou e se aproximou, até que senti seus lábios nos meus.


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Notas finais do capítulo

Não vejo a hora de escrever certas coisinhas, hehe (:
Espero que estejam gostando, xoxo



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