Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 24
Uma Incerteza a Mais




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Era incrível o que cinco dias podia fazer no corpo de uma mulher grávida. Agora a gravidez de Soifon não era um segredo para ninguém, que a observasse mesmo de longe.

_ Estamos na 16° semana. – Unohana dissera com um sorriso amável.

_ E daí? – Soifon perguntou fingindo desinteresse, mas dentro de seu peito uma emoção estranha fluía em seu coração árido.

_ E daí que mais algumas semanas e será possível sabermos o sexo. – Unohana disse sem dar muitos detalhes, uma vez que quem estava adaptando o aparelho necessário para este feito era Urahara.

E sabendo da aversão inexplicável, que a taichou tinha por Urahara era possível que ela se recusasse a fazer o exame que serviria de teste para que outras shinigamis também soubesse previamente o sexo de seus bebes.

_ Tem de ser um menino. – Soifon falou apertando com força os lábios.

_ Não acho que Byakuya-taichou se importe com algo assim. – Unohana falou em tom apaziguador.

_ E quem disse que eu ligo para o que aquele pervertido com cara de songa monga deseja? – Soifon perguntou de um jeito raivoso, mas teve esta postura quebrada pela resposta de Unohana.

_ Bem sem a participação dele não teríamos nenhum bebe, então é justo considerarmos o desejo dele não?

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Soifon andava a passos duros, enquanto a maioria dos shinigamis em seu caminho afastava-se o mais longe possível, uma vez que os boatos sobre os ataques de fúria da taichou fortes o bastante para colocarem Kenpachi no hospital, eram cada vez mais consistentes.

Byakuya estava de mal humor. Já era ruim demais estar sobrecarregado com três divisões. Pior ainda é quando os subordinados não o obedecem e seu fukataichou no lugar de colaborar ficava se agarrando pelos cantos com uma ruiva desmiolada.

E agora até o direito de uso de sua mesa ele tinha perdido. Ele inevitavelmente avermelhava muitos tons ao lembrar a posição em que encontrou aqueles dois bem em cima dela. Mas, agora mesmo mandaria um oficio exigindo a demissão daquele gorducho pateta.

E ainda tinha sua paternidade que a cada dia tornava-se mais indiscutível, e ele estaria muito feliz por isto, se a mãe de seu filho não o repelisse como se ele fosse um parasita indesejável.

Sem perceber ele estava exalando sua reiatsu a quilômetros. E Renji era o único que conhecia este sinal, como um aviso claro de não chegue perto.

Soifon por sua vez, não sabia e mesmo que soubesse ela ignoraria do mesmo jeito.

Sem se dar o trabalho Byakuya usara uma das shurikens que Soifon mantinha escondida num fundo falso na parede atrás da mesa que ele agora estava usando como local de serviço e arremessara contra o infeliz que se atrevia a ignorar o seu aviso.

Mas, para seu azar voaram de volta, exatamente quarenta e cinco, shurikens, kunais, senbons, e várias outras armas, das quais ele desviara sem ser perfurado nenhuma vez, mas isto não evitou ele ficar prensado contra a parede.

_ Só podia ser você. – Byakuya falou com um semblante impassível embora por dentro ele estivesse borbulhando de raiva.

_ Qual o seu problema? – Soifon perguntou ficando frente a frente com o homem.

_ Você. – Ele respondeu com sinceridade.

_ Como se você não fosse o meu. – Soifon falou de um jeito que o fez desconfiar que ela ficou um pouco mais chorosa.

_ Se você pelo menos me deixasse chegar mais perto. – Byakuya falou deslizando os olhos pela corpo da mulher trajando uma yukata amarelo desbotado, seus olhos se demoraram na barriga agora proeminente.

_ Só isto? – Soifon falou de um jeito manhoso que fez os pelos da nuca do homem eriçarem-se.

O homem balançou assertivamente a cabeça.

_ E o que você faria se eu chegasse mais perto? – Soifon indagou em um tom infantil enquanto se aproximava a poucos milímetros do homem que sentiu seu coração palpitar.

_ Eu a envolveria em meus braços e a aninharia com todo meu carinho. – Ele falou com a voz rouca, quase pressentindo a sensação de tê-la protegia em seus braços, a textura de sua pele, aquele aroma único que ela exalava.

Contudo no lugar do prazer daquele toque, ele sentira a dor lancinante que só um homem é capaz de sentir quando tem seus testículos bruscamente pressionados por um punho forte.

_ Maldita. – O homem disse amaldiçoando sua zanpakutou por colocar caraminholas em sua cabeça.

_ Se você cumprisse sua palavra eu não estaria gravida agora. – Soifon falou de um jeito imperioso.

_ E esta criança é motivo para você ter raiva de mim? – Byakuya perguntou sustentando o olhar que ela mandou, e a resposta foi um punho certeiro no meio do nariz.

_ Eu odeio você. – A mulher saiu sem nem ao menos saber do por que tinha ido até ali.

Confessa que queria dar uma espiadinha no bofe. – Suzumebachi provocou e a Soifon esbravejou afastando todos os subordinados num raio de cinco quilômetros, fazendo com que muitos taichous ficassem sem profissionais para a execução das tarefas.

Byakuya por sua vez, não tinha completado seu ciclo de penitencia, preso na parede, ele fora surpreendido por Omaeda e Rangiku, que por acaso pareciam terem sido grudados com cola Superbonder, uma vez que não se separavam mais.

E pior foi ouvir a provocação de Omaeda.

_ Hei docinho aposto que a taichou passou por aqui, e este m**** pensando que poderia ocupar o seu lugar.

Rangiku embriagada pelo saque da melhor qualidade deu risada junto.

_ Aposto que ele não a satisfez como você faz. – A ruiva falou de um jeito espalhafatoso. – Mostra para ele Omaeda.

_ Nani? Aqui? – O ricaço suou frio com a proposta nada decente.

_ Mostra do que você é feito meu bonitão. – A cena foi o bastante para fazer o estomago de o nobre borbulhar, mas se ele deixasse as coisas correr soltas ele participaria pela primeira vez de um tipo de voyeurismo que tinha tudo para ser uma terrível experiência.

Por isto, ele não hesitou em emanar sua reiatsu pelos quatro cantos do esquadrão. Se antes ele estava mal humorado, agora ele estava azedo, sobretudo quando ele sentiu o estrago que ela fez no instante em que ele sentara na cadeira.

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Soifon chegara ávida de fome, até sua casa, mas pela primeira vez lamentou não ter todos os serviçais de Byakuya a disposição.

Mas, ainda assim, ela não tirou o sorriso maroto dos lábios, ela sentiu-se vingada no momento que torceu o orgulho masculino de Byakuya literalmente.

Por que não perguntou a ele?

Por que ele é um pervertido disfarçado.

Acho que você está com medo da resposta.

Eu não tenho medo de nada, muito menos do que aquele idiota pensa.

Por que será que você diz uma coisa, mas aqui dentro a resposta é outra?

Por que você é uma abelha enxerida, que fica metendo as asinhas no que não é da sua conta.

É claro que é da minha conta. Eu já não aguento mais viver neste mundo frio e turbulento que é sua alma.

Nunca pedi que habitasse dentro de mim.

E eu não tenho culpa de você ter se feito refém de suas decepções.

Já chega Suzumebachi.

Chega nada. Eu por muito tempo odiei aquela mulher, por achar que era culpa dela você ter ficado assim, beirando o insuportável. Mas, acho que a culpa é sua. No fundo você é fraca Soifon. É fraca por que tem medo do que a vida tem a oferecer.

...

Soifon queria responder a tudo aquilo, mas não encontrara palavras, inevitavelmente um filme passava em sua cabeça.

E mais eu realmente lamento por esta criança, por que enquanto você não der jeito a tudo o que tem de ruim dentro de você, ela nunca terá um lar nem uma família. Do mesmo jeito que você não teve.

Por favor, Suzumebachi, pare.

Não eu não vou parar. Você tem que parar para pensar no que esta fazendo. Por que agora toda merda que você atira no ventilador não vai rebater só em você, vai rebater nesta criança. Sobretudo se ela for uma menina.

Ela não é uma menina.

Eu não confiaria tanto nisto.

Você sabe de alguma coisa?

...

Soifon tentou muitas vezes entrar em contato, mas Suzumebachi a repelia, de todas as maneiras.

A tarde se arrastou, e mesmo o mordomo de Byakuya tendo trazido duas vezes uma farta refeição ela sentia-se sem animo para comer.

_ Otou-sama! Otou-sama. – Uma garotinha corria as pressas deixando pegadas na areia.

Mas, o homem musculoso, de braços fortes, cabelos negros presos num rabo de cavalo alto, olhos negros que a fitaram de um jeito que fez a infante encolher-se de receio.

_ O que faz aqui? – Ele perguntou de forma áspera.

_ Quero caçar com o senhor. – Ela disse com uma euforia que somente uma criança seria capaz de ter.

_ Isto não é tarefa para mulheres Shaolin. – Ele disse de um jeito difícil de decifrar.

_ Mas, eu não sou mulher. Eu não tenho peitos. – A garotinha disse de forma impetuosa.

O homem continuou observando-o a distância. Havia algo em seus olhos, certa melancolia. Fazia poucos dias que seus último irmão havia perecido em batalha.

_ Se ao menos você tivesse nascido homem! – O homem falou agachando-se bem a sua frente.

O vento frio soprava fazendo com que a menina lamentasse não ter colocado roupas mais quentes, mas aquela era sua chance de mostrar aquele homem que sua existência não havia sido em vão como as de seu irmãos.

_ Se é um filho homem que lhe falta, então eu serei um. – O homem arregalou os olhos em choque pelas palavras da menina, que olhara em volta, percebendo logo à frente o rastro quase invisível, deum cervo, eles eram difíceis de localizar naquela época.

_ Venha, vamos perder o rastro de nosso alvo. – A garotinha mesma em tenra idade guiou o homem pela tempestade, mostrando-lhe seu valor, ainda assim ele não a via como sua herdeira, e sim como um substituto para os filhos perdidos.

Daquele dia em diante ela deixara todas as coisas femininas de lado.

...

Odeio quando você fica pensativa deste jeito.

A culpa é sua.

...

Se essa criança for uma menina, e Byakuya rejeitá-la eu juro que vou arrancar os testículos dele de uma vez por todas.

Ah, eu sabia.

Nani?

Confessa que você adorou ter aquele par de ovos nas mãos.

Soifon quase engasgou com o comentário malicioso de sua Zanpakutou.

Suzumebachi faça o favor de calar a boca e parar de falar asneiras.

O que posso fazer se sou a parte mais divertida de seu ser?

Soifon iria dar uma resposta bem maliciosa, mas acabou calando ao perceber que um urubu bicava sua janela.

E uma única pessoa em toda a Sereitei tinha um urubu como mensageiro.

_ Uhu ora de prestar contas com o velho.

Suzumebachi zombou, mas até ela reconheceu que era hora de parar, pois havia uma forte tempestade se aproximando.

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Notas finais do capítulo

E então, qual o sexo do bebê?
A decisão está nas mãos de vocês, a vontade da maioria vence, por isto só vou contabilizar votos nos comentários, e isto não é chantagem para o povo invisível comentar, e sim o único jeito democrático de conduzir este tipo de votação xD